O Dia Mundial da Saúde é comemorado nesta sexta-feira,
dia 7 de abril, e a data serve para chamar a atenção para o aumento dos casos
de obesidade infantil ao redor do planeta. De acordo com a Organização Mundial
de Saúde (OMS) alerta: cerca de 41 milhões de crianças menores de 5 anos
apresentam excesso de peso (que seria sobrepeso ou obesidade). Os números estão
no relatório "Pelo Fim da Obesidade Infantil" (Ending Childhood
Obesity), de 2016. Segundo o documento, nos últimos 25 anos, a prevalência de
sobrepeso saltou de 31 milhões (4,8%) para 41 milhões (6,1%) de crianças.
Diante desses números, a nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Ana Paula Del’Arco, desvenda 5 mitos sobre a obesidade infantil e como a alimentação adequada e rica em lácteos pode ser a chave para um desenvolvimento saudável.
Diante desses números, a nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Ana Paula Del’Arco, desvenda 5 mitos sobre a obesidade infantil e como a alimentação adequada e rica em lácteos pode ser a chave para um desenvolvimento saudável.
1- Se uma criança já gosta de beber
leite não preciso incentivar esse hábito. Mito. Durante a "fase láctea" a criança
tem um apego emocional com o momento de "tomar o leite", que ocorre
ao acordar e na hora de ir dormir, como um ritual que precisa prevalecer. Após
esta fase, dependendo do incentivo dos pais, as crianças passam a não querer
mais este momento de "tomar o leite", com toda esta carga de
significado, pois remete à caracterização da criança como bebê, rompendo este
estigma. Neste momento, se não houver incentivo a criança pode migrar do leite
para as bebidas açucaradas (sucos, refrigerantes e outras não tão saudáveis).
2- Se uma criança está na "fase láctea" devo me preocupar com o aumento de peso, pois o leite engorda. Mito. Na verdade, os lácteos ajudam na prevenção do ganho de peso desordenado. Uma revisão de 10 estudos sobre o tema, publicados com 3 anos de seguimento em média e envolvendo 46 mil crianças e adolescentes, verificou que aquelas com maior consumo de lácteos estavam 38% menos propensas a ter excesso de peso na infância. Ainda, este estudo verificou que pode haver redução do risco de sobrepeso e obesidade em 13%, com o aumento do consumo de 1 porção de lácteo ao dia. O desenvolvimento de hábitos saudáveis engloba uma alimentação saudável, qualidade de sono adequada e prática suficiente de atividade física na infância. Esta revisão de estudos foi realizada em 2016 pelo Departamento de Nutrição Clínica do Hospital Xin Hua Hospital, Faculdade de Medicina de Xangai e a Jiao Tong University em Xangai, China.
3- Se sou obeso, meu filho também será. É a genética. Mito. De fato pais obesos incorrem em grandes chances de terem filhos obesos, mas não por fatores genéticos e sim por fatores comportamentais. Apenas 5% dos casos de obesidade são genéticos, em torno de 10% de causas hormonais, que são tratáveis, e o restante derivados de maus hábitos de vida, sejam alimentares e/ou de atividade física. É importante que os pais deem o exemplo de alimentação saudável e prática de exercícios.
4- Meu filho não gosta de tomar café da manhã, por isso faço um almoço reforçado para resolver o problema. Mito. Atualmente é comum observarmos uma omissão de refeições na alimentação da criança, em especial o café da manhã. No entanto, salientamos sua importância, é uma prática que deve ser incentivada bem como o consumo de frutas, hortaliças e lácteos, alimentos estes que deixam de ser consumidos pelas crianças quando não incentivados pelos pais.
5- Meu filho está um pouco além do peso, mas vou me preocupar com isso quando ele for mais velho. Mito. A obesidade não é uma questão de estética pois traz graves problemas. Desde doenças cardiovasculares, renais, gastrointestinais até distúrbios psicológicos como depressão e distúrbios alimentares. Pais devem ficar atentos e fazer acompanhamento médico para que tenham alimentação equilibrada e um crescimento saudável.
Referências Bibliográficas:
1. World Health Organization. WHO, 2016. Report of the Commission on Ending Childhood Obesity.
2. Ebbeling CB, Pawlak DB, Ludwig DS. Childhood obesity: public-health crisis, common sense cure. The Lancet, 2002; 360(9331): 473-82.
3. Triches RM, Giugliani ERJ. Obesity, eating habits and nutritional knowledge among school children. Rev. Saúde Pública, 2005; 39(4): 541-7.
4. Lu L, Xun P, Wan Y, He K, Cai W. Long-term association between dairy consumption and risk of childhood obesity: a systematic review and meta-analysis of prospective cohort studies. Eur J Clin Nutr., 2016; 70(4): 414-23.