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segunda-feira, 13 de maio de 2019

A importância da matemática para o desenvolvimento infantil


Especialista em educação comenta sobre como os pais podem auxiliar as crianças para um aprendizado ainda mais prazeroso e contínuo

A matemática está presente na vida das crianças antes mesmo de elas ingressarem na escola. No cotidiano, os pequenos se deparam constantemente com formas e números. Portanto, quanto mais cedo eles começarem a estudar esta disciplina, mais completa será a interação que terão com o ambiente à sua volta.

O aprendizado da disciplina faz parte das atividades diárias por toda a vida de uma pessoa. No caso das crianças, o estímulo às habilidades numéricas e aritméticas na primeira infância (nos primeiros cinco anos de vida) é fundamental para o desenvolvimento da lógica-matemática.

O que deve acontecer no dia a dia é tornar as experiências de aprendizado dos números algo prazeroso e, assim, estimular as crianças a continuar querendo saber mais e praticar com frequência. “Por exemplo, uma criança ao estar diante de dois elevadores (independentes entre si) deve chamar aquele que estiver mais próximo do seu andar para economizar energia elétrica. O raciocínio utilizado para isso depende de suas habilidades desenvolvidas. São pequenas coisas que podem e devem ser feitas rotineiramente”, diz Elza Midori Yamamoto, Bacharel em Química formada pela USP (Universidade de São Paulo), há quase 30 anos no Kumon e atualmente gerente do setor de Matemática.

Ainda, segundo a executiva, o maior benefício do estudo da matemática na primeira infância é torná-la algo natural e rotineiro na vida da pessoa por toda a vida. Falar da disciplina deve ser uma coisa tão comum quanto mexer em smartphones.

O incentivo ao gosto pela matemática é uma consequência do uso diário e pode começar em casa. Durante as compras em um supermercado, a mãe pode dizer à criança que tem um valor reservado para as compras de lanches/guloseimas e solicitar à ela que selecione os produtos desejados, mas que fiquem dentro do valor do estipulado. Com esse tipo de prática, a criança entende que os números são instrumentos que auxiliam a planejar e a executar as atividades dentro das metas.


Primeira infância

Ter contato com a disciplina desde a infância estimula a visão analítica, o levantamento de hipóteses e a resolução de desafios, levando as crianças a aplicarem os conceitos da matéria na sua rotina e a se sentirem seguras para continuar aprendendo.

A matemática é fundamental para o desenvolvimento cognitivo dos pequenos, ou seja, para a construção de sua capacidade de pensar. Quanto mais cedo eles tiverem contato com a disciplina, mais ferramentas terão para compor sua personalidade e entender o ambiente em que vivem.

A disciplina também trabalha a organização, a concentração e a criatividade, habilidades que contribuem para um bom desempenho nas demais componentes do currículo escolar e ajudam a se tornarem cidadãos mais críticos e conscientes.

O Kumon utiliza um método único, que estimula a concentração, o raciocínio e a autonomia nos estudos. A ideia é que a criança se sinta motivada e confiante para prosseguir no seu ritmo, sem pressões nem estresses desnecessários. As atividades de matemática foram feitas para desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade básica de cálculo, competências muito importantes na escola, nos vestibulares, na vida profissional e em muitas áreas da vida pessoal. Logo, quanto mais cedo os pequenos adquirirem essas habilidades, mais oportunidades terão no futuro. 


A importância da Neurociências para a compreensão da aprendizagem


Para a psicóloga Maria Helena Brandalise é essencial compreender que o aprendizado varia de indivíduo para indivíduo de acordo com sua formação


Sala de aula cheia e olhares atentos ao que o professor está explicando. Suponhamos que esta sala de aula contenha 30 crianças e que cada uma tenha compreendido a matéria de uma forma diferente. Houve, então, uma incomunicabilidade entre educador e educandos? Não, necessariamente, afinal é impossível que cada um absorva o mesmo conteúdo de forma igual. O que acontece é que cada indivíduo é um ser diferente do outro que, desde o nascimento, recebe uma série de estímulos e influências sociais formando o seu próprio acervo mental. É, justamente, esse acervo que determinará o modo como cada um aprenderá novos conteúdos.

Essas e outras questões são trazidas pela psicóloga Maria Helena Brandalise no livro Neurociências e Educação, Aspectos Cognitivos da Aprendizagem, que ela escreveu juntamente com Geraldo M. de Araújo Filho. Ela destaca a relevância da neurociência para a compreensão do processo de construção da aprendizagem.

De acordo com Maria Helena, a neurociências da aprendizagem é o estudo de como o cérebro apreende, através das conexões dos neurônios e das sinapses. “Portanto, a aprendizagem é o processo em que o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando as sinapses que produzem a ligação entre os neurônios por onde passam os estímulos, que vão consolidar os processos da informação”, completa. Foi, justamente, essa compreensão pela psicóloga, a partir do curso de Neurociências, que lhe auxiliou a solucionar a dificuldade escolar de algumas crianças cujos pais recorreram a ela. 

Ao realizar um acompanhamento psicológico com as crianças, Maria Helena conseguiu identificar seus problemas e, desde então, elas melhoraram seu desempenho escolar. Tal acompanhamento a inspirou a escrever o livro. “Foi a partir destes atendimentos que pensei em escrever sobre este tema, de modo que pudesse expandir o conhecimento e a experiência clínica com o atendimento das crianças e, assim, colaborar com o importante papel do educador em sua relação com o educando”, ressalta.

A psicóloga afirma que o mais importante e fundamental para o desenvolvimento do ser é aprofundar o conhecimento das neurociências para acompanhar o desenvolvimento cognitivo e psicossocial da aprendizagem, levando em conta as faculdades cognitivas da atenção, da memória, do pensamento, da linguagem, do raciocínio e da criatividade. “Lembrando que as faculdades cognitivas implicam a emoção e o afeto. Ninguém cresce e se desenvolve emocionalmente e cognitivamente sem afeto. O aluno necessita desta atitude de presença amorosa do seu educador para que obtenha um bom desenvolvimento e aprendizado”, complementa.

Portanto, é importante que o educador esteja ciente disso para que possa construir um aprendizado integrado junto ao educando permitindo o seu desenvolvimento completo. Outro fator que deve ser considerado pelo professor são as distintas formas de aprendizado de cada um, considerando os diferentes meios em que estão inseridos. A neurociências é fundamental para essa compreensão:

“A neurociência vem revelar o trabalho mental que o aprendiz realiza através da aprendizagem reflexiva aliada a função social da escola voltada para a percepção dos cinco sentidos: audição, visão, tato, paladar, olfato. Estas células, unidas à percepção dos sentidos, enviam informações para o cérebro, que as interpreta. Parte desta interpretação que cada educando faz é baseada nas experiências da singularidade de cada um e na percepção diferenciada de cada educando”. De acordo com Maria Helena, a neurociência pedagógica orienta o educador na integração das disciplinas, e na direção ao conhecimento, vinculando as atividades neuro-educacionais, cerebrais, em conjunto com o desenvolvimento do educando.

Diante disso, a psicóloga destaca a relevância de uma formação interna do educador integrada com a sua formação intelectual contribuindo para que ele desenvolva sua missão com amor e afeto.  “Eu diria também que quando o professor se autoforma, continuamente, através das experiências cotidianas na relação professor e aluno, do ensinar e do aprender, fortalece a sua percepção e atenção, e passa a perceber, intuitivamente, muitos dos problemas de aprendizagem que, muitas vezes, nem problemas são, mas questões psicológicas que envolvem o aluno e que não são percebidas pelo professor”. Em seu livro Maria Helena cita alguns exemplos do tipo vivenciados por crianças que ela atendeu.

A autora conclui que o papel do psicólogo nas escolas auxilia o professor nestas percepções. “O professor lida com a subjetividade de seus alunos e aqui está a importância de preparar os educandos para a vida, para as interpelações, para o senso crítico e para a autonomia através das experiências vividas na rotina escolar em conexão com as experiências do cotidiano, articulando a aprendizagem e as relações sociais e psíquicas”. Para isso, segundo Maria Helena, o psicólogo pode contribuir para que a inter-relação entre professor e aluno possa inspirar os educandos a descobrirem o valor de ser responsáveis pela sua própria aprendizagem, através da mediação dos professores. Por isso, é importante compreender como se dá a aprendizagem e como a neurociência contribui para isso.






Maria Helena Brandalise - Graduada em Psicologia, Mestra em Psicologia Práticas Clínicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutoranda pela Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (UNIFESP) do departamento de Psiquiatria e Psicologia.


5 dicas para quem vai sair de casa para estudar

Foto da unidade 433 da Uliving, no centro de São Paulo
Crédito: Marcos Caldo

 
A transição da escola para a vida universitária é uma fase importante para os jovens, principalmente para aqueles que sairão de casa para estudar. Essa cultura, muito difundida em países da Europa e Estados Unidos, é crescente no Brasil, já que empresas estão “profissionalizando” as tradicionais repúblicas, oferecendo estrutura e suporte para os estudantes que estão deixando de viver com os pais.

Ao optar por uma faculdade fora de sua cidade, é importante tomar alguns cuidados para que seja uma experiência acadêmica e pessoal positiva. Juliano Antunes, CEO da Uliving – empresa pioneira de residências estudantis no Brasil – dá algumas dicas para driblar os obstáculos e explica as vantagens para quem está fazendo as malas.

 
  1. Encontre o lugar ideal
É muito importante escolher um local que tenha conforto, estrutura e uma boa localização para que a rotina universitária seja prática. “É importante verificar se há fácil acesso para a faculdade, segurança e, principalmente, se haverá suporte rápido caso haja algum imprevisto na residência, como uma lâmpada queimada, por exemplo. Assim, o jovem pode focar o seu tempo e emocional nos estudos, pois é o que realmente importa nessa fase”, recomenda Juliano.

 
  1. Bem-vindo a sua nova rotina!
As primeiras semanas podem parecer muito atribuladas para quem começa uma nova rotina em uma nova moradia. Fazer a própria comida, ir ao supermercado e lavar a roupa são algumas das atividades a serem incorporadas. Faça uma lista de todas as tarefas da semana, dias e horários das novas obrigações. É uma forma de se organizar e não deixar nada para trás.


  1. Interaja!
É natural sentir falta dos pais e amigos. Moradias compartilhadas podem ser uma boa alternativa para melhor adaptação. Segundo as pesquisas mais recentes da Unite Students, empresa de alojamento estudantil do Reino Unido, 74% dos universitários acreditam que a vida social é o maior benefício de viver com outros estudantes. No Brasil, segundo Juliano, a opinião dos jovens brasileiros é similar. “Além da estrutura e do suporte, os estudantes buscam se sentir acolhidos, em um local que proporciona interação, onde ele encontrará pessoas de diferentes lugares, que estão vivendo o mesmo momento de vida”. 


  1. Saudades de casa
Mesmo que à distância, o contato com familiares é muito importante para o rendimento na faculdade. Dados da Unite Students também mostram que 38% dos entrevistados já cogitaram em desistir da faculdade e alguns dos motivos citados foram stress e solidão. “Uma das peculiaridades do mercado de residência estudantil no Brasil é que os pais veem esse perfil de moradia como uma opção de acompanhar os filhos de alguma forma, por ser um local com conceito de compartilhamento, porém com infraestrutura”, explica Juliano.  


  1. Celebre as vantagens
Morar sozinho e se tornar independente da rotina dos pais pode parecer difícil, mas é uma oportunidade única de amadurecimento e aprendizagem. A liberdade para definir uma nova rotina, a convivência com outras pessoas -  se bem aproveitada -  pode resultar em uma experiência única. 


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