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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Interatividade com o consumidor: marketing com diálogo direto traz melhores resultados, dizem especialistas

Tecnologia permite aproximação com clientes e potenciais compradores sem que seja necessário estar do outro lado do balcão; sócias da Jahe Marketing dão dicas

 

Uma pesquisa recente do Content Marketing Institute com profissionais da área indicou as ações que apresentaram melhores resultados nos últimos 12 meses. Entre as estratégias mais assertivas, foram mencionados os eventos virtuais (mencionados por 58% dos respondentes), eventos físicos (37%), infográficos e modelos 3D (27%), e conteúdo transmitido ao vivo (25%). 

Todas essas atividades têm algo em comum: a interatividade direta do consumidor com a marca – e, em muitos casos, a tecnologia como principal plataforma para chamar a atenção dele. 

“O emprego de tecnologia e a maneira como ela permite que nos aproximemos de consumidores sem estar do outro lado do balcão é uma amostra representativa das transformações que a interatividade traz ao marketing, e como as ferramentas digitais entram nessa dança. Basta levarmos em conta que, nesse mesmo universo, são empregados termos como o marketing conversacional, e o social commerce, ou comércio social”, afirma Satye Inatomi, sócia da Jahe Marketing. 

O marketing conversacional trata de plataformas que permitem a criação de uma conversa virtual entre empresas e consumidores – chatbots e assistentes virtuais como a Alexa, da Amazon, a Siri da Apple ou o Google Home. Um pequeno negócio que atende seus clientes por meio do WhatsApp, por exemplo, também já está empregando o marketing conversacional. 

Já o social commerce é um fenômeno que igualmente explora o potencial do mundo conectado, partindo da premissa de que as redes sociais podem servir como plataformas para a compra e venda de produtos – alinhando o consumo com a interação social entre seguidores e fãs de uma marca. 

“A tendência da interatividade é interessante, pois pode abarcar todo tipo de negócio. Há, é claro, ações de marketing empregadas por marcas gigantes que são inspiradoras, mas existem muitas ideias a serem colocadas em prática por empresas de qualquer tamanho”, diz Thaís Faccin, também sócia da Jahe Marketing.  

Ela cita como exemplo a Coca-Cola Dreamworld, uma nova linha de sabores lançada pela marca nos Estados Unidos e no Canadá para atrair os jovens da Geração Z, oferecendo uma experiência online exclusiva. 

As latas do novo sabor do refrigerante trazem um QR code.  Ao acessar o link gerado a partir do código, os consumidores têm acesso a um metaverso, no qual é possível ouvir música com um DJ virtual, se divertir com games online e vestir avatares com roupas inspiradas no visual da campanha. 

Mas não é preciso adotar as últimas novidades do mundo digital para oferecer uma experiência de interatividade, ressalta Inatomi. “A interação está em tudo aquilo que permite que o consumidor converse com seu conteúdo ou marca. Isso pode incluir, um ebook ou artigo com conteúdo interativo [como capítulos específicos para cada tipo de interesse], um quiz divertido que teste os conhecimentos acerca de seu setor ou uma enquete para determinar o nome do mais novo lançamento da marca”, afirma. 

De quebra, complementa Faccin, essas interações permitem que a companhia obtenha, com consentimento e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGDP), os dados de potenciais compradores. 

Abaixo, as sócias da Jahe Marketing sugerem como aplicar o marketing interativo nos negócios: 

  • Procure refletir sobre a abordagem da sua comunicação com seu público. Solucionar uma dor do seu público é sempre crucial – mesmo que essa dor seja a vontade de comer chocolate. Mas muitas vezes há uma chance de começar essa conversa de forma divertida; 
  • Tenha em mente que a criatividade é mais importante do que o orçamento. Um quiz divertido, por exemplo, requer apenas ferramentas básicas e gratuitas, além de tempo do time de marketing, para se transformar em um grande atrativo; 
  • Utilize a interatividade também como forma de fidelizar clientes após a venda. Um questionário sobre a satisfação dos consumidores com o produto ou serviço, por exemplo, pode gerar insights importantes e ainda aumentar o diálogo com sua audiência; 
  • Na hora de desenvolver as ações, é importante saber que não é preciso fazer tudo sozinho. Hoje, é possível terceirizar o marketing da sua companhia, obtendo, de maneira ágil, know-how e entrega de excelência, sem precisar aprender tudo do zero.

 

Jahe Marketing

 

Turismo impulsiona guinada de acessos no e-commerce em julho, indica pesquisa

Visitas em sites do segmento turístico subiram 14% no mês passado, levando o comércio eletrônico ao segundo melhor desempenho de 2022

 

Depois de dois anos de restrições por causa da pandemia de covid-19, as férias de inverno deste mês de julho parecem ter marcado a volta das viagens turísticas dos brasileiros. Essa retomada já se vê, ao menos, nos resultados do e-commerce. No mês passado, o número de visitantes em sites relacionados a turismo cresceram 14,3% na comparação com junho – melhor resultado do mês entre os 18 segmentos analisados no Relatório Setores do E-Commerce, produzido pela Conversion.


Crédito: Conversion

 

A alta do turismo puxou o e-commerce como um todo para o seu segundo melhor desempenho em 2022, fechando julho com um aumento de 5% em comparação ao mês anterior. Foram 2,23 bilhões de acessos, só atrás do resultado de janeiro, quando esse número havia sido de 2,27 bi.

 

Depois do turismo, os segmentos que mais cresceram em julho foram os de cosméticos (12%) e o do varejo (6%), ambos ainda impactados pelas datas comemorativas do calendário entre o segundo e o terceiro trimestre, como o Dia dos Pais, por exemplo.

 

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, os dados são indicadores otimistas para a economia do país. “O desempenho do turismo é uma ótima notícia para um setor que foi bastante prejudicado pela pandemia, com perdas enormes em receitas e empregos. Sem contar que eles indicam como a saída de muitos negócios turísticos passa pelo comércio eletrônico”, analisa ele.

 

“Mas não é só isso: o próprio crescimento que vemos no e-commerce como um todo também está acontecendo entre as lojas físicas. A alta de 6% no varejo, por exemplo, reforça os números positivos que o setor tem registrado. Isso é extremamente positivo para o contexto econômico”, continua Ivo.

 

Na contramão dos dados em alta, segmentos como os de produtos infantis (-16,7%), presentes e flores (-9%) e de itens para pets (4,4%) registraram as maiores quedas do relatório do e-commerce de julho da Conversion. 

 

Conversion - agência de Search Engine Optimization (SEO) no Brasil.



O PERFIL DO CORRUPTO

 

 Professor da University College London lança livro onde explica se o poder corrompe as pessoas

Entenda a definição do que é o poder, o que acontece com a mente de quem chega lá e como é possível garantir que os incorruptíveis cheguem ao topo

 

Empresários e políticos que roubam e policiais que matam são resultado de sistemas mal projetados ou são apenas pessoas más? E os tiranos? São criados ou já nasceram assim?   Quais os tipos de pessoas conquistam o poder e como isso nos muda? Para responder essas questões e desvendar o que tanto atrai o ser humano ao poder, Brian Klass, professor de Política Global na University College London escreveu “Corruptíveis”, um lançamento da editora Cultrix.

Klass, que é e colunista do The Washington Post, traz um olhar revelador e provocativo sobre o poder, baseando-se em mais de 500 entrevistas realizadas com presidentes, líderes religiosos, ditadores, CEOs, criminosos condenados, golpistas e torturadores, além diversas outras pessoas que chegaram ao topo. “Corruptíveis” responde a quatro principais perguntas: 

  • As pessoas piores são as que chegam ao poder?
  • O poder é o que torna as pessoas piores?
  • Por que deixamos pessoas que, sem dúvida não têm porque estar no comando, nos controlarem?
  • Como podemos garantir que os incorruptíveis cheguem ao topo?

Klass foi assessor de importantes políticos e organizações, entre as quais, a OTAN a União Europeia e a Anistia Internacional e é especialista em democracia, autoritarismo, política norte-americana, política externa, violência política e eleições. O autor estuda o tema do poder e da corrupção há uma década, por todo o mundo – da Bielorrússia à Grã-Bretanha, da Costa do Marfim à Califórnia, da Tailândia à Tunísia, da Austrália à Zâmbia. “Quando você aperta a mão de alguém que cometeu diversos crimes ou toma café com um déspota cruel que torturava seus inimigos, é surpreendente como é raro que eles correspondam à caricatura do mal. São frequentemente encantadores. Fazem piadas e sorriem. À primeira vista não parecem monstros, mas, muitos são”, diz Klass. 

“Corruptíveis”   traz ainda novas luzes a diversas conclusões surpreendentes, como:

  • A fisionomia determina quem escolhemos como líderes;
  • Por que os narcisistas ganham mais dinheiro;
  • Por que algumas pessoas não querem absolutamente poder algum e outras são atraídas para ele por um impulso psicopático;
  • E por que ser o “beta” (segundo no comando) pode realmente ser a posição ideal para sua saúde e bem-estar

 

Elogios ao livro:

“Os sedentos pelo poder não perguntam ‘por quê’; eles só perguntam ‘por que não’? Manter essas pessoas longe das alavancas do poder é ganhar pelo menos metade da batalha, como Brian Klaas explica tão bem em ‘Corruptíveis’ – um sistema GPS para navegar em um mundo cada vez mais repleto de democracias antiliberais, e ditaduras modernizadas e populistas que só se interessam pelo poder. ”

Garry Kasparov, presidente da Renew Democracy Initiative e da Human Rights Foundation; ex-campeão mundial de xadrez 

“Apaixonado, inteligente e vez por outra espantoso, ‘Corruptíveis’ nos apresenta a história da inebriante atração do poder – e de como ela moldou o mundo moderno. ”


 – Peter Frankopan, autor do best-seller internacional The Silk Roads: A New History of the World 

“Ideias valiosas e observações fascinantes... lançando luz sobre esforços recentes a fim de garantir que cheguem ao poder os incorruptíveis, não os corruptos. ”


– Richard Stengel, ex-editor-chefe da revista Time e autor de Information Wars 

“Uma leitura fascinante... Klaas tem ideias impressionantes, apresenta uma ciência impecável de forma acessível e conta histórias fantásticas – tudo com grande estilo e com um humor notavelmente sarcástico. ”


– Robert Sapolsky, autor de Behave: The Biology of Humans at Our Best and Worst, best-seller do New York Times

 


Livro:
Corruptíveis

Autor: Brian Klaas

Editora: Cultrix

Páginas: 384

Preço: R$ 66,00

 

Sobre o autor:

BRIAN KLAAS foi criado em Minnesota. Concluiu seu doutorado em Oxford e hoje é professor de Política Global na University College London. Tem também uma coluna semanal no Washington Post, apresenta o premiado podcast Power Corrupts [O Poder Corrompe] e é convidado com frequência para entrevistas na televisão norte-americana. Klaas realizou pesquisas de campo no mundo inteiro entrevistando déspotas, CEOs, vítimas de tortura, dissidentes políticos, líderes de seitas, criminosos e gente que rotineiramente abusa do poder. Ele também assessorou importantes políticos e organizações, entre elas, a Otan, a União Europeia e a Anistia Internacional. É especialista em democracia, autoritarismo, política norte-americana, política externa, violência política e eleições. Escreveu The Despot’s Apprentice: Donald Trump’s Attack on Democracy (2017); The Despot’s Accomplice: How the West is Aiding & Abetting the Decline of Democracy e How to Rig an Election, em coautoria com o professor Nic Cheeseman, (2018).


Contabilidade 4.0: por que as empresas devem investir nessa modalidade?

A contabilidade é o setor responsável por fazer a gestão orçamentária da empresa, e não à toa que a área está na linha de frente na administração de um alto volume de demandas que surgem constantemente. Por sua vez, com o atual cenário de transformação e inovação no meio corporativo, um novo conceito vem ganhando força no mercado: a contabilidade 4.0.

De forma prática, o termo contabilidade 4.0 tem suas origens na Indústria 4.0, que é marcada pela utilização de recursos e ferramentas tecnológicas, a fim de contribuir com o processo de automação nas empresas. Deste modo, a ideia de unificar o que há de melhor no mercado em termos de softwares e sistemas, que contribuem efetivamente com a área contábil, têm despertado cada vez mais a atenção dos gestores.

Entretanto, o movimento que vemos agora de uma maior adesão de tais recursos nem sempre foi assim. Para entendermos melhor, é fundamental seguirmos uma linha tênue desse processo, dividida em três momentos: antes, durante e pós pandemia de Covid-19, já que, sim, precisamos sempre enfatizar os reflexos que a pandemia deixou.

Antes da crise sanitária, o movimento dos setores da indústria para adesão de ferramentas de gestão ainda era baixo, porém, a partir do momento que todos foram impactados pela situação atípica do isolamento social, se viram obrigados a se adaptar de maneira rápida. E agora, com o “novo normal”, vemos o movimento de aperfeiçoamento das novas práticas, já que, até então, o considerado “algo provisório” se tornou uma tendência que veio para ficar.

Deste modo, a área contábil também foi impactada por essas transformações. Porém, ainda vemos constantemente dúvidas da importância de se investir em tecnologia e ferramentas de gestão como algo que não trará relevância e retorno de investimento. Ainda mais para a contabilidade, que ainda é considerada por muitos como um departamento apenas para cálculos e responsável pelas contas a pagar e receber.

E é justamente essa a ideia que a contabilidade 4.0 desmistifica, afinal, o conceito descentraliza a atuação do profissional dessa área da responsabilidade de lidar apenas com tarefas manuais e burocráticas e o recoloca em uma posição estratégica para a empresa. Isso porque, com a automatização dos processos, benefícios como otimização do tempo, mitigação de erros e falhas e redução de custos são intrínsecos, o que abre margem para um melhor aprimoramento das capacidades técnicas.

Entretanto, mais do que compreender as vantagens e benefícios de implementar um novo método, cabe enfatizar que o sucesso da operação dependerá do modo de implementação. Isso é, para promover mudanças significativas para a corporação é essencial, antes de tudo, fazer uma boa análise quanto à estruturação dos processos e treinar a equipe para que esteja apta a manusear os novos meios que serão inseridos.

Dessa forma, podemos reforçar que, no atual momento que vivemos, com a consolidação da Indústria 4.0 e a chegada de novos recursos, cabe às empresas a obrigatoriedade de rever a sua cultura organizacional, em prol da aquisição de novas práticas de gestão que a contabilidade 4.0 se enquadra.

Para as empresas que investirem nesse conceito os ganhos serão promissores, tendo em vista a reorganização e adesão de métodos gerencias que permitirão um melhor controle das operações. Além disso, uma área taxada e marcada pela complexidade passa a ser considerada um hall de oportunidades para o crescimento da organização e, a figura do contador como alguém distante, passa a ser visto como ativo no processo de tomada de decisão.

Estamos vivendo uma nova fase, cercada por oportunidades. E perceber as vantagens de usufruir do universo da inovação para os métodos de gestão abre margem para novos rumos. Porém, antes de expandir para fora, todo processo precisa começar para dentro e a área de contabilidade é, sem dúvidas, um ótimo começo. 


Márcio Teixeira - sócio operacional de contabilidade do Grupo Skill, empresa especializada na prestação de serviços para as áreas de contabilidade, tecnologia, gestão de pessoas e financeiro. 

Grupo Skill

Estagiário pode trabalhar no feriado?

Conheça as especificações da Lei de Estágio para essa possibilidade


Tenho recebido muitas questões, tanto das empresas quanto dos alunos, sobre as restrições de carga horária. Por exemplo, se o estagiário pode atuar nos finais de semana e feriados. Conforme a Lei nº 11.788/2008, não há limitação nos dias ou períodos para a iniciativa. Contudo, existem algumas determinações e cláusulas para tornar essa oportunidade viável para todas as partes, como um controle do tempo total de expediente e das atividades desenvolvidas. 

 

O estágio possui direitos e deveres distintos se comparado com o emprego, conforme as legislações próprias

 

Primeiramente, é preciso ressaltar: a modalidade é diferente do emprego, em especial por se tratar de um momento de treino e experiência corporativa para quem ainda está ligado à escola. Isso é expresso logo no momento do contrato, pois temos o Termo de Compromisso do Estágio (TCE) para celebrar o acordo entre os alunos, concedentes e instituições de ensino. Recomenda-se incluir o agente de integração para facilitar com o trâmite e descomplicar o entendimento dos parágrafos legais. Inclusive, na nossa página de associados, há diversas entidades disponíveis para auxiliar nessa burocracia. 

 

Em contrapartida, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), prestigiada apenas entre contratante e contratado, possui uma abrangência maior, como um pagamento adicional para quem realiza as atividades além do previsto, ou seja, das oito horas diárias e 44h semanais. No caso de quem estagia, não há vínculo empregatício e fazer hora extra é expressamente censurado, pois dificulta a conciliação da sala de aula com as tarefas empresariais. Também por esse motivo, a carga horária é limitada para seis horas diárias e 30h semanais. 

 

Segundo a Lei de Estágio, não há nenhuma proibição a respeito da atuação aos sábados, domingos ou folgas nacionais. Dessa forma, estando sob a condição de jornada permitida para o jovem, é legalmente possível. Inclusive, para alguns cursos, isso é muito comum. Por exemplo, quem faz medicina, teatro, dança, educação física, turismo, recreação, tecnologia da informação, entre outros. 

 

Sobretudo, o gestor responsável precisa administrar esses períodos para não sobrecarregar o desempenho da moçada. Isso porque o objetivo do ato educativo escolar, como é especificado no documento jurídico, é inserir quem está no meio acadêmico no mercado de trabalho para conquistar e desenvolver competências técnicas e comportamentais, dignas da área escolhida. Assim, ao finalizar a graduação já estará empregado. Por isso, visando a cultura da efetivação, o tempo de permanência em uma mesma corporação não pode ultrapassar dois anos, exceto em casos de pessoas com deficiência (PcD). 

 

Além disso, o terceiro artigo da norma também caracteriza quem está apto e a principal exigência é o comparecimento regular em uma instituição de ensino. Logo, a iniciativa visa difundir, cada vez mais, a educação no país, incidindo contra a evasão escolar. Como descrito: “observados os seguintes requisitos: I - matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino”. 

 

Pensando nisso, as organizações precisam direcionar um colaborador com a formação ou vivência no campo cursado pelo ingressante, para orientá-lo e repassar as demandas associadas à carreira em questão. Sendo assim, cada supervisor pode ser responsável por até dez estagiários simultaneamente. Do outro lado, os colégios e faculdades também necessitam dispor de um professor encarregado de acompanhar os relatórios de atividades e planos de desenvolvimentos, apresentados pelo estudante semestralmente. 


 Existem inúmeros benefícios em contar com estagiários dentro das empresas  

É importante lembrar e pontuar as vantagens para ambas as partes. Sempre gosto de ressaltar o quanto a Lei de Estágio é boa para os contratantes. Afinal, por não ter vínculo empregatício, eles ficam isentos de alguns impostos trabalhistas, tais como FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), 13º salário, sobre férias e eventual multa rescisória. Isso só é possível, pois não se trata de um posto com registro na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social). 

 

Por outro lado, para o iniciante, além de um expediente mais curto (até 6h dias e 30h semanais), no estágio não obrigatório (ou seja, extracurricular), é previsto recebimento da bolsa-auxílio (BA), auxílio transporte (quando há necessidade de deslocamento), seguro contra acidentes pessoais e recesso remunerado. Outros benefícios, como bonificações por desempenho, plano médico e odontológico, vale refeição e auxílio home office, podem ser acordados, porém não são mandatórios. Todas essas especificações valem para a alternativa do teletrabalho, principalmente impulsionado pelos protocolos de segurança instaurados durante a pandemia, possibilitando a quebra de fronteiras e oportunidades em outros estados. Por exemplo, quem mora no Acre, pode estagiar em Porto Alegre. 

 

Voltados para a evolução corporativa, também existem diversos ganhos para o clima organizacional. Segundo dados da Associação Brasileira de Estágios (Abres), entre 40% a 60% dos estagiários são efetivados. Isso porque eles são motivados e comprometidos, não chegam com vícios laborais e colaboram com o alcance de metas. Sendo assim, se torna mais fácil guiá-los nos procedimentos e, como consequência, são capazes de produzir mais e melhor. 

 

O desejo de colocar em prática todo o conhecimento teórico adquirido, torna esses discentes altamente engajados. Ademais, possuem a vontade de agregar, além de uma ajuda de custo e experiências para o currículo, habilidades inerentes ao seu perfil e da sua profissão, visando um escalonamento e evolução. Logo, você terá a oportunidade de formar um gênio “em casa”, moldando-o conforme a missão, visão e valores da marca. Quando precisar contratar, esses estagiários serão opções viáveis, no futuro poderão tornar-se gestores e até sócios do seu negócio. Isso incide na diminuição do turnover e propicia uma maior retenção de talentos. 

 

Por fim, de acordo com as estatísticas expostas pela Abres, temos 17,4 milhões de possíveis estagiários, quando consideramos a soma de todos os níveis. No entanto, apenas 5,7% deles conseguem efetivamente estagiar. Como demonstrado, esse grupo tem muito a acrescentar para as empresas. Portanto, abra as portas para essa moçada. Afinal, é uma relação de ganha-ganha, proveitosa para todos os envolvidos. Inclusive, a educação e economia do Brasil também recebem. Ajude a juventude brasileira para juntos construirmos uma nação melhor!

 

Carlos Henrique Mencaci - presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios


Fechar a fábrica de pobreza e abrir as portas do futuro

Os candidatos a presidente da República que estejam verdadeiramente preocupados em dar novo rumo ao Brasil precisam se comprometer primeiramente em fechar a grande fábrica de pobreza na qual a nação se transformou notadamente nas últimas três décadas.

Na esteira da promulgação da Constituição Federal de 1988, o Brasil vive uma crise moral, alimentada pela permissividade legal, cujo resultado mais dramático é o empobrecimento da população. Temos cada vez mais pobres se tornando miseráveis e a fome já é um flagelo real para mais de 33 milhões de brasileiros.

Para reverter essa situação é urgente reduzir drasticamente a tributação sobre o consumo de gêneros alimentícios, medicamentos, produtos de higiene básica, energia elétrica e óleo diesel, corrigindo uma política tributária regressiva e injusta, que penaliza sobremaneira os cidadãos de mais baixa renda.

Igualmente é necessário reduzir encargos sociais e previdenciários sobre a folha de pagamento dos empregados celetistas e tornar obrigatória, por lei, a correção anual das tabelas de Imposto de Renda Pessoa Física.

É possível fazer? A resposta é “sim”. As portas dessa imensa fábrica de pobreza começarão a ser fechadas se o País fizer o combate à corrupção de maneira efetiva, intolerante e permanente. Isso exigirá a alteração na Constituição para voltar a permitir a prisão em segunda instância após decisão colegiada, mesmo sem condenação transitada em julgado. Sem isso, a Justiça continuará desacreditada e a sensação de impunidade seguirá estimulando essa prática criminosa que suga os recursos públicos.

Outra medida imprescindível é mudança legislativa para tornar inelegível por longo período - 20 ou 30 anos - o condenado em segunda instância por crimes contra a administração pública, corrupção ativa ou passiva, peculato e participação em organização criminosa. De igual forma, é preciso que qualquer réu, assim definido por Colegiado de segunda instância, seja proibido de se candidatar a cargos eletivos, tornando-se automaticamente ficha suja. Isso impediria que réus sejam eleitos para se beneficiar do foro privilegiado e o endurecimento da lei serviria como desestímulo às práticas criminosas na administração pública.

Há ainda outras medidas que contribuiriam decisivamente para mudar o quadro atual, insustentável para uma nação que reclama ser mais justa e menos desigual socialmente. Em especial, aquilo que exigiria maior responsabilidade dos agentes públicos no trato com o erário, a começar pelo fim da reeleição para cargos do Poder Executivo, de forma a acabar com os governos de cooptação, cujos interesses são voltados exclusivamente à renovação do mandato.

Seria muito benéfico ao país, ainda, a tipificação como crime de improbidade administrativa a ação do governante que gerar déficit primário, definindo-se como pena o afastamento imediato do cargo.

Também necessário é proibir renúncia fiscal (gasto tributário) que não tenha por objetivo a redução das desigualdades regionais e sociais, mesmo assim limitada a 1,5% do PIB do ano anterior e sempre concedida de forma regressiva ao longo do tempo, por prazos definidos e auditáveis anualmente. Tudo de forma absolutamente pública e transparente e, ainda, com vedação a concessões setoriais e por empresas, a fim de resguardar o espírito da renúncia fiscal, garantido constitucionalmente.

A responsabilidade administrativa exige, ainda, que passem a ser proibidos gastos públicos com funcionalismo em níveis acima de 9% do Produto Interno Bruto (PIB), instituindo-se o prazo de quatro anos para enquadramento e cumprimento do teto de gastos.

Outra medida inadiável é eliminar - ou pelo menos reduzir drasticamente - o instituto do foro privilegiado que hoje alcança cerca de 55.000 pessoas no Brasil, dimensão responsável por transformar o que seria exceção em instrumento de impunidade.

Por certo, não faltariam recursos financeiros e não-financeiros para o cumprimento dessa nova ordem pública. Hoje, de 42 a 44% das receitas públicas provêm da tributação sobre consumo e representam, no total, 11,86% do PIB. Como as renúncias fiscais/gastos tributários chegam a 5% do PIB (União 4,2%), bastaria reduzir em 25% as renúncias para se viabilizar a redução da tributação sobre consumo dos gêneros alimentícios, medicamentos e sobre energia e óleo diesel em 15%, no mínimo, resultando em barateamento de produtos, principalmente aqueles de primeira necessidade, tornando-os mais acessíveis à população de baixa renda.

É possível imaginar que bilhões de reais seriam economizados com a redução da corrupção e que milhões de empregos seriam gerados se fosse eliminado o déficit primário, com a população dispondo de mais renda discricionária para consumir, com produtos barateados pela redução dos tributos, em um círculo virtuoso para toda a economia nacional.

Há, sem dúvida, caminhos viáveis para as grandes mudanças necessárias para fazer do Brasil um país muito melhor do que é hoje. Não atravessamos uma crise de competência. Muitos dos homens públicos são brilhantes e capazes. A crise brasileira – escancarada com os novos números da fome, ainda mais reveladores das brutais desigualdades sociais – é essencialmente ética e moral. Os valores da honestidade e da moralidade se perderam e hoje até os governantes e ex-governantes corruptos são aplaudidos enquanto desfilam simpatia entre a população. Alguns têm até fã-clube para defendê-los e idolatrá-los.

O melhor para o Brasil seria eleger um novo estadista, alguém que honre esse adjetivo, que pense além de seu mandato, que implemente programas de Estado e não de governo. Alguém, enfim, que se inspire em Juscelino Kubitscheck, o presidente do plano de 30 metas, das quais mais de 80% foram cumpridas.

No Brasil de hoje, mais de cinco décadas após JK, tenta-se apropriar de seu slogan “50 anos em 5”, de forma adaptada, e nenhum dos candidatos apresenta metas definidas por área e quantificadas de forma a permitir a cobrança pela sociedade.

O país precisa de um governante que ressuscite os ideais de JK, elabore um plano vintenário de desenvolvimento, persiga o cumprimento de metas e governe com inovação, competência e seriedade. Um estadista que tire o País do mapa da pobreza e o recoloque no caminho do desenvolvimento. 

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. https://samuelhanan.com.br


Desburocratização e simplificação são fatores estratégicos para retomada econômica

Com objetivo de contribuir para a qualidade do debate eleitoral, Sebrae apresenta propostas para os candidatos, com destaque para a melhoria do ambiente de negócios 


A pouco mais de um mês das eleições, os brasileiros voltam suas atenções para o debate em torno das agendas prioritárias do país. A melhoria do ambiente de negócios para as micro e pequenas empresas (MPE) é considerada vital para a retomada da economia, tendo em vista a importância do segmento. Dados do Sebrae apontam que os pequenos negócios respondem por quase 30% do PIB e foram responsáveis por sete em cada 10 empregos com carteira assinada criados no primeiro semestre de 2022. 

Nos últimos anos o Brasil tem avançado na melhoria do ambiente de negócios com a implementação de uma série de políticas de simplificação a fim de facilitar a vida de quem empreende. A digitalização de serviços públicos, a Lei da Liberdade Econômica (Lei  13.874/19) e da Nova Lei do Ambiente de Negócios (Lei 14.195/2021), bem com o aperfeiçoamento do Estatuto das MPE (Lei Complementar 123/2006), dentre outros dispositivos legais beneficiaram os donos de micro e pequenas empresas, além de microempreendedores individuais. 

“O aprimoramento, o estímulo e a efetiva aplicação dessas legislações pelo governo federal e a promoção de políticas públicas de simplificação e integração em prol da racionalização e da redução da burocracia nos serviços públicos são fundamentais para criar um ambiente favorável ao empreendedorismo, à competitividade dos negócios e ao desenvolvimento econômico” avalia o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles. 

No entanto, a burocracia excessiva ainda é vista pelos empreendedores como um dos maiores obstáculos para a formalização e desenvolvimento dos pequenos negócios. De acordo com Melles, a dificuldade para abrir e administrar uma empresa impacta os custos, além de interferir diretamente na dinâmica empresarial e na geração de emprego e renda. Ele acredita que propostas para a recuperação e melhoria do ambiente de negócios, com a desburocratização e simplificação constituem uma agenda estratégica para o Brasil. 

“De acordo a pesquisa GEM, realizada pelo Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), o Brasil está entre as nações com mais espírito empreendedor do mundo e ser dono do próprio negócio supera o desejo de construir carreira na iniciativa privada. Mas para esse sonho virar realidade é preciso que haja um ambiente de negócios mais favorável”, destaca. 


Potencial competitivo 

De fato, quando comparado ao cenário mundial, o Brasil ainda ocupa a 124ª posição no último ranking do Doing Business, relatório elaborado pelo Banco Mundial em 2020 (a partir da análise de indicadores sobre a facilidade de se fazer negócios em 190 países). Essa colocação nos deixa atrás de países como México (60º), Índia (63º) e África do Sul (84º). 

Do ponto de vista interno, há bastante diferenças entre os estados brasileiros quando o assunto é a facilidade de se fazer negócios. No ano passado, o relatório Doing Business Subnacional Brasil, realizado a pedido do governo brasileiro e elaborado com o apoio do Sebrae, analisou a qualidade do ambiente de negócios entre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.

O desempenho global nos cinco parâmetros avaliados (abertura de empresas, obtenção de alvará de construção, registro de propriedades, pagamento de impostos e execução de contratos) apontou que São Paulo, Minas Gerais e Roraima são os estados mais favoráveis. Entretanto, nenhuma localidade foi classificada em primeiro lugar nos cinco aspectos medidos.

“Em nível nacional, temos estados que são referências de melhores práticas, que podem ser replicadas para todo o país. Já em relação ao cenário internacional, observamos o grande potencial do Brasil para se tornar mais competitivo e estamos caminhando neste sentido, basta observar o esforço do país para adesão à OCDE”, pontuou Melles. 


Sebrae nas Eleições

Nesse momento em que os holofotes da mídia e os olhares dos eleitores brasileiros estão voltados para as propostas de políticas públicas feitas pelos candidatos, em nível estadual e federal, o Sebrae lançou a campanha “Quem apoia os pequenos negócios, apoia o Brasil” voltada a enfatizar para a população a importância das micro e pequenas empresas para a economia do país e para a sociedade. Paralelamente, a instituição formulou um documento onde reúne um conjunto de propostas para 10 temas considerados mais estratégicos para as MPE, entre eles a desburocratização e simplificação. 

Confira abaixo algumas propostas do Sebrae para os presidenciáveis como foco na melhoria do ambiente de negócios para as MPE:

  • Redesim – Estimular a completa adesão de prefeituras, órgãos de licenciamento e órgãos tributários à Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios.

  • Abertura de empresas – Fazer valer a Lei da Liberdade Econômica, com dispensa de alvarás e licenciamentos para atividades de baixo risco. Atuar para o custo zero para a abertura e o funcionamento do microempreendedor individual (MEI), inclusive nos municípios, com dispensa de alvarás. Implementar a análise automática de viabilidade locacional e de nome empresarial para o registro de empresa.
  • CNPJ como identificador fiscal único – Atuar junto ao Confaz e representações municipais para acabar com as inscrições estaduais e municipais e utilizar o CNPJ como único cadastro e identificador fiscal.
  • Produtos artesanais de origem animal - Simplificar os procedimentos de  inspeção e fiscalização para comercialização de produtos artesanais de origem animal.

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Brasil e Suécia: o Supremo privilégio

Opinião


Os ministros do Supremo Tribunal Federal tomaram a decisão de aumentar os próprios salários em 18% com reajustes escalonados para os próximos dois anos. Serão 9% em 2023, sendo 4,5% em abril e 4,5% em agosto. Para 2024, serão outros 9%, também divididos: 4,5% em janeiro e 4,5% em julho. Na primeira parcela de pagamentos, os vencimentos dos ministros saem de R$ 39.293,32 para R$ 41.061,00. No total, os salários chegarão a R$ 46.366,00. Trata-se de um aumento de mais de R$ 7.000,00, num momento em que mais de dez milhões de brasileiros estão desempregados, trinta e três milhões estão passando fome; e o salário médio de contratação no país é de R$ 1.900,00.

Além de um salário vinte vezes superior à média dos salários brasileiros, os ministros do Supremo Tribunal contam com outros privilégios: salário integral vitalício após deixar a corte e uma série de outras “verbas indenizatórias”, como planos de saúde, auxílio-moradia, alimentação, diárias de hotel, motoristas particulares e carros do governo. Não nos esqueçamos, ainda, da fatídica licitação aberta pelo STF em 2019: era cerca de um milhão de reais para a compra de lagostas e vinhos premiados.

Como se toda essa situação já não fosse por si só um escárnio à população desempregada, miserável e custeadora de tantas regalias, o aumento salarial aos ministros do Supremo gerará um efeito em cadeia: outros magistrados do Poder Judiciário poderão, ou pedir equiparação salarial, ou terão aumento de subsídios. Um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ganha, por exemplo, 95% do salário de um ministro do STF. Um desembargador, por sua vez, ganha 95% do salário de um ministro do STJ. Na prática, o aumento dos salários dos ministros do Supremo altera o teto do funcionalismo público, aprofunda as diferenças e desigualdades no Brasil e segue bancando uma seleta elite privilegiada às custas de milhares de brasileiros. Esses valores poderiam custear obras paradas, melhorar a educação, ou mesmo, resgatar os famintos.

De outro lado – e aqui está a demonstração do supremo privilégio – está a Suécia. Um país de aproximadamente 10 milhões de pessoas, onde não há fome e o desemprego é controlado. Em virtude dos efeitos da pandemia e dos conflitos no mundo, o desemprego sueco bateu o recorde de 7,6%. Mesmo com renda média de US$ 31 mil ao ano, os suecos não custeiam privilégios para membros do legislativo ou do judiciário.

Os magistrados do Supremo Tribunal sueco não recebem auxílio-moradia, carro com motorista e sequer tem o status de ministro. Numa ocasião em 2018, o juiz sueco Göran Lambertz afirmou que o luxo pago com o dinheiro do contribuinte é imoral e antiético, e que ele mesmo não almoça às custas dos contribuintes. Com todos os descontos tributários, o salário dos juízes suecos da Suprema Corte fica na casa dos R$ 25 mil mensais, o que todos concordam ser um valor bastante alto e mais do que o necessário para manter uma alta qualidade de vida.

Essa comparação é apenas uma dentre várias possíveis, que demonstram como o Estado brasileiro é um “Robin Hood invertido”: tira dos pobres para custear os mais ricos.

 

João Alfredo Lopes Nyegray - especialista em Negócios Internacionais, doutorando em estratégia, coordenador do curso de Comércio Exterior e professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo (UP). @janyegray


Solo arenoso é desafio para o algodã

Fatores como a baixa quantidade de matéria orgânica, pouca retenção de água, entre outros, podem comprometer a produtividade em solos arenosos de uma das culturas com mais alto custo de produção

 

O algodão é uma cultura de ciclo longo, que necessita de boa quantidade de água e sol até a metade do seu ciclo de produção, e ausência de chuva na outra metade. Ou seja, o fator preponderante para o seu sucesso em solos arenosos é a água. Por outro lado, esses ambientes possuem, por natureza, menor quantidade de retenção dela devido à proporção inferior de microporos e ausência de cargas, comparado aos solos com maior teor de argila. Essa condição favorece uma alta taxa de drenagem, baixa quantidade de matéria orgânica, acúmulo e armazenamento de nutrientes e susceptibilidade à erosão hídrica.

Consequentemente, tudo isso gera limitações ao fornecimento de água e nutrientes para o desenvolvimento da cultura. Por isso, é necessário que os cotonicultores de regiões com esse perfil de área realizem ajustes no sistema de produção para alcançar maior produtividade frente a um cultivo que tem elevado custo de produção.

Durante o XIV Encontro Técnico Algodão da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), realizado em Cuiabá/MT, especialistas debateram os principais pontos a respeito desse assunto. Conforme o pesquisador da instituição, engenheiro agrônomo e mestre em Ciência do Solo, Felipe Bertol, há alguns ajustes que podem ser realizados para que esse ambiente impacte menos no final da safra como, por exemplo, a época de semeadura e o aporte de matéria orgânica.  

“A época de semeadura aumenta a pluviosidade acumulada no ciclo da cultura, diminuindo os riscos por déficit hídrico. Já o aporte de matéria seca, em quantidade e qualidade, pode aumentar a matéria orgânica e consequentemente elevar a retenção de água e nutrientes”, explica o pesquisador.

Ainda segundo o especialista, o atual cenário ideal para a cotonicultura em ambientes arenosos é caracterizado por algodão verão, aquele semeado no mês de dezembro e precedido, quando possível, por uma planta de cobertura com aporte de massa suficiente para proteger o solo, não afetar a plantabilidade e também fornecer nutrientes ao algodoeiro.


Que ferramentas adotar?

A principal ferramenta que o agricultor tem hoje nestes ambientes com solos arenosos e no objetivo de produzir mais pluma, é a adequação do manejo com o conhecimento técnico adaptado para cada situação. Para Bertol, deve-se ter em mente:

  1. O sistema de produção pode definir o sucesso econômico e sustentável do ambiente;
  2. O cultivo de duas culturas comerciais na mesma safra tem um risco muito elevado, sobretudo quando uma das culturas é o algodoeiro;
  3. O aporte de matéria orgânica de forma racional (quantidade e qualidade) define a plantabilidade, disponibilidade de nutrientes, retenção de solo e água e, por fim, o sucesso econômico;
  4. A agricultura em solos arenosos deve ser embasada em processos e não em insumos.

Como ter sucesso?

Durante o Encontro Técnico Algodão, especialistas debateram sobre como é possível ter sucesso na cotonicultura em solos arenosos. Bertol conta quais são algumas das medidas que podem ser adotadas nesses casos. “A primeira está relacionada ao sistema de produção, que deve falar mais alto: preconizar matéria orgânica, aporte de nitrogênio via planta, rotação de culturas, aprofundamento do sistema radicular, evitar descompactação e perda de água e solo”, diz.

Além disso, é recomendado realizar um manejo nutricional adequado, trabalhando com doses e parcelamentos. A janela de semeadura adequada ao sistema de produção também é importante, seguida pela observação periódica do campo e tomada de decisão em tempo real com ação em curto espaço de tempo.

O pesquisador alerta que mesmo fazendo tudo o que foi sugerido, o cultivo de algodão em solos arenosos não garante produtividades elevadas, visto que o discurso “cada ano é um ano” é muito aplicável para estas condições. “Nesses ambientes, todo impacto negativo é maximizado e pode gerar perdas significativas. As principais perdas são por déficits hídricos em momentos chaves da cultura, excesso hídrico, podridão e aborto de maçãs, nematoides e outros”, complementa.

Atenção regional

Cada região produtora tem sua especificidade, tanto ambiental quanto de manejo. Isso é difícil de ser mapeado, até porque há diferenças entre solos arenosos (por exemplo, proporção de areia fina e areia grossa). Mas, para fomentar a discussão e mostrar diferenças e semelhanças entre as regiões, profissionais das principais regiões produtoras de Mato Grosso e da Bahia participaram do XIV Encontro Técnico Algodão da Fundação MT.

O cotonicultor da Bahia, Paulo Schmidt, da Schmidt Agrícola, conta que em suas fazendas cultiva em dois tipos de solo: arenoso e o mais argiloso. A área de algodão é mantida em oito mil hectares e é feita rotação. Diz, ainda, que às vezes, dentro da propriedade e num raio de quatro ou cinco quilômetros, é possível encontrar talhão mais arenoso, passando por um mediano e terminando em um argiloso. “Isso dá um impacto muito grande na produção, quanto mais argila, nós temos visto que as produções sempre são melhores. E na nossa região, que há uma tendência de ser bem mais arenoso do que algumas outras partes do País, com o teor de argila acima de 35%, já é muito argiloso”, descreve.

O produtor explica que o solo arenoso é um pouco mais trabalhoso em termos de fertilidade, mas que para executar as operações de plantio e maquinário é melhor. No entanto, “a adubação é feita especificamente para cada área, realizamos análises química, física, junto com o corpo técnico, e aí vem as recomendações. Normalmente, solos mais arenosos necessitam de menos calcário do que os mais argilosos e outros detalhes referente a fósforo”.

Para melhorar, Schmidt, em áreas arenosas e também nas demais, realiza o plantio de coberturas, reforçando o que o pesquisador da Fundação MT orientou, visando melhorar a matéria orgânica. “São essas plantas de cobertura que vão dar uma estabilidade melhor nesse solo e vai com certeza melhorar a capacidade dele em termos de produtividade”, destaca.


Tempo de cultivo

O cotonicultor aponta como o tempo é um grande personagem para o sucesso do plantio de algodão em solo arenoso. Segundo ele, é preciso e benéfico que o solo envelheça. “Para cultivar a pluma na Bahia, nesse tipo de área, tem que ter pelo menos 10 anos de cultivo de soja, milho e outras culturas, para que o algodão possa realmente ter uma boa produtividade”, finaliza.

 

Fundação MT

 www.fundacaomt.com.br

 

No Dia Mundial da Alfabetização, cinco dicas para auxiliar no aprendizado

Como os pais podem ajudar os filhos neste momento?


No dia 08 de setembro comemora-se o Dia Mundial da Alfabetização: data criada pela ONU (Organização das Nações Unidas), por meio da UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. A ONU instituiu essa data como comemorativa no intuito de acentuar a relevância da alfabetização para o desenvolvimento socioeconômico mundial, enfatizando cada vez mais essa questão como “essencial para a dignidade e os direitos humanos”. 

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 6,6% da população brasileira não sabia ler e nem escrever no ano de 2019. Isso significa que aproximadamente 11 milhões de pessoas eram analfabetas.

Os números sinalizam urgência em reverter esse quadro, a fim de propiciar educação de qualidade a todos, o que – incontestavelmente – confere cidadania.

A pandemia potencializou desigualdades e não seria diferente no âmbito educacional. Acerca da alfabetização, muitos devem ser os cuidados para que esse momento essencial às demais etapas da escolarização não seja frágil, inconsistente. E isso, por inúmeros fatores.

De acordo com a coordenadora do Ensino Fundamental - Anos Iniciais, do Colégio Marista Arquidiocesano, um dos mais tradicionais da capital paulista, Lilian Gramorelli, “dentre todos os desafios que surgiram com a pandemia, lidar com o processo de alfabetização dos filhos foi um dos que mais geraram ansiedade nas famílias”. Para ela, deve haver um olhar cuidadoso para que as lacunas de aprendizagem sejam  as mínimas possíveis. 

A fase da alfabetização representa um dos momentos mais importantes na trajetória escolar da criança. Para Lilian, quanto mais a família colocar a criança em contato com o mundo letrado, mais experiências e repertórios para a alfabetização ela terá. “Os pais podem auxiliar na familiarização das letras, palavras e expressões, estimulando o interesse pela leitura e escrita”, explica. 

“Vale ressaltar que a alfabetização é um processo e o tempo de duração depende muito de cada criança, levando em conta o contato com o mundo letrado que ela possui desde bebê”, complementa a coordenadora. 

Como, então, ajudar os filhos nesse momento?

Um fator que pode ajudar as famílias é ter consciência de que cada criança tem um tempo de aprendizagem, o qual deve ser respeitado. Os pais podem começar encorajando, incentivando os filhos a lerem palavras, frases, pequenos textos que façam parte do seu contexto social e, aos poucos, de forma natural, será possível desafiá-los a avançar para textos um pouco maiores. Isso tudo, vale ressaltar, num processo agradável, criativo e reflexivo.

“É importante ressaltar que sempre que falamos de alfabetização, citamos o letramento, que é um conceito na educação para essa fase de desenvolvimento”, afirma Lilian Gramorelli. 

Alfabetização é o processo de aquisição de leitura, de técnicas e habilidades para a prática da leitura e da escrita. Quando a criança domina o sistema de escrita ela conquistou habilidades de codificação de fonemas em grafemas e de decodificação de grafemas em fonemas. Pode-se dizer que ela está alfabetizada.

Já o letramento é um conjunto de práticas que dizem da capacidade de usar diferentes materiais escritos, ou seja, a habilidade de interpretar e aplicar a leitura e a escrita no cotidiano.

Cinco dicas de como auxiliar no processo de alfabetização das crianças:

1.   Leia para a criança: o hábito de contar histórias ajuda os filhos a se interessarem pela leitura e a terem vontade de aprender.

2.   Seja presente: é importante se interessar pelo processo de aprendizagem, acompanhando a criança e estando atento para cada passo avançado.

3.   Valorize as pequenas conquistas: mesmo que a criança não aprenda a ler de uma hora para outra, elogie quando ela aprender a identificar uma letra nova e a formar alguma palavra.

4.   Invista em caça-palavras: alguns jogos verbais são super interessantes para ajudar a criança a identificar letras e palavras.

5.   Seja modelo de leitor: pais que têm o hábito de ler demonstram para os filhos o prazer da leitura e acabam incentivando as crianças.

Colégios Maristas

 www.colegiosmaristas.com.br

 

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