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terça-feira, 2 de maio de 2023

Nova pesquisa da Twilio revela escala da crescente adoção de IAs e conflito entre uso e confiança em experiências orientadas pela tecnologia

Divulgação
92% das empresas estão usando personalização orientada por IA para impulsionar o crescimento, mas a confiança do consumidor em CXs que utilizam IAs está dividida


Empresas em todo o mundo estão abraçando avidamente o potencial da inteligência artificial (IA) para fornecer experiências personalizadas aos clientes, mas esses clientes continuam cínicos com relação a isso. É o que aponta o quarto relatório anual State of Personalization da Twilio, plataforma de engajamento do cliente que impulsiona o atendimento em tempo real e experiências personalizadas para as marcas líderes da atualidade. A nova edição do relatório destaca o valor de uma estratégia de personalização orientada por IA para marcas que buscam reter clientes existentes e adquirir novos, especialmente considerando a competitividade atual do mercado.

62% dos líderes de negócios citam a retenção de clientes como um dos principais benefícios da personalização, enquanto quase 60% dizem que a personalização é uma estratégia eficaz para adquirir novos clientes. Os consumidores também confirmam cada vez mais o valor da personalização, com 56% dizendo que se tornarão compradores recorrentes após uma experiência personalizada, um aumento de 7% em relação ao constatado no relatório do ano passado.

“O que podemos constatar disso é que existem oportunidades crescentes, e muitas vezes não exploradas, de fidelizar clientes por meio de uma CX personalizada. O crescimento do ROI é visível e precisa ser aproveitado, ainda mais em tempos como os atuais”, afirma Rodrigo Marinho, vice-presidente de vendas LATAM da Twilio. O relatório também destaca como uma quantidade impressionante de empresas está experimentando a IA para diferenciar e impulsionar o crescimento dos negócios, mas também fornece orientação sobre como acertar nessa empreitada, começando com a necessidade crítica de aumentar a confiança do consumidor na tecnologia.


Desconexão entre adoção e confiança nas IAs

Para capacitar experiências de clientes em tempo real ainda mais sofisticadas, a maioria das empresas está recorrendo à IAs, capazes de aproveitar grandes volumes de dados em tempo real e potencializar seus esforços de personalização. De acordo com o relatório, 92% das empresas estão usando personalização orientada por IA para impulsionar o crescimento dos negócios. No entanto existe uma desconexão entre esse entusiasmo e o nível de conforto dos consumidores com o uso de IAs: apenas 41% dos consumidores se sentem confortáveis com empresas que usam IA para personalizar suas experiências, e apenas metade (51%) dos consumidores confia nas marcas para manter seus dados pessoais seguros e usar isso com responsabilidade.

Para alavancar efetivamente essa tecnologia emergente de forma a atingir um equilíbrio com o atual nível de conforto dos consumidores, as empresas devem primeiro estabelecer uma linha de base de confiança sobre os dados usados para fornecer essa personalização.

"Os consumidores de hoje estão mais atentos do que nunca, e sua demanda por experiências personalizadas em tempo real está crescendo a cada dia. Mais do que nunca, estamos ouvindo e vendo que a fidelidade do cliente depende da personalização eficaz", afirma Katrina Wong, vice-presidente de marketing para Twilio Segment. “Embora nosso relatório mostre que as empresas estão correndo para implementar a personalização baseada em IA e, como resultado, colhendo benefícios como aumentar o valor da vida útil do cliente, é crucial que eles não negligenciem a importância da confiança e da transparência. Informada por dados primários em tempo real que são utilizados de maneira cuidadosa e responsável, a IA tem o potencial de aumentar e aprimorar o kit de ferramentas de todos os profissionais de marketing e CX, e inaugurar uma nova categoria de clientes para os quais as experiências impulsionam o crescimento sustentável.”


Qualidade e privacidade: acertando na personalização orientada por IA

A personalização orientada por IA é tão boa quanto seu conjunto de dados subjacente e, sem dados robustos, as experiências do cliente provavelmente errarão o alvo para os consumidores. É um verdadeiro desafio: metade das empresas relata que obter dados precisos para personalização é uma luta, um aumento de dez pontos percentuais em relação a 2022, e 31% das empresas citam dados de baixa qualidade como um grande obstáculo para alavancar a IA. Enquanto isso, precisão (47%), velocidade de dados em tempo real (44%) e retenção de clientes ou compras repetidas (44%) foram as principais métricas de personalização bem-sucedida orientada por IA.

Para melhorar os resultados de IA e a personalização em geral, as empresas precisam investir na qualidade dos dados, alavancando ferramentas eficazes de gerenciamento de dados em tempo real e continuando a aumentar o uso de dados primários.

O relatório também destaca como empresas como Camping World e Toggle, A Farmers Company, reconhecem a importância de preservar a confiança enquanto continuam a melhorar a personalização. Quase todas as empresas pesquisadas (97%) estão tomando medidas para abordar as preocupações com a privacidade do consumidor, demonstrando um compromisso com o uso responsável de dados. A etapa mais popular é investir em tecnologia melhor, como plataformas de dados do cliente, para gerenciar os dados do cliente.


Apetite por IA: Geração Z pede experiências infundidas com IA

One tremendous opportunity for AI-driven personalization is in engaging Gen Z consumers. Growing up with smartphones and tablets at their fingertips, this demographic of digital natives expect unparalleled digital experiences. Gen Z is an especially welcoming demographic for brands, as they are both more influenced by personalization and more willing to embrace AI. In fact, a third of Gen Z consumers already expect AI to be used in their experiences with brands.

Uma tremenda oportunidade para a personalização orientada por IA é envolver os consumidores da Geração Z. Crescendo com smartphones e tablets na ponta dos dedos, esse grupo demográfico de nativos digitais espera experiências digitais incomparáveis. A Geração Z é um grupo demográfico especialmente acolhedor para as marcas, pois são mais influenciados pela personalização e mais dispostas a adotar a IA. Na verdade, um terço dos consumidores da Geração Z já espera que a IA seja usada em suas experiências com as marcas.

Por exemplo, os consumidores da Geração Z são muito mais propensos a dizer que experiências personalizadas os influenciaram a fazer uma compra do que outras gerações:

  • Gen Z - 72%;
  • Millennials - 66%;
  • Gen X - 57%;
  • Boomers - 42%.

Quase metade (49%) dos consumidores da Geração Z dizem que têm menos probabilidade de repetir a compra se a experiência não for personalizada. Enquanto isso, os consumidores da Geração Z têm muito menor probabilidade de dizer que se sentem desconfortáveis com o uso de IA para ajudar as marcas a personalizar suas experiências:

  • Gen Z - 15%;
  • Millennials - 24%;
  • Gen X - 34%;
  • Boomers - 43%.

Os consumidores de hoje querem se sentir valorizados e compreendidos, e a personalização é uma tática fundamental para conseguir isso. As empresas estão claramente entusiasmadas com o potencial da IA para acelerar sua capacidade de adaptar experiências às preferências e comportamentos exclusivos de cada cliente, mas para que isso seja bem-sucedido as marcas também precisarão atrair os consumidores. Com os níveis de conforto do consumidor aumentados pela IA que é implementada com cuidado e responsabilidade e informada por dados de alta qualidade, as marcas poderão criar uma conexão mais profunda que se traduz em aumento de gastos e fidelidade à marca.

O relatório pode ser baixado aqui.


Metodologia

O relatório State of Personalization da Twilio é baseado em duas pesquisas realizadas pela Method Communications em março de 2023. Uma pesquisa com consumidores teve como alvo 3.001 adultos que compraram algo online nos últimos seis meses. Uma pesquisa de negócios teve como alvo 500 gerentes de negócios e tomadores de decisão em empresas voltadas para o consumidor que fornecem bens e/ou serviços online. Os entrevistados da pesquisa eram da Austrália, Brasil, Colômbia, França, Alemanha, Itália, Japão, México, Cingapura, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido.

 

Twilio
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FUTURO DO TRABALHO

O que as empresas precisam fazer para garantir um mercado de trabalho melhor para trabalhadores no futuro?

 

O futuro do trabalho tem sido um tema de grande importância nos últimos anos. As mudanças tecnológicas e a globalização têm transformado significativamente o mercado laboral, criando novas formas de exercício profissional e exigindo novas competências. Segundo o relatório da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que cerca de 40% dos empregos atuais poderão ser automatizados nos próximos 15 anos, enquanto novas profissões devem surgir em médio prazo. No entanto, esse futuro não é necessariamente garantido. Muitos dos trabalhadores que estão sendo afetados pelas mudanças não estão recebendo proteções adequadas – o que pode levar a desigualdades sociais e econômicas ainda mais profundas.

Nesse contexto, é essencial que as empresas desempenhem um papel importante na criação de um mercado de trabalho justo e inclusivo. Isso inclui garantir que as mudanças tecnológicas sejam utilizadas de forma ética e responsável, evitando a discriminação e promovendo a igualdade de oportunidades. Por exemplo, se um algoritmo de recrutamento for treinado em dados históricos de contratação – que refletem preconceitos e discriminação racial e/ou de gênero –, é possível que ele perpetue esses mesmos vieses e recortes na seleção de candidatos no presente. Por isso, as empresas precisam garantir que esses algoritmos sejam construídos e treinados de forma justa e transparente, com uma variedade de dados que não perpetuem as desigualdades históricas.

Além disso, as empresas devem garantir que as tecnologias sejam utilizadas para promover a igualdade de oportunidades, em vez de reforçar as desigualdades existentes. Um exemplo pode ser a adoção de tecnologias de trabalho remoto para possibilitar que os trabalhadores tenham mais flexibilidade e oportunidades de trabalhar em seu próprio tempo – o que pode ser particularmente benéfico para os profissionais com responsabilidades familiares ou limitações de mobilidade.

As empresas também precisam considerar o impacto mais amplo de suas decisões em relação ao mercado de trabalho. Isso pode incluir a adoção de práticas sustentáveis de emprego, como a criação de oportunidades de treinamento e desenvolvimento para os trabalhadores ou a oferta de salários e benefícios justos. Essas práticas não apenas ajudam a promover a justiça social, mas também auxiliam na criação de um ambiente de trabalho mais produtivo e sustentável a longo prazo.

Que fique de aviso: agora somos nós – trabalhadores – que escolhemos as empresas em que queremos trabalhar e não o contrário! 

Com o crescimento da tendência de flexibilidade no mercado de trabalho, muitos profissionais estão optando por trabalhar como autônomos, escolhendo as empresas com as quais desejam colaborar em vez de se submeterem a empregadores tradicionais, levando em consideração melhores condições de trabalho. De acordo com uma pesquisa realizada pelo LinkedIn, intitulada "Global Talent Trends 2021", a demanda por trabalhadores autônomos cresceu significativamente nos últimos anos; espera-se, inclusive, que continue a crescer no futuro próximo, com 73% dos líderes de Recursos Humanos pesquisados afirmando que as contratações autônomas serão uma parte significativa de sua estratégia de talento nos próximos cinco anos.

Ao mesmo tempo, as empresas também precisam garantir que os profissionais autônomos sejam tratados de forma justa, recebendo remuneração adequada e proteções trabalhistas. Isso pode incluir a adoção de práticas de pagamento transparentes, acordos contratuais claros e a oferta de benefícios como seguro de saúde e aposentadoria.

Com a adoção de práticas justas e transparentes, as empresas podem atrair e reter talentos valiosos, ajudando a criar um mercado de trabalho mais justo e equitativo para todos. Mas, é imperativo que isso seja uma cultura inerente das relações entre empresas e trabalhadores. 

O próximo passo para alcançar um futuro do trabalho mais inclusivo e equitativo é continuar o diálogo e a colaboração entre empresas, governos, trabalhadores e sociedade em geral. Juntos, podemos identificar as principais barreiras para a inclusão e promover soluções concretas para superá-las.

Abaixo, listo algumas iniciativas que podem contribuir para esse objetivo.

  1. Fomentar o diálogo e o compartilhamento de melhores práticas entre empresas, a fim de promover a igualdade de oportunidades e a inclusão no mercado de trabalho.
  2. Incentivar políticas públicas que promovam a inclusão como a educação inclusiva e a capacitação para profissionais de grupos historicamente e socialmente mais vulneráveis.
  3. Promover a diversidade e a inclusão na liderança empresarial, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e representadas nas decisões estratégicas da empresa.
  4. Incentivar a participação de pessoas de grupos sub-representados em programas de mentorias, capacitações e estágios, de forma a garantir oportunidades igualitárias de crescimento profissional.
  5. Fomentar a transparência e a responsabilidade das empresas em relação às suas práticas de recrutamento, seleção e remuneração, bem como às condições de trabalho oferecidas a todos os seus colaboradores.

É importante lembrar que a equidade não é um objetivo que pode ser alcançado de uma vez por todas, mas sim um processo contínuo de aprendizagem, reflexão e ação, que nos conduzirá às reduções das desigualdades sociais e à nutrição da nossa economia. O futuro do trabalho é uma oportunidade única para que as coisas possam acontecer de forma diferente, com mais impacto social positivo e sustentável.

 

JUDÁ NUNES - Graduada em Licenciatura em Teatro pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Judá Nunes – especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão; analista de ESG; e LinkedIn Top Voices Orgulho – atua como educadora, gestora de projetos, comunicadora, escritora, palestrante e consultora de empresas para o tema diversidade e inclusão. Mentora de executivos interessados em entender melhor a dinâmica de diversidade no século XXI, desde 2016 pesquisa gênero, educação, movimentos sociais, trabalho e transformação humana; seus estudos deram suporte ao desenvolvimento de uma metodologia exclusiva e crítico-analítica para a formação de executivos (educação corporativa) e gestão de projetos de impacto social com foco em Diversidade, Equidade e Inclusão. Mais informações: contatojudanunes@gmail.com.

 

Seguradoras estão alertas ao uso indevido do Seguro Saúde

 

O conceito de fraude está associado a qualquer ato enganoso e de má fé que tenha como objetivo lesar alguém em benefício próprio. Na saúde suplementar, ele está relacionado a práticas antiéticas que ocorrem de diversas maneiras. Do ponto de vista econômico, o prejuízo é considerável. 

No final de 2022, por exemplo, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), representante de 14 grupos de planos de saúde no país, apresentou ao Ministério Público de São Paulo uma notícia-crime sobre uma rede de empresas de fachada criada com o intuito de fazer pedidos de reembolsos fraudulentos em larga escala contra essas operadoras, que somaram cerca de R$ 40 milhões. Foram identificadas 179 empresas de fachada e 579 beneficiários "laranjas". Ao todo, houve 34.973 solicitações de reembolsos fraudulentos. Desse total, ao menos R$ 17,7 milhões chegaram a ser pagos por quatro operadoras de saúde. 

Esse gasto milionário das operadoras de saúde poderia estar sendo utilizado para o atendimento de outros beneficiários, desenvolvimento de programas de promoção da saúde ou ainda influenciando no cálculo do reajuste das mensalidades, facilitando o acesso para se manter um plano médico-hospitalar. 

O principal motivo desses atos ilícitos é a ausência de mecanismos efetivos de controle e transparência, seja para prevenir ou combater as ações. Como consequência, os custos dos procedimentos médicos acabaram gerando gastos cerca de um terço maior do que deveriam, impactando nas mensalidades e na inflação médica. 

As operadoras de planos de saúde são importantes engrenagens para o funcionamento do sistema de saúde do País. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 2023, os planos de saúde oferecem assistência médico-hospitalar a 50,3 milhões de brasileiros, sendo que 84% do faturamento dos hospitais e 54% dos laboratórios vêm dos planos de saúde.

Embora seja operada pela iniciativa privada, a atividade é regulada pelo poder público e faz jus ao artigo 196 da Constituição, no qual é assegurado ao cidadão que a “saúde é direito de todos e dever do Estado”. Assim, os danos causados por fraudes afetam todo o sistema de saúde, além de prejudicar os beneficiários de forma individual com o aumento das mensalidades. 

Há diversas situações passíveis de corrupção e fraude na área da saúde, e isso dificulta a detecção de atividades ilícitas, uma vez que elas podem ocorrer na esfera pública, nos planos privados, nos hospitais, por meio de profissionais de saúde, pacientes, fornecedores e prestadores de serviço. Recentemente, o Itaú demitiu 80 funcionários por uso indevido do plano de saúde. Segundo o banco, os trabalhadores fizeram pedidos de reembolso de consultas e outros procedimentos de forma fraudulenta. 

 

Fraudes mais comuns identificadas no mercado: 

•   Uso de dados pessoais de terceiros

Assim como a senha do banco, o login e a senha de acesso ao site e aplicativo do plano de saúde devem ser confidenciais. Os beneficiários podem ser induzidos a fornecer seus dados com a promessa de ter ajuda para a realização de algum processo junto à operadora. Mas com posse desses dados, terceiros podem ter acesso a informações pessoais e utilizá-las de forma inadequada, por exemplo, para alterar a conta bancária vinculada ao reembolso ou para solicitar reembolso de procedimentos não realizados.

 

•   Fracionamento de recibo

Quando uma única consulta ou procedimento é realizado, mas emite-se mais de um recibo ou nota fiscal com o objetivo de conseguir um reembolso total mais alto, configura-se uma prática irregular e fraudulenta. O pedido de reembolso deve informar corretamente o procedimento ou a consulta realizada, assim como o valor efetivamente desembolsado, para pagamento com base nas cláusulas contratuais.

 

•  Reembolso sem desembolso

Nesse caso, as clínicas oferecem tratamentos supostamente "gratuitos", sem nenhum pagamento, mas em contrapartida exigem que se ceda um crédito de reembolso. No entanto, não existe crédito a ser cedido, já que não houve pagamento. Ainda há, nesses casos, situações nas quais são oferecidos procedimentos que não têm cobertura do plano de saúde.

 

•   Empréstimo de carteirinha

A carteirinha do plano é pessoal e intransferível. Quando uma pessoa se passa por outra para usar o plano de saúde de um terceiro está cometendo crime. Assim como aqueles que cedem sua carteirinha para esse uso. Além das punições previstas em lei para esse tipo de caso, fraudes contra o plano de saúde contratado pela empresa podem ocasionar demissões.

 

•   Falso estado clínico

A alteração do estado clínico do paciente (classificação da doença no pedido médico) para solicitar procedimentos desnecessários, excessivos ou não cobertos pelos planos de saúde – por exemplo, para fins estéticos -, além de ser ilegal, muitas vezes coloca a saúde do paciente em risco. 

Condutas ilícitas podem acarretar o cancelamento do plano de saúde e trazer prejuízos ao próprio consumidor. Caso o beneficiário tenha qualquer dúvida em relação ao processo de reembolso, deverá sempre buscar esclarecimento diretamente com a operadora. 

Por fim, lembre-se que, ao realizar consultas, exames e outros procedimentos sujeitos a reembolso, o pagamento deve ser feito antes de solicitar o reembolso, e devem ser encaminhados todos os documentos que comprovam a realização do procedimento e o pagamento. Em hipótese alguma compartilhe o login e senha do aplicativo do seu plano de saúde. Procedimentos estéticos não têm cobertura pelos planos de saúde. Caso receba ofertas nesse sentido, recuse. 

A empresa de tecnologia FCamara desenvolveu uma ferramenta de reconhecimento facial 100% off-line e integrada ao ecossistema de um hospital, um exemplo de combate às fraudes contra planos de saúde. A solução eliminou em 98% as fraudes decorrentes do uso indevido de dados, reduzindo o tempo de permanência nas unidades em 36%. O objetivo foi automatizar o processo de check-in do paciente, escaneando seu rosto na recepção, para não haver equívocos na identificação do paciente nas etapas seguintes de atendimento. A solução chegou a pedido de uma unidade de saúde, que enfrentava altos prejuízos financeiros com a apuração e identificação de fraudes no uso do plano dos pacientes. 

Como visto, a tecnologia deve ser uma aliada no processo de combate às fraudes ao sistema de saúde suplementar. Por meio de uma análise conjunta de dados e usando inteligência artificial, é possível garantir a sustentabilidade financeira dos planos de saúde e impedir que os recursos dos beneficiários sejam usados de forma indevida. Além disso, as estratégias para diminuir as fraudes precisam visar a criação de leis anticorrupção, a transparência de informações e a implementação de novos modelos de pagamento prospectivos.

 

Paulo Loureiro - Vice-Presidente de Saúde e Benefícios da MDS BR


segunda-feira, 1 de maio de 2023

Dia do Trabalhador: especialista dá dicas para lidar melhor com o dinheiro e reforça a importância da educação financeira

Adquirir bons hábitos e aprender a controlar as finanças é o melhor caminho para ter mais segurança e equilíbrio quando o assunto é dinheiro

 

O Dia do Trabalhador está chegando, e nada melhor do que um merecido descanso sabendo que as contas estão em dia. Mas essa não é a realidade da maioria: de acordo com os dados mais recentes do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas, do Serasa, mais de 70 milhões de brasileiros estão com o nome restrito. Administrar o dinheiro e organizar as finanças ainda é um dos grandes desafios do cidadão.

 

Adotar uma rotina financeira, além de ser um hábito saudável para o bolso, facilita a administração do próprio dinheiro. Ter consciência dos caminhos que ele percorre é fundamental para a qualidade de vida e a segurança financeira, a fim de evitar indesejados endividamentos ou até mesmo situações que possam deixar o nome sujo na praça.

 

“Planejamento financeiro é importante para calcular o que se pode gastar. Saber lidar com o dinheiro, seja para gastar com inteligência ou programar despesas, é fundamental para evitar dívidas”, explica Thaíne Clemente, executiva de Estratégias e Operações da Simplic, fintech de crédito pessoal 100% online.

 

A especialista sugere três atitudes que podem ser adotadas para facilitar a iniciação em uma rotina financeira mais saudável. Veja, a seguir:

 

1- Anote seus gastos

A ação de anotar, seja em uma planilha de gastos ou em um aplicativo de finanças, cria o hábito saudável do registro, essencial para ter o tão desejado controle. “Anote as suas despesas, desde as recorrentes, como água e luz, até os pedidos esporádicos de delivery. Assim, é possível enxergar o tamanho real dos custos e ter mais clareza da situação financeira atual. A partir dessas anotações, você consegue analisar onde e como o dinheiro está sendo gasto, se existe desperdício e como contornar isso”, comenta Thaíne Clemente.

 

2 - Avalie o uso do cartão de crédito

Usar o cartão de crédito traz inúmeras vantagens, como a possibilidade de parcelar as compras ou maiores prazos para pagar. Mas, quando não é usado com consciência, ele pode se tornar um grande problema. “É importante que o uso do cartão seja inteligente e que esteja planejado no orçamento pessoal. Ao usá-lo, é necessário avaliar se vale a pena fazer isso com frequência, já que parcelas podem se acumular com facilidade e fugir do controle. Cartão de crédito não é renda extra, e se não for usado com cautela, pode gerar dívidas indesejadas”, afirma a executiva.

 

3 - Estude sobre educação financeira

Aprender algo que possa proporcionar mais qualidade de vida e tranquilidade é o melhor dos investimentos, e essa lição vale principalmente para as finanças. Estudar sobre o assunto e ter vontade de entender os padrões ajudam a organizar as contas e criar hábitos mais saudáveis de lidar com o dinheiro. “Manter-se atualizado sobre quais as melhores práticas sobre organização financeira, como poupar dinheiro, qual a melhor forma de utilizar o cartão de crédito com consciência e até mesmo quando é o melhor momento para solicitar um empréstimo ou fazer investimentos, são atitudes que fazem diferença ao longo do tempo” sugere Thaíne Clemente.

 

Simplic


Dia do Trabalhador: São José Operário, rogai por nós!

O dia do trabalhador, celebrado em 1° de maio, é um dia de festa, sobretudo para os que estão empregados. Contudo sabemos que a realidade do mercado de trabalho no Brasil é muito dura. Segundo dados recentes do IBGE 9,5 milhões de brasileiros estão desempregados.

Além disso, a tendência global para este ano (2023) é a de que o crescimento econômico seja pequeno, o que afeta não somente a geração de novos empregos, mas também àquelas pessoas que podem, por conta dessa marcha lenta do mercado, perder o posto de trabalho.

Tudo isso gera inquietação, mas precisa ser uma inquietação “ativa”. Ou seja, empregada ou desempregada, a pessoa precisa assumir sua parte de responsabilidade. Isso quer dizer cuidar de sua formação e desenvolvimento profissional; melhorar sua rede de contatos; adquirir novas habilidades... Estar preparado para as oportunidades.

E tudo isso foi muito facilitado desde o crescimento da internet. Hoje é possível fazer bons cursos profissionalizantes online e gratuitos; é também possível cursar graduação e pós-graduação à distância; concorrer a vagas de emprego em todo o país; realizar contatos através de redes sociais próprias para a atuação profissional (como o Linkedin, por exemplo), além de tantas outras ferramentas que potencializam as oportunidades.

Mas para isso, novamente o alerta: todo trabalhador precisa assumir sua parcela de responsabilidade e cuidar de seu desenvolvimento profissional. A própria Igreja Católica, quando orienta seus fiéis sobre o trabalho humano, ressalta a importância de o trabalhador buscar o aprimoramento profissional: A manutenção do emprego depende cada vez mais das capacidades profissionais (Compêndio da DSI parág. 290).

Para muitos também se torna necessário recomeçar. Ou seja, atuar numa nova área ou reiniciar a carreira profissional com um salário abaixo do que estava esperando. Recomeçar é duro, mas pode ser libertador.

E, por fim, contar com a intercessão daquele que sempre trabalhou em prol da família, São José! Ele é um modelo para todos os trabalhadores. Por isso, o celebramos no dia do trabalho. E o chamamos, de modo especial nessa data, de São José Operário. Tal festa foi instituída pelo Papa Pio XII, que apresentou o pai adotivo de Jesus não somente como modelo de trabalhador, mas como protetor de todos os trabalhadores.

Desse modo, todo trabalhador – empregado ou desempregado – deve contar com o auxílio de São José Operário. E, certo de sua intercessão, rezar a oração ensinada por São Pio X:

Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência para expiação de meus numerosos pecados;

De trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações;

De trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus;

De trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades;

De trabalhar, sobretudo com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos, tão funesta à obra de Deus!

Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, oh! Patriarca São José!

Tal será a minha divisa na vida e na morte. Amém. 

 

Denis Duarte - especialista em Bíblia e Cientista da Religião. Professor universitário, pesquisador e escritor. Autor dos livros: “Entenda os textos da Bíblia”; “Cura e Libertação pelas Sagradas Escrituras”; e “Dinheiro à luz da fé”, publicados pela Editora Canção Nova.
www.denisduarte.com



Trabalho decente e crescimento econômico: o desafio desse 1 de maio

Projetos da prefeitura rumo ao trabalho sustentável


Nem todos sabem dizer o que são as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), então explicando um pouco, são 17 objetivos colocados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que foram definidas para serem alcançadas até 2030 e têm como foco principal tornar o mundo um lugar melhor, mais justo e sustentável.

No Brasil atualmente existem mais de 6,5 milhões de empregos ligados a setores ambientais, como os que gerenciam os recursos hídricos, esgoto e resíduos, silvicultura e transporte. Somados, eles já representam mais de 6% do total de empregos no Brasil, segundo revela um estudo realizado pela Universidade de São Paulo. A previsão é de que esse número continue aumentando à medida que cresce a demanda dos setores produtivos globais por serviços e produtos ecologicamente corretos na tentativa de frear as consequências mais graves da crise climática em curso. 

Entre os 17 objetivos, estão: erradicação da pobreza, água potável para todos, energia acessível, educação de qualidade, saúde e bem-estar, entre outros. Ligada ao Dia do Trabalho, a ODS 8 é a que se refere ao trabalho decente e crescimento econômico. Ela tem como objetivo garantir o acesso de todas as pessoas a empregos dignos, produtivos e remunerados de forma justa. Além disso, ela visa promover o empreendedorismo, a inovação e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, incentivando assim o crescimento econômico. E, no dia 1º de maio, quando é comemorado o Dia do Trabalho, é um momento oportuno para refletirmos sobre a importância da ODS 8 e do trabalho decente para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 


Projetos criados pela Prefeitura para os trabalhadores 

Pensando na ODS 8, a prefeitura de São Paulo está com diversos projetos de empregos sustentáveis visando o trabalhador, como A Casa de Criadores, a Casa é parceira da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de São Paulo (SMDET), sendo uma plataforma que busca projetar e contribuir para o desenvolvimento estrutural de diversas áreas da economia criativa. 

Outro projeto bacana é o programa Green Sampa, uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, que na quarta edição selecionou 30 startups para aceleração e residência gratuitas. Durante dez meses, os negócios focados em soluções de economia sustentável terão a chance de se desenvolver e fortalecer as atividades. O programa é realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, por meio da Ade Sampa - Agência São Paulo de Desenvolvimento, uma agência que vem para fortalecer e apoiar as pessoas que têm, ou querem abrir um negócio nas periferias da cidade de São Paulo. Tem como objetivo atender e acompanhar esses empreendedores desde o início de sua jornada, oferecendo diversos cursos. Um último projeto que conta com o apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Relações Internacionais, é o Polo de Ecoturismo na cidade de São Paulo, um local que conta com um plantio de frutas totalmente sustentável, empregando diversas pessoas e abastecendo diversas escolas municipais com esses frutos.   

 

Virada ODS 

E é justamente nesse sentido que entra a Virada ODS, um evento da Prefeitura da Gestão Ricardo Nunes, tendo como liderança a SMRI, e como idealizadora a Secretaria de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy. O evento irá acontecer nos dias 17 e 18 de junho, com diversos shows, trazendo uma iniciativa que busca mobilizar a sociedade em torno dos 17 objetivos da ONU. Através de diversas atividades, a Virada ODS busca engajar a população em ações que contribuam para a promoção do desenvolvimento sustentável, e um dos temas que será discutido durante o evento será relacionado ao trabalho, do desafio que é fazer com que todos tenham uma condição de trabalho decente.  


Dia do trabalhador: como candidatos podem se destacar no mercado atual

 Diante da alta competitividade, saber demonstrar habilidades além das qualificações técnicas é o que despertará o interesse de empregadores

 

Com a aproximação do dia do trabalhador, em 1º de maio, tornam-se propícios os debates sobre o que os candidatos encontram ao buscarem trabalho. Com a taxa de desemprego em 8,6% no trimestre móvel de dezembro a fevereiro, segundo a PNAD Contínua divulgada pelo IBGE, o que se vê é um cenário de desafios e oportunidades, que demandam dos candidatos revelar aos recrutadores suas melhores qualificações. Para Uranio Bonoldi, escritor especialista em carreira e tomada de decisão, a tendência atual do mercado é a valorização dos soft skills, habilidades comportamentais que vão além da formação técnica.

“Os contratadores entendem que tudo que envolve conhecimento adquirido em escolas, universidades, cursos, etc, é o padrão, é básico. Pode acrescentar, mas não é o diferencial que realmente colocará o candidato em posição de destaque”, explica. Autor de “Decisões de alto impacto: como decidir mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, Bonoldi explica que as habilidades comportamentais devem ser demonstradas nos primeiros contatos com quem oferece a oportunidade de trabalho. “O grande mote é as pessoas estarem preparadas para demonstrar que possuem soft skills únicos, raros, que fazem com que o profissional não seja apenas mais um”, pondera.

Durante uma entrevista, o candidato deve buscar oportunidades para falar sobre suas experiências em termos mais práticos, evitando discorrer apenas sobre o que fez na carreira, mas dando ênfase ao como. “Por quais caminhos você buscou soluções para um problema? De que maneiras você conseguiu antever situações e evitou que uma operação estivesse em risco? Se está em início de carreira, como você se organiza nos estudos e nas atividades diárias? Como conquistou um prêmio ou colocação relevante em algum concurso que tenha participado? Esses pormenores dizem mais sobre você enquanto profissional”, aponta o escritor.

Bonoldi relata ter vivido experiências em que os soft skills foram determinantes na contratação de um colaborador. Em um caso, enquanto buscava pessoa para a área de comércio exterior e os dois candidatos eram muito semelhantes, o diferencial foi que um deles se afirmou proativo, disposto a ir atrás de informações que outras pessoas não davam a devida atenção. “Depois da entrevista, alguém da área de gestão de pessoas veio me avisar que o candidato havia mandado uma série de dados interessantes para o setor, como classificações dos produtos da empresa para exportação. Ou seja, ele se disse proativo e se demonstrou proativo, com alto interesse em contribuir para o desempenho da empresa. Nós o contratamos e foi uma decisão acertada!”, conta.

Segundo o escritor, um bom networking pode facilitar o processo pois o contratante pode já ter um referencial de quais são as habilidades comportamentais do candidato. Não havendo esse facilitador, é importante que se esteja consciente das próprias qualificações e atento às oportunidades em uma conversa com o contratante para mostrar ativamente as qualidades que podem ser proveitosas para o trabalho. “Isso faz a diferença. Esteja preparado para demonstrar seus soft skills na prática, trazendo elementos que atestem o seu discurso. Isso pode abrir portas importantes para sua carreira”, pontua.

 

Uranio Bonoldi - palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO. É autor dos thrillers da saga “A Contrapartida” e de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP.

domingo, 30 de abril de 2023

O Bug do Millenials, segunda parte

“E há tempos, nem os santos/ Tem ao certo a medida da maldade/ E há tempos são os jovens que adoecem” (Renato Russo – “Há Tempos”)

 

Existe um estudo, feito de dez em dez anos, para medir o índice de Felicidade das pessoas. As medidas foram feitas em 1998, 2008 e 2018. O que vem sendo documentado é que o índice de Infelicidade vem aumentando significativamente de década em década. Temos o paradoxo de uma sociedade de abundância, de acesso quase ilimitado ao conhecimento, de aumento de expectativa de vida e curas que eram impossíveis no século passado e, no entanto, os índices de Ansiedade, Depressão e de Uso de Drogas, Lícitas e Ilícitas, está subindo ano a ano. Sem mencionar os suicídios. Isso é marcado em vários países, sobretudo os mais desenvolvidos. Temos uma pandemia de infelicidade e de jovens se cortando nos banheiros. O que está acontecendo?

Os Budistas dizem há três mil anos que uma fórmula infalível para se manter em permanente Infelicidade é buscar o Prazer e evitar a Dor o tempo todo. Isso parece meio que um contrassenso, já que buscar o prazer e evitar a dor é uma premissa básica para a sobrevivência e a perpetuação da espécie: talvez por isso o Sexo seja uma atividade muito agradável e sair no braço com um Urso, algo que deva ser evitado.

Anna Lembke colocou essa equação de maneira muito clara, fazendo Budismo e Neurociência andarem de braços dados, mesmo sem ter essa intenção: no livro “Nação Dopamina”, a neurocientista descreve de maneira magistral que Prazer e Dor são sistemas que se complementam e se equilibram. Por exemplo, você ganha um Ovo de Páscoa que amava em sua infância, é uma fonte de gratificação imediata, chocolate e açúcar aumentam os níveis de Dopamina, gerando prazer e vontade de usar mais, e aí, já viu, você devora metade do ovo em alguns minutos e depois do prazer inicial, vem uma espécie de ressaca. A ressaca não é só a culpa e a ressaca moral, é um mal estar mesmo. O círculo da compulsão de mantém comendo a outra metade, buscando aquele prazer ultra rápido para cair de novo em prostração. Como se pode notar, o mecanismo da compulsão é o mesmo, para Cocaína, Chocolate, Pornografia ou qualquer outra atividade que se mantenha até a exaustão e o adoecimento: a busca do prazer imediato e a fuga do desprazer que vem depois.

Da mesma forma, a Dor também gera a liberação de Endorfinas e ativa áreas de alívio e prazer no Sistema Nervoso Central. Depois de um treino de musculação, por exemplo, que não é agradável, vem uma sensação de prazer. Já estão sendo testados tratamentos semelhantes à dependência de drogas para os casos de auto lesões, como os cortes na pele e outras maneiras desagradáveis de obter dor seguida de prazer. Essas escarificações e lesões teriam o mesmo mecanismo compulsivo das dependências químicas. A dor do corte ativa os sistemas de alívio e prazer. Louco, não?

Estamos vivendo, portanto, numa Sociedade de Drogados e estamos todos enterrados nisso até o pescoço. As Redes Sociais, a Propaganda, o Hiperconsumo, tudo está voltado a busca de prazer e a evitação da dor.

Uma cliente minha, na casa dos trinta anos, demitiu-se recentemente de seu escritório, onde ganhava bem e tinha posição de destaque, simplesmente porque não aguentava a sobrecarga de serviço. Os estagiários e os auxiliares com menor senioridade, diante de tarefas complexas, “derretiam”, entrando em colapso e chorando na frente do computador. Ela tinha que fazer seu trabalho e consertar as tarefas desses milennials. Essa geração que passou o período escolar fazendo trabalhos na base do “Recorta e Cola”, não sabe estruturar uma tarefa, definir objetivos, entregar o que foi pedido com um mínimo de crítica se atendeu ou não o objetivo traçado. Um outro cliente se diverte com a busca no mercado de pessoas na faixa dos cinquenta anos que sabem o começo, o meio e o fim das tarefas, enquanto os jovens se afundam na angústia de não saber organizar cognitivamente seu trabalho e entregas. Ter diploma e não ter o conhecimento que aquele diploma supõe não adianta absolutamente nada para competências.

Precisamos de um trabalho psicopedagógico em todas as fases do Ensino para criar pessoas mais críticas quanto ao bombardeio de prazeres imediatos e as rodas de hamster de compulsões que nos atingem o tempo todo. As compulsões, o hiper estímulo e a falta de atenção estão criando um mundo de zumbis, amortecidos e infelizes. Como diria o poeta, há tempos são os jovens que adoecem. É muito importante assoprar o apito que estamos todos sendo condicionados às compulsões. E que criar distância disso ajuda a recuperar nossa sanidade perdida na era dos Smatphones.

 

Marco Antonio Spinelli - médico, com mestrado em psiquiatria pela Universidade São Paulo, psicoterapeuta de orientação junguiana e autor do livro Stress - o coelho de Alice tem sempre muita pressa

Leia a primeira parte do artigo aqui


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