Pesquisar no Blog

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Especialista fala da importância da nutrição no combate ao estresse

A doença atinge 70% dos brasileiros e 90% da população mundial, segundo dados da OMS


Nesta quarta-feira (23/09) é comemorado o Dia de Combate ao Estresse. A data traz um alerta para a doença que atinge 90% da população mundial e 70% dos brasileiros, sendo 30% relacionados ao estresse no trabalho, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2019. A Nutricionista Vera Salvo, do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região SP-MS (CRN-3), fala de alguns alimentos que devem ser evitados para não aumentar o estresse.

"Além dos aspectos emocionais e psicológicos, outra importante maneira de cuidar da saúde mental é com a alimentação. Bebidas açucaradas, gorduras não benéficas à saúde presentes nos alimentos industrializados ou fast food, alimentos ricos em cafeína, doces concentrados e bebida alcoólica devem ser evitados", pontua.

Para a nutricionista, alimentos, apesar de não serem remédios, podem ajudar a diminuir a probabilidade de sofrer de ansiedade e de depressão. "Esta é uma via de mão dupla, pois à medida que estamos estressados e ansiosos, podemos comer de uma forma diferente e, dependendo do tipo de alimento consumido, podemos amenizar ou agravar o estresse", explica.

O estresse é uma reação a uma determinada situação que traz a sensação de ameaça, provocando consequências físicas como dor de cabeça ou enxaqueca, queda de cabelo, tensão muscular, insônia e outros. Segundo pesquisa da International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com mais pessoas afetadas pela Síndrome de Burnout no mundo, ocasionada pelo alto nível de estresse.

Sobre a doença, "é comum o corpo secretar maior quantidade de cortisol, adrenalina e o cérebro captar menos triptofano, aminoácido precursor da serotonina, um importante neurotransmissor cerebral responsável", como pontua Vera Salvo. Com o aumento do cortisol, é natural aumentar a vontade por alimentos doces e gordurosos, bem como salgados.


Alimentos no combate ao estresse

Para tratar o estresse, é necessário uma série de mudanças na própria rotina, priorizando a saúde mental e corporal. Dentro deste contexto, com relação a alimentação, a nutricionista Vera Salvo, conselheira do CRN-3, destaca alguns alimentos que podem ajudar nesse processo de tratamento:

Vitamina C: ação na ansiedade e depressão. Fontes: frutas como acerola, goiaba, laranja, kiwi; verduras como couve e brócolis.

Flavonóides: tem função antioxidante e anti-inflamatória, ajudando a inibir o estresse. Fontes: frutas, verduras e cereais.

Vitaminas B1, B3 e B6: a falta destas pode causar depressão, insônia. Fonte: carne de porco, grãos, sementes oleaginosas, carnes não processadas; leite, ostras, peixes, fígado, cereais, oleaginosas, banana, abóbora, pêssego e, goiaba.

Ômega 3: atum, salmão, sardinha, semente de chia, de abóbora, amêndoas, nozes, abacate, etc.


Dicas importantes:

- Evite as dietas restritivas e low carb; a ingestão de carboidratos de boa qualidade (pães, arroz, massas, preferencialmente integrais) favorece a entrada de triptofano no cérebro que, como mencionado acima, está relacionado à sensação de bem-estar.

- Aumente a frequência de anti-inflamatórios naturais: linhaça, frutas vermelhas, curry, cebola, alho, uva, aveia, etc.

- Prefira os alimentos frescos aos industrializados, pois possuem naturalmente mais vitaminas e antioxidantes, além de conterem menos gordura e açúcar que são inflamatórios.

- Reserve o tempo da refeição para prestar atenção no que está comendo, na montagem do prato, abrindo os sentidos para aproveitar da melhor forma possível a refeição que está consumindo. Permita-se pausar nestes momentos e desfrutar tudo o que está disponível para você, viver o momento. Sempre haverá muito a fazer, mas é importante parar para recomeçar com mais energia e alegria!


Saiba como aliviar o estresse causado pelo isolamento social

Pandemia contribui para aumento da busca por apoio psicológico

 

O estresse é uma reação fisiológica do organismo quando é preciso se adaptar a novas situações, porém, se for por um período prolongado ou um nível muito alto, pode começar a gerar problemas físicos e emocionais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse atinge 90% da população mundial.

Nas Unidades Básicas de Saúde Jd. Coimbra e Jd. Nakamura, gerenciadas pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"), a procura por ajuda psicológica durante a quarentena aumentou significativamente. Diante do isolamento social obrigatório por conta da pandemia de Covid-19, houve uma incidência de estresse, principalmente, por não ser uma escolha pessoal.


Estresse X Pandemia

"A pandemia gera medo e o medo gera ansiedade, logo, o estresse aumenta de forma brusca com a tentativa da pessoa de se adaptar a essa nova realidade", explica a psicóloga Alessandra G. Jacinto, que atua nas UBS Jd. Coimbra. e Jd. Nakamura.

"Praticamente 90% dos meus atendimentos atuais estão relacionados ao estresse.

Pessoas que precisam trabalhar de casa e cuidar dos filhos, professores, crianças que não podem brincar com seus colegas, idosos que não podem participar dos seus grupos de convivência, entre outras diversas situações que geram o estresse por conta do isolamento social", exemplifica a especialista.

Taquicardia, hipertensão, tremor, dores de cabeça, tonturas, dores no corpo, queda de cabelo, cansaço constante, irritabilidade, alteração de humor, dificuldade de concentração, dificuldade para dormir, gastrite são alguns dos sintomas emocionais e físicos de quem procura por ajuda psicológica, e, que muitas vezes, não entende que esses sintomas são causados pelo estresse.

É importante diferenciar o estresse do cansaço. O cansaço se resolve com descanso, já o estresse, se não for bem administrado, pode ser perigoso, explica a psicóloga. 

"Por ser um esforço exagerado, o organismo libera uma série de reações, produz alguns hormônios em excesso como o cortisol e adrenalina causando um descontrole emocional, fazendo com que a pessoa perca o interesse pela rotina diária, correndo o risco de desenvolver depressão ou transtorno de ansiedade", completa.


Como aliviar o estresse?

Thais Aparecida é paciente de uma das unidades gerenciadas pelo CEJAM e faz tratamento para Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional. "Caminhar ouvindo música, me alimentar bem, comer frutas, legumes e verduras, assistir séries, filmes, estar com a minha família e continuar com o acompanhamento médico tem ajudado a combater o estresse durante o isolamento social", destaca.

Ainda assim, Alessandra explica que é preciso ter consciência e entendimento do estresse e dos motivos que estão o causando, para que seja possível realizar atividades

que o aliviem, como, por exemplo:

● Ter momentos de lazer em família;

● Assistir programas, filmes ou séries que você goste;

● Ouvir música;

● Manter uma alimentação saudável, diminuindo o consumo de açúcar, alimentos industrializados e cafeína e aumentando o de vegetais,

grãos, e até mesmo chocolate 70% cacau;

● Praticar atividade física como correr, dançar, andar de bicicleta, nadar, alongar

e exercícios de respiração também;

● Tomar banhos aromatizantes.


Tipos de estresse

Existem alguns tipos diferentes de estresse, o agudo, que é uma reação do corpo diante de um fato estressante; o agudo episódico, quando os sintomas do estresse agudo se repetem com frequência; o crônico, quando já faz parte da rotina da pessoa; o pós-traumático, que se originaliza depois da pessoa ter sido vítima ou testemunha de situações violentas ou traumáticas e as lembranças desencadeiam alterações neurofisiológicas e o Burnout, que é uma síndrome resultante de um alto nível de estresse no ambiente de trabalho.

 


Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" - CEJAM

http://cejam.org.br/


O acolher emocional da liderança

Em nosso dia a dia estamos sempre atuando no processo de favorecer o desenvolvimento das lideranças. Seja especificamente dentro do papel de líder, sejam nas relações conectadas a esses papéis. E, sempre percebo que um dos principais desafios que tais líderes enfrentam é justamente o processo de acolher emocionalmente as pessoas.

Ao pensarmos sobre o momento em que estamos vivendo agora, esse desafio está sendo cada vez mais potencializado. Momento de isolamento social, muitos sentimentos de medo, insegurança, ansiedade, frustração devido à falta de perspectiva real sobre o que vai acontecer e quando vai acontecer… Novas formas de configuraçãodo trabalho e das relações, que exigem novas habilidades e muito desenvolvimento em um curto espaço de tempo.

Nossas vulnerabilidades, mais do que nunca, estão expostas e impactando nossos papéis e relações. Enfim, esse quadro certamente já está claro para todos nós. Porém, o líder, além de tudo isso, também é impactado por toda a volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (mundo VUCA),o que acaba exigindo dele uma maior capacidade emocional para lidar consigo mesmo e com as demais pessoas, principalmente no papel profissional.

E como acolher emocionalmente as pessoas tendo como desafio influenciá-las para que continuem buscando um propósito comum? Como atuar compreendendo que antes de um membro de time que precisa buscar metas e resultados existe uma pessoa ali, com sentimentos e necessidades?

Com base nos meus 11 anos de experiência no Grupo Bridge, onde pude atuar em inúmeros processos de desenvolvimento de líderes, em diversas situações e fases de evolução do papel profissional, pensei em condensar para você alguns passos sobre como pode ser um processo de acolhimento emocional. Vale aqui o alerta: não é para compreendê-los como uma regra fechada, mas sim como um orientador que pode ser adaptado conforme o estilo e a necessidade de cada contexto. Sempre levando em consideração – principalmente – a relação específica onde o líder deseja realizar o processo de acolhimento, que envolve o EU/LÍDER e o TU/LIDERADO.

E veja bem, o objetivo aqui não é simplificar algo tão complexo e desafiador, mas sim tentar priorizar alguns pontos que tenho percebido, na prática, ser essenciais na atuação dos líderes para o desempenho mais saudável do seu papel.

Como falamos, é um processo de acolhimento emocional, portanto deve ser uma atuação contínua e prolongada na relação, realizada em um fluxo cíclico, que vai sendo retroalimentado, aprimorado e evoluído, conforme o desempenho dos papéis e de suas relações também evoluem. Os passos não são isolados e, na verdade estão muito encadeados. Procurei dividi-los para, de forma didática, facilitar e clarificar o que deve ser essencial no processo.Tudo o que apresento aqui denota uma visão conectada às relações humanas, ou seja, pode ser adaptado para todo o tipo de relação, mas trazemos um foco maior para a liderança.


1º PASSO: Conhecer e Acompanhar seu dia a dia 
Para que o processo de acolhimento emocional aconteça, a primeira etapa é compreender o significado de ACOLHER.

Ao buscarmos a origem da palavra, ela vem do Latim ACOLLIGERE, que é a junção de AD: “a” + COLLIGERE: “reunir, juntar”+ LEGERE: “reunir, coletar, recolher”. Portanto, ACOLHER significa: “levar em consideração, receber, oferecer refúgio ou proteção”.

Assim, para esse exercício, é preciso proximidade, estar perto, conviver. Você não consegue acolher sem estar junto a pessoa. É estar disponível, aberto para conhecer e compartilhar, conhecendo a pessoa e conectando-se à sua realidade, ao seu dia a dia.

O líder precisa estar próximo ao seu liderado. Quando falo de proximidade, não é física, porque entendemos, mais do que nunca, que é possível se fazer presente mesmo sem vê-la presencialmente. É preciso investir tempo nessa relação, e aqui, o tempo a ser investido não é medido em quantidade, independente de ser 1 hora ou 15 minutos,ele necessita ter qualidade!

Para garantir essa qualidade, estabeleça momentos de troca que possam ser além de apenas acompanhar as entregas ou as metas e indicadores. É preciso acompanhar como está a pessoa de forma integral. Como está o seu momento de vida, quais as questões que estão “pegando” em sua realidade pessoal, como ela está física e emocionalmente. Quais os desafios no desempenho de seu papel e o conhecimento atrelado a tais desafios. Como andam o propósito e motivação dessa pessoa. Não existe outro caminho para conhecer e compreender alguém sem ser estando próximo e interessado em sua verdade.



2º PASSO: Escutar empaticamente
A escuta é a habilidade mais necessária e mais difícil de se desenvolver na relação e na comunicação entre as pessoas. Vai muito além da capacidade de usar os ouvidos para ouvir. Na verdade, tem a ver com usar toda a sua percepção, todos os seus sentidos. É perceber o verbal e o não verbal da pessoa. Trata-se de uma empatia genuína e primordial. Captar os sinais emitidos pela pessoa, sinais esses que são enviados de forma intencional ou não. A nossa percepção deve estar voltada para o outro, para acessar o seu emocional e exercitar algo que podemos chamar de “sentir com o outro”. Este exercício não é nada fácil. Requer estar aberto para escutar com total receptividade, sintonizando-se com a pessoa, baixando a guarda sobre os julgamentos ou ideias preconcebidas.

É captar seu tom de voz, a forma como olha, as expressões faciais, as palavras que dá ênfase ou não, e, até mesmo o silêncio (que em muitas vezes, diz mais do que muitas palavras). É o que ela expressa nas entrelinhas. Aqui, cabe exercitar no dia a dia a sua percepção e, para tal, é necessário parar e se conectar ao outro.



3º PASSO: Identificar os sentimentos, pensamentos e necessidades
Esse momento acontece de forma cadenciada e conectada ao anterior. Aqui é importante traduzir tudo o que aconteceu e foi captado no exercício de escuta empática, identificando e nomeando o que a pessoa está sentindo (alegria, raiva, frustração, medo, entre outros), quais são os pensamentos gerados por essas emoções, e quais são as necessidades conectadas aos sentimentos e pensamentos. Todos temos necessidades que precisam ser atendidas e que ora são manifestas ou não. Podem ser necessidades de segurança, cuidado, pertencimento, bem-estar, autonomia, reconhecimento, compreensão, dentre outras.

Existem dois grandes desafios aqui: O primeiro é separar o meu processo do processo da outra pessoa, ou seja, saber diferenciar o que é o meu e o que é do outro é fundamental. Caso não consiga fazer isso, certamente haverá uma confusão e posso correr o risco de agir conforme os meus sentimentos, pensamentos e necessidades ao invés de a agir exercitando a empatia de fato. Para reduzir esse risco, eu como líder preciso fazer o que chamamos de autoempatia, identificando claramente quais são os meus sentimentos, pensamentos e necessidades diante do que é expresso e cuidando de mim.

segundo desafio é perceber realmente a realidade da pessoa, e não só supor o que eu acho que deva ser. Para reduzir tal risco, é fundamental saber que esse passo não acontece sem a participação da pessoa. É uma coconstrução, um compartilhar de percepções, onde eu como líder amplio minha percepção, identificando como a pessoa se sente, pensa e o que ela necessita, e, através da nossa comunicação e troca, vou confirmando com ela se o que percebi e, ou, entendi expressa realmente a sua realidade. E neste caso, o caminho é o verbal.

É fundamental dizer para a pessoa, de forma cuidadosa e respeitosa, o que percebi, fazendo perguntas para identificar se ela realmente está se sentindo daquele jeito. Por exemplo: “Parece que você está se sentindo frustrada em não conseguir avançar nessa entrega. É isso mesmo?”. Assim como seus pensamentos e necessidades: “Parece que você acha que não está conseguindo agir como gostaria e tem uma necessidade de ter mais autonomia. É isso mesmo?”. Com essa troca, eu como líder vou checando se minha percepção está correta ou não. E a pessoa, sente-se realmente compreendida e escutada de forma empática.



4º PASSO: Direcionar as necessidades
Uma vez identificadas quais são as necessidades, elas precisam ser encaminhadas. Aqui o importante é demonstrar que se importa e que está verdadeiramente acolhendo as necessidades observadas. Vale ressaltara a importância da transparência e da clareza ao transmitir à pessoa sobre qual será o direcionamento adotado, inclusive – e principalmente – se em certos momentos, algumas necessidades possam não ser atendidas. É preciso que isso fique claro para outra pessoa, assim como o motivo do não atendimento. Importante também esclarecer se será necessário um tempo e processos para alcançar a necessidade ou mesmo, se não poderá ser atendida em momento algum.

Caso não consiga atender diretamente uma necessidade, é possível como líder tentar negociar algo que se aproxime dela. Por exemplo, no caso da necessidade ser de reconhecimento: a pessoa pode expressar o desejo de uma promoção, a qual o cenário não permite, e nesse caso o líder pode oferecer um desafio em um novo projeto que a pessoa tenha tanto o seu potencial quanto o seu desempenho reconhecidos, ou mesmo novas atribuições que tragam movimento para o cotidiano.

Em um outro exemplo, uma necessidade que dependa da relação com o líder: a pessoa precisa de mais confiança ou autonomia na relação com a liderança, que pode ser estimulada pelo líder e retornada com o feedback da evolução pelo liderado.

Caso seja algo mais específico ao campo emocional, algo que esteja fragilizando mais o psicológico da pessoa, vale somar esforços e envolver profissionais que possam dar um suporte técnico para o acolhimento mais adequado (como os profissionais da Psicologia, por exemplo).

Cada necessidade precisará de um direcionamento. O fundamental é que a pessoa sinta-se acolhida. E que ela perceba que é natural ter vulnerabilidades, que faz parte do processo de desenvolvimento e das relações humanas. E que ir compartilhando e trocando para cuidar dessas vulnerabilidades será fundamental para acolhê-las e cuidá-las sempre que necessário. É esse sentimento que vai ampliar a relação, alimentando a confiança e a troca entre ambos. E como falamos, deve ser um processo constante e nutrido pelo líder na relação com cada um de sua equipe.

Experimente vivenciar esses passos e sinta a confiança sendo construída, nutrindo as relações com sua equipe, tornando-as mais fortes e saudáveis. E caso deseje o nosso acompanhamento direcionado, temos o Laboratório de Práticas de PAE – Processo de Acolhimento Emocional, onde os líderes compartilham seus principais desafios no processo de acolhimento com seus times e praticam respostas e caminhos possíveis, utilizando os passos apresentados aqui, já conectados à prática e contextos específicos de sua realidade, para uma atuação mais assertiva e saudável.

É isso, sozinho ou com nosso apoio, permita-se experimentar essa prática e depois compartilhe conosco quais foram os resultados!

 

 


Bárbara Crespo - Psicóloga e Consultora especializada em desenvolvimento de líderes e times no Grupo Bridge. Ama uma mesa farta para compartilhar com a família e os amigos, é apaixonada por música e filmes, tem o mar como um refúgio e procura se desenvolver de forma holística enquanto ser integral.


Resiliência: 11 passos para lidar com os problemas de forma positiva

Psicoterapeuta Sabrina Amaral explica como sair do ciclo de frustrações e transformá-lo em uma oportunidade de crescimento


Ser resiliente é ter a capacidade de se adaptar e se recuperar de situações impactantes. Quando se vivencia uma decepção, por exemplo, a saúde emocional se abala e os efeitos negativos podem se arrastar por semanas.  Ao passar por adversidades psicológicas ou físicas exercitando a capacidade de resiliência pode-se minimizar o sofrimento mental - até mesmo em contextos mais graves, como o de uma pandemia.  

A psicoterapeuta Sabrina Amaral, da Epopeia Desenvolvimento Humano, explica que é possível lidar com a frustração de uma forma saudável e, até mesmo, útil. Por isso, listou 11 passos para transformar esse sentimento em uma ferramenta para alavancar o crescimento pessoal. 

 

1. Aceite aquilo que você sente

Sim, a decepção dói. E está tudo bem. Não tente negar o sentimento ou escondê-lo atrás de um sorriso falso. Fica bem mais fácil de lidar com a situação quando não caímos na tentação de fingir que está tudo bem. Em vez disso, aceite aquilo que sente, deixe doer por um tempo.  Se permitir sentir fará com que a dor passe mais rápido. Isso é muito melhor do que ficar dias vivendo-a em doses homeopáticas, reforçando atitudes pessimistas e autossabotadoras.

 

2. Lembre-se: só erra quem faz

Sabe quem é que nunca se frustra ou se sente irritado por causa dos acontecimentos da vida? Aquela pessoa que nunca sai da zona de conforto. Todas as pessoas que são hoje consideradas bem sucedidas se arriscaram em algum momento da vida e certamente tiveram sua cota de frustrações e fracassos. Se você errou, esse é um sinal de que você está tentando crescer e se desenvolver. Ter esse fato em mente te ajuda a ficar forte e a lidar mais facilmente com seus próprios tropeços e dissabores.

 

3. Abandone os rótulos

Só porque você teve um contratempo, cometeu um erro ou decepcionou outra pessoa não significa que você seja uma decepção ou fracasso em tudo o que faz. A sensação de peso que você sente quando as coisas dão errado não vai durar para sempre, ainda que pareça assim naquele momento. É comum nós pegarmos um fato isolado e generalizá-lo para todas as circunstâncias que se desdobram depois dele, atribuindo-nos rótulos negativos e destrutivos. Opte sempre por ter uma atitude mais generosa consigo mesmo, sabendo que dará o seu melhor para agir diferente daquele ponto em diante. 

 

4. Cuidado com as expectativas irreais

Quanto mais você exige ou espera perfeição de si mesmo ou das outras pessoas, mais se frustra. Portanto, verifique se sua régua não está um pouco alta demais. Acreditar nos mitos da perfeição só irá prejudicar a você mesmo e às pessoas em sua vida. Afinal, esses momentos que são ostentados nas redes sociais e disseminados nos filmes românticos não estão presentes em nosso cotidiano com a mesma frequência com que os idealizamos. Insistir nessa atitude prejudica seus relacionamentos, sua carreira e sua felicidade. Então, se você quer ter uma vida mais leve, pare de exigir tanto de si. 

 

5. Faça disso um aprendizado

Em vez de se perder na angústia e desconforto que podem surgir da frustração, prefira encará-la como uma alavanca que pode ajudar você a se desenvolver. A melhor maneira de conseguir fazer isso, na minha opinião, é respondendo a três questões:

  • Isto que aconteceu é uma oportunidade para eu aprender o quê?
  • Se pudesse voltar no passado, com o conhecimento que tenho agora, como agiria?
  • O que posso fazer diferente da próxima vez?

Talvez você descubra que poderia ter se comunicado melhor, ou que poderia ter dado um tempo em suas atividades para evitar erros e pensar com mais clareza. Você pode até descobrir formas de usar melhor seu tempo – ou não usá-lo – com pessoas que te decepcionaram (ainda que isso pareça difícil).

 

6. Busque formas de aliviar a pressão

Se você é do tipo que se recusa a fazer uma pausa entre suas atividades, pois acredita que a interrupção vai atrapalhar sua produtividade, você está enganado. Uma pausa ajuda você a se distanciar do problema e ver as coisas com mais nitidez. A neurociência já mostrou que quando tiramos um tempo para relaxar, oscilar entre atividades, divertir-se ou fazer algo diferente, temos mais energia e criatividade para encontrar soluções. Quanto mais o seu equilíbrio interno estiver em dia, mais fácil será lidar com contratempos de maneira mais construtiva e mentalmente centrada.

 

7. Um olhar de fora pode ajudar

Ter uma perspectiva mais objetiva e ampla do que aconteceu é fundamental para lidar melhor com a frustração. Uma das maneiras mais poderosas de fazer isso é tendo a contribuição de um olhar de alguém de fora da situação.  Isso pode ser feito por meio de uma boa conversa com um amigo, um mentor ou até mesmo um terapeuta.  Quando você fala sobre o assunto, alivia a pressão, organiza as ideias, calibra sua percepção de realidade e peso em relação aos fatos.  Essa pessoa pode trazer uma nova perspectiva, ajudar você a não fazer ‘tsunami em tampinha de garrafa’ e contribuir com sua visão diferenciada dos fatos. 

 

8. Combata os pensamentos sugadores de energia

Se você sabe que tem a tendência de ficar preso a pensamentos ruminantes de uma situação negativa é importante romper o círculo vicioso. Você pode, por exemplo, tirar o foco da atenção oferecendo ajuda a alguém. Ser prestativo, ouvir com atenção o problema da outra pessoa - a genuína intenção de ajudar tira você do looping de pensamentos negativos. Outra alternativa eficaz é fazer qualquer tipo de atividade física: caminhada, polichinelos, subir e descer escadas, qualquer coisa que faça você queimar energia e ativar outras áreas do cérebro. 

 

9. Recarregue a pilha

Para aumentar o seu nível de motivação mantenha contato com coisas que te energizam.  Crie por exemplo um repositório de ‘super reservas’, onde você irá guardar e-mails com elogios, mensagens de WhatsApp com reconhecimento por algo bom que tenha feito, fotos de momentos felizes, bilhetes, cartões, entre outros. Este repositório irá elevar seu astral instantaneamente.  

 

Outra técnica interessante é criar um diário do “Eu sou”.  Pegue um caderno escreva todos os dias no mínimo 3 coisas pelas quais você gostaria de se reconhecer (no começo o exercício é desafiador, mas gradativamente, vai ficando mais fácil elevar sua autoestima e moral).  Você pode buscar ainda apoio externo ouvindo podcasts, assistir vídeos motivacionais de mentores que você admira, ouvir uma playlist de músicas animadas. Enfim, dedique pelo menos 10 minutos do seu dia nessa atividade e perceba a diferença na mudança do seu pensamento.

 

10. Exercite a visualização positiva

Depois de aceitar a situação, tirar os aprendizados do que aconteceu e reabastecer sua pilha, é importante dar pequenos passos em direção ao que você deseja. Para facilitar, faça o exercício da ponte ao futuro. Imagine como vai ser quando você tiver resolvido o problema, o que vai sentir, onde vai estar, o que vai ouvir. Dê vida a essa cena usando os 5 sentidos e tornando-a o mais real possível. Quando estiver no auge desse momento feliz, faça o caminho de trás para frente, imaginando qual foi o passo anterior para chegar onde você está. Em seguida, vá voltando o caminho passo a passo para ter clareza dos acontecimentos e ações que te levaram até lá. 

 

11. Faça um plano de ação

Agora que você tem clareza do onde quer chegar e abriu o caminho para as possibilidades de fazer isso acontecer, é importante que você defina qual é a melhor estratégia para chegar até lá.  Você pode quebrá-la em micropassos para não correr o risco de procrastinar as ações. Também pode, ainda, validar o plano com alguém de sua confiança e pedir para que essa pessoa te acompanhe no reporte de cada etapa que for concluída, a fim de aumentar o seu nível de comprometimento. Geralmente, somos melhores em nos comprometer com os outros do que com nós mesmos.

 

Para finalizar, Sabrina Amaral evidencia a necessidade de respeitar o processo de autodesenvolvimento: “Formulei esses passos depois de acompanhar muitas pessoas em seus trajetos de angústias e frustrações. Então, calibre o seu nível de auto exigência para algo construtivo. Lembre-se, se tiver que se comparar a alguém, compare-se a si mesmo em relação ao dia anterior, esse é o tipo de comparação justa e adequada.  Seja gentil com você mesmo, assim como você costuma ser com os outros, pois as adversidades fazem parte da vida”, afirma a psicoterapeuta, que ainda acrescenta: “A dor é inevitável, mas o sofrimento pode ser opcional”. 

 

 


Sabrina Amaral - acredita na transformação do ser humano e, após uma vivência de duas décadas na gestão de processos de RH, fundou a Epopéia Desenvolvimento Humano que se propõe a levar à tona o que o cliente tem de melhor com o intuito de ajudá-lo no processo de se tornar pleno, inteiro e feliz.

 

Linkedin epopeia-coaching l Facebook/Instagram epopeia.com.br l Site www.epopeia.com.br


Descubra como evitar os gatilhos mentais a partir do autoconhecimento

Hoje em dia, muito tem se falado sobre os gatilhos – ou seja, sobre os acontecimentos e eventos aleatórios que disparam, nas pessoas, reações adversas, compulsivas e automáticas. O tema, emprestado da psicologia, ficou muito comum nas redes sociais, onde os “avisos de gatilho” se tornaram recorrentes. Isso porque, como forma de alerta, muitos usuários e contas passaram a adotar a expressão para avisar, de antemão, que aquele conteúdo tem potencial de despertar emoções difíceis ou complexas.

Independentemente da discussão sobre o que é ou não um gatilho, a verdade é que todos nós, mais dia, menos dia, somos pegos desprevenidos por acontecimentos que desafiam a nossa razão e provocam sentimentos inesperados. Basta uma cena de filme, um capítulo de um livro, uma música ou mesmo a fala de alguém que a gente gosta e pronto: nós nos deparamos com uma série de emoções doloridas e quase sempre conectadas a eventos do passado. Isso acontece porque, inconscientemente, os gatilhos nos remetem a situações que já vivemos e com as quais não lidamos muito bem. Como resultado, revivemos essas emoções aqui, no presente, por conta da associação estabelecida pelo nosso cérebro entre o acontecimento do agora e aquele do passado. Mas, então, o que fazer para lidar melhor com essas situações que, embora tão sensíveis, são também tão comuns?

O primeiro passo, evidentemente, é promover um debate capaz de sensibilizar e de fomentar a empatia. Temos, sim, de ensinar as pessoas a se responsabilizarem por suas falas, mas não podemos esperar que mudem do dia para a noite. Por isso, a melhor maneira de lidar com um gatilho é a partir de nós mesmos e da nossa autoconsciência.   

De acordo com Heloísa Capelas, uma das principais especialistas em autoconhecimento, inteligência emocional e inovação pessoal do país, “os gatilhos mentais e emocionais vão ser disparados, infelizmente, sem que se possa evitá-los; mas não podemos dar tanto poder ao outro, o outro não pode ser responsável por nos tirar do cerne. A prática do autoconhecimento nos permite justamente isso, ou seja, perceber que aquilo é um gatilho, perceber que nos causa uma emoção negativa e dolorida e, então, decidir o que podemos e queremos fazer a respeito – em vez de simplesmente responder no automático”

Heloísa, que é criadora do Universo do Autoconhecimento (o primeiro clube de assinaturas de autoconhecimento do Brasil), defende que a autorresponsabilização é uma escolha saudável para evitar a vitimização. “O que o outro fez ou faz é dele. Nós não temos como impedi-lo, mas temos como decidir, com atenção e intenção: ‘eu sei que ele está fazendo para me ferir e, por isso, não vou permitir que isso aconteça’. Mas essa escolha só pode ser tomada se estivermos, antes de tudo, atento aos nossos pensamentos e emoções”.

Assim sendo, a autoconsciência, um exercício a ser praticado diariamente e que nunca tem fim, pode ser um meio muito eficaz para evitar os ressentimentos causados pelos gatilhos. É como Heloísa Capelas ensina: “Todo dia, você pode parar por um instante para se perceber. É uma das maneiras de praticar o autoconhecimento, e, essencialmente, tudo o que você precisa fazer é decidir que vai se olhar com honestidade e isenção. Que vai se perguntar e responder, com abertura e sem autocrítica, o que você está realmente pensando e sentindo, e quais comportamentos têm vontade de adotar em resposta a isso (em vez de simplesmente adotá-los por impulso). Isso, por si só, é suficiente para que comece a se conhecer de verdade”. 

 



Heloísa Capelas - É CEO do Centro Hoffman e, há quase três décadas, está à frente do Processo Hoffman no Brasil – treinamento de autoconhecimento aplicado em 15 países e que já teve seus resultados cientificamente atestados. Por sua sala de aula já passaram mais de 12 mil alunos, entre os quais algumas das principais lideranças e gestores do mercado nacional. Criadora do “Universo do Autoconhecimento”, primeira plataforma de treinamentos e conteúdos online sobre o tema, e autora dos best-sellers “O Mapa da Felicidade” e “Perdão, a Revolução que Falta”, Heloísa é reconhecida como uma das principais especialistas do país em autoconhecimento, inteligência emocional e inovação pessoal.


Estresse causado pela pandemia está envelhecendo as pessoas mais rápido


Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Pernambuco avaliou 16,4 mil pessoas e observou que 73% das pessoas que participaram da pesquisa relataram algum nível de estresse devido ao isolamento social e pandemia. Além dos impactos psicológicos e para a saúde, o estresse é responsável também por um envelhecimento acelerado da população. 

O estresse quando se torna crônico, além de aumentar o risco de problemas cardiovasculares, como hipertensão e infarto, e afetar o sistema imunológico, também traz efeitos negativos na pele. De acordo com um estudo publicado na revista científica Inflamm Allergy - Drugs Targets, a liberação crônica de cortisol, o hormônio do estresse, causa atrofia cutânea, diminuição do número de fibroblastos, colágeno e elastina e também está associado ao aparecimento de rugas. 

A cirurgiã plástica que atua na área de rejuvenescimento facial, Ana Carolina Chociai, explica que os fibroblastos são as células responsáveis pela síntese de colágeno, proteína que confere elasticidade aos tecidos. 

"A diminuição de fibroblastos e do colágeno também reduz a resistência, não só da pele, mas também dos demais tecidos que se tornam flácidos", explica a médica Ana Carolina Chociai. Segundo ela, as pálpebras são as áreas mais afetadas do rosto, devido a sua anatomia, já que a pele mais fina do corpo está na pálpebra. 


ESTRESSE - Picos de estresse podem ser o gatilho para o surgimento ou agravamento de problemas como a dermatite atópica, psoríase, urticária, vitiligo, acne e até mesmo enfraquecimento e queda de cabelo. 

No cabelo, por exemplo, o cortisol em excesso promove a vasoconstrição das raízes, encurtando a fase de crescimento capilar devido a falta de sangue e nutrientes para os fios, um processo conhecido como eflúvio telógeno. É em picos de estresse que também ocorrem danos permanentes às células produtoras de melanina (pigmento do cabelo) e a perda da cor dos cabelos pode ser permanente, segundo pesquisa conduzida em Harvard e publicada na edição de janeiro na Nature. 

"Neste momento, trabalhamos em equipe para a manutenção integrada da saúde do paciente. No caso dos cabelos, o primeiro passo quando se verifica a queda de cabelo é marcar uma consulta com o médico dermatologista que fará a tricoscopia e o diagnóstico, já que muitas doenças podem resultar na queda dos fios", comenta Chociai. 


PREVENÇÃO - Com o avanço da tecnologia e da medicina voltada à beleza, hoje é possível buscar tratamentos para prevenir o envelhecimento e buscar o rejuvenescimento com aspecto natural. Dentre os procedimentos utilizados com esse objetivo existem as já conhecidas aplicações de ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno e também tecnologias novas como os laseres de ultra performance. 

Segundo a médica Ana Carolina Chociai, o ideal é durante uma consulta é realizar uma avaliação minunciosa de todas as camadas da face, desde a estrutura óssea até a pele. "Atualmente temos várias opções de tratamento de rejuvenescimento e mesmo estratégias pré-envelhecimento, chamadas de beautification ou positive aging. A indicação depende de cada caso e dependerá da avaliação médica", completa. 


PESQUISA E TECNOLOGIAS - A cirurgiã de Curitiba é também pesquisadora e precursora de uma técnica lançada neste ano que busca o rejuvenescimento da região das pálpebras sem cirurgia. O estudo apresentado e publicado na revista científica Lasers in Surgery and Medicine servirá como base para aplicação da técnica batizada de Eyelift em todo o mundo. Com o envelhecimento natural, e agora impulsionado pela pandemia, a perda de colágeno da região dos olhos promove um aspecto flácido das pálpebras que pode ser corrigido e postergar uma blefaroplastia. 

"O procedimento prevê uma abordagem completa dos tecidos moles periorbitários (olheiras) tratando além da pele, músculos e ligamentos que também perdem a elasticidade e a firmeza durante o processo de envelhecimento", explica a especialista. "Uma blefaroplastia entre os 40-50 anos implicará em necessidade de um novo procedimento ao longo da vida, tendo em vista que expectativa de vida só aumenta e a recidiva de flacidez é certa, o laser permite um tratamento seguro e eficaz contra a flacidez das pálpebras", completa a cirurgiã. 



QUANTO TEMPO VOCÊ DORME PARA ESTAR BEM NO DIA SEGUINTE?

Pesquisa do Nube revela como os jovens enfrentam o desafio de descansar bem

 

O tempo dedicado ao descanso e à reposição de energias pode variar para cada pessoa. Mesmo assim, especialistas recomendam reservar ao menos oito horas ao dia para dormir e acordar renovado para um novo ciclo. Porém, com a vida agitada, nem todos conseguem seguir a orientação. Para saber como é o comportamento dos mais novos, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios fez uma pesquisa e perguntou: “quanto você precisa dormir para estar bem no dia seguinte?”. Foram 37.780 respondentes, de 15 a 29 anos, entre 1 e 14 de agosto.

Para quase metade, 48,9%, dos entrevistados, ter um sono de sete a oito horas é o suficiente para recuperar a disposição. Segundo Thatiane Reis Rogai, analista de treinamento do Nube, se atentar a esse tópico pode trazer vantagens como maior disposição, entusiasmo, criatividade e facilidade de concentração. “Isso tudo resulta em um melhor desempenho e maior produtividade na rotina”, comenta.  

Outros 41,1% só conseguem repousar seis horas por noite. De acordo com a analista, ter hábitos noturnos saudáveis ajuda a ter uma vida mais equilibrada. “Caso seja inviável para você, redobre os cuidados com outros costumes como alimentação balanceada e prática de exercícios físicos. Se ainda assim se sentir cansado, procure um especialista para te orientar em ações capazes de garantir seu bem-estar”, orienta Thatiane.  

Cerca de 8,50% contaram ficar inativos por um período curto, mas já acordam dispostos. “Existe uma orientação geral para cada idade. Todo ser humano é único, portanto, é sempre importante buscar o auxílio de um profissional para te ajudar quanto às reais necessidades do seu organismo”, afirma a analista.  

Já para 1,49%, o ideal é ter 10 horas para despertar revigorado e ainda tirar um cochilo no meio da tarde. “Muitos estudos apontam os benefícios de descansar brevemente após o almoço ou no período vespertino. Vale lembrar: esse repouso não substitui o sossego da noite, então invista em costumes saudáveis. Lembre-se: quem se deita pouco ou muito poderá enfrentar problemas”, conclui Thatiane.  

Para quem tem dificuldades em se desligar, a especialista orienta: “opte por ocupações capazes de induzir relaxamento pouco antes de deitar. Dentre os exemplos, há a leitura de um livro ou ouvir uma música tranquila. O celular pode fazer a tranquilidade demorar mais para chegar. Por isso, defina um horário de interrupção do uso. A forma como nos sentimos, como enfrentamos preocupações e pensamentos também pode afetar esse momento. Fique atento se por dormir pouco não está te levando a uma rotina estressante: com ansiedade e baixa disposição. O resuldado pode ser dificuldades na execução de suas tarefas”, alerta.  

Portanto, Thatiane conclui: “priorize os períodos de descanso e encare-os também como intervalos de produtividade, afinal, apesar de você estar dormindo, seu corpo está trabalhando a seu favor”. 


 

Fonte: Thatiane Reis Rogai, analista de treinamento do Nube

www.nube.com.br


O vício nos aparelhos eletrônicos e a falta de saúde mental do "Novo Normal"

O cenário é este: os adultos permanecem horas e mais horas diante das telas dos computadores, trabalhando e participando de infinitas reuniões on-line, e as crianças diante dos tablets, smartphones, TVs digitais e similares, pois assim elas "sossegam".

O advento do coronavírus e o isolamento social trouxeram algumas mudanças no cotidiano de muitos indivíduos. Quem trabalhava em escritórios começou a fazer home office, o que, em um primeiro momento, pareceu confortável, agradável e produtivo. Em um segundo momento, percebeu-se que, como o trabalho estava dentro de casa e se poderia trabalhar a qualquer hora, toda hora tornou-se hora de trabalho. E ainda, não se pode esquecer dos filhos, que demandam atenção, cuidados, etc. Somando isso às horas ininterruptas de trabalho, o que poderia se tornar uma maior qualidade de vida tornou-se um esgotamento generalizado.

Houve um aumento considerável no consumo de benzodiazepínicos para suportar a tensão generalizada que resultou não somente em saques de papel higiênico devido ao pânico coletivo, mas também no surgimento e agravamento de ansiedades, depressões e até insônias.

Isso se deu pois ninguém (Governo, empresas, cidadãos) respondeu da forma correta à pandemia. Este esgotamento mencionado se deu graças a diversos aspectos, entre eles:

1 - Existe uma tensão e um medo do vírus, o que faz o indivíduo permanecer mais em estado de alerta, produzindo hormônios de estresse, por exemplo.

2 - Se não bastasse o risco de vida, há também o risco de perder o emprego. O que gerou um acúmulo de funções e uma redução de salário.

3 - Os vínculos sociais e os encontros presenciais são de extrema importância para a manutenção da saúde mental do ser humano. Os aparelhos eletrônicos não substituem completamente tal necessidade do social. Não à toa, muitos irresponsavelmente "furaram o isolamento" e casaram, foram aos bares, etc..

4 - Não se pode esquecer dos cônjuges. Muitos casados começaram a descobrir quem era o outro na pandemia, levando a um aumento de divórcios (sem contar os casos de agressões físicas e o risco de vida que muitas mulheres sofreram).

Os aparelhos eletrônicos e suas redes digitais sociais são paliativos por um lado, já que conectam indivíduos distantes e em isolamento; mas por outro, devem ser utilizados com precaução. A anestesiologia aponta que 30 minutos de uso de um aparelho eletrônico causa o mesmo efeito de uma droga benzodiozepínica, o midazolam; ou seja: isolados e estressados, a fuga tanto dos adultos quanto das crianças tem sido os aparelhos eletrônicos, o que pode agravar o vício neles.

Ainda se pode amenizar as consequências do "novo normal". Alguns passos podem ser: iniciar um processo psicoterapêutico, impor limites no horário de trabalho, realizar atividades que não demandem dos aparelhos eletrônicos, como pintura, desenhos, leitura; aprender um instrumento, entre outros.



 

Dr. Leonardo Torres - psicoterapeuta junguiano e palestrante.


A Saciedade Como Uma Resposta Para Os Desafios Atuais

Todos estamos vivendo tempos de muitas mudanças e desafios. Estamos mais em casa, com mais preocupações e estresse. O resultado é que isso naturalmente nos faz sentir mais fome. A fome é uma resposta fisiológica às situações de estresse. 

E a fome que sentimos nesses momentos nos leva a procurar alimentos que além de saborosos, nos despertem sensações de aconchego e alegria, os chamados "comfort food",ou seja, que nos trazem uma sensação de recompensa e de conforto. Infelizmente, na maioria das vezes, são refeições ricas em calorias, açúcar, gordura, e sal. 

O resultado dessa combinação de sensação de estresse, momentos de incerteza, sedentarismo por estarmos mais dentro de casa e aumento da fome por alimentos calóricos já está sendo notado por todas as pessoas, em todas as faixas etárias em todas as regiões: Um aumento no peso corporal e no acúmulo de gordura na região da cintura, bem onde ela é mais perigosa para a saúde como um todo. 

Como sempre, diante de grandes desafios, é preciso buscar soluções eficazes. E segundo as melhores evidências científicas, as soluções para esse tipo de fome e ingesta exagerada de alimentos são todas aquelas que resultam num aumento da saciedade. A sensação de saciedade ou plenitude gástrica protege contra a compulsão alimentar, que nos leva a consumir elevadas quantidades de calorias com as suas consequências desastrosas. Vamos aproveitar para descrever aqui seis sugestões práticas e eficazes para promover a saciedade: 

1. Fazer 6 refeições por dia:café da manhã, almoço e jantar, além de um lanche saudável no meio da manhã, no meio da tarde e antes de dormir. 

2. Comer um alimento fonte de proteína em todas as seis refeições. Além de fornecer saciedade, as proteínas são matérias-primas para o organismo produzir os neurotransmissores da saciedade, como a serotonina e o gaba.Ovos, leite e derivados, carnes magras, feijão, soja e shakes proteicos são bons exemplos. 

3. Apostar nos alimentos ricos em fibras. Frutas, verduras, cereais integrais e algumas sementes são ótimas opções, pois são nutritivos e promovem uma ótima saciedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), devemos comer de 25 g de fibras diariamente. Quando isso não for possível,mesmo utilizando os exemplo acima, cogitar usar um suplemento ou bebida fonte de fibra. 

4. Beber bastante água pura ou chás sem açúcar é uma ótima estratégia. Às vezes o nosso cérebro confunde as sensações de fome e de sede. Ter sempre uma garrafinha com água ou com seu chá favorito por perto funciona muito bem. 

5. Fazer exercícios físicos diariamente. Além da atividade física proteger contra o acúmulo de gorduras e auxiliar no controle do peso, também promove a saciedade e bem-estar físico de forma geral. Basta dizer que depois de um bom treino, fica muito mais improvável alguém assaltar a geladeira. 

6. Controlar o estresse e melhorar a qualidade do seu sono. Meditação, oração, yoga e outras técnicas de relaxamento promovem a saúde mental e diminuem o comer compulsivo.



 Dr. Nataniel Viuniski - médico nutrólogo, especialista em obesidade e membro do Conselho para Assuntos Nutricionais da Herbalife Nutrition

 

Referência: World Health Organization. (2003).Diet, nutrition, and the prevention of chronic diseases: report of a joint WHO/FAO expert consultation (Vol. 916). World Health Organization.


Posts mais acessados