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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Terra de ninguém


Em semanas recentes, o Brasil assistiu a mais uma prova de que parte expressava da classe política não pode ser levada a sério e muito menos merece novo voto de confiança, muito menos nosso voto. A Câmara e o Senado aprovaram projetos que custarão aos cofres públicos mais de R$ 100 bilhões.

 Bom seria se o destinado pelos nobres parlamentares fosse revertido a áreas sociais, como educação, segurança e nossa combalida saúde. Só que não é o que ocorreu. O dinheiro que agora vaza do caixa da União faz parte de política de privilegiar potenciais financiadores de campanhas eleitorais. Ou seja, os senhores deputados e senadores resolveram fazer cortesia com o chapéu alheio, mais especificamente com o nosso.

 Um dos projetos aprovados garante vantagens tributárias à indústria de refrigerantes da Zona Franca. A farra fiscal também contempla perdão de dívidas a produtores rurais.
        
 Não é exagero dizer que a irresponsabilidade atinge as raias da loucura.  Há uma propositura que permite a criação de até mais 300 municípios. Isso significaria mais câmaras de vereadores, mais vereadores, novos prefeitos e vices, secretários disto e daquilo, funcionários públicos aos milhares, só para dizer o mínimo. O que teríamos de menos, como sempre, seriam recursos para investir na modernização do Brasil, nas necessidades de nossa população e na moralização da máquina pública.
        
 Como médico, claro que sempre presto atenção redobrada ao campo da saúde. Obviamente não passamos incólumes. Parte de gestores e políticos já conseguiram favorecer o lobby dos planos de saúde. Com origem nos corredores do Ministério da Saúde, sem consulta aos órgãos de defesa do consumidor, a associações de pacientes e às entidades médicas, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, autorizou na semana passada a venda de planos de saúde com franquia ou no sistema de coparticipação.

 A implicação desta norma é que os pacientes, além das mensalidades caríssimas, terão de pagar por fora uma série de procedimentos, exames, hospitais e consultas. Só quem ganha com estes novos planos são as empresas, que engordarão ainda mais seus balanços já biliardários.

 A mulher, a criança, os idosos e os portadores de doenças crônicas serão atingidos no peito. Caso não tenham dinheiro para pagar parcela substancial de seus tratamentos, fora as mensalidades caríssimas (repito), terão de largar a saúde suplementar e entrar na fila do Sistema Único de Saúde, que hoje está à beira de um colapso por subfinanciamento estatal.

 E já que chegamos neste ponto, mais um motivo para indignação. A mesma base governamental que, pouco mais de um mês atrás, anunciou que cortará de áreas sociais (saúde, inclusive) 9,5  bilhões para tapar o rompo causado pela redução do preço do óleo diesel, acaba de aprovar uma medida provisória que anistia as multas de caminhoneiros (traduza-se, os empresários do setor responsáveis pelo blackout que passou o País), gerando mais um buraco nos cofres públicos.  

 O que você me diz? Já começou a escolher em quem votará em outubro? Pois reflita mais e tome cuidado.





Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica 



A AMEAÇA DO "NÃO VOTO"

As projeções apontam para a elevação do índice do NV (Não Voto - abstenções, votos nulos e brancos), na eleição de 7 de outubro, a um patamar acima de 40%. Recorde-se que o 2º turno da eleição para governo de Tocantins, em junho passado, registrou 51,83% de eleitores votando em branco, anulando ou deixando de comparecer às urnas.
 
Trata-se, como se deduz de pesquisas, da indignação do eleitor em relação às coisas da política – atores, métodos e processos. O eleitor protesta contra o lamaçal que envolve a esfera política, que parece indiferente a um clamor social exigindo mudanças de comportamentos e atitudes. A principal arma que dispõe o eleitor para mudar a política é o voto. Ora, se o cidadão se recusa a usar esse direito está, de certa forma, contribuindo para a manutenção do status quo, perpetuando mazelas que infestam o cotidiano da vida política.

Estamos, portanto, diante de um dilema: caso o NV assuma proporções grandiosas no pleito deste ano, a hipótese de mudança na fisionomia política cai por terra, arrastada por ondas da mesmice, onde se enxergam as abomináveis práticas do fisiologismo (“é dando que se recebe”), o coronelismo (os currais eleitorais, a política de cabresto), o nepotismo (as engordas grupais), a estadania (o incremento da dependência social do Estado), o neo-sindicalismo peleguista (teias sindicais agarradas às mamas do Estado), a miríade de partidos e seus escopos pasteurizados etc.

A renovação política, bandeira erguida pela sociedade organizada, corre o risco de fracassar, caso o eleitorado se distancie do processo eleitoral ou, mesmo comparecendo às urnas, anule o sufrágio ou vote em branco. É oportuno lembrar que o eleitor é peça fundamental no jogo de xadrez da política. Se não tentar dar um xeque no protagonista que busca se eleger, este acabará sendo empurrado para o altar da representação política por exércitos treinados nas trincheiras dos velhos costumes. Assim, a renovação nas molduras governativa e parlamentar não ocorrerá.

Aliás, calcula-se que a renovação da representação no Parlamento seja de apenas 40% este ano, menor do que em pleitos do passado. A campanha mais curta – de 45 dias nas ruas e de 35 dias na mídia eleitoral – beneficiará os mais conhecidos e aqueles de maiores recursos financeiros. (No pleito anterior, a campanha tinha 90 dias de rua e 45 dias de programa eleitoral no rádio e TV).

O fato é que não se pode contar com mudança política por unilateral vontade do corpo parlamentar. Deputado ou senador, se não recebem pressão da base eleitoral, resistem a qualquer ideia de avançar, alterar, mudar regras que, hoje, os beneficiam. Ou, para usar a expressão mais popular, não darão um tiro no pé. Por conseguinte, a reformulação da política carece de participação ativa do eleitor, razão pela qual este deve cobrar de seus candidatos compromissos com avanços com o fito de eliminar os cancros que corroem o corpo político.

Em suma, a política não se renova porque não há, por parte dos representantes, desejo de mudá-la. E não há desejo porque o eleitor ainda não jogou seu representante no carrossel das transformações. O pleito de outubro deste ano tende a encerrar a era do grande compadrio na política. O que não quer necessariamente dizer que isso ocorrerá. Por isso mesmo, urge despertar a consciência cívica do cidadão. Motivá-lo a colocar sobre os trilhos o trem das mudanças. Toda a atenção deve se dar à bomba que ameaça explodir a locomotiva: o Não Voto. Abstenções, votos nulos e brancos, em demasia, são os ingredientes que podem implodir nosso ainda incipiente sistema democrático.






Gaudêncio Torquato - jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato

Estudo aponta que a maioria dos itens importantes de uma entrevista são feitos antes dela começar


Se preparar para uma entrevista antes de chegar na empresa pode ser essencial para contratação


Um levantamento da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi) apontou os 10 principais motivos que fazem com que alguém seja reprovado em uma entrevista de emprego. O estudo realizado em maio de 2018 mostra 10 itens do que não fazer numa entrevista que podem desclassificar o candidato.

Seis desses itens exigem atenção antes da entrevista - a roupa adequada para usar, desconhecer valores primordiais da empresa, o posicionamento e a exposição nas redes sociais, currículo inadequado ao cargo ou muito resumido, chegar atrasado e por último, a falta de preparo.

Em uma entrevista de emprego, há coisas que são esperadas de um candidato. Como a roupa que irá usar, a sua postura, e a forma como argumenta. Por outro lado, há dicas do que não fazer - cruzar os braços, gesticular muito enquanto fala, roer as unhas, entre outros. Não é apenas um item que irá te derrubar na entrevista, mas pode ser um detalhe que te levará ou não à contratação.

A tecnologia tem facilitado a vida de quem busca um novo emprego. Há anos os sites de busca de vagas unem candidatos à empresas, além de oferecerem artigos sobre como conquistar o emprego dos sonhos. Mas, agora a tecnologia deu um novo passo e coloca candidatos cara a cara com CEO’s e executivos de grandes empresas, através da tela do notebook ou smartphone, para orientações reais sobre o mundo corporativo.

A iniciativa partiu da startup MeuEntrevistador, o “Netflix de carreira”, que reúne conteúdos de executivos de empresas como Unilever, Paypal, GymPass, entre outros, para orientar novos profissionais sobre o que os espera no mercado competitivo das mais disputadas vagas.

“O treino é o caminho para a perfeição - e todos sabemos disso - mas mais do que treinar exaustivamente, é importante ter a capacidade de flexibilizar suas histórias e adaptá-las para demonstrar as características que a vaga exige, se apoiando com suas histórias bem treinadas”, explica Sofia César, cofundadora da MeuEntrevistador.

Por fim, os quatro itens finais são detalhes para prestar atenção durante a entrevista, como vocabulário inadequado, achar que o entrevistador é um amigo, não demonstrar interesse ou demonstrar pouco interesse. E o mais grave de todos - mentir para o empregador.

Por isso é necessário um cuidado, mas principalmente todo um preparo antes de chegar na entrevista de emprego. É necessário sempre pesquisar o que a empresa faz, como ela se comporta perante o mercado, e quais suas ambições. A roupa, por exemplo, pode ser uma faca de dois gumes – formal demais ou casual? A pesquisa da cultura da empresa pode te orientar inclusive nesses pequenos detalhes – que no fim do dia, fazem toda a diferença.





Meu Entrevistador
http://www.meuentrevistador.com.br/

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