Vinte e três hospitais confirmaram sua participação para o evento
que ocorre neste sábado, 7 de maio. Esta é uma iniciativa da Cipe para reduzir
as filas de espera por cirurgias pediátricas e alertar a sociedade para o
reduzido número de profissionais que hoje se dedica a esse importante e
delicado campo da Medicina.
No dia 7 de maio, véspera do dia das Mães, a Associação
Brasileira de Cirurgia Pediátrica (Cipe) irá realizar o X Mutirão Nacional de
Cirurgia da Criança. Vinte e três hospitais, dos estados do Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e
Tocantins e do Distrito Federal, haviam confirmado sua participação.
Os
procedimentos cirúrgicos ambulatoriais são os mais frequentes nesses mutirões,
por serem geralmente rápidos e não requererem a internação do paciente; em
geral, este permanece apenas algumas horas no hospital, em observação, e recebe
alta no mesmo dia. Por sua menor complexidade, as intervenções mais comuns
durante mutirões são as de hérnia, fimose, testículos fora de lugar, casos mais
simples de hipospadia (anomalia congênita, em que o orifício uretral masculino
se apresenta em local incorreto) e retirada de cistos.
As
crianças e os adolescentes com indicação cirúrgica selecionados em cada unidade
de saúde deverão passar por consulta e realizar os exames pré-operatórios antes
da data do mutirão.
Com essa iniciativa, a associação procura restabelecer a qualidade de vida
dessas crianças em menor tempo e permitir que também as cirurgias de média e
alta complexidade, que exigem internação, possam ser realizadas em prazos
menores. Mas, como assinala o presidente da Cipe, Dr. José Roberto de Souza
Baratella, “mais importante do que a realização de centenas de cirurgias é que
também em 2016 estas sigam rigorosamente os preceitos de segurança recomendados
a cada tipo de cirurgia”. Nos nove mutirões nacionais promovidos pela entidade
até agora, milhares de crianças foram operadas sem que houvesse registro de
nenhuma intercorrência mais significativa.
Segundo
o Dr. Baratella, os mutirões revelam as deficiências da saúde pública e a falta
de cirurgiões pediátricos no país. “Em alguns estados, além da insuficiência de
leitos hospitalares e de infraestrutura, há carência de especialistas, com dois
ou três, apenas, que atuam em todo o estado”, revela.
Após
obter o diploma universitário em medicina, o profissional deve realizar
especialização de dois anos em cirurgia geral e de mais três em cirurgia
pediátrica, para, depois, se submeter a um exame, para obter o título de
especialista. Assim, por sua formação, os cirurgiões pediátricos reúnem os
requisitos ideais, do ponto de vista técnico, para o atendimento do paciente
cirúrgico infanto-juvenil, pois, como ressalta o presidente da Cipe, “criança
não é simplesmente um adulto em miniatura; sua fisiologia e suas
características de indivíduo em formação a distinguem do adulto em inúmeros
aspectos, exigindo do cirurgião conhecimentos e habilidades específicos”.
Os
seguintes serviços já aderiram ao mutirão:
Distrito Federal: Hospital da Criança ‘José
Alencar’ – Brasília;
Mato Grosso: Santa Casa de
Misericórdia de Cuiabá – Cuiabá;
Mato Grosso do Sul: Hospital Regional de Mato
Grosso do Sul – Campo Grande;
Pará: Santa Casa de Misericórdia de
Belém* – Belém; Hospital Regional Público do Araguaia – Redenção;
Paraná: Hospital ‘Pequeno Príncipe’ – Curitiba; Hospital da Criança
‘Prefeito João Vargas de Oliveira’ * – Ponta Grossa;
Rio de Janeiro: Hospital Estadual da
Criança; Hospital Federal ‘Cardoso Fontes’; Hospital Federal dos
Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE); Hospital Municipal ‘Albert
Schweitzer’ e Hospital São Zacharias – Rio de Janeiro; e Hospital
Público Municipal Macaé – Macaé;
Santa Catarina: Hospital Infantil Joana de Gusmão –
Florianópolis; e Hospital São José – Criciúma;
São
Paulo: Instituto da Criança do Hospital das Clinicas (ICr/FMUSP);
Hospital Estadual de Sapopemba; Hospital Geral do Grajaú* – São Paulo; Hospital
Estadual ‘Mário Covas’ – Santo André; Hospital São Camilo – Itu; Santa Casa de
Misericórdia de Araçatuba – Araçatuba; Santa Casa de Misericórdia de Araras –
Araras;
Tocantins: Hospital Infantil Público de
Palmas – Palmas.
Os
serviços interessados em participar do Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança
2016 podem obter mais informações na Cipe, por meio dos e-mails secretaria@cipe.org.br e presidenciacipe@terra.com.br ou
pelo telefone 11 3814-6947,
no período da tarde. Para registrar a adesão, basta encaminhar mensagem à
secretaria da entidade, informando o nome do hospital, município e estado em
que está instalado, nome do responsável pelo serviço de Cirurgia Pediátrica,
número de cirurgias previstas e de profissionais envolvidos.
Abertura oficial será em Campo Grande
A cerimônia
oficial de abertura do X Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança será realizada
às 10h do dia 7 de maio, na Sala Jacarandá do Hospital Regional de Mato Grosso
do Sul (HRMS), em Campo Grande (MS). Esta é a primeira vez que a abertura
oficial ocorrerá no estado.
De acordo
com a Dra. Regina Ajalla, da equipe de preceptores de cirurgia
pediátrica do HRMS e presidente da Associação Mato-Grossense-do-Sul de
Cirurgia Pediátrica (Cipe-MS), “a escolha da cidade para sediar a abertura oficial se
deve ao fato de que nessa capital será realizado em novembro, o XXXIV Congresso
Brasileiro de Cirurgia Pediátrica. Assim, aproveitamos o mutirão para divulgar
o evento”.
Além do Dr.
Baratella, presidente da Cipe, e do presidente do HRMS e da Fundação Serviços
de Saúde do MS (Funsau/MS), Dr. Justiniano Vavas, também foram convidados para
o evento: o governador e o secretário de saúde do estado, respectivamente
Reinaldo Azambuja e Dr. Nelson Tavares; o deputado federal Dr. Luiz Henrique
Mandetta, a presidente do conselho regional de medicina do estado, Dra. Rosana Leite de Melo, a presidente da associação médica local (AMMS), Dra. Maria José Martins
Maldonado;
e outras autoridades locais.
“Para o
evento triamos 60 crianças, das quais 40 estão aptas para cirurgia”, revela
Dra. Regina. Ela acrescenta que para Campo Grande, esse é um numero
significativo de crianças: “Muitas delas estão há mais de um ano na fila de
espera da cirurgia.”
Cerca de 45
profissionais da área da saúde – entre médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, residentes, instrumentadores e acadêmicos de medicina – deverão
participar do mutirão no HRMS. “Recebemos o apoio do HRMS, da Secretaria de
Estado da Saúde (SES-MS) e do governo estadual, assim como do Servan – Serviços
de Anestesiologia do MS e da equipe médica de Cirurgia Pediátrica, que
trabalharão voluntariamente no mutirão”, declara a Dra. Regina Ajalla.
* Em função
da impossibilidade de realizar o mutirão no dia 7 de maio, os serviços desses
três hospitais – Santa Casa de Misericórdia de Belém (PA), Hospital da
Criança ‘Prefeito João Vargas de Oliveira’, de Ponta Grossa (PR), e o Hospital
Geral do Grajaú, de São Paulo – farão as cirurgias programadas em outras datas.