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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Precisamos agir imediatamente ou corremos risco de ver formada uma geração obesa, doente e esmorecida



 
Pesquisa do Ministério da Saúde indica que mais da metade da população brasileira está acima do peso, o combate a este mal deve começar cedo.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada nesta semana pelo Ministério da Saúde confirmou o que há anos nossa organização, Inmed Brasil, identifica nos programas que incluem a tomada do IMC (Índice de Massa Corporal) nas comunidades que atendemos: o brasileiro está cada vez mais obeso.

Segundo a pesquisa Vigitel, em dez anos, a prevalência da obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo um em cada cinco brasileiros. Isso é muito preocupante, pois obesidade é um dos principais fatores para o aumento de diabetes e hipertensão na população.

O problema é ainda mais aflitivo com relação ao sobrepeso. Mais da metade da nossa população está acima do peso. Nos últimos dez anos, o índice de pessoas acima do peso ideal saltou de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016.

Dados que coletamos na Inmed Brasil com nossos programas apontam para o mesmo problema de aumento do sobrepeso e da obesidade em escolares de todo o país nas últimas décadas. Resultados de exames demonstram que o sobrepeso chega até a preocupantes 42% na faixa etária de 6 anos na periferia de São Paulo. Os estados que mais apresentaram aumento foram São Paulo e Pernambuco.

A pesquisa do Ministério da Saúde ainda indica que o número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% e com hipertensão subiu 14,2%. Trata-se de um ciclo onde todos perdem: tanto os indivíduos, que perdem a saúde, quanto os sistemas de saúde que perdem milhões de reais para tratar esta epidemia insidiosa.

Não podemos ficar de braços cruzados, o combate à obesidade deve começar cedo, nas escolas e nas famílias. Informações sobre alimentação e vida saudável devem ser recorrentes desde os primeiros anos de educação das crianças.  O quanto antes, elas têm que aprender o que é e o que não é bom para se comer, além da importância de se fazer atividades físicas.

A prova de que esta é uma questão educacional está na própria pesquisa recém-divulgada. O levantamento mostra que o excesso de peso é maior entre os que têm menor grau de escolaridade: 59,2% das pessoas que têm até oito anos de escolaridade apresentam excesso de peso, o índice cai para 53,3% entre os brasileiros com nove a 11 anos de estudo e para 48,8% entre os que estudaram 12 ou mais anos.

Temos programas na Inmed Brasil que há 20 anos trabalham questões que envolvem boa alimentação e bons hábitos para uma vida mais saudável, com melhores oportunidades para o futuro.

A pesquisa Vigitel revela que apenas um em cada três brasileiros adultos consome frutas e hortaliças em pelo menos cinco dias da semana.  Recordatórios realizados com as crianças de vários estados no início de nossos programas demonstram que 63,64% das crianças não comem nenhuma verdura durante a semana e apenas 6,7% das crianças comem verduras quatro ou mais vezes por semana.

Por isso, agregamos ao nosso programa o módulo 'Horta Brasil', com o qual promovemos a montagem de hortas escolares para incrementar a merenda dos alunos e estimulamos a comunidade a produzir pequenas plantações caseiras. Histórias com final feliz são inúmeras ao longo de tantos anos de atividades. Os resultados são sempre animadores com este programa.  Com a incorporação dos produtos das hortas escolares aumentamos em até 58% a oferta de verduras na merenda em até três vezes por semana

Já verificamos que em poucos anos e apenas com ações educativas conseguimos diminuir o sobrepeso e a obesidade em mais de 21% das crianças. Testes de conhecimentos realizados antes e após as intervenções também mostram que o conhecimento nutricional acompanha a introdução de hábitos saudáveis.

A questão é: se uma organização pode fazer tanto (com investimento restrito à participação de conscientes patrocinadores), imagine o quanto poderia fazer o poder público com boa vontade política. Não podemos esperar sentados por mudanças. Vamos agir imediatamente ou corremos risco de ver formada uma geração obesa, doente e esmorecida. Se isso é bom para uns poucos usurpadores, é péssimo para uma nação tão rica e promissora.





Bruxismo assunto sério





Sintomas, diagnósticos e tratamento do Bruxismo
 
Bem diferente do que muitas pessoas pensam, o bruxismo é um dos distúrbios do sono, do qual os dentes são mais vítimas do que exatamente os causadores do problema. O especialista em cirurgia buco-maxilo-facial pelo Hospital Federal de Bonsucesso, Bruno Chagas revela aspectos importantes para lidar com o problema. 

Noite mal dormida, tensão nos músculos da mastigação e para piorar, uma dor de cabeça forte, e muitas vezes insuportável pela manhã ao acordar. Arcadas dentarias irregulares, mordidas cruzadas, transtornos de ansiedade e práticas de esportes de alto rendimento estão entre as causas. Esses são alguns dos desconfortos – causados pelo ranger involuntário dos dentes de madrugada – com que os portadores de bruxismo do sono têm que conviver. “Ao contrário do que a maioria pensa, os dentes são reféns, são vítimas, desse distúrbio do sono, chamado bruxismo. É como o ronco e a apneia. É importante saber que os dentes não são sempre os causadores do problema”, esclarece o especialista. 

“Para se ter uma ideia, o ranger dos dentes é a última coisa que acontece nesse processo. Tudo começa com uma superativação do sistema nervoso central, que aumenta a atividade alfa do cérebro, por consequência eleva a frequência cardíaca, que estimula a musculatura mastigatória e por fim reflete no ranger involuntário dos dentes”, explica Chagas, ao descrever as etapas do distúrbio, na prática. 

Não se pode afirmar que há um perfil típico dos portadores de bruxismo, já que a relação de causa e consequência do comportamento humano nesse sentido implica em diversas possibilidades, inclusive pessoas que são hipertensas e que têm outras disfunções do sono, como a síndrome das pernas inquietas (hábito de manter o movimento dos membros mesmo dormindo), por exemplo.  Mas, uma coisa é certa, pode-se afirmar que aqueles que sofrem de ansiedade e estresse geralmente lideram o “tipo mais comum” na lista dos pacientes. “Geralmente os portadores são adultos tensos, hiperativos, agressivos e com personalidade compulsiva”, descreve Bruno. Posto isso, se torna mais fácil entender porque não conseguem ter uma boa qualidade de sono. 

De um modo geral, é comum as pessoas falarem de bruxismo com certa simplicidade, como se o único problema fosse o desconforto do ranger dos dentes durante a noite – o que já não é pouco, pois resulta em trincas e desgaste severo dos dentes. Sim, esse é, sem dúvida, um dos principais sintomas, porém, as consequências vão muito além desse sinal noturno. “As regiões da cabeça e pescoço são muito prejudicadas. Podem ocorrer dores intensas musculares e na articulação da mandíbula, sonolência, fadiga e cansaço durante todo o dia, além da perda progressiva dos ossos que sustentam os dentes, o que é grave”, explica o cirurgião. “Nos casos mais severos, há um travamento mandibular, que impede o movimento da mandíbula. Essa sensação paralisante é muito desagradável”. 

Dentre os sintomas mais graves está a dor tensional na musculatura do crânio, que provoca a cefaleia tensional, proveniente dessa pressão pericraniana e uma dor muito forte e aguda na região das têmporas. Para completar o arsenal de danos, existe ainda a possibilidade iminente de cortes nos lábios, língua e mucosa das bochechas. Contudo, ironicamente, há estudos que mensuram que cerca de 40% dos portadores de bruxismo do sono não apresentam sintomas. “Cada paciente tem seu limiar de estresse, assim como sua capacidade de suportar a dor, sendo que muitas vezes esse limite não foi atingido ou associado a outros fatores para gerar o bruxismo que é multifatorial, isto é, envolve causas de diversas naturezas”, diz o especialista.  

Os sintomas são, sem dúvida alguma, a principal ferramenta de diagnóstico. Mas é preciso averiguar para saber se há outro fator agregado às causas e assim fazer uma identificação precisa do que está ocorrendo. “Hoje em dia é quase indispensável fazer uma polissonografia para saber mais sobre a intensidade do bruxismo do sono. Até algum tempo atrás, esse exame, que é feito com o paciente dormindo, era usado apenas para analisar o ronco e apneia”, lembra Chagas, ao destacar que essa avaliação permite a realização de testes de diversos parâmetros do corpo durante o sono. "São analisados fatores como os potenciais elétricos da atividade cerebral, os batimentos cardíacos, o esforço respiratório, a saturação de oxigênio no sangue e a atividade muscular craniofacial. Juntos, esses elementos ajudam a identificar o problema", justifica. 

Antes de tudo é bom deixar claro que, por ser considerado um distúrbio crônico persistente, o bruxismo não tem cura. Sendo assim, os especialistas ao tratarem os pacientes, utilizam técnicas e tratamentos que têm a função de atenuar os sintomas e tornar a convivência com o distúrbio um pouco mais amena e, claro, evitar danos maiores no dia a dia. Um dos métodos mais eficientes e tradicionais, usado há anos, é a placa miorelaxante que representa o melhor tratamento para o bruxismo do sono. “De fato, posicionada entre os dentes superiores e inferiores relaxa a musculatura e evita o desgaste dental”, explica Bruno Chagas. No entanto, mais da metade dos profissionais indicam a placa de silicone, maleável, por ser mais confortável para quem usa. “Essa recomendação deve ser muito criteriosa, pois alguns estudos mostram que a mais indicada é a placa rígida, já que a maleável de silicone pode aumentar o bruxismo, uma vez que o paciente aperta mais por ser mole”, completa o buco maxilar. 

O Botox é a nova arma para aliviar o aprofundamento do sulco na região entre o canto do nariz e lábio — chamado popularmente de bigode chinês — e a desproporção entre os lábios superior e inferior, a boca murcha. “Para tentar ajudar nesses casos específicos, novos tratamentos estão sendo usados, como a aplicação de preenchimento local, reduzindo a profundidade do sulco, levantando o lábio superior e aumentando a espessura dele, o que chamamos de escultura labial”, esclarece. 

O médico ainda ressalta que cada caso clínico é tratado separadamente e com indicações bem específicas. Pois como todo mal, deve-se tratar a raiz do problema.  O especialista esclarece que o estresse e ansiedade devem ser analisados por um psicólogo ou mesmo um psiquiatra, distúrbios neurológicos, por um neurologista e por aí vai. Para amenizar o desconforto cotidiano, nem as sessões de massagem e acupuntura escapam do leque de tratamentos, quando a causa do problema é emocional. “No caso do bruxismo, a acupuntura pode reduzir a ansiedade e produzir um efeito relaxante, já que atua no emocional. Mas o método não restaura o que está em desequilíbrio. Outro ponto a favor é que a acupuntura estimula o sistema imunológico”, finaliza Chagas.   






Dr. Bruno Chagas - Cirurgião Buco Maxilo Facial
@drbrunochagas
Rua Augusto de Vasconcelos 544, sala 466 – Campo Grande, Rio de Janeiro



Pressão Alta - Especialista esclarece dúvidas sobre a doença que mais ocasiona mortes no país



Um dos grandes e mais comuns problemas de saúde no mundo todo é a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), popularmente conhecida como pressão alta. Seu diagnóstico consiste no paciente apresentar níveis de pressão arterial superiores a 140x90 mm hg, acima dos 120x80 mm hg, considerados padrão. De acordo com o clínico geral do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dr. Vagner Sanches Nakayama, os portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica têm um significativo aumento de risco quanto a eventos cardiovasculares a curto ou longo prazo, devendo o quanto antes iniciar tratamento.

“Uma grande preocupação com relação ao diagnóstico da pressão alta é sua traiçoeira natureza assintomática em grande parte da população hipertensa. Então, demora para ser diagnosticada e tratada. Normalmente, só é descoberta quando há uma primeira complicação cardiovascular, normalmente um Acidente Vascular Cerebral (geralmente um AVC isquêmico, gerando uma espécie de obstrução ao fluxo arterial, impedindo a passagem de oxigênio e nutrientes para as células cerebrais)”, explica o especialista. No entanto, nos pacientes sintomáticos, alguns indícios podem ser observados como suspeita de pressão alta, são eles: cefaleia, tonturas, fadiga, alterações visuais, palpitações, sudorese, perda ou ganho de peso, entre outros sintomas.

Segundo Dr. Vagner, cerca de 95% dos casos têm causa desconhecida e são chamados de Hipertensão Primária ou Hipertensão Essencial. Os outros 5% com causa conhecida são chamados de Hipertensão Secundária. “Acredita-se que a Hipertensão Primária seja uma consequência de fatores genéticos associados a diversos fatores ambientais, como ingestão excessiva de sal na dieta, obesidade, estresse, entre outros. Já na Hipertensão Secundária, é mais comum que a causa seja por doenças renais, uso de anticoncepcional oral, doenças das glândulas adrenais, doenças cardíacas, doenças da tireoide, doenças hematológicas, uso de drogas ou determinadas medicações”, esclarece.

No Brasil, estudos de prevalência estimam que a pressão alta acometa aproximadamente 35% da população adulta, chegando a cerca de 75% naqueles acima de 75 anos. As consequências da pressão alta não controlada ocorrem no corpo todo, como: lesão vascular nos vasos sanguíneos (que dificulta a passagem do sangue e afeta a irrigação de todos os órgãos e tecidos) e no coração (insuficiência cardíaca, infarto, morte súbita); doença cerebrovascular (afeta os vasos cerebrais, sendo a maior causa de óbito no Brasil); nefropatia (alteração da função renal); retinopatia (lesão das pequenas artérias e arteríolas da retina, gerando o comprometimento da visão); além de outras lesões, como risco de surgimento de aneurisma da aorta (dilatação) e trombose arterial nos membros inferiores (coágulo sanguíneo).

O especialista alerta para a importância do controle pressórico para reduzir os efeitos já citados. “É necessário melhora do estilo de vida, com redução da ingestão de sal (no máximo 6g por dia), dieta saudável (verduras, frutas, leite desnatado e derivados, menos gorduras), consumo moderado de bebida alcoólica (não ultrapassando 30g diários para homens e 15g para mulheres), atividade física regular de pelo menos 30 minutos ao dia, controle do colesterol e triglicerídeos, além da suspensão de cigarros e controle do estresse”, aconselha.




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