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segunda-feira, 20 de março de 2023

O drama do ator José Mayer que sofre dores psíquicas e surto psicótico

 

O ator José Mayer, 73 anos, eterno galã de telenovelas, diagnosticado com Granulomatose de Wegener, uma doença autoimune rara que provoca a inflamação dos vasos sanguíneos, sofre sua segunda internação hospitalar neste ano.

 

Dessa vez, o veterano artista, que protagonizou diversas novelas na Rede Globo de Televisão, foi internado após apresentar um quadro de surto psicótico. Mas, do ponto de vista psicológico, o que vem a ser essa doença e quais são suas causas, sintomas e tratamento?

 

O surto psicótico é um momento de desorganização psíquica, caracterizada pela perda de noção da realidade, comportamento descompensado e psicótico. Pode ocorrer sem causa prévia e vir de maneira súbita.

 

E durante o surto psicótico, a pessoa pode apresentar sinais e sintomas como: confusão mental, delírios, alucinações, catatonia (paralisada, inerte, sem reação), fala desorganizada ou incoerente.

 

O surto psicótico pode ter como causa principal, os transtornos mentais psicóticos como a esquizofrenia, como consequência e comorbidades de outros transtornos mentais e como resultado de relações abusivas, uso de drogas ou de álcool.

 

Além disso, pode vir a ser um aglomerado de sintomas de algumas atitudes clássicas que também se associam a uma possível esquizofrenia. Esse tipo de transtorno provoca ideias delirantes, perturbações e alucinações fragmentárias, com comportamentos imprevisíveis.

 

Além disso, pessoas que se encontram em surto psicótico podem apresentar falas descontruídas, desconexas, total desorientação, comportamento agitado, irritabilidade e agressividade, alteração do ciclo de sono, estado catatônico, perda de apetite, alteração e oscilação no humor, despersonalização, uma vez que pode vir a ouvir vozes e, através da confusão mental, apontar delírios constantes.

 

Um fenômeno de causas associadas a diversos fatores, como depressão, transtornos bipolares e transtornos ansiosos, o que o torna multicausal.

 

Como a principal característica do surto é a perda de noção da realidade, as alucinações podem se manifestar, levando o paciente a sentir cheiros e ouvir vozes imagináveis, motivado pelo delírio.

 

É preciso, neste momento, evitar o confronto com o indivíduo, manter a calma, ser empático e auxiliar diante da instabilidade emocional apresentada, para buscar ajuda e orientação de profissional de saúde mental, pois, por ser uma desorganização psíquica, logo se configura em uma situação de risco que deve ser tratada com cautela para não colocar em risco a vida do paciente e nem de seus familiares.

 

O tratamento ideal é o multidisciplinar em que vários profissionais: médico, psicólogo, psiquiatra, neurologista, entre outros podem avaliar os vários aspectos afetados pelo surto e assim, definir as causas e determinar a condução terapêutica mais adequada.

 

Lembrando que, em casos mais graves, o mais indicado é a internação que afastará outros possíveis transtornos associados e também pode aliviar os sintomas físicos e biológicos.

 

Enfim, esse episódio nos mostra que, estamos todos sujeitos a passar por crises ou surtos. No caso do ator José Mayer, por este já apresentar complicações clínicas autoimunes, precisará de um acompanhamento médico intensificado, associando internação, medicamentos e psicoterapia.

 

Desse modo, as causas do surto psicótico podem ser eliminadas e ser reestabelecido o equilíbrio físico e mental, propiciando a ele uma maior qualidade de vida para os próximos anos.       

                               

   

Dra. Andréa Ladislau -  Psicanalista

 

21 de março é o Dia Mundial da Síndrome de Down

Freepik
Para Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM) é importante aumentar a conscientização e promover a inclusão social das pessoas com essa condição genética

 

O Dia Mundial da Síndrome de Down, em 21 de março, é uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. A data escolhida representa a presença de três cromossomos 21. As pessoas com Síndrome de Down possuem três cromossomos 21, por isso também é conhecida como trissomia do cromossomo 21.

A Síndrome de Down não é uma doença e, sim, uma condição genética inerente à pessoa, porém, está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança. A médica associada da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), Raquel Tavares Boy da Silva, ressalta a importância da atuação do médico geneticista junto aos pacientes e seus familiares.

“O geneticista por sua formação e treinamento mostra-se habilitado para lidar com o paciente com Síndrome de Down, desde os seus primeiros momentos de vida - seja na transmissão da notícia a seus pais e familiares, considerado como um ato terapêutico, e ao longo de toda a sua vida. Ao nascimento é sempre importante avaliar junto com o pediatra o tônus e sucção, obter exame cardiológico com ecocardiograma e na presença de cardiopatias com hiperfluxo ou prematuros prescrever a medicação adequada. Cabe ao médico, ainda, reforçar a orientação vacinal, incluindo a vacina contra o coronavírus. É papel do geneticista também checar o teste do pezinho; monitorar o cuidado multidisciplinar e deixar claro o momento adequado de iniciar terapias estimulatórias - seja fonoaudiologia, fisioterapia motora e terapia ocupacional ou promover a supervisão antecipatória de saúde específica de acordo com os guia de cuidado, porém de maneira personalizada. Por fim, o geneticista pode orientar criticamente a questão do uso de suplementos que na verdade se restringem, eventualmente, a algumas vitaminas específicas”, explica.

Entre as características físicas associadas à Síndrome de Down estão: olhos amendoados, maior propensão ao desenvolvimento de algumas doenças e hipotonia muscular. Em geral, as crianças com Síndrome de Down são menores em tamanho e seu desenvolvimento físico, mental e intelectual pode ser mais lento do que o de outras crianças da sua idade.

Orientações para gestantes

A SBGM reforça a importância da orientação em relação aos riscos da ocorrência da Síndrome de Down relacionados com a idade materna. Há estudos que comprovam maior chance de ocorrência da Síndrome de Down em pacientes abaixo dos 20 e acima dos 35 anos.

Hoje, podem ser realizados exames muito precoces e não invasivos como a realização a partir da décima semana de gestação da análise do DNA fetal circulante no sangue materno para teste de aneuploidias onde a trissomia do cromossomo 21 pode ser detectada. Há, também, no 1o trimestre marcadores bioquímicos colhidos do sangue materno acoplados a marcadores biofísicos aferidos por USG transvaginal (translucência nucal, osso nasal e ducto venoso) que podem estimar o risco com cerca de 80% de certeza.

A médica salienta que em termos de exatidão diagnóstica, os exames invasivos como realização de cariótipo fetal por biópsia de vilo corial ou amniocentese são os de maior exatidão. A ultrassonografia morfológica de 2o trimestre e o ecocardiograma fetal podem também sinalizar a possibilidade de uma possível alteração cromossômica.


Marcelo Matusiak


Dia Mundial da Infância: Vacinação é direito das crianças e dever de seus responsáveis, reforça SOBOPE

Segundo Ministério da Saúde, apenas 25% do público infantil foi vacinado contra a Covid-19, apesar de a vacina estar disponível desde o ano passado

 

No próximo dia 21 de março é celebrado o Dia Mundial da Infância. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) reforça o alerta sobre a importância da cobertura vacinal para a saúde e bem estar do público infantojuvenil, em especial de quem está em tratamento oncológico. Com queda acentuada nos três últimos anos, os números relacionados à vacinação infantil demonstram a necessidade de conscientizar pais e responsáveis para o dever de zelar pela imunização das crianças e adolescentes. 

O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral, perdendo apenas para acidentes. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade. Ao contrário dos índices expressivos de casos de câncer, os de vacinação continuam modestos. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, apesar de estarem disponíveis desde o ano passado, as vacinas contra a Covid-19 só foram aplicadas em 25% da população infantil. 

“Temos que lembrar que, segundo o Art.4 do Estatuto da Criança e do Adolescente: é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Assim, é de total responsabilidade dos pais zelar pela saúde de seus filhos e isso inclui, claro, a vacinação”, reforça o Dr. Patrick Godinho, médico oncologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE). 

Segundo a SOBOPE, as vacinas são seguras e eficazes, incluindo a vacina contra a Covid-19. A entidade ressalta apenas que as crianças em tratamento quimioterápico devem seguir as orientações dadas pelo seu oncologista para receber todas as vacinas permitidas e indicadas nesse período e no intervalo de quimioterapia adequado. “Como a imunidade das crianças costuma baixar durante o processo de tratamento oncológico, o ideal é que seja realizada uma consulta prévia ao oncologista para que este determine o melhor momento em que a criança poderá ser vacinada”, explica o especialista da SOBOPE.
 

Casos e sintomas agravados

Outro ponto de atenção é que, segundo estudo publicado no periódico International Journal of Infectious Diseases, crianças não vacinadas são mais propensas a desenvolver sintomas graves de Covid-19, por exemplo, representando 90% dos casos moderados a graves da doença entre o público pediátrico. A análise foi desenvolvida por pesquisadores de diferentes universidades chinesas durante o surto da variante Ômicron em Xangai, entre março e maio de 2022. Entre 2.620 crianças e adolescentes infectados, 62% não estavam vacinados e 38,6% eram assintomáticos. Destes, a maior parte dos casos ocorreu em crianças que estavam com o esquema completo de imunização. Dos quadros moderados a graves, 90,6% dos casos ocorreram em não vacinados.
 

Respeito à infância

“Temos que lembrar que, na ausência de imunização, as crianças - até pelas ações características desta fase da vida, ou seja, brincadeiras, contatos físicos e sem muita consciência dos cuidados com a higiene - podem se tornar propagadoras dos vírus, liberando as partículas virais a outras crianças e adultos”, lembra o Dr. Patrick Godinho. 

O especialista da SOBOPE, no entanto, faz questão de ponderar a importância de não privar as crianças de serem crianças, em especial as que estão em tratamento. “Não se pode esquecer que elas já estão passando por algumas privações. Por mais cuidados que devemos ter, é necessário, até mesmo para o sucesso do tratamento, que elas continuem brincando, se relacionando entre si e realizando suas atividades habituais, na medida em que o tratamento permitir”, finaliza.
 

CEJAM destaca importância de celebrar vida e inclusão de pessoas com Síndrome de Down

Data alusiva é celebrada em 21 de março; SD é uma condição genética causada por uma divisão celular atípica durante a fase embrionária


Em comemoração ao Dia Nacional e Internacional da Síndrome de Down, lembrado em 21 de março, o CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" destaca a importância de celebrar a vida daqueles que convivem com a condição e disseminar informações para promover a sua inclusão na sociedade.

A SD é uma condição genética causada por uma divisão celular atípica durante a fase embrionária da pessoa, ainda no útero materno.

Conforme Suzi Simões, gerente do CER (Centro Especializado de Reabilitação) IV M'Boi Mirim, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, tipicamente, o ser humano possui 46 cromossomos agrupados em 23 pares, que são responsáveis por abrigar todo o nosso código genético.

“As pessoas com SD, em vez de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), possuem três. Por isso, ela é conhecida também como a trissomia do cromossomo 21. Sendo assim, eles apresentam 47 cromossomos em suas células e não 46”, explica.

“Apesar da origem da síndrome ser desconhecida, ela é a alteração cromossômica mais comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na população. No Brasil, nasce uma criança com SD a cada 600 a 800 nascimentos, independentemente de etnia, gênero ou classe social”, complementa.

A especialista pontua que o diagnóstico da Síndrome de Down pode ser feito ainda na gestação, por meio de exames específicos, como o US morfológico fetal, confirmados com exame de amniocentese (coleta de líquido amniótico). “Após o nascimento, o diagnóstico é confirmado através de cariótipo, o qual verifica justamente a posição dos cromossomos como forma de saber se a trissomia do par 21 está presente”, esclarece.

Emerson Brito, enfermeiro na unidade, por sua vez, reitera que, por ser resultado de uma alteração genética, não existe nenhum tratamento específico ou medicamentoso para a Síndrome de Down. “É importante uma intervenção de uma equipe multi e transdisciplinar, composta por fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutrição e psicologia”, destaca.

Segundo o profissional, a pessoa com SD deve ser estimulada desde cedo, como forma de ter seu desenvolvimento fomentado e para que seja capaz de vencer as limitações que essa condição lhe impõe.

“O fundamental é que seja traçado um plano terapêutico individualizado para proporcionar o desenvolvimento e potencializar as habilidades que irão ajudar a criança a se integrar socialmente, se relacionar com o próximo, desenvolver sua própria autoestima e criar um futuro com maior independência e autonomia”, ressalta.

Já Silvia Rozzati, terapeuta ocupacional do CER, afirma que o preconceito e a discriminação são os piores inimigos das pessoas com SD. “O fato de apresentarem características físicas peculiares e algum comprometimento intelectual não significa que tenham menos direitos e necessidades”, enfatiza.

Hoje, o CEJAM atua em vários municípios do Brasil com olhar para a diversidade e foco no atendimento humanizado, com vistas à inclusão.


CER IV M’Boi Mirim

O centro é especializado em reabilitação nos diversos ciclos da vida da pessoa com deficiência intelectual. A unidade M’Boi Mirim dispõe de uma equipe multiprofissional, que conta com fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia, nutrição, assistência social e acompanhamento médico especializado (neurologia infantil e adulta, oftalmologia e otorrinolaringologia).

No caso de recém-nascidos, os bebês são acompanhados pelo Protocolo de RN de Risco, da Secretaria Municipal da Saúde, até no mínimo 2 anos de vida, enquanto adolescentes, jovens e adultos podem ser inseridos em grupos terapêuticos voltados à inserção no trabalho e aumento da independência nas atividades diárias.

Fernanda Cristine, fonoaudióloga na unidade, explica que o serviço de fonoaudiologia do CER se encontra presente em todas as fases do desenvolvimento da pessoa com Síndrome de Down.

“Nos bebês, atua nas disfunções miofuncionais orais, como hipotonia, macroglossia, profusão lingual, respiração oral e alterações na amamentação. Nas outras fases da vida, atua estimulando as áreas da cognição, linguagem e sistema estomatognático, que inclui alimentação, voz e fala.”

Um dos recursos terapêuticos trabalhados no CER para assistir à SD é a oficina de culinária. Nela, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia e nutrição trabalham os aspectos cognitivos, comportamentais, habilidades comunicativas, melhora do repertório alimentar e da iniciativa e autonomia, por meio de um ambiente terapêutico que estimula ações de preparo de uma receita em todas as suas vertentes.

Karla Tomazella, nutricionista no CER, conta que existe ainda um grupo específico intitulado "coffee break", no qual o preparo de receitas, apresentação e distribuição dos pratos são feitos em forma de “coffee break” e oferecidos pelos pacientes do grupo aos colaboradores e seus familiares. “Dentro desta temática, trabalhamos o capacitismo de jovens e adultos, estimulando a percepção de que são capazes de inserção no mercado de trabalho”, relata.

O centro conta também com uma equipe APD (Acompanhante da Pessoa com Deficiência), que faz o monitoramento do paciente em sua residência.

A equipe APD realiza atividades que visam a promoção e o desenvolvimento das potencialidades, autonomia, independência e protagonismo do usuário, estimulando as habilidades de comunicação, autocuidado, atividades de vida práticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, ampliação do acesso aos serviços de saúde, de segurança e lazer, a inserção no mercado de trabalho e o empoderamento dos familiares/cuidadores em relação ao desenvolvimento da pessoa com SD.

O grupo atua também com orientação, direcionamento e apoio à aquisição dos direitos oferecidos pelo Estado.

 


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”

 

Medicina Nuclear pode ser ferramenta para casos de epilepsia que necessitam de cirurgia

Condição atinge 2% da população brasileira e mais de 50 milhões em todo o mundo e pode ser diagnosticada por meio de exames que localizam com mais precisão o foco da crise

 

O próximo 26 de março é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia. A epilepsia pode ser definida como uma condição neurológica em que, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas. Durante esses episódios, há um agrupamento de células cerebrais que passam a se comportar de forma super estimulada, levando às manifestações da epilepsia. As consequências dessas crises podem ser neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e até sociais. 

Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que esta condição acomete cerca de 50 milhões de pessoas no mundo. Já no Brasil, estima-se que a proporção seja de 2% da população. A Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, por sua vez, alerta que pelo menos 25% dos pacientes brasileiros têm epilepsia em estágio grave. A condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, uma vez que os acessos são frequentes e incontroláveis. Por esta razão, muitos pacientes são candidatos à intervenção cirúrgica. 

A medicina nuclear, por meio de estudos e exames, durante as crises e em seus intervalos, pode garantir maior precisão e eficácia na localização do foco epileptogênico (onde surge a alteração). Segundo a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dra. Cristina Matushita, “a avaliação de focos epileptogênicos é de grande valia, especialmente em casos complexos, de difícil manejo clínico e para os quais a opção de tratamento cirúrgico é indicada. As imagens permitem identificar (ou, ao menos, sugerir com grande acurácia) focos epileptogênicos para que o tratamento seja guiado de forma personalizada”. 

Ainda de acordo com a especialista, a medicina nuclear não exerce papel direto no tratamento propriamente dito da epilepsia, mas se mostra uma ferramenta importante para o adequado planejamento terapêutico do paciente. “Não há radiotraçadores que sejam utilizados com o intuito de curar as crises epilépticas. Após o procedimento cirúrgico, caso haja a suspeita de persistência de focos epileptogênicos, novamente a medicina nuclear pode auxiliar na identificação destes focos secundários”. 

Os principais exames da medicina nuclear utilizados para a detecção desses pontos originários das crises são a cintilografia de perfusão cerebral, em estados interictal (entre as crises) e ictal (após as crises); e PET-CT neurológico, em estado interictal. Este último apresenta maior definição de imagem, o que permite melhores chances de identificação do foco epileptogênico. “Com o avanço da tecnologia, houve importante aumento na sensibilidade do método. Os atuais exames permitem a obtenção de imagens metabólicas do cérebro, com muito boa definição anatômica e funcional”, explica a vice-presidente da SBMN.
 

Risco ou contraindicações

Pelo fato de a medicina nuclear realizar exames que se utilizam de radiação, ainda há certo receio por parte de algumas pessoas quanto ao risco ou contraindicações. Dra. Cristina Matushita desmistifica essa crença: “Muito se fala da exposição ao material radioativo. Apenas para efeito de comparação, estudos de tomografia computadorizada, usualmente, expõem o paciente a maiores doses de radiação do que os estudos de medicina nuclear. Todo método diagnóstico preza pela segurança do paciente. Se há a necessidade de que ele se submeta a qualquer um destes exames que utilizam radiação ionizante, o médico nuclear (ou radiologista, em casos de tomografias) será responsável pela redução dos níveis de exposição de radiação e será capaz de orientar riscos e benefícios em todo o momento”. 

Destacando que ainda existem mitos em torno da especialidade, a médica nuclear reforça que a medicina nuclear, de forma geral, não apresenta contraindicações absolutas aos seus exames. “Hipersensibilidade a algum fármaco utilizado pode ser um limitador, embora não haja registros de alergia significativa aos radiotraçadores. Outro limitador são casos em que o paciente não é capaz de ficar parado durante os exames (pacientes claustrofóbicos ou que apresentem algum déficit neurológico), que demoram cerca de 20 a 30 minutos. Uma contraindicação relativa é gestação ou suspeita de gestação. Por utilizar material radioativo, a orientação é sempre a de evitar a exposição de fetos ao material. Em certas situações, entretanto, em que haja maior benefício que o potencial risco associado à exposição do feto ao material radioativo, a medicina nuclear pode ser empregada em mulheres gestantes”, finaliza Dra. Cristina Matushita, vice-presidente da SBMN.
  

Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN

 

Você não precisa mais ter catarata!

A evolução contínua do processo cirúrgico e cuidados simples com a saúde ocular já permitem que, hoje, as pessoas não sejam mais vitimadas pela doença que ainda é a maior causa de cegueira tratável no mundo

 

Se no passado era comum ouvirmos que alguém ficou cego em decorrência de cataratas nos olhos, hoje em dia, podemos considerar que essa opacificação do cristalino tende a ser facilmente erradicada. É claro que a prevenção, o cuidado com os olhos e com os gatilhos para a catarata são fundamentais, mas as cirurgias oftalmológicas evoluíram demais com os avanços tecnológicos, tornando mais acessível essa reversão. Para se ter uma ideia, anualmente o SUS (Sistema Único de Saúde) realiza mais de 60 mil cirurgias de catarata por ano! 

Mas, antes de falar da cura, o ideal é falar de como evitar ou retardar essa condição que se acentua com a idade. O oftalmologista Dr. Hallim Feres Neto, que é membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da clínica Prisma Visão, lista cuidados simples e, muitas vezes, desconhecidos. "Podemos adiar o aparecimento da catarata protegendo os olhos dos raios ultravioleta, usando óculos de sol, chapéus e bonés. Além disso, parar de fumar e manter o diabetes controlado (cuidar da alimentação para não desenvolver diabetes)", receita o especialista, que completa a lista recomendando o uso de EPIs em atividades de risco, na intenção de proteger contra cataratas traumáticas. 

Sim, as cataratas podem surgir a partir de traumas nos olhos. Apesar disso, a forma mais comum é a catarata senil, que geralmente aparece após os 60 anos. Dr. Hallim conta ainda que o uso de algumas medicações pode acelerar o aparecimento e que situações congênitas de catarata também acontecem, demandando atenção imediata logo após o nascimento.

 

Cirurgias com bônus!

O único tratamento contra as cataratas é o processo cirúrgico. Hoje, constantemente escalando com a tecnologia, a cirurgia que corrige a doença também permite tratar outras doenças, como presbiopia, miopia, astigmatismo e hipermetropia. "Hoje em dia, podemos escolher com bastante confiabilidade o grau da lente que implantamos dentro do olho, de modo que além de curar a catarata, podemos tirar ou pelo menos diminuir a dependência dos óculos, tanto de longe quanto de perto", detalha o cirurgião, lembrando de outro detalhe inovador: "Os métodos modernos usam laser e ultrassom, que diminuem o tempo de cirurgia e de recuperação, além de deixar o procedimento ainda mais seguro". 

Vale ressaltar que a cirurgia de catarata consiste em retirar a lente natural dos olhos que está opacificada e colocar uma nova, transparente. "A catarata não volta depois dessa cirurgia", anuncia o oftalmo, explicando ainda que a cirurgia leva cerca de 15 a 30 minutos, podendo variar com a gravidade da catarata e a saúde ocular geral do paciente. 

A quem se pergunta sobre os valores para uma cirurgia dessa fora do sistema público de saúde, Dr. Hallim conta que muitos fatores interferem, principalmente pelo fato de que hoje a cirurgia de cataratas acaba incluindo outras pequenas correções oculares. "Obviamente isso acarreta uso de mais tecnologia e técnica, aumentando o custo". Ainda considerando as variações regionais e outras variáveis, estima-se que o custo fique entre R 2.000,00 e R 10.000,00. 

Apesar de comumente realizada em pessoas acima dos 60 anos, mais afetadas pela doença, a cirurgia também pode ser realizada em bebês e crianças pequenas que nasceram com catarata congênita. Dr. Hallim Feres afirma que, nesses casos, a cirurgia pode ajudar a restaurar a visão e evitar problemas de desenvolvimento visual. 

Outra situação peculiar são casos de pacientes que não podem ser operados de catarata, como alerta Dr Hallim: "Pessoas com problemas de saúde ocular graves, como infecções e inflamações, além de pacientes com diabetes descontrolado podem ter um risco maior de complicações. É importante discutir todas as condições médicas com o cirurgião antes da cirurgia".

 

Recuperação rápida

O cirurgião comenta ainda que a recuperação geralmente é rápida e sem complicações. "A maioria dos pacientes experimenta uma melhora na visão poucos dias após a cirurgia. Orientamos afastamento de esportes de contato e impacto por cerca de 15 dias, além de não entrar em piscinas ou no mar por 30 dias", diz Dr. Hallim, acrescentando como é importante também seguir as instruções do médico, como usar corretamente os colírios prescritos. 

A volta à vida normal vai no mesmo ritmo, com pacientes voltando ao trabalho em escritório, poucos dias depois. "Vale novamente lembrar que é importante evitar atividades físicas extenuantes por algumas semanas", frisa o especialista.

 

Como detectar a catarata?

Dr. Hallim Feres elenca os principais sintomas para ficar de olho quando o assunto é catarata:

  1. Visão embaçada ou turva
  2. Sensibilidade à luz
  3. Percepção de cores desbotadas ou amareladas
  4. Dificuldade em ver à noite ou em ambientes com pouca luz
  5. Visão dupla em um olho
  6. Halos em torno das luzes

As cataratas, normalmente, acontecem nos dois olhos, segundo Dr. Feres. A única exceção é nos casos de acidentes/traumas em um dos olhos. "Nesses casos, o aparecimento da catarata no olho afetado não aumenta a chance de ocorrer no outro olho".

 

Números da Catarata no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% da população acima dos 60 anos desenvolve a condição. 

Contextualizando os dados neste momento pós-pandêmico, o ministério também revela que o Sistema Único de Saúde costumava realizar 56 mil cirurgias de catarata por ano. Já em dados mais recentes, de 2021, o número anual de intervenções caiu para cerca de 30 mil. 

Por fim, o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) estima que cerca de 350 mil brasileiros aguardam por uma cirurgia de catarata, e que são diagnosticados cerca de 120 mil casos novos por ano.

 

Dr. Hallim Feres Neto - @drhallim. Oftalmologia Geral. Cirurgia Refrativa. Ceratocone. Catarata. Pterígio. Membro do CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Membro da ABCCR - Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa. Membro da ISRS - International Society of Refractive Surgery. Membro da AAO - American Academy of Ophthalmology.


Ginecomastia puberal: como lidar com o aumento das mamas nos meninos

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 30% a 60% dos adolescentes passam por essa mudança


 

A ginecomastia puberal é o aumento do broto mamário que começa a afetar os garotos entre 10 e 12 anos de idade, atingindo força máxima entre 13 e 15 anos. A doença é percebida pelo aumento do diâmetro da mama e pela mudança de pigmentação da aréola mamária, podendo afetar uma ou as duas mamas. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 30% a 60% dos adolescentes passam por essa mudança.


 

O que causa a ginecomastia puberal


“Geralmente, é resultado do aumento do estrógeno, hormônio sexual feminino, responsável pelas características físicas das mulheres, inclusive o tamanho dos seios”, diz Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

 

A maioria dos casos de ginecomastia puberal tem involução espontânea em até três anos, ou seja, a mama volta ao tamanho normal sem que haja necessidade de intervenção médica. No entanto, se o aumento for considerável e houver repercussões psicossociais importantes, haverá indicação de tratamentos específicos.

 

“É preciso, primeiramente, buscar a fundo as causas da ginecomastia. Daí a importância de uma rigorosa avaliação do paciente, envolvendo histórico, exames laboratoriais e exames da massa da mama, situada atrás e ao redor da região da aréola. Após os exames e o diagnóstico, é possível concluir qual conduta a ser tomada”, afirma Luís Maatz.


 

Como é o tratamento


Uma vez detectada a ginecomastia puberal por problemas hormonais, as formas de tratamento envolvem o uso de medicamentos inibidores do receptor de estradiol, que é o hormônio que estimula as glândulas mamárias. Dependendo do tamanho alcançado pela mama, uma cirurgia plástica pode ser indicada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, qualquer paciente saudável e com mais de 16 anos pode realizar o procedimento.

 

Segundo Luís Maatz, normalmente, a técnica mais utilizada é a mamoplastia periareolar, que consiste na retirada do excesso de tecido da região, podendo submeter a lipoaspiração, e no reposicionamento dos mamilos e das aréolas na parte mais superior das mamas. É indicada quando há excesso de gordura localizada, excesso de desenvolvimento do tecido glandular ou quando há combinação de ambos.

 

As cicatrizes são quase imperceptíveis e discretas no contorno das aréolas. No pós-operatório, o paciente deve usar malhas de compressão para reduzir o edema e evitar a formação de líquidos. Também deve evitar, por cerca de 15 dias, atividades que exigem esforço físico.

 

“A recuperação total depende de cada paciente, mas, geralmente, já é possível retomar vida normal a partir de 6 a 8 semanas, quando os resultados já são visíveis. Vale lembrar que seguir as recomendações do médico à risca acelera o processo de recuperação”, finaliza Luís Maatz.

 


Outono e doenças respiratórias, médica orienta os cuidados para o monitoramento dos sintomas

Especialista explica quais são os sintomas de gripes, resfriados e alergias, comuns nessa época do ano, e de Covid-19. Atividade física, higiene e alimentação ajudam a fortalecer a imunidade.


Mudanças bruscas de temperatura e baixa umidade do ar são características do nosso outono/inverno. Nesta época é mais comum ambientes fechados, pouco arejados, o que contribui para proliferação de vírus e doenças respiratórias. Dra. Maura Neves Otorrinolaringologista da ABORL-CCF explica que devido o surgimento da COVID-19 devemos redobrar os cuidados para evitar contágio deste e outros vírus - além das doenças respiratórias comuns nesta época do ano como rinite, sinusite, dentre outras.

“É importante aderir à campanha de vacinação contra gripe e Covid-19, dessa forma existe menos riscos de contrair gripe, resfriados e pneumonias. Sendo assim o organismo fica mais resistente e o sistema imunológico mais forte, menos suscetível inclusive a COVID-19 e consequentemente menos chances de superlotar o sistema de saúde.” Explica a especialista.

Abaixo a médica explica os sintomas e causas das principais doenças de outono/inverno:

  • Covid-19: o contágio se dá através de inalação de gotículas com o vírus. Estas gotículas podem ser originadas de espirros ou tosse de alguma pessoa já contaminada ou através das nossas mãos contaminadas (ao serem levadas a face, boca, olhos, nariz). Por este motivo as medidas de higiene adotadas com lavagem de mãos, álcool gel (que mata vírus de gripe e coronavírus) e evitar o contato direto com outras pessoas reduz o contágio.
  • Asma: caracterizada por espasmo da musculatura dos brônquios, que causa dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram de noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e às mudanças climáticas. Desta maneira, a asma é causada por fatores alérgicos ou irritativos na via respiratória.
  • Bronquiolite: infecção viral dos bronquíolos, que tem início do quadro com leve resfriado, que progride após 2 a 3 dias com chiado no peito, tosse, fadiga respiratória, cianose e febre. A infecção apresenta graus variáveis de gravidade: de leve a severa, necessitando de internação em UTI. O principal causador é o vírus sincicial respiratório.
  • Resfriado: coriza, espirros, obstrução nasal, dor de garganta, tosse e rouquidão são os sintomas da doença, que é causada por vírus. Duração de 3 a 7 dias.
  • Gripe: os sintomas dos resfriados são acompanhados de febre e são causados por vírus. Duração de 3 a 7 dias.
  • Pneumonia: infecção bacteriana ou viral no pulmão. Causa tosse, falta de ar, dor torácica e febre. Pode ocorrer tosse com expectoração.
  • Sinusite: infecção viral ou bacteriana dos seios da face. Causa sempre obstrução nasal e secreção amarelada (critérios diagnósticos maiores). Alguns pacientes podem apresentar dor de cabeça, dor nos dentes superiores, tosse e febre.
  • Rinite: causa alérgica ou irritativa. Os sintomas são obstrução nasal, coriza clara, espirros e coceira (nariz, céu da boca, olhos, ouvidos).
  • Otite: infecção bacteriana da orelha média. Causa dor de ouvido, altercação auditiva e febre. Em alguns pacientes pode ocorrer ruptura timpânica com saída de secreção.

Dra. Maura reforça que é importante seguir algumas orientações para evitar essas doenças:

  • Controle ambiental e dos ácaros;
  • Manter o ambiente ventilado e realizar limpeza frequente com pano úmido;
  • Encapar colchões e usar revestimento impermeáveis (corino, courvim, napa etc.) em estofados e almofadas, evitar tapetes grandes e carpetes, pelúcias, pilhas de jornais e revistas, madeiras e outros itens que retém poeira e mofo;
  • Trocar e lavar a roupa de cama com água quente pelo menos a cada duas semanas;
  • O travesseiro deve ser colocado no sol várias vezes por semana e trocado por um novo com frequência. Deve ser realizada a aspiração do pó de colchão, cortinas, tapetes e estofados semanalmente;
  • Manter animais fora de casa ou, pelo menos, fora do quarto de dormir. Lavar as mãos após contatos com animais. Cães e gatos devem tomar banho semanal;
  • As janelas devem ficar abertas e o ambiente bem ventilado nos casos relacionados a ácaros e mofo e devem ficar fechadas (ou bloqueadas com tecido grosso) nos casos relacionados a pólen de gramíneas e árvores na época de polinização.

Entre as medidas de suporte para os sintomas, estão:

- Aplicar solução fisiológica no nariz em forma de aerossol ou spray, ou com o auxílio de uma seringa, ajuda a aliviar os sintomas e a congestão nasal através da hidratação e fluidificação das vias aéreas;

- Para amenizar os desconfortos respiratórios, uma opção são os umidificadores de ar, especialmente em dias com umidade relativa do ar mais baixa. Mas, é preciso ficar atento para não deixá-lo ligado por períodos longos, uma vez que o excesso de umidade pode colaborar com a proliferação de fungos e bactérias. “O ideal é manter o aparelho ligado em uma intensidade baixa e uma porta ou janela aberta para escape e por períodos curtos.” Completa Dra. Maura Neves.

-Outra medida mais econômica e efetiva é colocar uma toalha de rosto úmida no quarto de dormir, perto da cama. Já as bacias não são efetivas porque a superfície e evaporação são pequenas;

- Não se esquecer da recomendação universal que é a hidratação, ou seja, ingerir bastante água.

 

Dra. Maura Neves – Otorrinolaringologista. Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF. Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP.


Smile Train promove hábitos saudáveis para prevenir doenças bucais

  • Pessoas com fissura labiopalatina têm mais risco de doenças associadas a saúde bucal;
  • Em todo o mundo, há cinco milhões de pessoas com fissura labiopalatina que nunca receberam tratamento.


No Dia Mundial da Saúde Oral, a Smile Train, maior organização do mundo voltada à causa da fissura labiopalatina, promove hábitos e tratamentos para prevenir doenças ligadas a saúde bucal. "Os cuidados para pessoas com fissura labiopalatina começam ao nascer, educando pais e famílias sobre medidas preventivas que ajudam a evitar o desenvolvimento de doenças bucais comuns", afirma a ortodontista Monica Dominguez, diretora global de Programas de Saúde Oral da Smile Train.

Em todo o mundo, uma criança com fissura labiopalatina nasce a cada três minutos e estima-se que 90% das pessoas com a condição sofrem de doenças bucais. Esta é uma realidade preocupante, para além das cinco milhões de pessoas com fissura labiopalatina que nunca receberam qualquer tipo de tratamento.

Por esta razão, a Smile Train promove e sensibiliza para o tratamento e cuidados necessários às crianças nascidas com fissura labiopalatina para manter uma boa saúde bucal.

Fissuras e cuidados bucais: a prevenção primeiro
A prevenção é fundamental para assegurar que as crianças com fissura labiopalatina desenvolvam hábitos saudáveis tais como: escovar os dentes após cada refeição principal, escovar ao deitar-se e ao acordar, e diminuir a ingestão de açúcar. As crianças nascidas com fissuras enfrentam um risco aumentado de cárie dentária, doença periodontal, dentes desalinhados e/ou dentes em falta, e o tratamento para estas condições é frequentemente doloroso, caro e por vezes inacessíveis para muitas famílias. É por isso que a prevenção é o primeiro passo para alcançar e manter uma boa saúde bucal.



Cuidados dentários
Todas as crianças, e especialmente as crianças com fissura labiopalatina, precisam de acesso a cuidados bucais para garantir uma vida inteira de sorrisos:



Cuidados específicos até dois anos de idade
Na fase até dois anos de idade, os bebês com fissura labiopalatina requerem cuidados bucais e acompanhamento minuciosos. Recomenda-se aos pais ou cuidadores que sigam as seguintes dicas de cuidado: limpar as gengivas do bebê com uma gaze macia, sempre que o bebê acabar de se alimentar; evitar bebidas açucaradas ou mel, uma vez que isto contribui para a formação de cáries; verificar as gengivas durante o aparecimento dos primeiros dentes do bebê e visitar o dentista com um ano de idade.



Cuidados específicos a partir dos dois e 18 anos de idade
Entre os dois e 18 anos de idade, os dentes e a boca das crianças sofrem grandes alterações. É nesta fase que elas começam a assumir mais responsabilidade pela sua própria saúde bucal. É uma boa fase para as encorajar a continuar os hábitos saudáveis tais como: visitar regularmente o dentista; escovar durante pelo menos dois minutos duas vezes por dia; usar uma escova de dentes macia e pasta de dentes com flúor; usar fio dental; escolher lanches saudáveis e evitar bebidas açucaradas; bem como usar um protetor bucal quando praticam esportes.

"A saúde bucal tem impacto na nossa vida diária de muitas maneiras: como falamos, sorrimos, comemos, como transmitimos as nossas emoções e como nos relacionamos com aqueles que nos rodeiam. Podemos dizer que a boca é o meio que liga cada pessoa com o mundo", conclui a especialista.


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Colesterol na infância: má alimentação e sedentarismo estão entre as causas

Hereditariedade também está relacionada aos altos níveis de colesterol


“Em crianças acima do peso, o colesterol pode estar alto, porém, em geral, não em níveis críticos. Mas é preciso que os pais fiquem atentos, principalmente em crianças com fatores de risco, como excesso de peso, sedentarismo e que tenha na família caso de colesterol alto. Nos casos hereditários, que chamamos de dislipidemia familiar, mesmo a criança sendo eutrófica, ela pode desenvolver um colesterol alto”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.

 

O colesterol alto é silencioso, ou seja, ele não apresenta sintomas e, por isso, os desfechos surgem repentinamente. Os problemas cardiovasculares são os mais comuns e, em geral, acontecem a longo prazo. Crianças com diabetes precisam de atenção, já que a doença pode fazer os níveis de colesterol aumentarem. Além disso, níveis altos de colesterol podem ter como consequência eventos cérebro e cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral (AVC) precoces.

 

“Infelizmente, vivemos um momento em que as crianças se alimentam cada vez mais de produtos industrializados e ficam na frente de telas por horas. Se esses hábitos estiverem aliados à genética, o resultado pode ser bem perigoso, com ganho de peso e sedentarismo, o que pode levar a níveis altos de colesterol”, comenta a endocrinologista. 

A prescrição de medicamento para crianças para combater o colesterol alto é bastante incomum, e a mudança no estilo de vida é a chave para a manutenção da boa qualidade da saúde. Tratando na infância, é possível que na vida adulta a criança tenha taxas normais do colesterol, com exceção nos casos em que o alto colesterol é por fator hereditário.



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
https://endocrino.com/ e www.amato.com.br
https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/

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