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domingo, 11 de fevereiro de 2024

Como desenvolver resiliência emocional diante de situações difíceis

Lidar com falhas é essencial para tornar-se resiliente

 

A resiliência, definida como a capacidade de superar dificuldades e se adaptar às adversidades, é uma habilidade essencial para enfrentar situações desafiadoras. Apesar disso, pessoas resilientes não estão isentas de dificuldades, mas conseguem superá-las sem desmoronar, preservando a saúde mental. De acordo com Tatiane Paula, psicóloga clínica, essa capacidade pode ser desenvolvida, contribuindo para o bem-estar emocional. 


  

A importância da resiliência emocional

Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a resiliência emocional é comparada a um superpoder que todos podem desenvolver. “Imagine que os pensamentos são vistos como diretores de cinema, sendo crucial transformar narrativas negativas em positivas. A ação construtiva e o equilíbrio emocional tornam-se pilares, proporcionando uma abordagem positiva e leve diante dos desafios”, relata a especialista.

 

Como desenvolver resiliência emocional?

Desenvolver resiliência emocional na TCC é comparado a fortalecer um músculo emocional. Tatiane explica que mudar pensamentos negativos, agir positivamente, enfrentar problemas, lidar com emoções intensas e cultivar relacionamentos positivos são estratégias práticas ensinadas. Com prática e apoio, fortalecemos nossa capacidade de enfrentar adversidades gradualmente.

 

Lidar com falhas é essencial para se fortalecer

Na Terapia Cognitivo-Comportamental, lidar com falhas é encarado como uma oportunidade de aprendizado. A psicóloga aborda que mudar a perspectiva, evitar autocrítica excessiva, quebrar tarefas em passos menores, aprender com os erros, aceitar a imperfeição e reforçar conquistas são abordagens que constroem uma mentalidade positiva e fortalecem a resiliência emocional ao longo do tempo.

 

O papel das relações pessoais na resiliência 

A TCC destaca que relações pessoais desempenham um papel fundamental no fortalecimento da resiliência emocional. “O apoio emocional, o compartilhamento de experiências, a construção de vínculos positivos, o aprendizado interpessoal e a criação de uma rede de apoio são explorados para criar uma base emocional sólida diante dos altos e baixos da vida”, ressalta.

 

A terapia pode ajudar

Na TCC, técnicas práticas são utilizadas para desenvolver a resiliência emocional. Reconhecimento de pensamentos negativos, reestruturação cognitiva, estabelecimento de metas realistas, desenvolvimento de estratégias de enfrentamento, aceitação de emoções e exercícios de relaxamento são ferramentas na "caixa de primeiros socorros emocionais", promovendo o fortalecimento gradual da resiliência emocional.

“Como psicóloga praticante da TCC, destaco o fascínio em explorar a resiliência emocional. Essa jornada dinâmica de autodescoberta e crescimento, focada na interconexão entre pensamentos, emoções e comportamentos, oferece estratégias valiosas para enfrentar adversidades e cultivar uma resiliência duradoura em todas as esferas da vida”, finaliza Tatiane.

 


Fonte:
Tatiane Paula - Psicóloga Clínica
@tatianepaula.psi

 

Os 7 elementos que garantem a segurança psicológica no ambiente de trabalho

 Saiba quais as características fundamentais e os benefícios deste conceito 

 

O conceito de segurança psicológica está no centro das atenções das organizações desde que o Google publicou os resultados do estudo realizado em um projeto interno, em que investigou por três anos as características das equipes de alta performance e concluiu que o nível de segurança psicológica é o padrão mais importante dos times com desempenho superior. 

Porém, algumas abordagens reduzem o conceito a “ser gentil com os outros” ou a “falar sobre erros”, sendo que há mais de 20 anos a Drª Amy C. Edmondson, professora na Harvard Business School, descreveu a segurança psicológica como “uma crença compartilhada pelos membros de uma equipe de que essa equipe é um espaço seguro para tomada de riscos interpessoais”. 

Para a psicóloga Patrícia Ansarah, fundadora do Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP), para garantir a promoção do ambiente psicologicamente seguro nas organizações, as equipes devem estar atentas aos seguintes indicadores de comportamentos: 

 

  1. Reagir a Erros 

Se o integrante da equipe cometer um erro, isso não pode se voltar contra ele. As equipes têm melhor desempenho quando seus membros sentem que podem agir e falar abertamente, sem medo de serem colocados em uma situação constrangedora, mesmo quando cometem uma gafe ou erro.

 

  1. Lidar com as Questões 

Os membros do time precisam estar aptos a apontar problemas e questões difíceis de trabalho para a discussão conjunta. Portanto, é preciso desenvolver um alto nível de confiança mútua para que as pessoas saibam que podem dizer o que pensam e se sintam seguras para falar. São em momentos assim que podem surgir ideias inovadoras.

 

  1. Aceitar a Diversidade 

Qualquer pessoa da equipe nunca deve rejeitar outra por ser diferente ou por pensar diferente. É fundamental que a cultura da diversidade esteja presente entre todos os membros da equipe, para que ninguém se sinta rejeitado por ter pontos de vista fora dos padrões pré-estabelecidos.

 

  1. Assumir Riscos 

Os integrantes do time devem ter a certeza de que é seguro assumir riscos sem sofrer retaliação. Para isso, é preciso cultivar um ambiente seguro para que todos possam se arriscar sem serem julgados.

 

  1. Pedir Ajuda 

É fácil pedir ajuda para membros dessa equipe. Para alcançar este elemento, todos devem adotar uma cultura de aproximação, sendo acessíveis e solícitos. É importante estabelecer canais e ferramentas de comunicação para tornar o processo de ajuda mais ágil e efetivo.

 

  1. Respeito Mútuo 

A relação de respeito entre os indivíduos deve ser recíproca, ninguém pode minimizar o esforço do outro, de forma deliberada. Esta premissa das relações humanas deve ser baseada na solidariedade e empatia. O respeito mútuo é um elemento poderoso para a resolução de conflitos e diálogos produtivos.

 

  1. Apreciação 

As contribuições e os talentos de cada um devem ser valorizados pela equipe. Os membros do time precisam notar que suas habilidades são utilizadas e também reconhecidas.

 

Patrícia Ansarah - Precursora do conceito de segurança psicológica no Brasil, a psicóloga organizacional Patrícia Ansarah - com mais de 20 anos atuando em RH e como executiva de grandes empresas - criou o instituto para endossar o pioneirismo e dar visibilidade ao tema no Brasil e levar soluções integradas por meio da segurança psicológica para o desenvolvimento de times e organizações.


 Instituto Internacional em Segurança Psicológica - IISP

 


 

“Janeiro branco” terminou, mas os cuidados com a saúde mental precisam permanecer


Psicólogo explica que independentemente da fase do ano, investir em autocuidado é estabelecer equilíbrio entre demandas do mundo interior e exterior

 

O chamado “Janeiro branco”, mês dedicado aos cuidados com a saúde mental, terminou. Porém, o auto cuidado e a autoconsciência permanecem como algo necessário para qualquer um, em qualquer época do ano. A manutenção da saúde mental é uma jornada contínua, que requer dedicação, consciência e uma abordagem integrada. 

Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós graduação e forma psicólogos atuantes, ao cultivar o autoconhecimento, viver autenticamente, nutrir relações interpessoais saudáveis, desenvolver resiliência e praticar a atenção plena, cada um de nós se equipa para viver uma vida mais plena e equilibrada. “Essas práticas não apenas beneficiam o indivíduo, mas também têm um efeito positivo nas comunidades e na sociedade como um todo, promovendo um bem-estar coletivo e uma cultura de cuidado e empatia”, diz. 

Ele explica que cuidar de si mesmo não é um ato isolado, mas uma prática que reverbera inclusive em nossas interações sociais. “Ao dedicar tempo para reflexão interior, autocuidado e apreciação das próprias experiências e sentimentos, cultivamos um terreno fértil para relações mais genuínas e profundas. Isto não significa se fechar para o mundo externo, mas estabelecer um equilíbrio saudável entre o mundo interior e as demandas e relações externas”, afirma. 

O doutor em psicologia reforça que esse equilíbrio não apenas enriquece a jornada individual, mas também fortalece os laços com a comunidade, criando um ciclo virtuoso de bem-estar e empatia. “A arte de cuidar de si não exclui o outro; pelo contrário, estabelece as bases para relações mais autênticas e significativas. Quando estamos em harmonia com nosso self, somos mais capazes de estabelecer conexões autênticas com os outros, pois oferecemos a versão mais verdadeira e integral de nós mesmos”, analisa. 

Para o Dr. Danilo Suassuna, manter a saúde mental é um desafio contínuo, que se torna ainda mais complexo diante das adversidades e turbulências inerentes à vida. “A busca por equilíbrio mental requer uma abordagem holística e multifacetada, integrando práticas de autocuidado, estratégias psicológicas e filosóficas. Neste contexto, as contribuições dos filósofos humanistas fornecem uma base sólida para a compreensão da complexidade da condição humana e oferecem valiosas orientações para a promoção da saúde mental”, diz. 

Confira algumas destas contribuições analisadas pelo Dr. Danilo Suassuna:
 

1. Autoconhecimento e Reflexão Interior (Sócrates e Carl Rogers) - A máxima socrática "Conhece-te a ti mesmo" é fundamental para a saúde mental. Segundo o Dr. Danilo Suassuna, a introspecção e a autopercepção são elementos chave para entender nossos pensamentos, emoções e comportamentos. “Carl Rogers, um proeminente psicólogo humanista, enfatizou a importância da auto aceitação e do desenvolvimento do self. O autoconhecimento permite uma maior congruência entre nossos valores internos e nossas ações externas, facilitando um estado de harmonia e bem-estar”.

2. Aceitação e Autenticidade (Jean-Paul Sartre e Abraham Maslow) - Jean-Paul Sartre destacou a liberdade individual e a responsabilidade pessoal em dar significado à própria vida. “Essa perspectiva ressalta a importância de viver autenticamente e fazer escolhas alinhadas com nossos valores e crenças pessoais. Abraham Maslow, por sua vez, introduziu a hierarquia das necessidades, enfatizando a importância da autorrealização e da busca pelo potencial individual máximo. A aceitação de si mesmo e a autenticidade são fundamentais para o bem-estar psicológico, proporcionando um senso de propósito e direção”, analisa o psicólogo.

3. Relações Interpessoais e Empatia (Martin Buber e Carl Rogers) - Martin Buber, com sua filosofia do diálogo, destacou a importância das relações interpessoais e do encontro genuíno entre as pessoas. Carl Rogers, através de sua abordagem centrada na pessoa, também enfatizou a importância da empatia, da escuta ativa e da aceitação incondicional nas relações humanas. “Relações interpessoais saudáveis, baseadas no respeito mútuo e na compreensão, são essenciais para a saúde mental, oferecendo suporte, validação e um sentido de pertencimento”, diz o especialista.

4. Resiliência e Flexibilidade Cognitiva (Friedrich Nietzsche e Albert Ellis) - Friedrich Nietzsche promoveu a ideia de que o sofrimento e as dificuldades são aspectos inevitáveis da vida, mas podem ser fontes de crescimento e fortalecimento. A resiliência, entendida como a capacidade de se adaptar e se recuperar diante das adversidades, é crucial para a saúde mental. Albert Ellis, com sua Terapia Racional Emotiva Comportamental, enfatizou a importância da flexibilidade cognitiva e do questionamento de crenças irracionais. “A capacidade de adaptar pensamentos e comportamentos diante de situações desafiadoras é fundamental para manter o equilíbrio mental”, avalia o doutor em Psicologia.

5. Atenção Plena e Consciência Presente (Mindfulness)- Finalmente, a prática da atenção plena, inspirada em tradições orientais e integrada à psicologia moderna, promove a consciência do momento presente e a aceitação não julgadora da experiência atual. “Essa prática auxilia na regulação das emoções, na redução do estresse e na promoção do bem-estar geral. A atenção plena nos permite desconectar de preocupações passadas ou futuras e nos engajar plenamente na experiência atual”, orienta.

 

Danilo Suassuna - Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o instagram: @danilosuassuna.



Instituto Suassuna
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Entendendo a montanha-russa emocional do transtorno bipolar

 

Christopher Lemercier - Unplash

Canabidiol já é uma realidade no tratamento e na melhora das condições dos pacientes


O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental marcada por mudanças extremas de humor. Estas oscilações vão desde episódios de mania, caracterizados por uma energia e euforia elevadas, até períodos de depressão profunda. Este ciclo entre mania e depressão forma a base do diagnóstico do transtorno bipolar, uma condição que afeta significativamente a vida dos indivíduos.

Os episódios de mania no transtorno bipolar incluem sintomas como aumento da energia, redução da necessidade de sono e de se alimentar, fala acelerada, pensamentos grandiosos e, em alguns casos, comportamento de risco. Durante estes episódios, os indivíduos podem ter um desempenho excepcional no trabalho ou em atividades criativas, mas também podem envolver-se em comportamentos impulsivos que têm consequências negativas a longo prazo.

Em contraste, a fase depressiva do transtorno bipolar é acompanhada de sentimentos de tristeza, desesperança, perda de interesse em atividades prazerosas e, em casos graves, pensamentos suicidas. Este estado pode ser debilitante, impactando a capacidade do indivíduo de funcionar no dia a dia.

O diagnóstico do transtorno bipolar é complexo. Os sintomas podem ser confundidos com outras condições de saúde mental, como a depressão maior ou o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Por isso, profissionais de saúde realizam uma avaliação cuidadosa, que inclui a análise do histórico médico e psiquiátrico do paciente.

O tratamento do transtorno bipolar é focado no controle dos sintomas e na prevenção de recaídas. A abordagem mais comum combina o uso de medicamentos, como estabilizadores de humor e antipsicóticos, com terapias psicológicas. O objetivo é estabilizar o humor do paciente e proporcionar as habilidades necessárias para lidar com os altos e baixos da condição.

Uma das terapias mais eficazes no tratamento do transtorno bipolar é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Esta abordagem ajuda os pacientes a identificar e modificar pensamentos e comportamentos negativos, contribuindo para uma melhor gestão dos sintomas.

Recentemente, tem havido interesse na utilização da cannabis medicinal como parte do tratamento do transtorno bipolar. Estudos indicam que certos componentes da cannabis podem ajudar a aliviar sintomas como ansiedade e insônia, que são comuns em pessoas com transtorno bipolar.

A Dra. Maria Klien, psicóloga e empresária especialista em cannabis medicinal, comenta: "A cannabis medicinal tem potencial para complementar os tratamentos tradicionais do transtorno bipolar, especialmente na gestão de sintomas secundários como a ansiedade. No entanto, é importante que seu uso seja cuidadosamente monitorado por profissionais de saúde”, aponta.

Para a utilização da cannabis medicinal, é vital que seu uso seja feito sob orientação médica. Isto é importante para garantir que a cannabis seja usada de forma segura e eficaz, sem interações negativas com outros medicamentos. Além do tratamento médico e terapêutico, o apoio de familiares e amigos é crucial no manejo do transtorno bipolar. Ter uma rede de apoio pode ajudar os pacientes a aderir ao tratamento e enfrentar o estigma associado à condição psíquica.

O tratamento do transtorno bipolar é um processo contínuo que requer uma abordagem holística. Combinar tratamentos médicos e psicológicos, junto com o apoio de uma rede de cuidado, é essencial para o manejo eficaz desta condição complexa. À medida que a pesquisa avança, novas estratégias de tratamento, como o uso potencial da cannabis medicinal, oferecem perspectivas promissoras para um futuro em que o transtorno bipolar possa ser gerenciado com ainda maior eficácia.

 

Dra. Maria Klien - psicóloga, especialista e empresária no campo da cannabis medicinal, formada em terapia assistida. Especializada em transtornos de ansiedade e medo, onde combina terapias tradicionais com o uso de cannabis medicinal. Como empresária, trabalha para tornar a planta uma ferramenta acessível e eficaz para o bem-estar emocional.

 

Os limites das certezas


No Facebook, a frase de Nietzsche extraída de Assim Falava Zaratustra: “Homens convictos são prisioneiros”. Do que seria prisioneira a pessoa convicta? Seria prisioneira dos limites da sua convicção.

Convicção é opinião assentada a respeito de alguma coisa. Nietzsche falava de convicções que opinioso\as adquirem e às quais se apegam obstinadamente: convicções (ideológicas) de pensamento.

Adriano Gregório comenta a publicação. Edito: “convicções como certezas inflexíveis certamente inviabilizam transição de ideias, então, barram a chegada do super-homem proclamada por Zaratustra.

Ocorre que são opiniões arraigadas que nos permitem acordar todos os dias e não encarar cada minuto de nossa existência como uma infinidade assustadora de possibilidades. Carecemos da certeza cotidiana.

Uma vida com ausência de certezas tem o fio de realidade no qual nos sustentamos rompido, e o que sobra é obviamente loucura. Assim, certezas são essenciais ao desenvolvimento da vida humana”.

Gregório se modula: “O problema não está em sustentar uma convicção, mas em nutri-la como verdade absoluta. Certezas engessam aqueles que se apegam a elas tão fortemente que, sem elas, não existiriam”.

Então remata com uma hipótese que, conjecturo, Zaratustra avalizaria: “Quem sabe se certeza significasse a ausência de uma melhor e mais sólida opinião, aí faríamos das barras da prisão uma escada”.

O comentário polemiza tema central em Nietzsche: as formatações ideológicas – as religiosas sobretudo – condicionam o humano a viver os valores morais circulantes sem indagá-los e, pior, convicto deles.

A moral estabelecida é mesmo um “conforto” existencial. Ela nos dá as certezas de que precisamos para tocar a vida. Forma as balizas do bem e do mal. É como uma fórmula oferecida pelo\as “sábio\as do mundo”.

A moral que nos vincula, todavia, nos adstringe as aventuras da existência. Quem tem prescrições morais como certezas torna-se cativo\a do prescrito e se esquece de sondar o mais, reprimindo até a imaginação.

Moral: o “conjunto de valores, individuais ou coletivos, considerados universalmente como norteadores das relações sociais e da conduta dos homens” (Houaiss). O busílis está no “universalmente”.

Sistemas de valores são objeto de estudo da ética. A ética investiga os sentidos dos preceitos morais, buscando compreender as razões de sua validade; não defende um código moral, mas o faz objeto de estudo.

Inexiste moral universal. Moral é doxa: “sistema ou conjunto de juízos que uma sociedade elabora em um determinado momento histórico supondo tratar-se de uma verdade óbvia ou evidência natural” (Houaiss).

Ética é episteme: compromisso com o conhecimento, com o abandono, se for o caso, de juízos, valores, paradigmas. Um investigador sensato sabe que não terá neutralidade, por isso submete-se a métodos.

E Nietzsche tem razão: as mais seguras certezas são refutáveis. E quem tem certezas até pode ser ingênuo\a ou alienado\a, mas é, antes, autoritário\a, e se tiver meios impõe suas convicções ao mundo.

Neste momento em que o maniqueísmo político viceja, quiçá Nietzsche tenha razão: essa toda certeza – que refestela um e outro lado – talvez seja apenas a ausência de melhor e mais consistente reflexão.

 

Léo Rosa de Andrade
Doutor em Direito pela UFSC.
Psicanalista e Jornalista.


Neymar, Cristiano Ronaldo e Carlitos Tevez nasceram no mesmo dia. Será que astrologia explica sucesso no futebol?

 Os três atletas nasceram no dia 5 de fevereiro e são aquarianos

 

É impossível falar do futebol contemporâneo sem citar nomes como do português Cristiano Ronaldo, do brasileiro Neymar e do argentino Carlitos Tevez. Os três marcaram e continuam marcando a história do esporte tanto nos times onde passaram, como também nas seleções de seus países. Curiosamente, mais que o sucesso dentro do campo, há um outro fato que os une: os três nasceram no mesmo dia, 5 de fevereiro, em anos diferentes. Sendo assim, eles são aquarianos, o que confere a eles algumas características bastante peculiares.

De acordo com o Astrolink, o signo de Aquário representa o inesperado e as diferentes formas de ver as coisas. Em muitos casos, busca o experimental e o que é considerado moderno, muito inventivo e encarando obstáculos e dificuldades como desafios ou oportunidades. 

Para entender melhor como são os jogadores de futebol aquarianos, o Astrolink analisou os mapas astrais de Neymar, Cristiano Ronaldo e Carlos Tevez. Confira:

 

Neymar, a autenticidade aquariana 

5 de fevereiro de 1992

As características aquarianas de Neymar podem ser percebidas principalmente pela maneira autêntica que ele lida com sua vida pública. Nota-se uma excentricidade no jeito de se vestir, de falar, de andar, sempre lançando alguma moda que todo mundo quer copiar.

Ele também tem Mercúrio e Saturno em Aquário, na casa 3, que é a casa da comunicação, indicando os possíveis motivos do seu sucesso também na comunicação, no mundo da publicidade, indo muito além das quatro linhas do campo. Essa conjunção dos dois planetas também o torna muito atento às obrigações que trazem retorno para ele, uma personalidade mais adulta e responsável que talvez ele mostre menos, mas que existe.

Já o seu lado baladeiro, de eterno ‘Menino da Vila’, pode ser influência do seu ascendente em Sagitário, signo conhecido por amar a liberdade, a aventura e a diversão. E para pagar a conta de tanta festa, o mapa astral do Neymar tem uma bela fotografia. Segundo o Astrolink, Marte, Vênus, Urano e Netuno estão concentrados na Casa 2 (dinheiro), enquanto Júpiter (atenção, sucesso, crescimento) está na casa 10, conversando muito bem entre si e mostrando uma carreira com bastante retorno financeiro. Ou seja, estava escrito nos céus mesmo.

Quanto ao seu lado mais emocional, daquela “saudade do que a gente não viveu ainda”, sua Lua em Peixes pode explicar seu apego às pessoas e uma vontade de viver o amor e vários amores ao mesmo tempo.

 

Cristiano Ronaldo, a originalidade de Aquário 

5 de fevereiro de 1985

O mapa astral de Cristiano Ronaldo tem muitos aspectos harmônicos, apontando facilidade de abordar problemas e habilidade para fazer isso com naturalidade. Além do Sol, ele também tem Mercúrio em Aquário na Casa 2, que mostra uma ênfase na parte de ganhar dinheiro, no foco do trabalho, na disciplina, nos seus objetivos. Pode ser um dos motivos, por exemplo, dele ainda estar jogando (e muito bem, diga-se de passagem!) mesmo quando muitos já o consideram velho para o esporte.

Seu ascendente é Capricórnio, apontando para seu lado mais sério, focado, centrado e muito disciplinado. Já sua Lua em Leão traz seu lado vaidoso, que não esconde os cuidados pessoais, e pode até ser confundido com o egocentrismo. 

O português tem Vênus e Marte juntos em Áries, unindo o masculino e o feminino, mostrando que sua presença no esporte pode contribuir para a quebra de tabus e preconceitos e até mesmo colaborando para incentivar a presença das mulheres no esporte.


Carlitos Tevez, 

5 de fevereiro de 1984

Assim como seus colegas de profissão, Tevez é aquariano e seu mapa astral traz características como teimosia e uma personalidade questionadora, mas ainda assim, uma vasta lista  de amigos.

Sem o horário exato de seu nascimento não é possível saber o ascendente do futebolista argentino, ainda assim é possível perceber um mapa com muitas ênfases em Capricórnio, como a presença de Mercúrio no signo, mostrando uma pessoa séria e reservada, que fala o essencial e não expõe sua vida pessoal.

O embate no seu mapa astral fica por conta de Saturno e Marte em Escorpião, fazendo uma quadratura em Aquário, indicando desafios mais intensos e pesos um pouco maiores.

 

Os pontos comuns nos mapas astrais de cada um

O Astrolink ressalta alguns pontos muito interessantes que se repetem nos três mapas astrais. O primeiro exemplo é que nos três casos o planeta Marte aparece em posições que parecem favorecer sua atuação e sucesso no esporte. No caso de Neymar, o planeta aparece em Capricórnio, fazendo um trígono com Júpiter no meio do céu, uma combinação que resulta numa carreira com muito retorno financeiro. 

Já no mapa de Cristiano Ronaldo, Marte aparece em Áries indicando uma pessoa com foco e determinação que, quando canalizadas para o trabalho, resultam em êxito total. Ao mesmo tempo, a maneira dedicada e até impulsiva que Tevez lida com sua carreira no futebol pode ser explicada pela presença de Marte em Escorpião no seu mapa astral.

Outra curiosidade que os três têm em comum é o Júpiter bem posicionado, trazendo não só a propensão para os esportes, mas também falando de crescimento, sucesso e dinheiro.

 

Astrolink


5 motivos para manter o sexo ativo entre o casal após os 40 anos

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Muitos parceiros se sentem inseguros por conta da idade e abandonam a vida sexual

  

O sexo após os 40 anos é cercado por tabu e etarismo. Muitos casais se sentem inseguros por conta da idade e não percebem que o intuito do passar dos anos é quebrar certas barreiras e criar confiança entre ambos. 

É o que acredita o casal Aline Fischborn 42 e Flávio Paiva 48, produtores de conteúdo adulto no Privacy e outras plataformas. Os dois, que estão juntos há quatro anos, começaram a publicar sua intimidade há um ano, no intuito de ajudar outras pessoas com suas inseguranças na hora H. 

“Percebemos que o sexo pós 40 enfrenta não apenas preconceito, mas também um estereótipo bem estabelecido. As pessoas esperam que o sexo esteja em segundo plano, atrás de família, filhos, carreira, patrimônio, cuidados da casa, etc”, explica Flávio. “As pessoas não têm o hábito de conversar sobre seus prazeres, medos, experiências, dúvidas e assim trocar saberes entre si”, acrescenta. 

A ideia de começar o canal veio quando Aline, que é enfermeira com mestrado e doutorado, percebeu que as mulheres tinham muitas inseguranças em relação ao sexo e aos seus corpos. Segundo ela, o público feminino não sabia o que fazer com sua liberdade sexual. 

“Se hoje em dia conseguimos publicar esses vídeos foi mediante a nossa maturidade e os anos de experiência que nos proporcionaram o saber fazer sexo de modo diferente quando comparado à nossa juventude”, diz Aline. 

Os dois explicam que a exposição da intimidade não foi algo natural para eles no início. “Com o passar do tempo, percebemos uma naturalização das nossas gravações, em parte pela prática, em parte pelos feedbacks positivos que passamos a receber diariamente. Hoje nos sentimos orgulhosos do que fazemos, pois sabemos que temos a capacidade de influenciar positivamente a vida de milhares de pessoas”, finaliza o casal. 

Pensando nisso, os dois separaram 5 motivos para os casais quarentões não abandonarem a vida sexual:


1 - Experiência e conhecimento do corpo
 

Com o passar dos anos, as pessoas tendem a conhecer melhor seus próprios corpos e os corpos de seus parceiros. Isso pode levar a uma maior compreensão das preferências e desejos mútuos, o que contribui para uma experiência sexual mais satisfatória.

 

2 - Maturidade emocional 

Com a idade, muitas pessoas desenvolvem uma maior maturidade emocional. Isso pode levar a uma comunicação mais aberta sobre desejos, necessidades e fantasias, o que cria um ambiente mais íntimo e compreensivo para a atividade sexual.
 

3 - Menos pressão 

À medida que as pessoas envelhecem, muitas vezes se sentem menos pressionadas por expectativas sociais ou preocupações externas relacionadas ao sexo. Isso pode resultar em uma abordagem mais relaxada e menos ansiedade em relação à performance, contribuindo para uma experiência mais agradável.
 

4 - Intimidade estabelecida 

Casais que estão juntos há mais tempo, muitas vezes, desenvolvem uma forte conexão emocional e intimidade. Essa base sólida pode fortalecer a vida sexual, proporcionando um nível mais profundo de confiança e compreensão entre os parceiros. 


5 - Saúde sexual 

Manter uma boa saúde geral, incluindo a saúde sexual, é importante ao longo da vida. Pessoas que adotam estilos de vida saudáveis, incluindo exercícios regulares, alimentação balanceada e cuidados com a saúde, geralmente experimentam benefícios positivos em sua vida sexual.


Volta às aulas: como alunos, pais e escolas devem lidar com a mudança de sala

Doutor em psicologia elenca principais questões emocionais relacionadas ao acontecimento e orienta sobre o que deve ser feito


O retorno às aulas é um marco significativo no calendário educacional, marcando não apenas o início de um novo ano letivo, mas também o início de novas jornadas pessoais e acadêmicas para os alunos. Uma das situações que podem emergir durante este período é a mudança de sala ou de ambiente escolar, um evento que pode desencadear uma variedade de emoções e desafios tanto para os estudantes quanto para suas famílias.

Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós graduação e forma psicólogos atuantes, quando um aluno se depara com a notícia de que estará em uma nova sala, é natural que sinta ansiedade, incerteza e até um sentimento de injustiça. “Como profissional da psicologia, é crucial reconhecer e validar essas emoções, compreendendo-as como parte integrante do processo de adaptação a novos contextos. A transição para um novo ambiente escolar, embora desafiadora, não é apenas uma oportunidade para o desenvolvimento acadêmico, mas também para o crescimento pessoal e social do aluno”, avalia. 

No caso dos alunos, Danilo Suassuna explica que os sentimentos devem ser abordados de maneira construtiva. “A comunicação é a chave: dialogar sobre essas emoções, reconhecendo sua validade, mas também buscando reenquadrá-las dentro de uma perspectiva mais ampla, é uma estratégia valiosa”, sugere. 

Ele explica que o sentimento de solidão ao entrar em um novo grupo é uma experiência humana universal, não restrita apenas ao contexto escolar. “É essencial que os alunos se sintam apoiados para buscar ajuda quando necessário. Além disso, as instituições de ensino têm um papel crucial em facilitar a integração, promovendo atividades que encorajem a interação e o estabelecimento de novos laços”, diz. 

Outra orientação é que  os alunos devem ser encorajados a abordar a nova sala de aula com uma mente aberta, livre de preconceitos ou expectativas pré-concebidas. “É o momento de observar, explorar e descobrir. A nova sala pode ser vista como um novo capítulo, repleto de oportunidades para estabelecer novas amizades, adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades”, explica. 

Além disso, incentivar o diálogo aberto entre alunos, pais e educadores é fundamental. “Compreender o 'porquê' por trás da mudança pode ajudar a dissipar dúvidas e a construir uma perspectiva mais positiva sobre a nova situação”, afirma o especialista. 

Para os pais, o processo de adaptação dos filhos a novas situações escolares, como a mudança de sala ou de escola, é uma oportunidade preciosa para reforçar o vínculo familiar e promover o desenvolvimento de habilidades essenciais em seus filhos, segundo Danilo Suassuna.  “A abordagem escolhida pode ter um impacto significativo não apenas no bem-estar emocional dos filhos, mas também em sua capacidade de enfrentar desafios. É preciso ter escuta ativa, que envolve total atenção, empatia e a capacidade de reconhecer e validar os sentimentos do outro. Desta forma, é possível criar um espaço seguro para que eles expressem suas preocupações, medos e esperanças”.

Outra sugestão para os pais de estudantes que estão enfrentando uma mudança de sala é encorajar os filhos a refletirem sobre a situação e a explorarem diferentes alternativas. “Isso não significa deixá-los sozinhos no processo, mas sim estimulá-los a pensar em múltiplas soluções e guiá-los na busca por elas”. 

 

Escola tem papel importante também

Do ponto de vista das instituições de ensino, a volta às aulas é um momento de renovação e reafirmação de valores e missões educacionais, por isso a mudança de alunos para novas salas ou a introdução de novos métodos pedagógicos são oportunidades para reforçar o sentido de comunidade e pertencimento, segundo Danilo Suassuna. 

“É fundamental acolher e dar voz aos alunos, permitindo que expressem opiniões, sentimentos e preocupações. Também é necessário escutar ativamente a família, reconhecendo insights, preocupações e esperanças. Além disso, explicar as razões por trás das decisões escolares é um aspecto fundamental da transparência institucional. A comunicação clara não significa ceder à pressão dos pais ou comprometer a autonomia pedagógica da escola, mas sim criar um ambiente educacional baseado no respeito mútuo e no aprendizado compartilhado”, finaliza.  



Danilo Suassuna - Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o instagram: @danilosuassuna.



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Carnaval: janela da alma


Em sentido estrito, estamos entrando no período de carnaval; porém, em sentido amplo já estamos imersos no ritmo da folia há vários dias. Neste período festivo os casais costumam falar em vale-night, termo que já foi incorporado até no dicionário: “Termo utilizado, em geral, por micareteiros no qual significa a permissão de direitos iguais para ele próprio e seu parceiro de curtir a noite, descaracterizando assim a traição.” Esta trégua na rotina conjugal, que implica a suspensão temporária dos deveres de fidelidade, não passa de uma amostra grátis -como aqueles remédios de brinde dos médicos- perante o tamanho da farmácia que representa o Carnaval desde suas origens até hoje: um verdadeiro pharmakón [1] cultural. Sua função de remédio ou veneno depende do seu uso; do tamanho da dose: em quantidade e frequência. Se os casados (conjugados) aproveitam este lapso para pular -a cerca e outras barreiras morais- fora do jugo de cada dia; os solteiros (celibatários) pulam o que? Seguindo com a metáfora carnavalesca poderíamos dizer que eles pulam a corda, feito pipocas. À falta de uma cerca que marque o limite e oriente o percurso, não faltam cordas para pular, se amarrar, quando não se enrolar também. Celibatário também é um nome que damos a um modo de satisfação que prescinde do parceiro sexual; então, se faz parceria com qualquer (outra) coisa: o álcool, uma droga, uma tela, e outros fetiches. Aqueles personagens que aprendemos a chamar de “viciados”, “adictos”, dependentes químicos”, são indivíduos que, sob um modo celibatário -solteiro- de procurar satisfação, perderam “individualmente” a medida que o próprio carnaval encarna “socialmente” em sua função ritualizada de regulação dos prazeres. E, por consequência, todo ano é carnaval. Ou seja, não se sabe quando começa nem quando termina aquela “trégua” de cada um com seu próprio jugo (trabalho) de cada dia.  

Do ponto de vista antropológico, o carnaval é um ritual de reversão, no qual os papéis sociais são invertidos e as normas de comportamento são suspensas. O Carnaval é uma festa popular tradicionalmente cristã, apesar de algumas de suas características remontarem a celebrações realizadas por diferentes povos pagãos na Antiguidade. A relação entre o Carnaval e o cristianismo está na proposta da Igreja de canalizar os “impulsos carnais” dos fiéis em uma data apenas, para, depois, impor-lhes um período de restrição e jejum.

carnis levale surgiu como um período para as pessoas extravasarem seus desejos antes de iniciarem a Quaresma. A partir dessa expressão, que significa “retirar a carne”, pode-se entender o Carnaval exatamente como o momento de preparação para que os prazeres carnais fossem retirados. Desse modo, os fiéis tinham um momento para extravasar todos os seus impulsos antes de iniciarem sua restrição. A Igreja tentou impor regras a eles durante o Carnaval, mas fracassou nisso durante todo o medievo. A festa, portanto, seguiu sendo um momento de inversão da ordem e de satisfação dos impulsos carnais.

Retornando para nossa atualidade, naqueles casos em que a “cerca” que delimita os lados -um antes e um depois dela- não funciona de direito, a janela que se abre com o “grito de carnaval” e que, supostamente, deveria fechar-se com o início da “Quaresma” (quarenta dias de jejum, penitência, abstinência...); não tem hora certa para ser fechada. E, perante esta “falha aberta” na regulação da dose de prazer, nunca falta uma boa ressaca para sinalizar que, de fato, a festa acabou, nem que seja “só por hoje”; quer dizer, foi suspensa, pelo menos até a próxima... festa/dose.

Para concluir, a brincadeira carnavalesca de “esticar a corda” e inverter o jogo permitindo aos abstinentes realizar boa parte de suas vontades contidas tem uma função mais séria do que comumente pode se imaginar. Ela opera como um catalisador dos excessos que, de outro modo, seriam acumulados indefinidamente até serem, cada vez com maior frequência, reproduzidos aleatoriamente, sem tom nem som.

Então... Música, Maestro!

Bom Carnaval!!!

 


Pablo Sauce - psicólogo e coordenador do Núcleo de Compulsões da Holiste Psiquiatria



[1] Palavra da qual deriva o termo “farmácia” e todos os outros vocábulos afins. Como a doença seria um castigo divino contra o pecador, a cura era um ritual de purificação e transe durante o qual se atribuía um valor sobrenatural à droga. O phármakon, então, estava impregnado desse componente mágico e poderia a um só tempo designar “remédio” e “veneno”. Também poderia se referir a “purgante”, tanto em uma acepção figurada quanto literal. Com a filosofia grega, o termo foi perdendo seu sentido de sobrenatural.


sábado, 10 de fevereiro de 2024

Em clima de carnaval, consultora de moda traz dicas do que vestir para a folia

 Camila Cavalcante, consultora de moda e estilo
e fundadora da Escola de Moda Cá Cavalcante 
Diogo Melo
De acordo com a consultora de moda, Camila Cavalcante, o carnaval não foi feito para seguir algum dress code. Ousadia é a palavra que define o que vestir

 

Em um país conhecido pelo carnaval, vibrante e colorido, a moda torna-se uma expressão essencial durante os bloquinhos de rua. Desde fantasias mirabolantes às cores fortes e chamativas, esse período do ano é marcado pela liberdade criativa, tanto dos foliões quanto das escolas de samba. A Consultora de Moda e fundadora da Escola de Moda Cá Cavalcante, Camila Cavalcante, traz sua expertise para despertar o melhor da época e criar looks autênticos que não apenas seguem as tendências, mas também refletem a alegria característica do Carnaval brasileiro.

Camila destaca a importância do brilho para capturar a atmosfera efervescente do Carnaval. Seja com lantejoulas, paetês ou detalhes metalizados, adicionar um toque de glamour transformará seu visual em um espetáculo reluzente nas ruas da folia. A proposta da Consultora se aplica também nas estampas, onde se há liberdade e criatividade para criar combinações chamativas e autênticas. Listras, florais e padrões geométricos podem coexistir harmoniosamente, criando uma expressão única que reflete a diversidade do durante as festividades.

Além de brilhos e estampas, as cores vibrantes do Carnaval são um convite para explorar paletas ousadas. Camila incentiva a experimentação com tons intensos que representam a energia pulsante da festa, como o amarelo, verde, rosa ou o azul elétrico, permitindo que você se destaque em meio à multidão. Todos esses elementos não devem se limitar apenas às roupas. Delineados coloridos, glitter e batons chamativos são elementos fundamentais para criar um visual ousado e festivo.

No universo carnavalesco, os acessórios são a cereja do bolo. A especialista sugere ousadia ao brincar com tiaras, óculos coloridos e colares chamativos. Esses detalhes extravagantes não apenas completam o visual, mas também adicionam um toque autêntico ao momento. “O carnaval não foi feito para seguir algum dress code. Ousadia é a palavra que define o que vestir. Mesmo que não faça sentido, não há nada de feio no Carnaval. Os brilhos, as composições e a falta de padrões é o que torna esta época do ano o que ela é”, explica a consultora.

Deixando um pouco de lado a extravagância e abraçando o conforto em meio à agitação dos bloquinhos, Camila destaca a escolha de roupas leves e frescas. Macaquinhos e vestidos fluidos não só garantem conforto, mas também permitem que você dance e se divirta sem restrições. A Consultora ressalta também a importância do calçado confortável para garantir que seus pés estejam à altura do ritmo contagiante da festa. Seja com tênis estilosos ou sandálias confortáveis, a escolha do calçado é crucial para aproveitar ao máximo cada momento de folia.

Camila Cavalcante diz que, neste momento, é importante utilizar das cores, tecidos e formas para nos expressar mais que nunca, sem medo de julgamentos. “O Carnaval é a encarnação da festa, da alegria e da bagunça, ainda mais no Brasil. Este é o momento em que temos de tirar dos armários aquela peça de roupa extravagante que com certeza não queremos mais utilizar, ou por não estar na moda ou simplesmente por não contrastar com qualquer outra peça. Mas vale lembrar que além da exuberância, temos de prezar pelo conforto e bem-estar”, explica a consultora.


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