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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Como lidar com pessoas do grupo de risco durante as festas de fim de ano?

Flora Victoria, mestre em psicologia positiva, ressalta a importância da comunicação sincera para uma boa reaproximação

 

Em tempos de pandemia, o distanciamento social se tornou comum para a maioria das famílias do mundo. Filhos, que já não moram mais com os pais passaram a evitar visitas por medidas de segurança e o mesmo se deu com avós que moram em cidades distantes e outros casos.

A internet se tornou uma aliada para aqueles que sentem saudades de seus entes queridos e amigos que não se encontram há meses. Mas, é possível que com a diminuição dos casos de covid-19, as reuniões voltem a acontecer. Será que as relações e hábitos antigos continuarão os mesmos ou haverá impactos significativos nas relações interpessoais? Para responder estas e outras perguntas, a mestre em psicologia positiva aplicada pela Universidade da Pensilvânia, Flora Victória comenta sobre o tema.

“Sem dúvida, há uma mudança de comportamento. É comum vermos pessoas se cumprimentarem com as mãos ou até mesmo a distância, sem a presença do toque como antigamente. Até em nosso lar muitas vezes temos estas ações sem ao menos perceber. É natural para a situação atual em que vivemos”, explica Flora.

E o cenário deve ser est durante as festas de final de ano. Muitos ainda estão estranhando, principalmente os brasileiros, acostumados a recepções calorosas com beijos e abraços. Esse tipo de cumprimento tem gerado a sensação de distanciamento. “Mudanças de paradigmas sempre geram certa resistência, estávamos num momento cercado por medos e pensamentos negativos em razão da impossibilidade de convivência e agora estamos nos readaptando, mas tampouco é a situação que vivíamos pré-pandemia”, comenta a mestre em psicologia positiva.

Um dos aspectos muito importante desta volta gradual da socialização é a volta da convivência com os idosos. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foram constatadas 36.247 mortes por covid-19 de pessoas com mais de 60 anos. Para muitos idosos, o sentimento de se enquadrar no chamado grupo de risco causou prejuízos e perdas mentais significativos. Outro agravante foi o sentimento de solidão, que pode levar à depressão.

“É muito importante que, quando os encontros presenciais voltarem a acontecer, familiares tenham atenção redobrada com os idosos, mas carinho, atenção são fundamentais para estimular sentimentos de felicidade e sensações positivas. A mente é muito poderosa e controla todo o restante do nosso corpo. É uma reação em cadeia. Se uma pessoa se sente feliz, logo a saúde se torna ainda mais forte, ao passo que o sentimento de tristeza está relacionado de forma direta a problemas cardíacos e respiratórios”, ressalta Flora.


E quando as pessoas de grupo de risco não querem se aproximar das outras?

Em datas comemorativas, como o Natal e o Ano Novo, que estão se aproximando, as pessoas tendem a trocar laços afetivos como abraços e beijos. Mesmo com a redução gradual no número de contaminados, muitos dos que pertencem ao grupo de risco ainda não se sentem à vontade para participar destas festividades e tendem a se isolar por medo ou insegurança de contrair a doença.

Nestes casos, importante optar pelo caminho de uma conversa tranquila, relembrar lembranças felizes que passaram juntos e arrancar boas risadas - estes são os segundos passos para que a mente gere a vontade de querer estar perto e reviver estes momentos. Mas, vale lembrar que é importante que os mais velhos se sintam livres para tomar a decisão que acreditarem ser a mais adequada, caso estejam inseguros.

A paciência também é outro fator que estará presente na hora das reaproximações. É muito importante que a família se sinta confortável para que os encontros e afetos aconteçam, mas depois de meses longe das pessoas queridas, o estranhamento tende a acontecer por questões naturais e mecânicas pré-definidas pelo cérebro.

“As relações interpessoais vão variar de acordo com cada pessoa. O ser humano é único, logo, os pensamentos também são. Alguns terão reações agradáveis e receptivas, outros nem tanto, e isto é totalmente normal. Tudo é questão de reciprocidade em compreender e respeitar o espaço do outro. O maior segredo para uma boa reaproximação com nossos parentes e amigos é mentalizar pensamentos bons. Automaticamente, liberamos endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina, que são, na verdade, a composição química dos hormônios da felicidade plena – que é tudo o que esperamos para as festas de final de ano”, finaliza Flora Victoria.  


Quer superar o fim de um relacionamento amoroso? A psicóloga Amanda Fitas dá 5 dicas para virar essa página

Acompanhar a vida da pessoa, por exemplo, pode atrapalhar esse processo de superação

 

Terminar um relacionamento amoroso nunca é fácil. Momentos bons e ruins ficam, muitas vezes acompanhados de mágoas e ressentimentos. Mas para quem precisa virar a página e superar isso, a psicóloga Amanda Fitas, especialista em relacionamentos e com mais de 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais, elencou 5 dicas para seguir a vida e esquecer o seu( sua) ex. 

 

1-Não fique acompanhando a vida da pessoa

Não fique acompanhando páginas de redes sociais ou fazendo questão de estar no mesmo lugar que esse alguém. Por vezes, isso pode fazer com que você veja algo que não queira e atrapalhar todo o seu processo de superação. Lembre-se de que: quem sofre com tudo isso é você. Então, é necessário abrir mão de algumas coisas para alcançar a sua paz. 

 

2-Não fique competindo mentalmente com a pessoa

Não fique se inferiorizando, nem medindo forças ou tentando mostrar que está melhor/por cima. Deixe a comparação de lado, pois é possível que os dois fiquem bem e felizes após um rompimento, não é preciso só um.

 

3-Não ache que essa pessoa possui dívidas abertas de reparação com você

Não fique aguardando um pedido de desculpas, que ela se redima e reconheça o quanto você era incrível ou algo do tipo, pois isso poderá te travar e você ficará esperando por algo que, possivelmente, nem venha a acontecer. 

 

4-Não fique criando histórias na sua cabeça

Não crie ilusão de que seria tudo perfeito e nem perca tempo imaginando como teria sido se vocês tivessem continuados juntos. Se tudo fosse realmente perfeito, como às vezes ficamos imaginando, com certeza o relacionamento não chegaria ao fim. Ficar pensando muito no passado ou no futuro te impedirá de viver o que realmente importa no momento: o presente. 

 

5-Não se force a superar em um tempo recorde e nem deixe com que você fique por muito tempo nisso

Cada pessoa tem seu tempo de superação e está tudo bem. Se você forçar uma superação rápida, provavelmente não terá superado de verdade e se você passar muito tempo remoendo a separação, estará perdendo tempo e oportunidade de ser feliz.


Hipnoterapeuta explica efeitos do excesso de pornografia na quarentena

Estudos recentes mostraram que a pornografia pode ser a causa de diversas disfunções sexuais e o consumo exagerado deste conteúdo durante o confinamento na quarentena começa a mostrar seus efeitos com vários terapeutas sexuais afirmando que suas agendas estão mais disputadas do que antes.

A pornografia existe desde sempre, e é registrada ao longo da história, obviamente evoluindo a cada meio de comunicação que é inserido na nossa cultura. Temos como exemplo, centenas de afrescos e esculturas mais ousadas que foram encontradas em ruínas do Monte Vesúvio de Pompéia.

Mas a questão atual é que o uso da pornografia tem crescido de forma gigantesca com o advento da internet. O site Pornhub, maior referência na área, recebe 120 milhões de visitas diárias e essas estatísticas chegaram a ser quase 20% maiores no período de confinamento.

Mas, quais as repercussões neurológicas podem acontecer ao consumir todas essas pérolas cinematográficas nas quais um simples problema de encanamento ou entrega de pizza pode virar uma orgia?

O hipnoterapeuta Guilherme Alves é especialista em sexualidade afirma que o excesso de pornografia pode ser a causa de diversas disfunções, problemas emocionais e psicológicos. "Em excesso, a pornografia pode criar disfunções sexuais, especialmente quanto à incapacidade de alcançar a ereção ou o orgasmo com um parceiro da vida real. A qualidade de uma relação amorosa e o compromisso com o parceiro romântico também podem ficar comprometidos." afirma.

De forma mais técnica, o hipnoterapeuta explica que o cérebro está ligado para responder à estimulação sexual com picos de dopamina que é um neurotransmissor, mais frequentemente associado à antecipação de recompensas e que também age para programar suas memórias e informações no cérebro. Esta adaptação significa que quando o corpo necessita de algo que gere prazer, o cérebro se lembra de onde voltar para experimentar aquela sensação.

"Só que, ao invés de buscar um parceiro para satisfação sexual, os usuários muito acostumados com os vídeos, por instinto, vão correr pros telefones ou laptops pois sabem que lá existirá a recompensa. Além disso, recompensa e prazer que são muito fortes costumam gerar um grau de costume mais intenso no cérebro da mesma forma que uma droga age gerando vício" afirma.

De acordo com Guilherme, cenas pornográficas, assim como algumas drogas, são hiper-estimulantes que levam a níveis elevados de secreção de dopamina e isto pode danificar o sistema de recompensa do neurotransmissor e deixá-lo sem responder a fontes naturais de prazer. É por isso que os usuários começam a sentir dificuldade em conseguir excitação com um parceiro físico.

Queda na vacinação infantil preocupa em período de volta às aulas presenciais

Laboratório Hermes Pardini alerta para necessidade de cumprir calendário previsto para as crianças


A aproximação do fim do ano por si só já chamaria a atenção dos profissionais de saúde para a necessidade de colocar o calendário de vacinação em dia antes de pegar a estrada ou o avião nos feriados de novembro ou para as viagens de férias, Natal e Réveillon. Mas em um ano de pandemia, o período exige ainda mais cuidado. Isso porque o índice de vacinação, que já vinha registrando queda nos últimos anos, caiu ainda mais. De acordo com dados do PNI, o Programa Nacional de Imunizações, a meta anual é vacinar de 90 a 95% das crianças no Brasil. De janeiro a julho de 2020, no entanto, o índice não passou de 61%.

“O coronavírus fez com que as pessoas desviassem a atenção e esquecessem de outras doenças que circulam pelo país e podem ser facilmente evitadas através da vacinação. Embora seja normal que, por receio de sair de casa, isso tenha ficado um pouco de lado, é preciso atualizar o calendário. Principalmente porque estamos na flexibilização do isolamento social e as escolas começam a retomar as atividades in loco”, explica a Dra. Melissa Palmieri, coordenadora médica de vacinas do Grupo Pardini.

Para voltar gradualmente à rotina, a especialista alerta que algumas vacinas são fundamentais. Entre elas:

Rotavírus, que previne contra tipos de rotavírus, causadores de diarreia e desidratação especialmente em crianças.


Tríplice viral (SCR - Sarampo, Caxumba e Rubéola), indicada a partir de 1 ano de vida. Atualmente o Programa Nacional de Imunizações está recomendando uma dose extra entre 6 e 12 meses de idade devido à circulação do vírus em todo território nacional com risco de acometer os bebês com formas graves ou até mortes.


Vacinas combinadas como hexavalente e pentavalente, que protegem contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae b, hepatite B e poliomielite inativada.


Febre Amarela, para todos os brasileiros a partir de 9 meses de vida.

 

Além disso, para quem pretende viajar no verão, é recomendado verificar, com antecedência, se a região do Brasil ou o país que visitará exige medidas extras de proteção e cuidado. “Certifique-se de que o local de destino não tem nenhuma doença de ocorrência usual ou algum surto epidêmico”, afirma a Dra. Melissa. Para quem tem dúvidas, vale procurar um médico de confiança ou ir a um serviço de vacinação público ou privado e pedir para que um profissional de saúde avalie a carteirinha. “Na maioria dos casos, é importante que a vacina seja realizada de 10 a 15 dias antes da viagem. É o tempo necessário para a produção de anticorpos”, acrescenta a médica do Pardini antes de destacar as principais vacinas recomendadas no período:


VACINA DE TÉTANO

Feriados e férias são o período em que as pessoas saem da zona de segurança, fazem atividades que não estão acostumadas, tentam algum esporte novo, exploram locais diferentes e, portanto, o risco de um acidente com ferimento em pele e exposição ao tétano fica muito elevado. "A vacina contra o tétano normalmente está em dia até a adolescência. Depois, as pessoas esquecem de fazer os reforços recomendados de 10 em 10 anos. Assim, passam férias e momentos de lazer sob um risco que poderia ser facilmente evitado", explica a doutora.


HEPATITE A

A vacina de hepatite A também é importante. Como o vírus é transmitido pela ingestão de água e alimentos contaminados, os casos da doença podem aumentar no verão. O vírus da hepatite A pode, ainda, se alojar no gelo. "Alguns especialistas relatam que nesta temperatura de congelamento o vírus já foi detectado até um mês depois da contaminação. Outros falam em meses. Portanto, aquela raspadinha na praia ou a caipirinha com gelo podem representar um perigo à saúde de quem não está imunizado,” afirma a especialista do Pardini.

FEBRE AMARELA

Atualmente todo o território nacional virou área de risco para a recomendação da vacina de febre amarela e o Certificado Internacional de Vacinação contra a doença é exigido na entrada de diversos países. Vale se informar sobre a necessidade da vacina com a embaixada do local de destino ou no site da Anvisa. A vacinação pode ser feita em postos de saúde ou serviços de imunização privados autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. "O viajante não pode esquecer que essa vacina deverá ser realizada em até 10 dias antes da viagem internacional", ressalta a médica.


FEBRE TIFOIDE

Você pode nunca ter ouvido falar dela, mas a doença infectocontagiosa é comum na América Latina, Oceania, África e sul da Ásia. "Trata-se da infecção por um dos tipos da bactéria salmonela e é transmitida por alimento e água contaminados”, explica a Dra. Melissa. Está mais presente em áreas com condições precárias de saneamento, higiene pessoal e ambiental. A vacina é recomendada para quem viaja a regiões onde a incidência é alta.


MENINGITE TIPOS ACWY e B

A vacinação contra a meningite é de extrema importância, não tanto pela incidência da doença, mas pela gravidade e alto índice de letalidade. “Sem o tratamento adequado, ela pode levar à morte em menos de 24 horas”, alerta. “Se você vai viajar para regiões afastadas, com pouca ou nenhuma estrutura de saúde, reservas naturais, vilarejos, ilhas, etc, não há porque correr risco. É melhor tomar a vacina antes”.


ZIKA, DENGUE E CHIKUNGUNYA

O período de chuva associado ao calor beneficia a proliferação do Aedes aegypti. O mosquito está presente em todo o país, mas existem cidades e regiões que são mais afetadas. Se for viajar para essas áreas, use repelente e reforce a aplicação ao amanhecer e ao entardecer, já que ele costuma picar nesses períodos. Vale destacar que a vacina contra a dengue só é feita em pessoas anteriormente infectadas, visando proteger das formas graves da doença. Ela está disponível nos serviços privados para o público entre 9 e 45 anos. São recomendadas 3 doses (0, 6 e 12 meses).

 

A mutação do coronavírus pode tê-lo tornado mais contagioso, diz estudo

Um estudo envolvendo mais de 5.000 pacientes com covid-19 em Houston, Estados Unidos, descobriu que o vírus que causa a doença está acumulando mutações genéticas, uma das quais pode tê-lo tornado mais contagioso. De acordo com o artigo publicado na revista especializada mBIO, essa mutação, chamada D614G, está localizada na proteína spike que abre nossas células para a entrada viral. É o maior estudo revisado por pares de sequências do genoma SARS-CoV-2 em uma região metropolitana dos EUA até o momento.

O artigo mostra que "o vírus está sofrendo mutação devido a uma combinação de tendência neutra - o que significa apenas mudanças genéticas aleatórias que não ajudam ou prejudicam o vírus - e da pressão de nosso sistema imunológico", disse Ilya Finkelstein, professor associado de biociências moleculares da Universidade do Texas, em Austin, e coautor do estudo, que foi realizado por cientistas do Hospital Metodista de Houston, UT Austin e outros lugares.

Durante a onda inicial da pandemia, 71% dos novos coronavírus identificados em pacientes em Houston tinham essa mutação. Quando a segunda onda do surto atingiu Houston durante o verão, essa variante saltou para 99,9% de prevalência. Isso reflete uma tendência observada em todo o mundo. Um estudo publicado em julho com base em mais de 28.000 sequências do genoma descobriu que variantes com a mutação D614G se tornaram a forma globalmente dominante do SARS-CoV-2 em cerca de um mês. SARS-CoV-2 é o coronavírus que causa COVID-19.

A boa notícia é que essa mutação é rara e não parece tornar a doença mais grave para pacientes infectados. De acordo com Finkelstein, o grupo não viu vírus que aprenderam a escapar das vacinas de primeira geração e formulações de anticorpos terapêuticos.

"O vírus continua a sofrer mutações enquanto se espalha pelo mundo", disse Finkelstein. "Os esforços de vigilância em tempo real, como nosso estudo, garantirão que vacinas globais e terapêuticas estejam sempre um passo à frente."

Os pesquisadores descobriram que o SARS-CoV-2 foi introduzido na área de Houston muitas vezes, independentemente, a partir de diversas regiões geográficas, com cepas de vírus da Europa, Ásia, América do Sul e outros lugares nos Estados Unidos. Houve ampla disseminação pela comunidade logo após os casos de covid-19 serem relatados em Houston.

 


Rubens de Fraga Júnior - Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.


Novembro Azul: homens estão se cuidando ainda menos na pandemia, o que pode aumentar número de casos de câncer de próstata avançados

Exames preventivos e consulta ao urologista levam a detecção precoce e melhoram prognóstico da doença


Homens, historicamente, são menos preocupados com a própria saúde. Na pandemia, esse cenário se agravou ainda mais, o que pode refletir no número de diagnósticos de cânceres que atingem eles, principalmente o de próstata, cuja detecção precoce é feita através de exames regulares e preventivos, assunto que ainda é tabu para muitos. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostrou que a procura por cirurgias eletivas urológicas caiu 50% na pandemia. Desses, cerca de 90% afirmaram que houve uma redução em 50% das cirurgias eletivas, e 54,8% relataram que as cirurgias de emergências diminuíram pela metade. 

Os dados assustaram os médicos e especialistas e, segundo o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, essa realidade mostra a importância de campanhas de conscientização como o Novembro Azul, que promove ações informativas e práticas para estimular que homens se previnam contra o câncer de próstata, o segundo mais comum do Brasil (atrás apenas do câncer de pele e, em números absolutos, com mais ocorrências do que o câncer de mama feminino): 

"A grande barreira para os homens é fazer esse acompanhamento médico de prevenção, de ir a um profissional capacitado para avaliação individualizada a partir dos 50 anos, conforme recomenda a SBU. Pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram a doença ou afrodescendentes devem fazer isso antes, aos 45 anos, por terem propensão maior à doença. Infelizmente isso é algo pouco comum no público masculino, tradicionalmente reticente e orgulhoso para procurar atendimento especializado e compartilhar suas fragilidades", explica o especialista. 

O câncer de próstata deve atingir 65.840 pessoas em 2020, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Cerca de 75% casos atingem homens com 65 anos ou mais e mata mais de 15,5 mil brasileiros todos os anos. Bruno Ferrari frisa que há uma barreira sociocultural a ser superada, o que faz com que muitos só façam a descoberta do tumor já em estágio avançado. E isso não é apenas no câncer de próstata. "O câncer de pênis, por exemplo, ainda pouco falado, é responsável por mais de mil amputações por ano no Brasil. E há tumores testiculares. Ainda que menos prevalentes (2% e 5% dos casos gerais de câncer, respectivamente), esses cânceres também merecem atenção. O incentivo à uma rotina de consultas médicas pelo público masculino é fator determinante para que possamos frear esses índices", diz. 

Mesmo quando os sinais de problemas se tornam inegáveis, em muitos casos o diagnóstico efetivo da doença só acontece após insistência das parceiras. Não à toa, 70% das mulheres comparecem às consultas médicas do companheiro, segundo levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de São Paulo.  

"Um dos principais objetivos do diagnóstico precoce, além de permitir a adoção de tratamentos menos invasivos e promover chances de cura que podem passar de 90%, é evitar que o paciente tenha outros impactos à saúde em geral. A vigilância ativa poupa os pacientes de possíveis efeitos colaterais do tratamento cirúrgico ou radioterápico. Por outro lado, quando o câncer de próstata é identificado em estágios mais avançados, o tratamento indicado acaba sendo mais agressivo, podendo comprometer inclusive a produção de testosterona. A falta desse hormônio gera, entre outros, elevação no risco de doenças cardiovasculares, impotência sexual e distúrbios cognitivos", completa o oncologista clínico Andrey Soares, também do Grupo Oncoclínicas e Diretor Científico do LACOG-GU (Latin American Cooperative Oncology Group-Genitourinary). 


Tratamentos têm evoluído 


O tratamento do câncer de próstata, assim como outros, depende da avaliação da extensão da doença. Nos casos de doença localizada e sem características agressivas o tratamento pode variar de cirurgia, radioterapia ou vigilância ativa, dependendo do caso. 

"Em casos localizados, mas com achados de agressividade, o tratamento definitivo se faz necessário. A conduta nestes casos pode ser cirurgia, radioterapia combinada a tratamento hormonal ou até mesmo a união de todos eles. Nos casos de doença metastática, os últimos anos têm trazido ótimas notícias para os pacientes com a chegada de diversas novas drogas, tais como uma nova geração de quimioterápicos, terapias hormonais e radioisótopos, moléculas inteligentes com pequena ação radiante que pode tratar diretamente os tumores", afirma Andrey Soares. 

Ele frisa ainda que novas perspectivas de tratamento pregam união de terapias, foco nas informações para conscientização sobre a doença e condutas voltadas ao olhar integral e individualizado para cada paciente, prezando pela qualidade de vida. 



Atenção aos sintomas e formas de prevenção 

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. Cabe à próstata produzir parte do sêmen. 

Por conta dessas atribuições, alguns dos sintomas do câncer de próstata são dor ao urinar ou presença de sangue na urina. Não existem indícios que apontem medidas preventivas que possam contribuir ativamente na redução dos riscos de desenvolvimento deste tipo de tumor, mas investir em uma rotina alimentar equilibrada e exercícios físicos é sempre recomendável. 

"Há uma associação - ainda que pequena - entre atividade física e a diminuição de chances de aparecer câncer de próstata. Ainda que não haja conclusões mais detalhadas sobre a associação dos hábitos de vida e a incidência desta tipo de tumor masculino, o INCA e o Ministério da Saúde concordam que uma rotina saudável, alimentação balanceada e outros fatores ligados ao bem-estar podem ajudar na prevenção não só deste, como de diversos outros tipos de carcinomas", pontua Andrey Soares. 

Por isso, a relação mais importante, segundo os oncologistas do Grupo Oncoclínicas, é o autocuidado proativo e preventivo. "Cercados de tabus facilmente quebráveis caso haja interesse e disposição, os tipos de câncer que afetam exclusivamente homens necessitam, além do acompanhamento médico, de uma mudança de perspectiva sobre a importância da prevenção. A saúde precisa vencer o preconceito", finaliza Bruno Ferrari. 



Oncoclínicas no Novembro Azul 

Anualmente, o Instituto Oncoclínicas - iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa - desenvolve uma série de ações para alertar sobre a importância da realização de exames preventivos periódicos e mudanças nos hábitos de vida no combate ao câncer de próstata. Em 2020 a iniciativa traz uma abordagem positiva nas redes sociais ressaltando a importância de não adiar consultas com especialistas e agendar os controles de rotina. 

Com o mote "A melhor dica é viver bem", a campanha é voltada à conscientização sobre a importância de estar atento a fatores de risco relacionados à incidência de câncer de próstata, sempre com atenção à detecção precoce precoce da doença em benefício da saúde e da qualidade de vida. Direcionada à sociedade em geral, ela ressalta ainda uma importante informação: busque sempre saber sobre os fluxos seguros implementados pelos centros de referência em atendimento e realização de exames diagnósticos. Apesar da pandemia e do medo da contaminação pelo coronavírus, é preciso que a população em geral mantenha seus controles em dia. 

A ação faz parte de uma série de ativações nas redes sociais desenvolvidas pelo movimento "O Câncer Não Espera. Cuide-se Já" para alertar os pacientes oncológicos e a população em geral sobre como atrasos nos cuidados médicos adequados pode comprometer, até irreversivelmente, o sucesso na luta contra o câncer. A ação liderada pela Oncoclínicas é apoiada por entidades como a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca), Instituto Oncoguia , Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) e Rede Inspire Ser. 

A mobilização também conquistou o reforço voluntário de personalidades como as atrizes Suzana Vieira, Mariana Rios e Priscila Fantin, os cantores Ivete Sangalo, Elba Ramalho, Bell Marques, Leo Jaime e Tomate, a jornalista Mona Lisa Duperon e o medalhista olímpico com a seleção brasileira de vôlei Maurício Lima. 

Empresas, entidades ligadas à área médica ou qualquer cidadão engajado na luta em favor da vida e da saúde dos brasileiros podem aderir à campanha. Os interessados encontram mais informações nos sites https://www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida e www.ocancernaoespera.com.br 


Dores nos ossos podem indicar quadro avançado de câncer de próstata

Com características particulares, o câncer de próstata se diferencia por ter, de forma geral, uma evolução lenta e por surgir na terceira idade, mais especificamente na sexta ou sétima década de vida. Embora esses pontos possam sugerir que a doença seja pouco agressiva, o urologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Samuel Saiovici, alerta para os riscos de metástase, principalmente a óssea.

Isso ocorre quando as células cancerígenas se espalham pelo corpo e formam novos tumores. No caso do câncer de próstata, o especialista explica que há uma maior manifestação da metástase no sistema ósseo, atingindo principalmente os ossos mais longos e a coluna. “Quando o quadro já está avançado, muitas vezes os sintomas não são urinários, mas sim dores na coluna, na bacia, e até mesmo fraturas patológicas. Isso indica uma metástase óssea”, explica. 

Sem acompanhamento médico e tratamento, esse quadro pode levar o paciente a ficar paraplégico. “O achatamento das vértebras pode ocasionar mais este problema à saúde. Mas vale ressaltar que felizmente, por conta das campanhas de conscientização, cada vez mais conseguimos diagnosticar o câncer de próstata em estágios menos avançados e evitar estas consequências e seus impactos na qualidade de vida do paciente”, afirma.  

Nos quadros com tumores mais agressivos e metástases, a opção de tratamento deixa de ser a classificada como curativa e passa a ser baseada na hormonoterapia, que consiste no bloqueio dos hormônios masculinos, como testosterona e diidrotestosterona (DHT). “O câncer de próstata é dependente do hormônio masculino, e por isso, a opção de bloqueá-los para controlar a evolução da doença. Isso pode ocorrer com a castração cirúrgica ou química”, esclarece. 

 

Como evitar essas consequências?

O diagnóstico precoce é fator primordial, por isso, o acompanhamento médico anual e a pesquisa ativa devem ser iniciados a partir dos 50 anos para homens sem histórico familiar e aos 45 anos para os pacientes que apresentam fatores de risco, como casos na família, ou que pertencem a grupos com maior incidência e predisposição, como o formado por indivíduos negros. 

 

 


Hospital Edmundo Vasconcelos

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Novembro Azul: Cirurgia Robótica reduz risco de impotência sexual e incontinência urinária em homens com câncer de próstata

Os dois principais temores de homens que têm câncer de próstata e se submetem ao tratamento, estão relacionados à impotência sexual e a incontinência urinária, o que pode ocorrer com maior frequência de acordo com a técnica de tratamento escolhida. Para os que se afligem com esses riscos, a boa notícia é que a técnica de cirurgia robótica pode diminuir drasticamente a chance dessas ocorrências e assim fazer com que eles mantenham a qualidade de sua vida social e sexual.


De acordo com o médico uro-oncologista, especialista em cirurgia robótica e laparoscópica, Dr. Eliney Ferreira Faria, o câncer de próstata só perde em mortalidade para o câncer de pulmão. Porém, igualmente importante, o câncer de próstata tem estatística assustadora no sexo masculino, uma vez que um a cada seis homens um deve ter câncer de próstata ao longo da vida. “O tumor inicial não é letal, o que mata é sua descoberta tardia. Para mudar essa realidade, o único caminho é o diagnóstico precoce, o homem precisa construir a cultura de se cuidar desde jovem, e no período certo, investigar e fazer o rastreamento com o toque retal e o exame de sangue PSA”, disse. Entre os tratamentos para o câncer de próstata, estão a cirurgia aberta, a laparoscópica, a radioterapia e a cirurgia robótica, técnica provada, através de pesquisas internacionais, ser a mais eficiente tanto para prevenção da disfunção erétil quanto da incontinência urinária, uma vez que proporciona ao cirurgião maior precisão de acesso ao tumor e preservação total dos tecidos circunvizinhos, que são os nervos responsáveis pela ereção e pela musculatura que segura a urina. O êxito nestes 3 quesitos: 1- cura do câncer 2- manter função erétil e 3 - manter continência urinária, depende muito da experiência do cirurgião.


Dr. Faria destacou que: “A cirurgia robótica é a melhor técnica, mas o robô não opera sozinho. O sucesso da máquina tem de ser creditado ao cirurgião que opera a mesma. O robô reproduz a movimentação do cirurgião, por exemplo, se alguém sem experiência faz um movimento errado, o robô obedece e entra no plano de dissecção errado. Ao procurar por esse método, o paciente precisa buscar um cirurgião capacitado e com boa experiência para que sua cirurgia seja um sucesso”, afirmou.

 

 




Dr. Eliney Ferreira Faria - Uro-oncologista do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte – BH, com mais de 14 anos de atuação no Hospital de Referência Mundial em Tratamento de Câncer, Hospital de Amor de Barretos (SP). É especialista em urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, endourologia e laparoscopia pela International Endourological Society. Fez doutorado em oncologia pela Universidade de São Paulo e realizou pós-doutorado no MD Anderson Cancer Center, em Houston – Texas.   Experiência que soma mais de 60 artigos publicados na literatura internacional, a realização de mais 450 cirurgias robóticas e mais de 4,5 mil procedimentos via laparoscopia.

https://elineyfaria.com.br/ 

 

Na adolescência, cansaço tem relação com necessidade biológica

Especialista orienta como deve ser a rotina de sono e descanso dos jovens

 

O que você sabe sobre o frequente cansaço dos adolescentes? Será que é apenas preguiça? O quadro não é tão simples, e quem esclarece é a Dra. Danielle H. Admoni, especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), psiquiatra da infância e da adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP.

“Vamos aos fatos: o nosso ritmo biológico é orientado pelo ciclo luz/escuro, que é a principal fonte de informação do corpo sobre horários. A secreção do hormônio melatonina se inicia no escuro e é inibida pela exposição à luz. A mesma passa pela retina para o núcleo localizado no cérebro, o supraquiasmático, que é considerado o relógio central do nosso organismo. Nos adolescentes, a melatonina passa a ter seu pico de excreção mais tarde, atrasando a sua sensação de sono”.

Ainda, segundo a psiquiatra, o hormônio cortisol, liberado pelas glândulas suprarrenais, é responsável por nos manter em alerta durante o dia. Nos adolescentes, também apresenta secreção tardia, levando ao despertar tardio, e muito sono logo de manhã.

“O adolescente é um ser biologicamente programado para dormir e acordar mais tarde, sendo que, na maior parte da manhã, seu cérebro não está em estado de vigília. Isso ajuda a explicar a fama de dorminhocos, principalmente no período da manhã (que é justamente o período de aulas que, em geral, começam cedo)”, explica Danielle Admoni.

Há evidências de que os adolescentes, na maioria das sociedades industrializadas, não atingem as horas diárias de sono recomendadas durante o período escolar, o que é consistente com estimativas de que, nos últimos 100 anos, o sono encurtou em cerca de uma hora, nos adolescentes.

“Junte a isso o excessivo uso de telas e a intensa atividade social, que acabam contribuindo para a diminuição de tempo de sono noturno em adolescentes e consequente sonolência diurna. Além disso, a exposição à luz durante a noite aumenta os riscos de doenças, contribuindo para a desregulação desse ciclo diário comportamental e biológico”, analisa a psiquiatra.

 

Adolescentes devem dormir de 8 a 10 horas por dia

De acordo com recomendações da American Academy of Sleep Medicine, AASM, Academia Americana de Medicina do Sono, em um período de 24 horas para uma saúde ideal, os adolescentes devem dormir de 8 a 10 horas por noite.

Caso não cumpram esta carga horária recomendada, podem apresentar riscos à saúde, como sonolência diurna, dificuldades de atenção e de concentração, baixo desempenho escolar, além de oscilações de humor, predisposição a acidentes, atraso no desenvolvimento puberal, maior ganho de peso, uso de álcool e substâncias proibidas.

 

Fique atento a fatores de risco

“A adolescência é bastante estudada por ser considerada chave para o início de transtornos mentais pelas alterações hormonais e cerebrais, ou seja, é uma fase fundamental para identificar fatores de risco”, afirma a psiquiatra Danielle Admoni.

No periódico médico internacional, “JAMA”, de 1 de julho de 2020, foi publicado um artigo sobre o sono em adolescentes. No mesmo, foram abordados os seguintes tópicos:

- Sono é um fator chave para o desenvolvimento de transtornos mentais. É fundamental para o funcionamento do sistema nervoso central, ocupando um terço de nossas vidas.

- O sono pode ser um dos principais marcadores do funcionamento cerebral e da saúde mental.

- Da mesma forma, o sono adequado na infância é fundamental para um bom funcionamento mental e cognitivo.

- Há uma potencial associação do sono com a função de uma parte do sistema nervoso central denominado de lobo frontal, especialmente na primeira infância, quando o cérebro apresenta plasticidade dinâmica, ou seja, mudanças estruturais neurológicas.

- Alterações de sono precoces podem estar relacionadas a sintomas psicopatológicos futuros.

 

Insônia e privação de sono

Estima-se que entre 14% e 33% dos jovens se queixam de problemas de sono, enquanto 10% a 40% dos estudantes do ensino médio apresentam moderada ou transitória privação ou insuficiência de sono.

De acordo com Danielle, adolescentes são bastante vulneráveis a distúrbios do sono, principalmente a insônia. “O hábito de dormir até mais tarde nos finais de semana, para compensar a falta de sono acumulada, é denominado ‘oversleeping’ e contribui para a alteração do ritmo circadiano, isto é, do ritmo biológico”.

Enquanto as crianças são seres predominantemente matutinos (dormem e acordam mais cedo), os adolescentes vão se tornando mais atrasados durante a puberdade, atingindo o máximo da vespertinidade próximo dos 20 anos de idade. Geralmente, acometem primeiro as meninas, podendo ser considerado um marcador do final da adolescência.


“É fundamental entender e respeitar que o organismo deles trabalha de forma diferente. Daí a importância de organizar as atividades e a vida do adolescente conforme seu ritmo. Cobrar, exigir e pressionar uma rotina fora do seu padrão biológico só irá gerar improdutividade e desgaste a todos”, finaliza Danielle Admoni.

 

Novembro azul: agilidade no atendimento de casos suspeitos permite diagnóstico precoce do câncer de próstata

Protocolo adotado por unidade de saúde auxilia na detecção e tratamento da doença

 

O mês de novembro alerta para os cuidados com a saúde do homem. O câncer de próstata é o foco da campanha, que busca reforçar ações voltadas à prevenção e ao diagnóstico precoce.

Para manter os atendimentos de casos suspeitos de câncer de próstata durante a pandemia de Covid-19, a AMA Especialidades Jardim São Luiz, gerenciada pelo Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM), zona sul de São Paulo, realizou contato por telefone com os pacientes, para verificar a existência de alteração do exame de PSA, indicado para detectar a doença.

Composto por uma equipe multiprofissional de urologistas, enfermeiros, assistentes sociais e farmacêuticos, o protocolo de próstata realizado pela unidade de saúde há cinco anos acompanha pacientes que apresentam resultados de exames alterados, com o objetivo de garantir que o homem receberá o encaminhamento adequado e possível tratamento de câncer de próstata, se diagnosticado.

Durante o período de pandemia, a AMA Especialidades Jardim São Luiz entrou em contato por telefone com 222 pacientes, que estavam com sua primeira consulta ao urologista agendada, destes 45 estavam com o exame de PSA alterado, 5 foram inseridos no protocolo de próstata e 1 diagnosticado com tumor maligno.

A assistente social da AMA Jardim São Luiz, Ariane Delarri, conta que o protocolo ajuda muitos pacientes a não desistirem dos cuidados com a saúde, além de viabilizar o diagnóstico precoce, que favorece a plena recuperação. "Telefonamos para os familiares e o próprio paciente a fim de checar todo o processo, como agendamento de exames e retorno ao urologista. Muitos idosos esquecem de dar continuidade ao tratamento e incentivamos a manutenção deste cuidado com a saúde masculina", explica.

Raimundo Nonato Procopio, de 74 anos, é um dos pacientes inseridos no protocolo. "Os meus problemas com a próstata começaram quando apresentei dificuldade para fazer xixi. Eu sei que a maioria dos homens tem vergonha de falar sobre isso, mas é necessário acompanhar pensando no futuro e na saúde. Muita gente já morreu por isso e não quero fazer parte desta estatística", conta. A agilidade do atendimento foi fundamental para o diagnóstico do paciente, que está prestes a iniciar o tratamento oncológico.

 


Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" - CEJAM

http://cejam.org.br/


Campanha nas redes sociais alerta sobre doença rara e quase desconhecida que eleva muito os níveis de triglicérides

A síndrome da quilomicronemia familiar é hereditária e tem como sintoma mais grave a pancreatite aguda

 

O mês de novembro marca o período de conscientização sobre a síndrome da quilomicronemia familiar (SQF) uma doença que pode se manifestar desde o nascimento até a fase adulta e que se não for diagnosticada precocemente pode levar à morte, devido aos níveis altíssimos de triglicérides (gordura) no sangue[1].

Para disseminar informação sobre a doença, a Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras (Febrararas) e o site O Que é SQF criaram uma série de ações que visam levar conhecimento sobre SQF a médicos, outros profissionais de saúde e público geral.

Vídeos com depoimentos de pacientes e três lives comandadas pela jornalista Natalia Cuminale, especializada em saúde, fazem parte da programação e serão postados no Facebook e Instagram das duas organizações durante o mês. As lives trarão entrevistas com paciente, médica especialista na doença e nutricionista, que abordarão os aspectos e desafios de quem convive com a SQF.

A síndrome da quilomicronemia familiar é uma doença genética hereditária cuja prevalência é de 1 a dois casos para cada 1 milhão de pessoas[1][2]. A doença se caracteriza por uma falha no gene que produz a enzima lipoproteína lipase (LPL), ou em um de outros quatro genes associados ao funcionamento da LPL, responsável por metabolizar as gorduras dos alimentos (triglicérides), que são transportadas pela corrente sanguínea por pequenas partículas chamadas quilomícrons, e que se transformam em energia para o organismo[1]. Na SQF, este processo não acontece e os níveis de triglicérides ficam acima de 880mg/dL, podendo ultrapassar 10.000 mg/dL. Em condições normais, esses níveis devem ser de até 150 mg/dL[1].

"Por ser pouco conhecida, muitas vezes, os pacientes sofrem com outros sintomas da doença, mas não chegam ou demoram muito para chegar ao diagnóstico correto. A consequência mais grave é a pancreatite aguda, que acontece devido ao excesso de gordura que bloqueia a circulação nos vasos sanguíneos, causando a inflamação do órgão, que precisa passar por um procedimento cirúrgico para limpeza e desintoxicação", explica a cardiologista Maria Cristina Izar, especialista na doença.

Ela explica que o tratamento para a SQF é baseado em uma dieta super restrita em gorduras, por isso, os pacientes precisam ser acompanhados também por nutricionista[3].

Além da campanha, o site O Que É SQF? vai disponibilizar, em PDF, o livreto com o mesmo nome, recém lançado, com informações completas sobre a doença que podem auxiliar pacientes, familiares e profissionais de saúde no intuito de promover o diagnóstico precoce.

 


Referências 


[1]Falko JM. Familial Chylomicronemia Syndrome: A Clinical Guide For Endocrinologists. Endocr Pract.
2018;24(8):756-763.
[2]Baass A, Paquette M, Bernard S, Hegele RA. Familial chylomicronemia syndrome: an under
recognized cause of severe hypertriglyceridaemia [published online ahead of print, 2019 Dec 16]. J
Intern Med. 2019;10.1111/joim.13016.
[3]Burne􀆩 JR, Hooper AJ, Hegele RA, et al. Familial Lipoprotein Lipase Deficiency. In:
GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington, Seattle; 1993-2020.


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