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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Cirurgia Íntima é a mais realizada no Brasil


Imagem retirada da internet


As cirurgias íntimas são pouco faladas no universo das plásticas. O tabu da sexualidade feminina, junto à vergonha que muitas mulheres têm quando o assunto é sexo, influenciam para que este seja um assunto pouco explorado.

Mas a verdade é que os procedimentos íntimos são simples, possuem baixo risco de complicações e podem mudar completamente a autoestima da mulher e a qualidade da sua vida sexual. Todos os procedimentos levam em torno de 40 minutos e são feitos apenas com anestesia local. O cirurgião plástico Marco Cassol comenta cada um deles:


Redução do monte de vênus: 

A cirurgia consiste na retirada de gordura e/ou excesso de pele na região pubiana. É indicada para pacientes que se sentem incomodadas com a protuberância localizada acima do púbis, muitas vezes aparente sobre as roupas. 


Redução dos grandes lábios vaginais:

A cirurgia objetiva reduzir o comprimento dos grandes lábios, localizados na parte externa da vagina. É ideal para pacientes que possuam excesso de pele ou flacidez na região, causando distorção estética da genitália. 


Ninfoplastia ou redução dos pequenos lábios:

Esta é a cirurgia íntima mais realizada no mundo. Busca diminuir o tamanho dos pequenos lábios vaginais que se localizam dentro dos grandes lábios e se estendem da área do clitóris até o orifício vaginal. Esta cirurgia é indicada para mulheres que sofreram um alargamento da região, normalmente por conta de um parto normal. Assim, ela visa reestabelecer o prazer da região.





Marco Cassol - cirurgião plástico e especialista em face feminina. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o cirurgião plástico, com mais de 15 anos de experiência, é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


A importância do Setembro Amarelo


 A Campanha Setembro Amarelo foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com apoio de entidades internacionais de prevenção ao suicídio. Setembro é o mês mundial de Prevenção ao Suicídio. Ao pesquisar as origens da campanha, vejo que muitos dos textos replicados falam em “celebrar” ou “comemorar” esse dia. Será mesmo correto falar em celebração ou comemoração para um evento tão grave? Seguramente não. Nem pela data em si, nem pela pouca eficácia que temos tido em, de fato, prevenir o suicídio, sobretudo porque há um grande descaso da sociedade e ainda um grande despreparo dos profissionais de saúde para lidar com a pessoa que está pensando ou que tentou se suicidar.
Em casa, na escola, entre os amigos, pessoas que pensam na possibilidade do suicídio como alívio para seu sofrimento psíquico são, muitas vezes, tratadas com descaso, desprezo e chacota. Nos serviços de saúde, sobretudo em prontos-socorros e pronto-atendimentos, essas pessoas geralmente são vítimas de violências verbais, do tipo: “quer morrer, faz direito” ou “minha filha, tanto paciente grave para atender aqui e você chega com essa frescura? ”; e não raras vezes, de violências físicas, com utilização de procedimentos desnecessários ou invasivos, seja por despreparo, seja por perversidade, com o intuito de castigar aquela pessoa que já está sofrendo.
Estudos sobre suicídio mostram que, muitas vezes, o suicídio concluído, ou seja, quando a pessoa consegue de fato dar fim à sua vida, ocorre com muito mais frequência logo após uma tentativa de suicídio malsucedida. Talvez, o principal motivo seja realmente o fato de a pessoa continuar num estado de sofrimento e desejar exterminá-lo. Por outro lado, temos que pensar que esse novo ato que pode levar a pessoa à morte pode ser resultado do descaso, da falta de empatia de familiares e amigos, da falta de suporte adequado nos serviços de saúde. Não raras vezes, quando uma pessoa tenta suicídio e é levada a um pronto-socorro, ela recebe alta após compensada a parte clínico-cirúrgica (efeitos das medicações ingeridas, sutura de ferimentos, entre outros) sem ter sequer sido avaliada por um profissional de saúde mental. Em alguns casos, mesmo que essa pessoa seja avaliada por este profissional, ela recebe alta com receitas médicas, encaminhamentos e, na longa espera por uma consulta psiquiátrica ou atendimento psicológico, a esperança pode se esvair um pouco mais e culminar com um novo ato, que pode ser fatal.
Quando falo de longa espera por atendimento, não me refiro apenas ao atendimento no SUS. É claro que há uma defasagem imensa de profissionais e serviços de saúde mental e o atendimento extra-hospitalar, que deveria ser rápido nesses casos, pode chegar tarde demais. Mas esse problema também ocorre com frequência na rede privada, onde a espera para uma consulta psiquiátrica também pode demorar alguns meses nos convênios médicos.
Nos muitos anos em que trabalhei em serviços de emergência na cidade de São Paulo, atendi inúmeros casos de tentativas de suicídio e pude constatar que, quando uma pessoa que está pensando em se matar recebe atendimento adequado, com atenção, cuidado e sensibilidade; quando seus acompanhantes são bem orientados e quando você oferece opções mais rápidas de atendimento, com uma reavaliação ou uma consulta marcada em poucos dias, é possível fazer com que essa pessoa se vincule melhor ao tratamento, trazendo esperança e melhora da qualidade de vida. Entre 2014 e 2016, coordenei um serviço de atendimento de pacientes agudos, chamado “Ambulatório de Crise”, no qual pessoas com quadros que haviam chegado no pronto-socorro eram atendidas poucos dias após, no máximo em uma semana após a alta hospitalar. O resultado era muito positivo: evitavam-se internações, diminuía-se o tempo de permanência no pronto-socorro e a pessoa já iniciava o atendimento ambulatorial, com maiores chances de vincular-se ao tratamento.
Concluindo, não adianta fazer uma campanha maciça contra o suicídio se não mudarmos a visão sobre o paciente suicida e sobre a pessoa em sofrimento mental; também é inútil oferecer “ajuda” nas redes sociais, copiar e colar mensagens de apoio num mural virtual se não formos realmente capazes de acudir e ajudar aquela pessoa. E, finalmente, não podemos banalizar a saúde física e mental, com “meses coloridos” que sejam pouco efetivos na prática.




Marcelo Niel - médico psiquiatra e psicoterapeuta junguiano, Doutor em Ciëncias pela UNIFESP, supervisor clinico-institucional em Psiquiatria Clínica e Psicoterapia


Alzheimer, desafios e esperança


Enfermidade degenerativa, progressiva e sem cura, a Doença de Alzheimer (DA) compromete as atividades cerebrais causando o declínio das funções cognitivas como a memória, a linguagem e a percepção, mudanças no comportamento, personalidade e humor, levando o paciente a dependência para atividades instrumentais e, no decorrer da evolução, para atividades básicas de vida diária.


Aproximadamente 50 milhões de pessoas sofrem de Alzheimer no mundo. No Brasil, são cerca de 1,2 milhão, com custo aproximado per capita podendo chegar a R$ 40 mil por ano.

O número de portadores é crescente. Projeções apontam que, em 20 anos, poderemos ter o dobro de pessoas com a doença, principalmente devido ao envelhecimento da população. Segundo a Alzheimer’s Disease International (ADI – Associação Internacional de Alzheimer), os países em desenvolvimento serão os responsáveis por mais de 2/3 dos enfermos até 2050.

A mesma ADI já mostrava que, em 2010, os custos para as Américas eram de cerca de US$ 235,8 bilhões por ano com a doença, incluindo custos médicos, sociais e de cuidados informais. Com o aumento dos casos, os sistemas de saúde e de assistência social podem entrar em colapso se o Estado e a iniciativa privada não fizerem um planejamento adequado levando em conta a perspectiva de aumento de incidência e prevalência.

Os problemas relacionados a recursos para o tratamento de pacientes e familiares de portadores de Alzheimer são tão relevantes que até o Fórum Mundial de Economia, em 2017, chamou a doença de uma das principais agravantes à crise na esfera da saúde do século 21.

Em muitos países, já há Planos Nacionais de Demência que visam melhora da educação sobre o problema, melhora do diagnóstico e tratamento médico, melhora do apoio a cuidadores, do tratamento domiciliar e do apoio a novas pesquisas. Urge em nosso país uma ampla discussão entre entidades médicas e não-médicas, associações de pacientes e representantes do Estado para uma implementação efetiva de um Plano Nacional de Demência no Brasil.

É possível prevenir e diminuir a incidência das demências em geral levando uma vida saudável, com controle adequado de fatores de risco cardiovasculares, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, sedentarismo. Programas de atividade física regular, aumento da escolaridade da população, assim como estímulos para a manutenção de uma vida ativa após a aposentadoria são outros fatores que devem ser levados em conta.

A boa notícia é que os medicamentos sintomáticos específicos para tratamento da DA estão disponíveis nas farmácias do Sistema Único de Saúde. A memantina, indicada nas fases moderadas e avançada da doença, também foi incorporada no SUS em portaria de novembro de 2017. Também é alvissareiro saber que há muita pesquisa de qualidade, realizadas nas mais conceituadas universidades e centros médicos do mundo, visando detectar as causas e encontrar tratamentos eficazes.

A expectativa é que, por um lado, haja um aperfeiçoamento e descoberta de novas medicações que possam influir na evolução natural da doença; por outro lado que sejam implantadas medidas efetivas de prevenção e acolhimento de cuidadores e pacientes que possam diminuir os custos médicos, sociais e afetivos dessa doença.

Que assim seja.









Marcio L. F. Balthazar - Coordenador do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva da Academia Bras Neurologia




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