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terça-feira, 19 de outubro de 2021

A IMPORTÂNCIA DA PROFILAXIA DENTAL PARA MANTER A SAÚDE BUCAL: 34 MILHÕES DE BRASILEIROS PERDERAM 13 DENTES OU MAIS NO ÚLTIMO ANO

  Conheça o método GBT, protocolo de profilaxia dental que garante resultados eficientes com maior conforto aos pacientes e auxilia no combate à odontofobia

 

Já dizia um velho ditado: cabelo e sorriso são a porta de entrada de qualquer pessoa. Não dá para negar que um sorriso bonito, branquinho e bem alinhado impressiona. Mas, a boca e os dentes têm um papel muito além da manutenção da autoestima e autoconfiança, são uma questão de saúde. A Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE e divulgada em 2020, constatou que 34 milhões de brasileiros, acima dos 18 anos, perderam 13 dentes ou mais, e apenas 12,9% têm acesso a um plano odontológico. Além disso, a ansiedade para ir ao dentista por medo dos procedimentos tem se tornado cada vez mais comum. Uma pesquisa realizada pela British Dental Health Foundation estima que 9 a 15% da população estadunidense deixa de ir ao dentista devido à odontofobia. Por isso, investir em métodos não invasivos e que proporcionem conforto e segurança ao paciente é fundamental.

Há 60 anos a Clínica Volponi Carvalho Odontologia, situada na cidade de São Paulo, tem trabalhado para cuidar da saúde bucal dos seus pacientes. O consultório é um negócio de família, e está caminhando para a terceira geração de profissionais como membros da equipe. Foi fundada por José Cássio Marques Carvalho, que faleceu cedo e deixou o negócio sob a administração da esposa. Hoje, seu filho Cássio Volponi Carvalho, com os seus 26 anos de experiência, é o responsável pelo espaço que atende em todas as áreas da saúde bucal.

Para ter uma odontologia de excelência existem dois pontos fundamentais. O primeiro é a capacitação dos profissionais, e o segundo investir em tecnologia para melhorar a qualidade dos tratamentos oferecidos e dar mais conforto aos pacientes. "Estamos sempre investindo em tudo que possa favorecer o tratamento dos nossos pacientes. Hoje trabalhamos com diversas tecnologias como odontologia digital, impressora 3D, microscopia, raio X digital, anestesia computadorizada, AirFlow, entre outros" explica Carvalho.

Para atuar como dentista é necessário muito estudo e dedicação. Além dos 4 anos de faculdade, muitas vezes em tempo integral, os profissionais precisam se atualizar constantemente no que há de avanços científicos e inovações tecnológicas no mercado odontológico para melhorar a eficiência de seus tratamentos. "É necessário muita capacitação técnica para atuar da melhor forma com o paciente. É importante ressaltar a profissão como uma área da saúde, e não com o foco apenas na parte estética dos dentes. A missão do profissional é cuidar da saúde dos pacientes, afinal a saúde começa pela boca", afirma Carvalho.

Para ter uma boa saúde bucal são necessários cuidados básicos, sendo alguns diários. Uma boa escovação, uso do fio dental e a gestão da alimentação são a recomendação para manter a boca e os dentes saudáveis. Quando a higiene bucal não é bem-feita, o paciente enfrenta consequências desagradáveis como gengivite, cáries, doenças periodontais com perda óssea e a perda do elemento dentário.

Além dos cuidados básicos com a higiene, visitas regulares ao dentista para controles periódicos, são fundamentais para auxiliar na promoção de saúde bucal. Nestes controles, são realizadas profilaxias, que consistem em um procedimento que tem como objetivo manter a saúde da boca, dentes e periodonto. "É fundamental a profilaxia com intervalos periódicos pré-determinados pelo dentista. É o momento em que se pode verificar a saúde bucal e diagnosticar doenças em estágios precoces, promovendo tratamentos mais conservadores. O foco principal quando se fala em saúde é a prevenção, se não ao invés de manter a saúde, estará sempre cuidando de doenças", conta o dentista.

Em seu consultório, Cássio Volponi Carvalho utiliza o método GBT (Guided Biofilm Therapy), da EMS , Electro Medical Systems. O protocolo foi lançado há cinco anos na Europa, e tem como principal objetivo oferecer um tratamento suave e eficaz. Com foco na eficiência dos resultados e no conforto dos pacientes, remove o biofilme dental de forma confortável, prevenindo diversas doenças e identificando o local exato em que a limpeza precisa acontecer. "Quando a EMS começou com esse equipamento eu fiquei um tempo com ele no consultório e fiz uma experiência com o método. Eu já fazia um questionário com meus pacientes para analisar a qualidade de vida, conforto e agilidade. Após usar o método GBT, fiz o questionário novamente para avaliar a eficiência do tratamento. De forma geral todos notaram a diferença. Nos que apresentavam maior sensibilidade dentária a mudança foi significativa, o conforto que o equipamento traz é muito grande", afirma.

Além de mais conforto, é possível notar vantagens também do ponto de vista técnico. Facilita a identificação de locais que necessitam de mais limpeza, orientando tanto o profissional dentista como o paciente. "O fato de você fazer a sequência da GBT desde a evidenciação do biofilme, facilita a orientação do paciente. O evidenciador preconizado pelo método GBT permite identificar em cores diferentes o biofilme mais recente e mais antigo demonstrando onde precisa melhorar a higienização. Enquanto para o profissional, facilita a profilaxia direcionada", afirma o profissional.

 


SEM - Electro Medical System

Saúde dos professores: Hospital Paulista faz alerta para cuidados com a saúde da voz

Shutterstock
Rouquidão, dores de garganta ao falar e fadigas vocais persistentes podem indicar problemas e necessitam de uma visita ao otorrinolaringologista


A voz é uma característica única de cada pessoa e um meio essencial de se comunicar com o próximo. O Hospital Paulista de Otorrinolaringologia faz uma alerta para os cuidados com a saúde vocal de professores.

De acordo com o otorrinolaringologista Dr. Alexandre Enoki, é comum que eles e demais profissionais que fazem uso intenso da voz desenvolvam rouquid​​ões frequentes, atreladas a diversas alterações da laringe. 

Dentre os principais problemas estão as lesões fonotraumáticas que podem surgir após uso intenso da voz. Os mais comuns são os pólipos e os nódulos vocais, conhecidos popularmente como calos nas cordas vocais. 

O médico destaca que alterações como rouquidão, dores de garganta ao falar e fadigas vocais persistentes por mais de duas semanas necessitam de uma visita ao otorrinolaringologista, para um diagnóstico e tratamento corretos.

"Estar atento a possíveis casos de alergia e refluxo gastroesofágico também são cuidados que contribuem para a saúde da voz, independentemente do tipo de atividade que a pessoa exerça", ressalta.

Conforme o otorrinolaringologista, as pessoas devem evitar o ar-condicionado, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo, além de gritar durante o dia a dia. O médico também sugere cautela para falar em ambientes ruidosos que possam causar uma "competição sonora". "Nesses casos, sempre que possível, o uso de um microfone pode ajudar."

"O uso da máscara também pode contribuir para que os professores forcem um pouco mais para falar e lecionar em um volume que a voz seja melhor compreendida", explica. No entanto, Dr. Enoki ressalta que a peça é indispensável para evitar o contágio da Covid-19 e não deve ser deixada de lado de jeito nenhum.

"Opte também por uma boa hidratação constante, com água", reitera o especialista.

 

Tratamentos 

Dr. Enoki destaca que, para todas as pessoas, os distúrbios vocais não devem ser menosprezados, pois podem piorar com o passar do tempo.

"Conforme um sintoma se torna frequente, é necessário buscar um otorrinolaringologista."
 

O tratamento dos problemas vocais pode envolver uso de medicações, fonoterapias ou até mesmo cirurgia das cordas vocais, em alguns casos.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Dia 20 de outubro, Dia Mundial da Osteoporose - Confira como a nutrição pode ajudar a preveni

A osteoporose é uma doença crônica esquelética caracterizada por baixa massa óssea e arquitetura óssea interrompida que aumenta a fragilidade e o risco de fratura, que atinge milhões de pessoas, de todas as idades. Esta perda muitas vezes passa despercebida, pois é um processo contínuo, lento e assintomático.


Até recentemente, acreditava-se que a osteoporose atingia principalmente mulheres na pós-menopausa e idosos. Porém, resultados de pesquisas atuais, indicam que esta doença pode acometer indivíduos por volta dos 40 anos, bem como em jovens.

Os fatores de risco que causam o desenvolvimento da doença incluem a insuficiência do pico de massa óssea, o que é particularmente importante em crianças pois cerca de 90% sãoalcançados antes do término do processo de maturação. Nas meninas sua densidade óssea máxima é por volta dos 18 anos e nos meninos aos 20. A mineralização óssea é regulada pelo metabolismo do cálcio e do fósforo, que é controlado pela vitamina D, paratormônio e calcitonina.

Aqui estão algumas sugestões importante para construir e manter ossos fortes e saudáveis ao longo de toda a vida.



Vitamina D
É bem conhecido que a vitamina D promove a absorção de cálcio no intestino e ajuda a manter as concentrações de cálcio sérico adequadas para permitir a mineralização normal dos ossos. Assim, o cálcio e a vitamina D trabalham juntos de forma sinérgica.Você pode obter vitamina D por meio da exposição à luz solar e em pequenas quantidades em alimentos como: peixes gordurosos (salmão, arenque, cavala), fígado, ovos.



Cálcio
Os produtos lácteos são uma excelente fonte de cálcio e proteína. Se você é intolerante a laticínios ou se prefere evitar, existem alternativas de alimentos com alto teor de cálcio. Esses incluem: Espinafre, sardinha, grão de bico, brócolis, aveia, semente de gergelim, ovos, amêndoas.



Vitaminas e Minerais
Embora o cálcio e a vitamina D tenham sido o foco principal da prevenção nutricional da osteoporose, pesquisas recentes apontaram a importância de vários nutrientes adicionais. Além de laticínios, a ingestão de frutas e vegetais surgiu como um importante fator de proteção modificável para a saúde óssea. Vários nutrientes, incluindo magnésio, potássio, vitamina C, vitamina K, complexo B e carotenoides, mostraram ser importantes aos ossos.Boas fontes incluem:abóbora, beterraba, cenoura, couve, damasco seco, melão, ervilha, acerola, brócolis, caju, couve, espinafre, kiwi, laranja, limão, manga, melão, morango, papaia, tomate, arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha-do-pará, gema de ovo, gérmen de trigo, milho, óleos vegetais, semente de girassol, aves, cereais integrais, feijões, leite, carne branca, atum, lentilhas, feijões, cebola e alho.



Proteína e atividade física
A ingestão de proteínas e a atividade física adequada são os principais estímulos anabólicos para a síntese de proteínas musculares. O treinamento físico leva ao aumento da massa e força muscular, e a combinação de ambos produz maior aumento de proteína muscular que qualquer intervenção isolada. Boas fontes de proteína: frango, carne, peixe, ovos, tofu, soja.

OBS. Pessoas com diagnóstico de osteoporose precisam ter cuidado com exercícios de alto impacto e certos alongamentos. O seu médico poderá aconselhá-lo melhor.



Cálcio e fósforo
A proporção de cálcio para fósforo também é uma consideração importante, mas a alimentação atual raramente garante o equilíbrio certo entre esses nutrientes. A presença de fosfatos em produtos alimentícios (emulsificantes e estabilizadores de pH) aumenta as concentrações de fósforo na dieta, levando à acidificação dos tecidos corporais e à intensificação da atividade da paratireoide. As glândulas paratireoides produzem paratormônio, que promovem a perda de cálcio dos dentes e ossos. A vitamina D é essencial para manter o equilíbrio cálcio-fósforo no corpo e mineralizar a matriz óssea. A deficiência de vitamina D pode ter um efeito prejudicial na qualidade óssea e na absorção de cálcio dos alimentos.



Tabaco
O tabagismo é bem conhecido por ter um efeito adverso na saúde geral e demonstrou retardar o trabalho das células de construção óssea. Fumar também pode resultar em menopausa precoce nas mulheres e aumentar o risco de fratura do quadril. A boa notícia é que o risco de fratura é reduzido naqueles que param de fumar.



Álcool
O consumo excessivo de álcool parece ser um fator de risco significativo para osteoporose e fraturas. Se você for mais velho, mesmo uma pequena intoxicação está associada a um aumento nas quedas, o que pode resultar em fraturas.



Peso corporal
Procure manter um peso saudável, pois estar abaixo ou acima pode aumentar o risco de osteoporose e fraturas. Mesmo após a menopausa, as mulheres com peso saudável podem continuar a produzir pequenas quantidades de estrogênio protetor dos ossos nas camadas de gordura sob a pele. Prevenir a magreza extrema também ajuda a fornecer alguma proteção aos ossos. No entanto, o excesso de peso não ajuda, aumenta o risco de fratura.

 

 

Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein
Pós graduada em Nutrição funcional pela VP e em Fitoterapia pela Courses4U

Instagram -@adrianastavronutri


Após câncer de mama, a reconstrução mamária devolve a autoestima a mulher

Após o diagnóstico, muitas mulheres passam pela cirurgia de retirada parcial ou total da mama

 

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres e no Brasil representa, a cada ano, cerca de 25% dos casos novos. Tanto que há a estimativa de 66.280 casos novos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022, número que corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada cem mil mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde.

Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura do câncer de mama são maiores, por isso, é muito importante enfatizar a importância da realização dos exames de rotina. Todos os anos, a campanha Outubro Rosa serve para conscientizar e informar sobre a necessidade dos exames e, também, como um incentivo e encorajamento para que as mulheres possam aprender a fazer o autoexame e a cuidar mais de sua saúde.

Uma das principais preocupações para mulheres que são acometidas pelo câncer de mama, além do agravamento da doença, é perder um ou ambos os seios. Mas hoje, via cirurgia plástica, a reconstrução mamária auxilia as pacientes que precisaram retirar o seio. "É uma cirurgia plástica reparadora, que visa auxiliar a autoestima de mulheres e também dos homens, pois ainda que o índice seja baixo, também podem ter câncer de mama", explica Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional - Cirurgia Plástica.

A reconstrução mamária é feita após a mastectomia, ou seja, depois da remoção da mama em consequência ao tratamento do câncer. Há mais de uma opção para esse procedimento, o primeiro, que é o mais conhecido, trata-se do implante de silicone debaixo da pele, e o segundo, o retalho abdominal, que tira pele e gordura da região do abdômen e para utilizar nos seios.

Korn explica que o tipo de procedimento deve ser discutido com o médico, pois variam de acordo com os objetivos e condições de cada paciente. "Deve-se priorizar também a segurança, pois se não houver qualidade, não há como garantir todo o processo de forma correta", comenta o diretor, ressaltando que quando o assunto é saúde, não se trata de optar pelo que aparenta ser barato, até porque se houver dificuldade com pagamentos, o paciente pode contar com uma assessoria administrativa e financeira, como o Centro Nacional - Cirurgia Plástica, que oferece crédito com condições especiais.

Em um procedimento estético ou de reparação, a segurança deve estar em primeiro lugar, em casos que envolvam o emocional do paciente mais ainda, pois a reconstrução da mama, além do benefício físico, é emocionalmente gratificante para quem perdeu a mama devido ao câncer ou a outra situação, e o resultado pode contribuir para elevar sua autoestima, autoconfiança e qualidade de vida.


O tratamento da Asma Grave não deve ser deixado de lado


A pandemia da Covid-19 nos levou a pensar sobre a importância do respirar, esse ato involuntário e tão necessário para todos. Com o ar cada vez mais poluído, as mudanças climáticas e o aumento da incidência de doenças respiratórias, nunca foi tão importante debater sobre a nossa respiração. No dia 25 de setembro, Dia Mundial do Pulmão, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e o Fórum Internacional de Sociedades Respiratórias, promoveram a conscientização sobre a prevenção das doenças que afetam os pulmões. Aproveitamos esse momento para refletir sobre a importância deste órgão e sobre o impacto do agravamento de algumas doenças respiratórias, como a Asma, uma doença comum, mas que pode se apresentar em uma forma extremamente grave.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2021, 300 milhões de pessoas no mundo vivem com Asma, sendo que de 3% a 10% desses pacientes têm Asma do tipo Grave²,3.

No total, mais de 46 mil óbitos foram relacionados à doença globalmente³,⁴. No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas convivem com diferentes formas desta doença respiratória, inflamatória e de origem alérgica³. A Asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS, conforme o grupo etário, tendo em média 350.000 internações anualmente⁴. Uma das principais medidas para o controle da Asma é o tratamento adequado, de acordo com a gravidade da doença, e a adesão do paciente ao tratamento4.

A Asma Grave não tem cura. No entanto, ela pode ser totalmente controlada. Existem diferentes tipos de Asma e tratamentos5,6. O diagnóstico de Asma Grave leva em consideração a quantidade de medicação que deve ser administrada diariamente para se manter o asmático bem. Entretanto, corticoides em dosagens elevadas podem ter como consequência o agravamento ou desenvolvimento de comorbidades, como diabetes e obesidade3-5.

No entanto, existe um grande preconceito cultural que cria uma forte resistência ao diagnóstico de asma e da asma grave. Tanto no consultório, quanto em Saúde Pública, devemos levar muito a sério a Asma já que se trata de uma doença muito comum, que atinge até 15% da população de algumas cidades no Brasil.

Pais preferem chamar de bronquite as crises recorrentes de tosse, chiado no peito, dificuldade respiratória, ao invés de asma, como se este rótulo implicasse em uma culpa de hereditariedade, estigma de incapacidade e risco de morte, ou de selar um destino de doença crônica e incurável para seus filhos.

Vivenciamos, nas últimas décadas, um crescente avanço no entendimento de como se dão os processos inflamatórios da asma. De tal forma, os médicos dispõem atualmente de uma lista extensa de opções para controlar totalmente esta enfermidade. Ainda não se tem tratamento curativo para a asma, mas certamente é possível oferecer um controle total à maioria dos portadores da doença. Aqueles que, apesar de aderirem ao tratamento, se afastarem dos gatilhos que provocam as crises (fumaça de cigarro, poeira, mofo, pólen, odores fortes, pelos de animais), controlam as comorbidades (como o refluxo gastresofágico, a rinite, entre outras) se mantém com sintomas frequentes e intensos, são considerados como asmáticos do tipo Grave.

Melhorar as condições de moradia, reduzir a poluição ambiental pelo tabagismo passivo e ativo, infestação por baratas, poluição atmosférica e mofo pelo excesso de umidade, têm impacto em reduzir as crises desencadeadas por fatores ambientais.

Para a escolha de um tratamento eficaz para cada caso, é primordial que se amplie o acesso dos pacientes à um diagnóstico apropriado, que leve à classificação correta da gravidade da doença. Iniciativas como oferecer na rede pública medicamentos gratuitos para controle da asma tem melhorado o controle das crises, reduzido as visitas em pronto-socorro o que reduz o custo com medicamentos e as complicações da doença a longo prazo, bem como seu impacto, que vai desde a perda de dias de escola e/ou trabalho, até o uso excessivo de medicamentos para controle, como é o caso dos corticoides sistêmicos.

A Organização Mundial da Saúde, ao reconhecer o problema mundial que é a asma, criou um organismo internacional chamado GINA, com cientistas do mundo inteiro, sendo vários brasileiros, que têm contribuído em como investigar, tratar e educar sobre a asma.

A iniciativa GINA classifica a asma em estágios, conforme a frequência e a intensidade dos sintomas, do uso de medicamentos que o asmático usa. Pacientes que se encontram no 5º estágio são considerados asmáticos graves5.

Estes, são pacientes de qualquer idade que permanecem com sintomas ou exacerbações apesar do tratamento adequado e boa aderência ao esquema terapêutico do esquema 4 (corticoides inalatórios, broncodilatadores de ação longa, antileucotrienos). Nestas condições, o especialista deve avaliar o que pode ser acrescentado ao tratamento, a partir da fenotipagem da asma.

É importante que os asmáticos graves mantenham consultas frequentes para reavaliar todo o seu tratamento, recebendo sempre o melhor entendimento sobre a sua doença para estar capacitado e saber como agir em situações de crise.

Dessa forma, tratamentos ineficazes são evitados, os pacientes e suas famílias se fortalecem e são capazes de reivindicar ações políticas que garantam melhor acesso ao diagnóstico e tratamento, quer na rede pública, quer na saúde complementar. Isso é respirar liberdade.

 


Dr. Ciro Kirchenchtejn - mestre em Pneumologia pela EPM-UNIFESP, foi membro do grupo docente da disciplina de Pneumologia e Medicina Preventiva da UNIFESP e membro do fórum de tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)

 

 

Referências:

• MISTÉRIO DA SAÚDE. Datas da Saúde. Disponível em: Datas da Saúde | Biblioteca Virtual em Saúde MS (saude.gov.br). Acesso em: 09 Setembro 2021

• Jornal O Estado de São Paulo. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias/bem-estar,diagnostico-de-asma-grave-demora-em-media-4-anos-indica-pesquisa,70003301764. Acesso em: 08 Outubro 2021.

• Word Health Organization. Global Initiative For Asthma (GINA). Pocket Guide For Asthma Management and Prevention. Disponível em: < https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2020/04/Main-pocket-guide_2020_04_03-final-wms.pdf>. Acesso em: 08 Outubro 2021.

• SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Asma. Disponível em: . Acesso em: 08 de outubro de 2021.

• AMERICAN LUNG ASSOCIATION. Disponível em: < https://www.lung.org/lung-health-diseases/lung-disease-lookup/asthma/learn-about-asthma/severe-asthma>. Acesso em: 08 Outubro 2021.

• GINA. Interim Guidance About COVID-19 & Asthma. Disponível em: https://ginasthma.org/. Acesso em 08 Outubro 2021.

NP-BR-ASU-PRSR-210010 | OUT/2021

Muito além do Outubro Rosa: apenas fazer exames não é cuidar da saúde. Autoconhecimento e bons hábitos são fundamentais


Qual a idade certa para fazer uma mamografia? Devo ir todo ano? Soube de casos na minha família, preciso me preocupar? Qual a relação da gravidez e da amamentação com esses tipos de câncer? Estas são algumas das preocupações comuns entre as mulheres que querem manter a saúde e os exames em dia.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 65 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados por ano no Brasil. Já o câncer de colo de útero é diagnosticado em mais de 16 mil mulheres por ano. A preocupação com a prevenção e rastreamento precoce desses casos é muito grande, pois facilita o tratamento precoce e assim aumenta a taxa de cura - mas há muito mais para fazer do que ir ao médico e realizar exames no último trimestre do ano.


Quer reduzir as chances? Hábitos importam mais

Segundo o INCA, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como praticar atividade física, evitar fumar de forma ativa ou passiva e manter o peso corporal adequado. A obesidade e o sedentarismo estão entre os principais fatores de risco apontados pelo INCA. Já sobre o câncer de colo de útero, a prática sexual sem o uso de preservativos contribui para a exposição ao HPV, responsável por 70% dos casos da doença.

"O mês de conscientização é sim muito importante, porque destaca a importância do cuidado com a saúde. Mas não podemos esquecer que a prevenção ainda é o melhor caminho para evitar doenças como o câncer", diz Gustavo Landsberg, médico e líder de Gestão de Saúde Populacional da Sami, operadora de saúde de São Paulo.

O autoconhecimento também pode ser relevante para o rastreamento dessas doenças: para o câncer de mama, além dos nódulos (caroços) fixos e indolores, alterações e inchaços em toda a região dos seios e axilas são sinais de alerta. No câncer de colo de útero, os sintomas aparecem em casos mais avançados, com sangramentos vaginais, corrimentos e dores anormais. Porém, o auto-exame é uma questão ainda controversa: se por um lado alguns casos são identificados precocemente, por outro, frequentemente são encontrados nódulos considerados normais para a idade (falsos positivos), que levam a biópsias e sofrimentos desnecessários.


Hipermonitoramento pode levar a erros

A atenção aos sinais do corpo é essencial para o rastreamento precoce dessas doenças e garante tratamentos menos agressivos. No entanto, a má interpretação de sinais e a falta de conhecimentos sobre as recomendações médicas podem levar pacientes a exames, cirurgias e outros tratamentos desnecessários. É o que conta Gustavo Landsberg, médico e líder de Gestão de Saúde Populacional da Sami, operadora de saúde de São Paulo.

"Percebemos muitas vezes em mulheres jovens que a densidade das mamas pode atrapalhar o diagnóstico e gerar resultados incorretos de câncer de mama. Antes dos 25 anos, as infecções por HPV e as lesões de baixo grau no colo do útero podem regredir espontaneamente na maioria dos casos. Ambos os casos podem ser apenas acompanhados clinicamente", conta o médico.

Em muitos casos, a prevenção desordenada pode gerar situações de sofrimento desnecessário ao paciente, porque exames realizados fora da idade recomendada podem gerar falsos positivos, ou gerar resultados para pacientes que não tem mais idade recomendada para tratar o problema. "Nós sempre reforçamos a importância de se manter uma vida saudável e buscar fazer os exames de rotina dentro dos prazos recomendados. Nossa preocupação é não expor pacientes a risco de hipermedicalização nem recomendar práticas sem base científica", diz Landsberg.

Além disso, entender qual a rotina a ser seguida para os exames de prevenção ao câncer de mama e o câncer de colo de útero é uma boa forma de poupar recursos e tempo das pacientes.

Para evitar situações de estresse e ansiedade, Landsberg indica o quadro abaixo, que mostra algumas respostas para dúvidas frequentes sobre ambos os tipos de câncer: (Fonte: Instituto Nacional do Câncer - INCA).


Anvisa facilita acesso à cannabis medicinal e formação médica é cada vez mais necessária

Apesar das evidências de êxito em tratamentos, ainda são poucos os médicos que prescrevem; WeCann atua com formação específica na área

Diante da crescente demanda pela importação de medicamentos à base de cannabis, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma resolução para acelerar o processo de acesso a esses remédios, simplificando o cadastro dos pacientes que precisam desses produtos.

A cada dia, estudos vêm comprovando a eficácia da cannabis medicinal para os mais variados tratamentos, como epilepsia, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, dor crônica, transtorno do espectro autista, transtorno de ansiedade, sintomas associados ao câncer, entre outros problemas de saúde. Em função dos exitosos resultados, nos últimos seis anos, os pedidos para importar medicamentos à base de cannabis tiveram alta de mais de 2.400%, passando de 896 solicitações, em 2015, para 19 mil em 2020. A marca foi superada no período de janeiro a setembro deste ano, quando a Anvisa recebeu 22 mil solicitações de importação.

A resolução da agência estabelece que a importação de produtos derivados de cannabis por pessoa física deve ser somente para uso próprio, com prescrição de um profissional médico legalmente habilitado e receita válida por seis meses. Apesar das evidências científicas e das discussões sobre a questão ganhando cada vez mais destaque, ainda são poucos os médicos que incluem a medicação nos tratamentos de seus pacientes.

“A Medicina – profissionais e instituições de ensino – precisam se engajar mais na questão, pois nós, médicos, temos a obrigação de sempre buscar para os nossos pacientes a melhor assistência disponível e incorporar a nossa prática médica, ferramentas terapêuticas comprovadamente seguras e eficazes, como é o caso da cannabis medicinal”, ressalta Patrícia Montagner, especialista em Neurocirurgia e fundadora da WeCann Academy, comunidade global e centro de estudos em Medicina Endocanabinoide.

Com as constantes repercussões acerca da eficácia dos medicamentos à base de cannabis em diversos tratamentos de saúde, pacientes têm buscado cada vez mais informações sobre os benefícios e, para esclarecimentos, a fonte mais segura é o médico. Por isso, Patrícia salienta a necessidade de formação dos profissionais sobre esse tipo de terapia, para o esclarecimento tecnicamente correto e a garantia de bem-estar dos pacientes. “Por conta do ambiente confuso e muitas discussões enviesadas, milhares de pessoas que já esgotaram as alternativas habituais de tratamento e que poderiam se beneficiar da cannabis medicinal permanecem desassistidas. Como médicos e defensores da saúde, não devemos continuar assistindo a isso passivamente, por isso, a capacitação, o entendimento e o aprofundamento sobre o tema são essenciais”, conclui.

Recentemente, foi aprovado o Projeto de Lei 399/15, por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, para legalização do cultivo e produção da planta cannabis para fins medicinais no país.  A especialista espera que, com as repercussões de estudos científicos e ações que facilitem o acesso aos medicamentos, como a executada pela Anvisa, essa proposta avance com mais celeridade. “Esse projeto, se aprovado, diminuirá o sofrimento de muitas famílias e garantirá a qualidade de vida a que todos merecem e têm direito”, conclui.

 

 

WeCann Academy

https://wecann.academy/br/


Obesidade está associada a diversas doenças e tipos de câncer; saiba como evitá-la

Especialista do CEJAM alerta para importância de uma dieta equilibrada aliada à prática de atividades físicas


Uma pesquisa do Vigitel, sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis, do Ministério da Saúde, informa que, entre 2006 e 2019, a obesidade cresceu 72% no Brasil. E hoje já é considerada um problema de saúde pública no País, potencializado durante a pandemia de Covid-19.

A nutricionista Francyne Silva Fernandez, que atende na Unidades Básica de Saúde Jardim Caiçara, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", destaca que a doença pode tanto ter uma predisposição genética como ocorrer em consequências de maus hábitos de vida e alimentação, gerando o acúmulo de gordura no corpo.

"Esse acúmulo é causado quase sempre pelo sedentarismo e pelo consumo excessivo de alimentos com alto valor calórico, superior ao usado pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades diárias."

O diagnóstico da doença é clínico e baseado no Índice de Massa Corporal, o IMC, que é dado pela relação entre o peso e a altura, considerando menor que 18,5 abaixo do peso; entre 18,5 e 24,9 peso normal; entre 25 e 29,9 sobrepeso; e igual ou acima de 30 obesidade.

A nutricionista explica que doença é considerada grave pois o excesso de peso está associado ao aumento do risco de desenvolvimento de patologias como diabetes, pressão alta, apneia do sono, aterosclerose, trombose e distúrbios no ciclo menstrual, além de problemas cardiovasculares diversos.

Uma pesquisa feita pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard e com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), também confirmou a associação da obesidade a diversos tipos de câncer: o de mama na pós-menopausa, cólon e reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, ovário, próstata, mieloma múltiplo (células plasmáticas da medula óssea), esôfago, pâncreas, estômago e tireoide.

"Além dos problemas físicos, a obesidade ainda pode afetar a saúde emocional e psicológica, já que pessoas obesas podem desenvolver a baixa autoestima, que leva à depressão", alerta a especialista.



Prevenção

Francyne explica que a prevenção da obesidade deve ser feita a partir da conscientização da importância de uma vida saudável, com um tempo dedicado para a prática de atividades físicas e uma dieta equilibrada, baseada em alimentos saudáveis, de preferência in natura ou minimamente processados


"Por outro lado, o sedentarismo, a ingestão de alimentos com excesso de gorduras e açúcares refletem no aumento de chances desta e de tantas outras patologias associadas a ela."

De acordo com a profissional, legumes, verduras, frutas naturais ou envasadas, iogurtes sem adição de açúcar, ovos, chá, café, carnes frescas, refrigeradas ou congeladas, ervas frescas ou secas, leites e sucos de frutas pasteurizados, feijões, entre outros, são bons amigos do peso.

Já os alimentos processados e ultraprocessados, como aqueles em conserva, carnes enlatadas, queijos, pães feitos com farinha de trigo branca, biscoitos recheados, sucos em pó, refrigerantes, macarrão instantâneo, cereais matinais açucarados, frios embutidos, entre outros, são grandes inimigos dos que buscam ter uma vida saudável.


Tratamentos

Além da estética, o tratamento da obesidade tem como finalidade alcançar uma série de objetivos e a saúde é o principal deles. O processo pode ser feito a curto ou longo prazo, por meio das intervenções multifatoriais que combinam componentes como a dieta, exercícios físicos, mudança comportamental e até mesmo utilização de medicamentos, caso o especialista que estiver acompanhando o caso avalie necessário.

"O uso desses remédios, inclusive, não deve ser feito por conta própria ou de maneira indiscriminada, pois pode acarretar outros problemas de saúde. O mesmo vale para as dietas. Regimes milagrosos, que prometem a perda de peso da noite para o dia, não existem. O essencial é sempre buscar um profissional, de preferência um endocrinologista e um nutricionista" orienta.

De acordo com a nutricionista, no SUS (Sistema Único de Saúde) existem diversos serviços dedicados às pessoas que buscam perder peso de forma saudável e com acompanhamento médico.



Grupo de Combate à Obesidade

Algumas UBSs, sob gestão do CEJAM, possuem
grupos de apoio multidisciplinares, compostos por nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas, para quem precisa de ajuda com reeducação alimentar e atividade física para lidar com a obesidade.

O trabalho tem como foco a prevenção e o tratamento da obesidade, abordando e estimulando o tratamento de diabetes, hipertensão e alta do colesterol, além de acompanhamento nutricional.

As unidades participantes disponibilizam grupos de apoio abertos e fechados, dependendo da necessidade. Qualquer pessoa pode participar, até mesmo quem não é paciente
da unidade, basta apresentar o cartão do SUS.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"


Na mesma proporção que parece faltar comida, sobra apetite e preguiça

Com a baixa temperatura que avançou pelo país esta semana, faz com que, naturalmente o nosso organismo passe a exige mais energia. O cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa, de SP, explica que isso acontece porque o gasto energético no frio é maior. "Esse gasto aumenta porque o organismo se esforça mais para manter a temperatura corporal estável. Esse aumento de apetite é uma resposta do nosso corpo que solicita mais energia - e nós respondemos isso com a ingestão de mais alimentos - que, muitas vezes, são mais calóricos", revela.

Se por um lado aumenta necessidade de comer, a mesma vontade não aparece se for para ingerir alimentos crus e frios e assim, as pessoas ficam mais suscetíveis a deixarem saladas e frutas de lado. Para Dr. Rodrigo, é aí que mora o perigo.

"Os excessos nesses dias mais frios e chuvosos, se deve ainda a necessidade de produção de serotonina, um neurotransmissor que promove a sensação de bem-estar, que é diminuído principalmente em pessoas que não se sentem confortáveis com as temperaturas mais baixas", fala o médico que acrescenta "para suprir esta sensação de desconforto, muitos acabam descontando na comida, mas podem acabar desenvolvendo doenças como hipertensão e obesidade e ainda aumentarem os níveis de colesterol e triglicéride - que elevam os riscos de problemas cardiovasculares".


Dr Rodrigo Barbosa - Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com internato médico pelo Hospital Sírio-Libanês - SP. Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cirurgião do aparelho digestivo pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP .

https://www.drrodrigobarbosa.med.br/


Medicamento mal armazenado põe em risco a eficácia do tratamento

Projeto de extensão realizado pelo UniCuritiba revela detalhes sobre a farmácia caseira: maioria dos fármacos fica exposta à luz, umidade, calor e insetos


A falta de cuidado no armazenamento dos medicamentos em casa pode comprometer a eficácia do tratamento, mas muita gente não se dá conta disso. Um levantamento realizado por estudantes que participam do projeto de extensão “Farmácia Caseira: uma troca de saberes” realizado pelo Departamento de Saúde do UniCuritiba revelou que a maioria dos medicamentos é conservada de forma inadequada pela população: 25% são expostos ao calor, 17% à umidade e 17% à luz ou insetos.

De acordo com os professores Fernanda Bovo e Nelson Morini, que lecionam nos cursos de Saúde do UniCuritiba instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das maiores organizações educacionais de ensino superior do país – guardar medicamentos em casa é um hábito comum entre os brasileiros, mas se isso não for feito de maneira adequada pode reduzir a eficácia terapêutica, interferindo no resultado do tratamento e colocando em risco a saúde do paciente.

Fernanda Bovo é doutora em Ciências Farmacêuticas e Nelson Morini Junior, doutor em Engenharia Biomédica. Ambos coordenam o projeto “Farmácia Caseira: uma troca de saberes”, que conta com o envolvimento de estudantes dos cursos de Biomedicina, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia. O objetivo é levar à comunidade o conhecimento adquirido em sala de aula.


Congresso internacional

Aprovado no IX Congresso Nacional de Extensão e a VIII Jornada de Extensão do Mercosul, o projeto alerta a população para o armazenamento inadequado dos medicamentos em casa e os riscos da automedicação. No levantamento feito pelos estudantes em uma comunidade de Curitiba, mais da metade dos medicamentos (51%) não tinha prescrição médica.

Outros detalhes também foram verificados durante a pesquisa. A via de administração mais comum identificada pelos alunos do UniCuritiba foi a oral (86%) e a maioria dos medicamentos (44%) identificada nos domicílios analisados era do tipo genérico. Os fármacos de referência corresponderam a 37% e os similares, 17%. Manipulados e fitoterápicos somaram 2%.


Classificação

Quanto à classificação, 58% dos medicamentos encontrados nos domicílios eram sem tarja, 40% tinham tarja vermelha e 2%, tarja preta. Os medicamentos sem tarja, chamados de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ou OTC (over the conter, que significa sobre o balcão) são os de menor efeito colateral ou contraindicação quando comparados aos demais e, portanto, são vendidos sem prescrição médica.

Nem por isso, explicam os professores, podem ser consumidos indiscriminadamente. As tarjas amarelas significam que os medicamentos são genéricos e as vermelhas indicam venda sob prescrição (receita) médica. Em alguns casos, a farmácia faz a retenção da receita para controle dos órgãos sanitários, como no caso de antidepressivos e alguns analgésicos. Já os medicamentos tarja preta só podem ser utilizados com prescrição médica e retenção da receita pela farmácia.


Intervenção na comunidade

A estudante do curso de Biomedicina Alessandra Pinheiro é uma das participantes do projeto de extensão. Ela explica que após o levantamento dos dados, os estudantes orientaram as famílias participantes da pesquisa e contribuíram, inclusive, para ajustes e mudança de hábitos.

“Na primeira fase elaboramos um questionário que foi aplicado em uma comunidade de Curitiba. Depois, analisamos as informações e preparamos as orientações com possíveis intervenções para orientar as pessoas sobre a melhor forma de armazenar e ingerir os medicamentos”, explica.


Vivência prática

Ao longo do trabalho, os estudantes do UniCuritiba repassaram dicas às famílias envolvidas no levantamento sobre o local ideal para o armazenamento dos medicamentos em casa, a diferença e a importância das tarjas, os riscos da automedicação, as interações dos remédios com alimentos e bebidas e os horários mais adequados para a ingestão de determinados tipos de medicamentos.

Para as estudantes Beatriz Romaniuk da Silva, Giulia Marina Aiub Salomão e Letícia Melo André, do curso de Biomedicina do UniCuritiba, o projeto tem uma função social. “Ao dividir com a comunidade nossos aprendizados da sala de aula, tivemos a oportunidade de repassar informações importantes e contribuir para a promoção da saúde”, comentam.


Conhecimento compartilhado

Confira algumas dicas do projeto de extensão “Farmácia Caseira: uma troca de saberes”: 

  1. Medicamentos não devem ficar expostos à luz, radiações (pilhas, micro-ondas, radiação solar), umidade e temperaturas elevadas.
  2. Armários de banheiros ou cozinhas estão sujeitos à umidade e, por isso, não são indicados para o armazenamento dos remédios.
  3. Mantenha os medicamentos fora do alcance das crianças. Os acidentes domésticos por ingestão acidental de medicamentos são muito comuns e as consequências podem ser graves.
  4. Conserve os medicamentos em embalagens originais e nunca junto com outros produtos, como artigos de perfumaria, limpeza, alimentos, baterias etc.
  5. Só faça uso de medicamentos sob orientação médica. Mesmo os remédios sem tarja apresentam efeitos colaterais importantes e podem interferir no resultado do tratamento com outras medicações prescritas.
  6. Salvo em algumas exceções indicadas pelo médico, recomenda-se a ingestão de medicamentos (cápsulas e comprimidos) com um copo de água de 250ml, longe das grandes refeições (como o almoço, por exemplo). Ingerir alimentos junto com os medicamentos pode interferir na absorção do medicamento e eficácia do tratamento.
  7. Alguns medicamentos interagem com cálcio e, portanto, não se recomenda a ingesta de remédios com leite.
  8. Antes de tomar um medicamento, observe a data de validade (tanto da caixa fechada quanto após o preparo, no caso de remédios em pó que exigem diluição).
  9. Siga a orientação indicada na receita sobre o horário e dosagem do medicamento. Em caso de dúvida, converse com o médico.

 


Ânima Educação


Eles não querem saúde. O problema é seu?

Opinião


 

Somamos mais de 600 mil mortes no Brasil. Os casos já superam 10% de nossa população, se aproximavam de 22 milhões.

 

Morrem ainda, em média, 500 pessoas por dia. Talvez alguns avaliem que voltamos (ou chegamos próximos de retornar) à normalidade. Eu não. Vidas humanas são o que temos de mais importante. Não dormirei em paz enquanto o SARS- Cov-2 não for vencido.

 

A situação realmente não anda fácil para ninguém. Em especial para os que dependem apenas do sistema público de saúde. Falta de tudo, nem preciso enumerar, pois todos temos consciência desse problema crônico, histórico, e de como a população sofre para receber atendimento.

 

Ocorre que há indivíduos que olham exclusivamente o próprio umbigo. Não ligam se o que está ruim ficará ainda pior. Até colaboraram para o caos. Agora mesmo combato ataques à boa medicina e à saúde por parte de algumas autoproclamadas “lideranças médicas e autoridades”. Esse grupo quer alterar a nomenclatura de uma das mais elevadas instituições médicas

do país: a SBCM, Sociedade Brasileira de Clínica Médica.

 

A troco não se sabe do que, esses indivíduos querem que o nome da instituição mude para medicina interna. Qual a lógica disso? Vocês conseguem

 

imaginar um paciente contando a um próximo: ‘Hoje tenho consulta no internista’?

Fato é que os cidadãos nos veem como os seus clínicos; uns nos chamam de clínicos geral. Nossa trajetória tem o realce do humanismo, do olhar prioritário ao doente e não à doença.

Toda essa construção, repito, é patrimônio dos médicos que exercem a especialidade, do Sistema Único de Saúde e dos pacientes”.

 

O interesse desse grupo não está nada claro, mas a falta de transparência é o carimbo que usam, inclusive buscando, no paralelo, ampliar a residência médica da especialidade para três anos. Uma manobra bem ao feitio de burocratas sem visão das necessidades científicas e de saúde dos brasileiros.

 

O conteúdo de nossa residência médica é cumprido com tranquilidade e excelência dentro de um biênio. Nossos especialistas, aliás, são referência em toda a Medicina.

Repito: os clínicos médicos honramos e tornamos a SBCM um patrimônio dos pacientes e da Medicina nos trinta e um anos de existência. Não cederemos jamais.

 


 

 

Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica


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