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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Agilidade na identificação dos sinais é determinante para evitar complicações do AVC

• Pessoas que sofrem um acidente vascular cerebral (AVC) podem perder até 2 milhões de neurônios por minuto

• Para conscientizar a população sobre o tema, o Einstein lança, no Dia Mundial de Combate ao AVC 2021, a campanha digital "Minutos podem salvar vidas", uma colaboração com a World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC)

 

Popularmente conhecido como derrame, o acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda maior causa de morte e a primeira de incapacidade no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. A agilidade na identificação dos sintomas pode ter papel decidivo para a prevenção dessas complicações. Pensando nisso, o Einstein lança, no Dia Mundial de Combate ao AVC (26/10), a campanha "Minutos podem salvar vidas", para conscientizar as pessoas sobre a importância do tema.

A iniciativa se dá na veiculação de um vídeo com o ator Cassio Scapin, em que interpreta um espantalho, personagem que sempre sonhou em ter um cérebro e ajuda a conscientizar que temos que cuidar do órgão central do nosso sistema nervoso. O vídeo está disponível no canal do YouTube do Einstein, e será veiculado também no Facebook e Instagram da instituição. Além disso, uma versão reduzida será transmitida em canais de TV, como CNN, Discovery e GloboNews.


Cada minuto conta

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, mais comum, que acontece por conta da obstrução de uma artéria intracraniana, provocando falta de oxigenação na região; e o hemorrágico, que decorre do rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. A doença pode acometer pessoas em todas as idades, sendo o maior fator de risco para ambos os subtipos a hipertensão arterial.

De acordo com Dra. Gisele Sampaio, médica neurologista e pesquisadora clínica no Einstein, "reconhecer rapidamente os sinais do AVC é essencial para que o paciente receba o tratamento adequado com urgência". Isso porque pessoas que sofrem um AVC podem perder até 2 milhões de neurônios por minuto - ou seja, quanto maior a demora para o diagnóstico, maior a chance do paciente desenvolver complicações como paralisias, problemas de visão, memória e fala.

Dormência súbita ou fraqueza do rosto, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo, são os principais sintomas do AVC. "Pode ocorrer dificuldade para falar, entender e andar, além de tontura, perda de equilíbrio ou coordenação. Também pode haver dor de cabeça súbita e intensa sem causa conhecida e problemas súbitos de visão, como não conseguir enxergar em um ou ambos os olhos", explica a médica.

Caso haja a suspeita de um AVC, o teste SAMU poderá ajudar a identificar os sinais:

• Sorriso - peça para a pessoa sorrir. Veja se um lado do rosto não mexe;

• Abraço - veja se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar ou se um membro não se move;

• Música - veja se ela repete o trecho de uma música ou se enrola as palavras;

• Urgente - chame uma ambulância ou vá a um pronto atendimento especializado.

No Einstein, as Unidades de Pronto Atendimento estão preparadas para receber o paciente com AVC, dispondo de equipes treinadas e estrutura especializada para o tratamento e continuidade do cuidado. Além disso, equipamentos de última geração e equipe especializada em neurorradiologia amparam essas unidades. O Einstein é um centro certificado pela World Stroke Organization como Centro Avançado de Atendimento ao AVC, tendo sido o primeiro hospital na América Latina a receber a certificação.

Para mais informações sobre a doença, acesse aqui.


Infecção ocular: cuidados podem reduzir as chances de contágio

Bactérias podem provocar sérios problemas à visão, mas é possível evitá-las.

 

Vermelhidão, inchaço, secreção e coceira nos olhos podem indicar a presença de uma infecção ocular, que pode ser provocada por bactérias, vírus ou fungos. 

Uma das doenças provocadas por bactérias — e vírus — é a conjuntivite e, embora seja incomum, ela ganhou destaque nos últimos meses por ser um dos possíveis sintomas da Covid-19. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 56.000 casos de Covid-19 na China, 0,8% reportam a conjuntivite como um sintoma nos pacientes. Outras pesquisas realizadas na China e na Itália também mostram que a infecção pode ser um sintoma nos casos graves de Covid-19. A porcentagem de casos varia de 1% a 3%. 

Fora do contexto da pandemia de coronavírus, a conjuntivite também pode acontecer devido a outras condições mais comuns, como gripe, por exemplo. Além disso, essa é apenas uma das doenças que existem devido à infecção bacteriana ocular. 

Por mais que gerem sintomas muito desconfortáveis, essas infecções são fáceis de serem detectadas, portanto, é possível receber de forma rápida um tratamento adequado. 

Outro ponto importante é a prevenção das infecções nos olhos. Muitas pessoas não sabem que apenas algumas mudanças de hábitos podem ajudar a prevenir esses problemas.

 

Tipos de infecções oculares

A conjuntivite é a infecção ocular mais conhecida, mas existem diversas outras que atingem diversas pessoas e que podem ser evitadas.

 

Conjuntivite

Já citamos essa infecção, mas ela merece um tópico à parte. A conjuntivite ocorre quando os vasos sanguíneos da membrana externa que envolvem o globo ocular são infectados por bactérias ou vírus. 

O paciente diagnosticado com a doença pode transmiti-la até duas semanas após ser infectado. Portanto, no caso da presença dos sintomas abaixo, é necessário procurar por um médico o mais rápido possível:

 

     Olhos vermelhos ou rosados;

     Secreção aquosa nos olhos, com consistência mais espessa ao acordar;

     Coceira ou sensação de que tem algo nos olhos, como grãos de areia;

     Produção de lágrimas mais do que o normal.

 

Ceratite

Menos conhecida do que a conjuntivite, mas também muito comum, a ceratite ocorre quando a córnea — camada que cobre a pupila e a íris — está infeccionada. 

A ceratite ocorre devido por meio de bactéria, vírus, fungo ou parasita, ou até mesmo caso tenha acontecido alguma lesão ocular. 

Essa infecção nem sempre é infecciosa e os sintomas incluem: 

     Olhos vermelhos e inchados;

     Dor ou desconforto nos olhos, principalmente ao abrir e fechar as pálpebras;

     Produção de lágrimas mais do que o normal;

     Visão embaçada;

     Sensibilidade à luz.

 

As chances de desenvolver ceratite são maiores para pessoas que: 

     Utilizam lentes de contato;

     Possuem sistema imunológico fraco devido a outra doença;

     Moram em lugares úmidos e quentes;

     Estão com o olho ferido, principalmente por plantas com produtos químicos.

 

 

Endoftalmite

A endoftalmite já é uma infecção mais grave, que ocorre no interior do olho e também pode ser provocada por bactéria ou fungo. 

Por mais que seja raro de acontecer, essa infecção pode acontecer depois de determinadas cirurgias oculares, como a de catarata. Também pode ocorrer depois que o olho foi machucado por algum objeto. 

Os sintomas mais comuns para essa infecção ocular são:

 

     Dor nos olhos — que pode ser leve ou intensa;

     Perda parcial ou total da visão;

     Inchaço e vermelhidão ao redor dos olhos e pálpebras;

     Secreção ou pus ocular;

     Sensibilidade à luz brilhante.

 

Blefarite

A blefarite nada mais é do que a inflamação das pálpebras. As causas para que ela aconteça incluem infecção por bactéria, alergias, problemas de pele e glândulas sebáceas obstruídas nas pálpebras. 

Esta infecção ocular possui dois principais tipos: 

     Blefarite anterior: que atinge a área dos cílios;

     Blefarite posterior: que atinge a pálpebra interna.

 

Os principais sintomas da blefarite são: 

     Olhos vermelhos e inchados;

     Olhos marejados;

     Coceira na pálpebra;

     Ardor nos olhos;

     Sensação de ter "grão no olho";

     Pele escamosa ao redor dos olhos;

     Sensibilidade à luz;

     Crosta nos cílios ou cílios grudados.

 

Como evitar as infecções

As infecções oculares podem ir de casos leves até mais graves, mas podem ser evitadas se alguns cuidados básicos forem tomados. 

Para minimizar os riscos de contraí-las, é indicado utilizar produtos anti-infecciosos em locais públicos, inclusive em salas de aula, quando se trata de proteger as crianças. 

No geral, é importante ensiná-las a evitar tocar nos olhos sem antes lavar as mãos. 

Para quem utiliza lentes de contato, é importante seguir as orientações de segurança para manter uma boa higiene, o que inclui lavar as mãos antes de tocar nos itens. 

Esteja ciente que dormir com lentes de contato, por mais que elas sejam de silicone hidrogel — geralmente utilizadas para dormir —, pode aumentar o risco de infecções nos olhos. 

Em casa, se alguém estiver com infecção ocular confirmada, é importante seguir as orientação abaixo: 

     Certifique-se de manter roupas de cama e toalhas limpas;

     Não deixe que as pessoas com a infecção compartilhe itens com mais ninguém;

     Peça para que todos lavem as mãos frequentemente.

 

Outras dicas importantes para prevenir infecções oculares são: 

     Não tocar os olhos antes de lavar as mãos;

     Tomar cuidado ao usar cílios postiços e sempre optar por materiais de qualidade;

     Lavar as mãos frequentemente;

     Seguir dieta balanceada e anti inflamatória;

     Utilizar toalhas limpas;

     Não compartilhar itens de maquiagem, principalmente os que são para a área dos olhos;

     Lavar os lençóis e fronhas pelo menos uma vez por semana;

     Usar soluções para limpar as lentes de contato todos os dias, de acordo com as recomendações do oftalmologista;

     Realizar check ups periodicamente.

Riscos de infecções no verão

Os cuidados para evitar as infecções oculares devem se manter durante todo o ano. No entanto, durante o verão é necessário ter alguns cuidados a mais para manter a saúde dos olhos. 

A exposição à água contaminada do mar ou da piscina, principalmente para quem utiliza lentes de contato, faz com que os olhos fiquem vulneráveis a determinadas contaminações por bactérias, vírus ou fungos. 

Portanto, antes de mergulhar, é importante retirar, fazer a higienização e guardar corretamente as lentes de contato. 

As altas temperaturas também podem provocar problemas oculares, já que o calor pode aumentar a produção de glândulas sebáceas, o que, consequentemente, pode promover a blefarite ou terçol. 

Quem possui a pele do rosto mais oleosa, deve fazer a higienização das pálpebras com produtos específicos e com maior frequência durante o verão. 

É importante dizer que, geralmente, os sintomas de infecções oculares desaparecem em poucos dias. Mas, em casos de sintomas graves e persistentes, é extremamente importante procurar por um médico. 

Quanto antes uma infecção ocular for identificada e tratada, menor serão as chances de ter complicações.


Hormônios x Lipedema: qual a relação?

Segundo estudos, o estrógeno (ou estrogênio) é um fator de contribuição para o desenvolvimento do Lipedema, doença que acomete milhões de mulheres em todo o mundo;

 

Por isso, momentos específicos da vida da mulher como gestação, uso de anticoncepcionais, tratamentos para engravidar e menopausa

tendem a ser gatilhos;

 

O que o Lipedema tem a ver com a celulite? Dermatologistas explicam a diferença

 

O Lipedema é uma doença causada pelo acúmulo de gordura nos braços, quadris e, principalmente, nas pernas, que provoca dores, problemas de locomoção e uma sensação de peso nesses membros. Hoje, a sociedade sabe um pouco mais sobre este assunto. Mas, quais são os gatilhos para esta doença, já que cerca de 10% das mulheres no mundo têm, segundo dados da Sociedade Espanhola de Medicina Estética (SEME)? E por que só mulheres? Tem algo a ver com hormônios? Estas são algumas das grandes questões que envolvem o tema.

De acordo com um dos médicos pioneiros no tratamento do Lipedema no Brasil, dr. Fábio Kamamoto, que dirige o recém-criado Instituto Lipedema Brasil, em São Paulo, o Lipedema depende dos hormônios femininos – o estrógeno e a progesterona - para se desenvolver. Por isso o foco da doença se dá em mulheres.

 

                    Mulher com Lipedema nas pernas. Crédito foto: divulgação Instituto Lipedema Brasil

 

“Quando há o uso de anticoncepcional, o quadro de Lipedema piora. No início da puberdade, na gestação, em que existe um pico hormonal muito grande, ou quando a mulher faz tratamento para engravidar, e mais para frente entra na menopausa, que traz um novo padrão hormonal, todos esses momentos da mulher tendem a ser gatilhos para esta doença”, comenta.

Embora a fisiopatologia da doença não tenha sido totalmente elucidada, várias linhas médicas e estudos recentes internacionais evidenciam que a disfunção do estrógeno pode ser central para o desenvolvimento do Lipedema. Isto porque a desregulação de gordura que ocorre com a doença é causada pela sinalização desordenada deste hormônio. Em circunstâncias normais, o estrógeno interage com a gordura corporal para mantê-la saudável, evitando aumento do peso, por exemplo.

“Bagunça” hormonal - Este desequilíbrio hormonal resulta em aumento da gordura corporal, em inflamação e, consequentemente, desregulação da gordura, ou seja, em Lipedema. Segundo estudos do Lipedema Foundation, de Nova Iorque, o Lipedema se apresenta em momentos específicos da vida da mulher, de grandes movimentações hormonais como puberdade, gestação e menopausa, por causa de alterações nos receptores de estrógenos localizados na gordura.

 

O Lipedema deixa as pernas mais grossas e desproporcionais em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote”. Crédito foto: divulgação Instituto Lipedema Brasil

 

Por que não em homens? – O Lipedema atinge quase que exclusivamente o público feminino e os poucos homens diagnosticados com a doença apresentaram baixo nível de testosterona e alto nível de estrógeno, comprovando a participação do hormônio no desenvolvimento da doença.

Lipedema é celulite? – Segundo estudos, 95% das mulheres têm celulite e muitas delas não sabem diferenciar do Lipedema. Apesar das semelhanças físicas entre o Lipedema e a celulite aumento de gordura, irregularidade na pele, resposta ao estrógeno – por isso homens também não têm celulite -, qual é a diferença entre as condições? Segundo a dermatologista dra. Lyvia Salem, da Clínica Adriana Vilarinho, os fatores que estão ligados em ambos os casos são os mesmos.

“Os termos utilizados nos estudos científicos para explicar o surgimento de ambas as condições são muito parecidos. Até mesmo a biópsia de pele e subcutâneo dos locais acometidos possuem a mesma descrição. Os fatores e mecanismos envolvidos na formação da celulite e do Lipedema são muito semelhantes. O tecido adiposo é um órgão e tem receptores para hormônios, então acaba tendo uma função endócrina também”. Tanto no Lipedema quanto na celulite, os fatores genéticos, os hábitos de vida e os alimentares, uso de pílula anticoncepcional, mudanças na vida da mulher que aumentam a quantidade de estrógeno vão ter uma interação significativa com o tecido da gordura e vão levar a uma congestão (retenção de líquido que “esmaga” esse tecido, deixando-o “afogado” e sem uma oxigenação adequada). Isso faz com o que o corpo produza mais fibrose (mais cicatriz). Este “fenômeno” acontece nas duas situações. Então por que é diferente?

O Lipedema é uma síndrome, não é uma coisa só. Com a celulite, a preocupação da mulher é mais estética. Para fazer um diagnóstico de Lipedema não basta olhar apenas a irregularidade da pele, pois este é somente um dos aspectos. No Lipedema, há aumento dos membros, há desproporção entre eles e o corpo, há uma dor diferente da dor de apalpação da celulite (principalmente quando está inflamada), há o peso nos membros, há equimoses (popularmente conhecidas como hematomas) ou seja, são muito mais sintomas no dia a dia da mulher. “O prejuízo na qualidade de vida para quem tem Lipedema é diferente”, comenta dra. Lyvia.

Já para a dermatologista dra. Annelise Marmore, da Clínica Annelise Marmore um dos grandes diferenciais entre a celulite e o Lipedema está na resposta às atividades físicas e dietas. “Quando a mulher diminui o peso e faz dieta, notamos uma melhora do quadro de celulite. E com o Lipedema, isto não é possível. A paciente consegue desinflamar, mas não é possível regredir o quadro. Esta é uma grande frustração das pacientes, porque elas começam a desenvolver outros distúrbios de imagem como anorexia, bulimia”, avalia dra. Annelise.

Para dr. Fábio Kamamoto, a celulite é uma condição frequente que afeta quase que a totalidade das mulheres e o Lipedema é uma celulite com outros comemorativos. “Sai do mesmo guarda-chuva, porém a mulher vai ter hematomas, piora progressiva na vivência hormonal, dor, limitações físicas e até emocionais”, diz dr. Kamamoto.

 

Características do Lipedema

As principais características do Lipedema, que possui quatro estágios, são: dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem o contorno. “A mulher pode apresentar hematomas (ficar roxa) por qualquer movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca reação inflamatória em células de gordura nestas regiões”, ressalta dr. Fábio Kamamoto. Se há perda de mobilidade, aumento progressivo dessa gordura com o passar dos anos, se há dor em algumas das regiões-foco e dificuldades em eliminar a gordura mesmo com dieta e atividade física, é recomendado procurar ajuda médica, pois pode ser Lipedema.

 

Tem tratamento? – Sim, há dois tipos de tratamento para o Lipedema, o clínico e o cirúrgico. O clínico é composto por dieta anti-inflamatória (legumes, carnes, sem sódio e glúten ou bebidas alcóolicas); uso de plataforma vibratória, que diminui o inchaço nas regiões; drenagem linfática para tirar o excesso de líquido; e, por fim, a técnica de taping, aplicada por um fisioterapeuta para melhorar o desconforto.  Estas ações amenizam os sintomas, mas não resolvem o problema da gordura nas regiões dos braços, pernas e quadril, pois não extrai as células doentes. Já o cirúrgico é feito com lipoaspiração e é definitiva. “Uma vez removida, esta gordura não volta mais, pois não há multiplicação dessas células. É possível remover por meio de lipoaspiração até 7% do peso corpóreo. Ou seja, um paciente de 100 quilos poderia remover até 7 litros de gordura”, finaliza dr. Kamamoto.

 


Instituto Lipedema Brasil

www.institutolipedemabrasil.com.br


Presbifonia: como lidar com o envelhecimento da voz

Cantores, atores, palestrantes, dubladores e locutores. Estes são apenas alguns exemplos de profissionais cuja voz é o carro-chefe de suas carreiras. Agora, imagine quando essa ferramenta indispensável começa a falhar. 

“Com o tempo, a voz perde força, velocidade, estabilidade e precisão articulatória, fazendo com que a qualidade vocal seja prejudicada. Esta condição se chama presbifonia, que indica o envelhecimento natural da voz. Um dos primeiros sintomas pode aparecer na voz cantada, em que se perde a capacidade de modulação da voz, com diminuição na produção de sons agudos e redução da capacidade expiratória, enfraquecendo a extensão vocal”, afirma a Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, Mestre e Doutora em Ciências e Expressividade pela USP, e especialista em Oratória, também pela USP. 

Segundo estudos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a presbifonia começa a partir dos 50 anos de idade, podendo ser mais acentuada de acordo com o estilo de vida e histórico de cada paciente. Em mulheres, o envelhecimento da voz costuma acontecer a partir da menopausa. Ainda segundo os estudos, cerca de 10% dos idosos irá apresentar algum tipo de alteração vocal.

 

Como ocorre a presbifonia

A voz é produzida na laringe, onde se encontram as pregas vocais, que vibram a partir da passagem do ar vindo dos pulmões. A voz, então, é finalizada por lábios, língua, palato e nariz. 

Com o passar dos anos, os músculos da laringe sofrem flacidez na musculatura, rigidez das cartilagens e redução da lubrificação na região, tornando a voz trêmula, rouca e com pouca projeção. Somado a isso, há alterações estruturais nas pregas vocais, como atrofia das glândulas salivares, provocando dificuldade na articulação por diminuição de saliva.

 

Prevenção e tratamento

O diagnóstico da presbifonia é realizado por meio de exames, como a laringoscopia e avaliações da voz e pronúncia. Entretanto, nem todas as pessoas desenvolvem a presbifonia de modo acentuado. Fatores como saúde física, condições emocionais e hábitos de vida podem interferir nesse processo. 

“De fato, alguns comportamentos podem envelhecer a voz precocemente, como gritar, falar num tom de voz que não é o seu habitual, uso excessivo da voz sem aquecimento prévio, alimentação que provoca refluxo gastroesofágico, baixa ingestão de água, além da interferência de fatores hereditários, ambientais e psicológicos”, frisa a fonoaudióloga. 

Porém, há medidas que podem minimizar os impactos do envelhecimento da voz: 

- Beba água com bastante frequência 

- Mantenha sempre uma postura corporal adequada 

- Evite falar muito alto e gritar 

- Evite exposição excessiva ao ar condicionado 

- Evite permanecer em áreas muito poluídas 

- Não fume 

- Evite pigarrear 

- Evite bebidas alcoólicas 

- Não force a sua voz 

- Adote hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares 

- Pratique o aquecimento. Alguns exercícios técnicos funcionam como uma ginástica vocal e auxiliam na manutenção e vibração da voz, como falar as vogais “aaaaaa”, “iiiiiiii” e “uuuuuuu”, e também as consoantes “rrrrrrrr” e “zzzzzz”. 

“Para muitas pessoas, a presbifonia prejudica a vida social e/ou profissional, por conta do esforço para se comunicar. Lembrando que não se trata de uma doença, mas de uma reação natural do organismo e que pode ser controlada com os cuidados citados. Ao perceber alterações na voz, procure um profissional especializado. Até porque os sintomas podem significar algo mais preocupante do que o inevitável envelhecimento da voz”, finaliza Cristiane Romano.


Dieta é primeira defesa contra AVC, mas insegurança alimentar aumenta risco

Com dieta do brasileiro ameaçada durante a pandemia, especialista alerta para o problema do descontrole de doenças relacionadas ao AVC


O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda principal causa de mortes no Brasil, mesmo com o Ministério da Saúde registrando uma redução no número de casos de 205.070 em 2019 para 192.681 em 2020. Diante disso, a nutricionista Maíra Azevedo destaca a importância de usar a alimentação como estratégia de prevenção.

Como ela ressalta, o desequilíbrio no colesterol, sobrepeso, obesidade, consumo excessivo de álcool, além de diabetes e hipertensão são só alguns dos grandes fatores de risco do AVC que estão diretamente associados aos hábitos alimentares do paciente.

 

Alimentação na contramão

Contudo, as restrições da pandemia e outros impactos na economia das famílias brasileiras acabaram levando a dieta do brasileiro no sentido contrário. Um estudo recente constatou uma redução drástica no consumo de carnes, frutas, hortaliças, legumes e outros grupos. Em casos mais graves, a queda chegou a até 85%.  

Como explica a nutricionista, quando associada à mudança no estilo de vida de jovens adultos - que envolve ainda um incremento no sedentarismo -, isso tem contribuído para mais casos de doenças relacionadas ao AVC.

“Quando falamos em saúde, ter uma alimentação saudável é fundamental. No caso das doenças cardiovasculares, sabemos que obesidade, diabetes e hipertensão são fatores de risco. Isso significa que pessoas que apresentam alguma dessas doenças têm uma chance maior de ter AVC,  quando comparado a indivíduos saudáveis”, argumenta.

 

O que não pode faltar?

Embora o controle de doenças cardiovasculares dependa de uma série de fatores, o equilíbrio da dieta é fundamental. Diante disso, alguns alimentos não podem faltar como cereais ricos em fibras, abacate, peixes ricos em ômega 3, nozes, cacau, azeite de oliva, tomate, açafrão e outros.

Mais do que isso, Maíra Azevedo reforça que é importante que haja uma mudança relevante tanto em hábitos alimentares como em relação ao estilo de vida. “Como prevenção, tenha uma alimentação rica em frutas e vegetais, dando preferência aos grãos integrais, alimentos ricos em fibras, peixes, carnes magras e produtos lácteos com baixo teor de gordura”, aconselha a especialista.

Por fim, ela recomenda que alimentos ricos em açúcares, sódio e gorduras devem ser evitados. Entre eles, ela lista carnes com alto teor de gordura, frituras, temperos prontos, embutidos (salsicha, presunto, peito de peru) enlatados, doces em geral, bolachas, biscoitos, quitandas e bebida alcóolica.


Você sabia que o ácido hialurônico pode ser usado no tratamento de osteoartrite?

A substância ajuda na lubrificação da articulação e alívio das dores. Especialista explica mais sobre o assunto, cuidados e quando é indicado


Muito se fala do poder do ácido hialurônico na pele, mas você sabia que ele é também é um forte aliado no tratamento da osteoartrite? O médico ortopedista e especialista em cirurgia de pé e tornozelo, Henrique Mansur, explica que a substância pode ser aplicada através de injeções intra-articulares, terapia conhecida como viscossuplementação, que vem ganhando cada vez mais destaque como opção de tratamento não-cirúrgico.

De acordo com o especialista, a osteoartrite é causada pelo desgaste da cartilagem articular, provocando modificações nos ossos, como os osteófitos ou "bico de papagaio", como é comumente chamado. A doença pode ser classificada de duas formas: primária e secundária e seus fatores de risco são inúmeros. "A osteoartrite pode ser causada por traumatismos nas articulações e até mesmo por alterações no metabolismo. A hereditariedade também é um fator importante", exemplifica.

Para ele, a viscossuplementação tem funções muito importantes: lubrificação da articulação com osteoartrite, alívio da dor por meio de propriedades anti-inflamatórias, melhora da função e regeneração da cartilagem articular. "Já temos diversos estudos demonstrando os bons resultados da terapia para a osteoartrite, principalmente nas articulações do joelho e quadril", destaca. Ele complementa: "contudo, há estudos recentes que mostram melhora da dor e função também no tornozelo e na articulação subtalar (talo-calcaneana)".

Apesar de não ter a capacidade de restaurar toda a cartilagem da articulação comprometida pelo processo degenerativo, a viscossuplementação pode promover uma melhora importante da dor, permitindo ao paciente retornar às suas funções, por um período variável, que pode durar até 12 meses, dependendo da gravidade. "Em muitos casos, a terapia permite ao paciente adiar uma cirurgia de grande porte, como a colocação de prótese, por alguns anos", aponta Mansur.

"A terapia é simples e pode ser realizada no consultório, sem necessidade de preparo, e o paciente pode manter suas atividades normalmente. Além disso, apresenta poucas complicações e efeitos adversos, por ser uma substância produzida por nossas articulações, quando sadias", comenta. O ortopedista salienta que a viscossuplementação deve ser realizada por médicos especialistas e associada a outras terapias, como exercícios físicos.


PSORIASE PUSTULOSA GENERALIZADA

SBD chama atenção para doença grave e rara que afeta milhares de brasileiros


Na semana em que o país estimula o debate em torno dos cuidados oferecidos aos pacientes com psoríase, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chama a atenção para uma das formas mais graves e raras dessa doença. A psoríase pustulosa generalizada (PPG) afeta a saúde e qualidade de vida dos seus portadores, podendo até levar à morte em casos extremos. No Brasil, estima-se pelo menos 1.458 pacientes que apresentam sinais e sintomas dessa patologia, segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

Neste grupo, a prevalência é um pouco maior nas mulheres (53%), sendo que os registros de PPG ocorrem de modo mais frequente após os 30 anos de idade. Dados de literatura estrangeira apontam grau significativo de letalidade da doença. Segundo estudos científicos, em 65% dos casos, os pacientes com psoríase pustulosa também têm psoríase vulgar.

Em linhas gerais, a forma vulgar é o tipo mais comum, com presença de lesões avermelhadas na pele, em formato de placas, que descamam. Também causa descamação, rachaduras, coceira, queimação e dor. Na PPG, as lesões da psoríase vulgar são acompanhadas de pústulas (bolhas com pus) e quando as bolhas rompem, surgem feridas.

De modo geral, os casos de psoríase são provocados por predisposição genética, precipitados por fatores ambientais ou de comportamento. Alguns gatilhos desencadeiam ou agravam crises: interrupção do uso de medicamentos, queimadura solar, presença de infecções virais (incluindo rinovírus e coronavírus), estresse e gestação. Importante destacar que é uma doença crônica e não contagiosa.


Gatilhos - Para o dermatologista Gleison Vieira Duarte, um dos coordenadores da Campanha Nacional de Conscientização sobre Psoríase, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a psoríase vulgar pode se transformar na psoríase pustulosa. "Um dos gatilhos é o uso dos corticosteroides orais. Essas drogas podem ser empregadas de forma inadvertida, seja por automedicação ou desconhecimento acerca de uma não indicação do corticoide na psoríase vulgar", disse.

O especialista acrescenta que, em algumas circunstâncias, após o tratamento com corticoide, o paciente pode ter transformada sua forma vulgar numa pustulosa. Ele explica que "neste caso, chamamos de psoríase pustulosa generalizada induzida pelo uso do corticosteroide. Algumas outras drogas também podem, em casos raros, provocar essa indução, como antidepressivos, lítio, entre outras".

Por sua vez o dermatologista Ricardo Romiti, também do time de coordenação da Campanha da SBD, comenta que o diagnóstico da PPG é clínico. "O exame dermatológico feito de forma muito detalhada ajuda no diagnóstico. Nos casos de dificuldade, é feita uma biópsia, seguido do exame histopatológico. Também costumam ser realizados exames subsidiários para, por exemplo, afastar outros problemas de saúde da pele". Mesmo assim, o diagnóstico pode ser difícil, podendo-se confundir a psoríase com outras infecções.

Gleison Duarte também ressalta que a psoríase, nos casos mais graves, pode ser dolorosa e trazer risco de morte. "As manifestações da psoríase pustulosa podem ser somente na pele. Elas podem estar distribuídas em qualquer parte do corpo, por isso têm o nome de psoríase pustulosa generalizada, com ou sem a presença de sintomas. Neste caso, pode haver febre e mal-estar, ou sintomas que podem levar o paciente à hospitalização. Em 7% dos casos, os pacientes com a forma generalizada podem vir a óbito, o que está muito associado a alterações de desidratação, infecções secundárias e alterações dos eletrólitos, como sódio, potássio, entre outros", explicou.

A gravidade da PPG gera impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, nas funções físicas, vitalidade e saúde mental, incluindo ansiedade e depressão. "O impacto psicológico é muito grande, eu diria que é devastador. As pústulas dão ao paciente a sensação de nojo da sua própria pele, de não querer ter contato com ninguém. O odor fétido que pode resultar dessas pústulas acaba prejudicando o convívio dentro de casa. Além do receio relacionado à gravidade da doença, a falta de tratamentos eficazes aprovados em bula, que realmente sejam direcionados a essa patologia. Então, são muitos os impactos psicossociais gerados por uma doença tão aguda e grave como essa", enfatizou Vieira Duarte.


Tratamento - Para os especialistas da SBD, há tratamentos que podem ser utilizados para a psoríase pustulosa generalizada. No entanto, devido à raridade da doença, todos esses tratamentos são com medicamentos off label, ou seja, que não seguem as indicações homologadas na bula. Além disso, eles são adaptados do tratamento da psoríase vulgar.

"Diante desse cenário, temos preferencialmente escolhido drogas com início rápido, como a ciclosporina e o infliximabe, que são de uso off label, mas também são utilizados a acitretina e o metotrexato quando há a possibilidade de se utilizar drogas de início de ação mais lento. À medida que entendemos mais sobre a psoríase pustulosa generalizada, observamos que ela tem uma característica imunológica distinta da psoríase vulgar", salientou Gleison Vieira, ao destacar a responsabilidade do dermatologista no atendimento desses pacientes.

Ricardo Romiti explicou que da mesma forma que há os tratamentos imunobiológicos para o controle da psoríase em placas, estão em desenvolvimento novos imunobiológicos para o controle da psoríase pustulosa generalizada. "Essas drogas ainda não estão disponíveis no mercado, mas estão em fase avançada de estudo e parecem ter um perfil de eficácia e segurança muito satisfatórios. Enquanto essas drogas não chegam ao mercado, nesses casos mais graves nós acabamos fazendo uso dos mesmos imunobiológicos que nós temos aprovados para a psoríase para tentar controlar o quadro".


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