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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Pacientes com câncer podem ter problemas cardíacos


Pacientes que tiveram câncer de mama ou linfoma têm até três vezes mais risco de desenvolver insuficiência cardíaca


- Doenças do aparelho circulatório, como AVE e infarto, ainda são responsáveis pela maior parte dos óbitos no Brasil, com uma estimativa de 400 mil casos em 2018. Porém, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), até 2029 o câncer será a principal causa de morte no país. Por serem doenças tão prevalentes, a incidência de doenças cardiovasculares em pacientes com câncer é uma realidade cada vez mais frequente.

O cardiologista Diego Garcia, que coordena o serviço de cardio-oncologia do Hospital Paulistano, conta que a forte correlação entre as doenças fez com que essa área crescesse muito nos últimos anos. "Dependendo da medicação usada na quimioterapia ou o tipo de radioterapia, o risco do problema cardíaco é aumentado, seja no momento da infusão no caso da quimioterapia ou a curto, médio e longo prazo", afirma o especialista.

Dentre as mais frequentes complicações cardíacas que podem ser provocadas pelo tratamento oncológico estão a insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, doença coronariana, arritmias e doenças das valvas, além de eventos tromboembólicos. Pacientes com fatores de risco tradicionais como hipertensão arterial prévia, sedentarismo e tabagismo têm risco maior de apresentar essas alterações.

A recomendação para muitos casos é que antes de iniciar o tratamento oncológico, o paciente passe por uma consulta com um cardiologista. "Nessa consulta inicial, o cardiologista vai avaliar qual a periodicidade das consultas e exames cardiológicos de acordo com o tratamento proposto pelo oncologista, além de recomendar ajuste de algumas medições de uso prévio e proposição de outras com potencial cardioprotetor", indica o Diego Garcia.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Rochester Epidemiological Project da Mayo Clinic, pacientes que tiveram câncer de mama ou linfoma têm três vezes mais risco de desenvolver insuficiência cardíaca congestiva, em comparação com indivíduos que não têm câncer. Os pesquisadores notaram que o risco aumentado pode persistir por pelo menos 20 anos. No caso do câncer de mama, o acompanhamento cardiológico é indispensável para a maioria das pacientes.

 Alguns medicamentos comumente usados nas pacientes com câncer de mama como a doxorrubicina e traztuzumabe, tem o potencial aumentado para provocar insuficiência cardíaca. Os danos no coração podem ser minimizados se essas condições forem detectadas e tratadas de forma precoce.

"O intuito do acompanhamento cardiológico é estimar o risco de possíveis complicações, definir uma estratégia cardioprotetora, detectar precocemente as alterações que possam surgir, além de tratá-las de forma adequada. Um dos principais objetivos é conciliar o tratamento das cardiopatias com o câncer, visando interromper o mínimo possível o tratamento oncológico", ressalta o especialista.


Boa relação entre sono e alimentação é essencial para o bom funcionamento do organismo


Quem nunca passou por dificuldades na hora de dormir? Perturbações do sono são cada vez mais frequentes nas diversas faixas etárias e muitas vezes estão relacionadas com os hábitos alimentares. Sim, dependendo da sua refeição durante o dia ou antes de dormir, a qualidade do seu sono pode mudar e você pode até sofrer com insônia.

De acordo com Vanderli Marchiori, consultora em nutrição da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) o primeiro passo para uma boa noite de descanso é criar uma rotina alimentar que estimule a melatonina, também conhecida como hormônio do sono. "Opte por alimentos ricos em triptofano e magnésio, aminoácidos envolvidos na formação da serotonina – neurotransmissor responsável por regular o humor, sono e o apetite. Entre as alternativas estão as frutas como uva, banana, abacate; grãos e derivados, como granola, gérmen de trigo e aveia, entre outros", diz.

O segundo passo é evitar alimentos que estimulem o sistema nervoso central. Neste grupo estão café, chocolate, chá mate, preto ou verde, refrigerantes, guaraná em pó, bebidas energéticas, pimenta ou gengibre pelo menos quatro horas antes de ir para a cama. "Estes alimentos provocam excitações psíquicas através do aumento da disponibilidade de glicose para o cérebro", explica a nutricionista.

A especialista destaca que uma noite de sono ideal garante melhor o controle do peso corporal, do humor e reduz o risco de doenças cardiovasculares, facilitando a digestão, o controle da temperatura corporal e outras atividades fisiológicas. "Normalmente é indicado para indivíduos adultos uma média de sete a nove horas de descanso por noite, mas isso pode variar de acordo com a idade. Isto é, quanto menor a idade, maior a necessidade de sono", pontua Vanderli.

O importante é tentar aproveitar o momento de descanso para cuidar de você. Ler um bom livro, evitar uso excessivo de aparelhos eletrônicos, fazer meditação e tomar um banho relaxante vão fazer o seu cérebro entender que é hora de desligar. Você cuida da sua saúde e seu organismo agradece.


Precisamos falar sobre saúde mental na infância e adolescência, diz psicóloga


Depressão e ansiedade em crianças ainda são tabus para muitos pais e educadores


A saúde mental de maneira geral ainda costuma ser um tabu. E quando é abordada na infância e adolescência, o assunto encontra ainda mais resistência, neste caso, pelos próprios pais e educadores. Mas a questão é séria e precisa ser falada: crianças e jovens podem ter depressão e ansiedade.

"Muita gente acha que é frescura, preguiça ou até mesmo falta de reconhecimento por tudo que os pais fazem pelos filhos, quando na verdade é uma doença ou um transtorno que precisa ser tratado", explica Thaís Quaranta, psicóloga e coordenadora da pós-graduação em Saúde Mental e Psicopatologia na Infância e Adolescência da APAE DE SÃO PAULO.


Cuidado com o excesso de cobranças

Os motivos podem ser variados, desde genéticos até mesmo ambientais. O mundo ágil e de intensas modificações também contribui para o quadro. "Vemos crianças com um nível alto de ansiedade porque fazem muitas atividades: inglês, natação, aula de música, escola, etc. É um mini adulto que não tempo de criar, de questionar e desenvolver estratégias de resolução de problemas e habilidades sociais", conta a especialista.

Por outro lado, os pais na ânsia de querer dar o que há de melhor para os filhos, não entendem que esse excesso de atividades e bens materiais podem prejudicá-los. "Principalmente, em famílias mais privilegiadas, vemos que os pais se dedicam muito aos filhos e há uma cobrança de que a criança esteja sempre bem. É aquela velha história, ele tem de tudo, por que está assim, chateado ou para baixo? Eles costumam dizer que não há motivo para tal", ressalta Thaís.

Isso faz parte de uma cultura que durante muito tempo valorizou a questão acadêmica como sinônimo de sucesso com a criação dos filhos. Só que, por outro lado, muitos pais se esqueceram que o emocional também é importante, já que traz a capacidade de resolução de problemas e de gerência da própria vida, ferramentas essenciais para viver em sociedade.

Outros problemas como o bullying e o cyberbullying também deixam marcas nas crianças que podem desenvolver transtornos mentais por conta da violência sofrida que poderão acompanha-los por toda vida. "Adultos que tiveram problemas na infância sofreram impactos no seu desenvolvimento. Muitos seguem acreditando nos estigmas que receberam, sem questionar", destaca Thaís.


Alertas de que algo não está legal

Ao contrário dos adultos, as crianças e adolescentes manifestam a depressão e a ansiedade de forma diferente. De acordo com a psicóloga, isso acontece por conta de a personalidade ainda estar em desenvolvimento, ou seja, os jovens não têm muito recurso para dizerem o que pensam, o que sentem e até mesmo entenderem o que ativam eles.

"Geralmente, as crianças e os adolescentes com ansiedade e depressão se expressam de uma maneira irritadiça e agressiva", ressalta. É importante que os pais e os educadores estejam atentos à essas mudanças quando estas começam a impactar na vida deles.


Buscar ajuda é o caminho para uma vida mais feliz

Negar que algo está acontecendo e não tratá-lo ainda cedo pode trazer sérias consequências para toda vida do indivíduo. "Uma criança com Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH) que não teve oportunidade de tratar ainda na infância, lá no futuro poderá desenvolver comorbidades, como depressão e ansiedade", destaca a psicóloga.

Buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra tão logo os sintomas aparecerem ajuda no desenvolvimento da criança, podendo reduzir os impactos e até mesmo reverter o quadro clínico em alguns casos.






Thaís Quaranta - Psicóloga e Neuropsicóloga. Coordenadora do curso de pós-graduação em Saúde Mental e Psicopatologia na Infância e Adolescência da APAE DE SÃO PAULO. Graduada em Psicologia pela Universidade de Ribeirão Preto. Especialização em Psicologia Hospitalar e Neuropsicologia pelo Instituto de Psiquiatria do HC- FMUSP, com foco principal em saúde mental. Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental pelo Centro de Terapia Cognitiva Veda.


Serviço – Pós-graduação em Saúde Mental e Psicopatologia na Infância e Adolescência
Inscrições até 28/02/2019
Início das aulas em março de 2019
Aulas às segundas-feiras e quartas-feiras, das 19h às 22h
Duração 360h | Aprox. 15 meses
Local: APAE DE SÃO PAULO – Rua Loefgren, 2109, Vila Clementino, São Paulo – SP



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