Doutor Élvio Floresti Junior esclarece o
procedimento
O útero é fundamental para a vida reprodutiva da
mulher, porém este órgão frequentemente é alvo de patologias que trazem muitos
problemas para a saúde.
Dependendo do caso, a única solução é o
procedimento de histerectomia, ou seja, a retirada do órgão que pode ou não
incluir também a remoção das trompas e ovários. Ainda um assunto que desperta
certo desespero entre as mulheres, o procedimento é utilizado tanto para tratar
determinadas doenças como miomatose, hemorragias, prolapso uterino,
endometriose como também pode ser uma medida preventiva para amenizar os
avanços de um câncer no colo do útero.
Segundo o ginecologista e obstetra Élvio Floresti
Junior, especialista neste tipo de procedimento, existem três tipos de
cirurgias de histerectomia possíveis de serem realizadas:
- Histerectomia abdominal:
Considerada a mais tradicional, pode ser feita com o mesmo tipo de corte
utilizado na cesárea ou com uma incisão longitudinal, para úteros mais
volumosos. Este procedimento, apesar de mais utilizado, é mais doloroso, causa
mais desconforto e exige mais tempo e cuidados na recuperação da paciente.
- Histerectomia por videolaparoscopia: Neste
caso é necessário o uso de anestesia geral. São feitas pequenas incisões no
abdômen da mulher para a passagem de algumas pinças longas que serão utilizadas
durante a cirurgia para soltar o útero e o médico consegue acompanhar através
do vídeo todo o movimento necessário. Após a liberação do útero a paciente é
colocada em posição ginecológica para que o órgão seja retirado pela vagina. É
obrigatório anestesia geral e o colo uterino é normalmente deixado, pois há uma
dificuldade técnica para sua remoção por videolaparoscopia.
- Histerectomia vaginal sem prolapso uterino: Menos
invasiva, este método é utilizado para todos os casos de mulheres, mesmo as que
nunca tiveram filhos. O tamanho do útero também não é mais problema, pois mesmo
úteros volumosos, de até 1 quilo, são passíveis de serem retirados por via
vaginal. Sem cicatrizes, com menos desconforto e com recuperação mais rápida.
“Na histerectomia vaginal o colo uterino sempre é
retirado, mas os ovários são preservados para que a função hormonal da mulher
seja mantida. Porém, em casos de cistos ovarianos e tubários também podem ser
retirados sem problema algum”, esclarece o especialista.
O ginecologista explica que mesmo com a retirada
do útero, a produção hormonal feminina permanece inalterada. Além disso, não há
também interferência no ganho ou perda de peso do corpo da mulher como muitos
acreditam.
Sobre a diminuição da libido, o ginecologista
alerta. “O prazer sexual não é alterado. O útero não tem função sexual. Se algo
alterar será para melhor, pois a mulher terá a possibilidade de ter relações
tranquilamente, sem sangramentos ou desconfortos do útero miomatoso, antes
existente”.
Doutor Elvio Floresti Junior - ginecologista e
obstetra formado pela Escola Paulista de Medicina desde 1984. Possui título de
especialista em ginecologia e obstetrícia pela Febrasgo (Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e título de especialista em
colposcopia. Além disso é especializado em histerectomia vaginal sem prolapso
uterino (sem necessidade de corte abdominal) e está atualizado com as últimas
técnicas cirúrgicas como sling vaginal. Realiza pré-natal especializado e atua
em gestações de alto risco.