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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Uso indiscriminado de anti-inflamatório causa doenças nos rins







Médica alerta que a automedicação e o abuso na utilização de anti-inflamatórios

Aquela dorzinha incômoda, tensões musculares pelas sessões na academia, um simples tombo, são fatores que nos levam a correr até a farmácia à caça de um anti-inflamatório. Medicamento vendido sem prescrição médica ou qualquer tipo de controle, é possível encontrar uma grande variedade disponível no mercado.No entanto, atualmente, a prática da automedicação, cada vez mais frequente, tem oferecido riscos à saúde.

A médica nefrologista, Dra. Céres Felski, da Fundação Pró-Rim, referência nacional no tratamento de doenças renais e transplante, alerta para o perigo da automedicação, que no caso específico de anti-inflamatórios, o rim é o principal órgão afetado.

“É preciso lembrar que todo medicamento é uma droga, uma substância sintética alheia ao organismo, que pode desencadear os mais variados efeitos. Além disso, o anti-inflamatório é excretado pelo rim e altera a taxa de filtração glomerular, ou seja, a capacidade de filtragem do rim, podendo levar a nefrite intersticial e a necrose tubular aguda. Todas estas são formas de insuficiência renal aguda, que são reversíveis na maioria dos casos, mas nem sempre”, explica. 
Segundo a médica, o problema é que a doença renal na grande maioria das vezes é assintomática – não apresenta sintomas - e com uso constante destes medicamentos, por conta própria, o diagnóstico da lesão pode ser feito tarde demais para reverter. Assim acontece também, por exemplo, com o uso de medicação para dor de cabeça, que pode retardar o diagnóstico de um aneurisma ou de um tumor cerebral. “O importante é que se procure sempre um serviço médico para investigar o sintoma”, frisa.

Segundo Dra. Céres, caso o paciente desenvolva alguma lesão, a primeira providência é suspender o uso do medicamento causador. “Depois, conforme o grau de lesão, será determinada a conduta que pode variar desde uma boa hidratação até a necessidade de diálise para substituição da função renal até que haja a recuperação desta”, explica.

Por isso é importante ressaltar que os remédios não devem ser utilizados por conta própria, por sugestão de amigos ou vizinhos ou indicados por qualquer profissional que não seja médico. Como todo remédio, os anti-inflamatórios oferecem riscos e causam efeitos colaterais que podem danificar diversas estruturas isoladamente ou ao mesmo tempo no seu organismo.

Para finalizar, a médica afirma “Quando uma pedra entra no sapato, é preciso tirá-la. O sintoma é a pedra, e não adianta tomar remédio para dor, é preciso fundamentalmente resolver a causa do problema”.

X Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança realiza-se no próximo sábado




Vinte e três hospitais confirmaram sua participação para o evento que ocorre neste sábado, 7 de maio. Esta é uma iniciativa da Cipe para reduzir as filas de espera por cirurgias pediátricas e alertar a sociedade para o reduzido número de profissionais que hoje se dedica a esse importante e delicado campo da Medicina.
No dia 7 de maio, véspera do dia das Mães, a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (Cipe) irá realizar o X Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança. Vinte e três hospitais, dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins e do Distrito Federal, haviam confirmado sua participação.
Os procedimentos cirúrgicos ambulatoriais são os mais frequentes nesses mutirões, por serem geralmente rápidos e não requererem a internação do paciente; em geral, este permanece apenas algumas horas no hospital, em observação, e recebe alta no mesmo dia. Por sua menor complexidade, as intervenções mais comuns durante mutirões são as de hérnia, fimose, testículos fora de lugar, casos mais simples de hipospadia (anomalia congênita, em que o orifício uretral masculino se apresenta em local incorreto) e retirada de cistos.
As crianças e os adolescentes com indicação cirúrgica selecionados em cada unidade de saúde deverão passar por consulta e realizar os exames pré-operatórios antes da data do mutirão.

Com essa iniciativa, a associação procura restabelecer a qualidade de vida dessas crianças em menor tempo e permitir que também as cirurgias de média e alta complexidade, que exigem internação, possam ser realizadas em prazos menores. Mas, como assinala o presidente da Cipe, Dr. José Roberto de Souza Baratella, “mais importante do que a realização de centenas de cirurgias é que também em 2016 estas sigam rigorosamente os preceitos de segurança recomendados a cada tipo de cirurgia”. Nos nove mutirões nacionais promovidos pela entidade até agora, milhares de crianças foram operadas sem que houvesse registro de nenhuma intercorrência mais significativa.
Segundo o Dr. Baratella, os mutirões revelam as deficiências da saúde pública e a falta de cirurgiões pediátricos no país. “Em alguns estados, além da insuficiência de leitos hospitalares e de infraestrutura, há carência de especialistas, com dois ou três, apenas, que atuam em todo o estado”, revela.
Após obter o diploma universitário em medicina, o profissional deve realizar especialização de dois anos em cirurgia geral e de mais três em cirurgia pediátrica, para, depois, se submeter a um exame, para obter o título de especialista. Assim, por sua formação, os cirurgiões pediátricos reúnem os requisitos ideais, do ponto de vista técnico, para o atendimento do paciente cirúrgico infanto-juvenil, pois, como ressalta o presidente da Cipe, “criança não é simplesmente um adulto em miniatura; sua fisiologia e suas características de indivíduo em formação a distinguem do adulto em inúmeros aspectos, exigindo do cirurgião conhecimentos e habilidades específicos”.
Os seguintes serviços já aderiram ao mutirão:
Distrito Federal: Hospital da Criança ‘José Alencar’ – Brasília;
Mato Grosso: Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá – Cuiabá;
Mato Grosso do Sul: Hospital Regional de Mato Grosso do Sul – Campo Grande;
Pará: Santa Casa de Misericórdia de Belém* – Belém; Hospital Regional Público do Araguaia – Redenção;
Paraná: Hospital ‘Pequeno Príncipe’ – Curitiba; Hospital da Criança ‘Prefeito João Vargas de Oliveira’ * – Ponta Grossa;
Rio de Janeiro: Hospital Estadual da Criança; Hospital Federal ‘Cardoso Fontes’; Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE); Hospital Municipal ‘Albert Schweitzer’ e Hospital São Zacharias – Rio de Janeiro; e Hospital Público Municipal Macaé – Macaé;
Santa Catarina: Hospital Infantil Joana de Gusmão – Florianópolis; e Hospital São José – Criciúma;
São Paulo: Instituto da Criança do Hospital das Clinicas (ICr/FMUSP); Hospital Estadual de Sapopemba; Hospital Geral do Grajaú* – São Paulo; Hospital Estadual ‘Mário Covas’ – Santo André; Hospital São Camilo – Itu; Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba – Araçatuba; Santa Casa de Misericórdia de Araras – Araras;
Tocantins: Hospital Infantil Público de Palmas – Palmas.
Os serviços interessados em participar do Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança 2016 podem obter mais informações na Cipe, por meio dos e-mails secretaria@cipe.org.br e presidenciacipe@terra.com.br ou pelo telefone 11 3814-6947, no período da tarde. Para registrar a adesão, basta encaminhar mensagem à secretaria da entidade, informando o nome do hospital, município e estado em que está instalado, nome do responsável pelo serviço de Cirurgia Pediátrica, número de cirurgias previstas e de profissionais envolvidos.
Abertura oficial será em Campo Grande
A cerimônia oficial de abertura do X Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança será realizada às 10h do dia 7 de maio, na Sala Jacarandá do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), em Campo Grande (MS). Esta é a primeira vez que a abertura oficial ocorrerá no estado.
De acordo com a Dra. Regina Ajalla, da equipe de preceptores de cirurgia pediátrica do HRMS e presidente da Associação Mato-Grossense-do-Sul de Cirurgia Pediátrica (Cipe-MS), “a escolha da cidade para sediar a abertura oficial se deve ao fato de que nessa capital será realizado em novembro, o XXXIV Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica. Assim, aproveitamos o mutirão para divulgar o evento”.
Além do Dr. Baratella, presidente da Cipe, e do presidente do HRMS e da Fundação Serviços de Saúde do MS (Funsau/MS), Dr. Justiniano Vavas, também foram convidados para o evento: o governador e o secretário de saúde do estado, respectivamente Reinaldo Azambuja e Dr. Nelson Tavares; o deputado federal Dr. Luiz Henrique Mandetta, a presidente do conselho regional de medicina do estado, Dra. Rosana Leite de Melo, a presidente da associação médica local (AMMS), Dra. Maria José Martins Maldonado; e outras autoridades locais.
“Para o evento triamos 60 crianças, das quais 40 estão aptas para cirurgia”, revela Dra. Regina. Ela acrescenta que para Campo Grande, esse é um numero significativo de crianças: “Muitas delas estão há mais de um ano na fila de espera da cirurgia.”
Cerca de 45 profissionais da área da saúde – entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, residentes, instrumentadores e acadêmicos de medicina – deverão participar do mutirão no HRMS. “Recebemos o apoio do HRMS, da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MS) e do governo estadual, assim como do Servan – Serviços de Anestesiologia do MS e da equipe médica de Cirurgia Pediátrica, que trabalharão voluntariamente no mutirão”, declara a Dra. Regina Ajalla.
* Em função da impossibilidade de realizar o mutirão no dia 7 de maio, os serviços desses três hospitais – Santa Casa de Misericórdia de Belém (PA), Hospital da Criança ‘Prefeito João Vargas de Oliveira’, de Ponta Grossa (PR), e o Hospital Geral do Grajaú, de São Paulo – farão as cirurgias programadas em outras datas.

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