A recorrência destes fármacos dentro dos criadouros
de animais para consumo humano tem crescido consideravelmente nos últimos anos
e pode agravar o tratamento de superbactérias
Se você pensa que usamos e ou consumimos antibióticos apenas quando
ficamos doentes, é melhor você refletir sobre isso, pois não é verdade.
Infelizmente o uso abusivo destes fármacos são comuns especialmente em
criadouros de animais para o consumo humano, que utilizam este recurso para
acelerar o crescimento de suas criações – que vão de aves à carnes suínas e
bovinas. Essa conduta pode ser prejudicial, sobretudo para as nossas
crianças que ainda estão com a imunidade em formação e precisam de cautela
sobre o consumo de remédios (mesmo que involuntariamente).
Segundo um relatório publicado no periódico norte americano Review
on Antimicrobial Resistance, com artigos científicos, o uso
indiscriminado e recorrente de substâncias antimicrobianas pode provocar, em
nós seres humanos, uma espécie de barreira para combater doenças sérias das
quais é necessário o uso correto de antibióticos. Você já deve ter ouvido falar
das superbactérias, àquelas difíceis de cura por serem resistentes aos
tratamentos. Então, elas são decorrentes do uso abusivo de antibióticos (seja
em animais e ou nas pessoas).
Estima-se que, até 2030, haverá um aumento de quase 70% no consumo de
antibióticos em todo o mundo. Para você ter uma noção do problema, o uso em
animais é maior do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
só nos Estados Unidos, por exemplo, país que não possui controle sobre a venda
desses medicamentos veterinários, o número chegou a ultrapassar 9 mil toneladas
para uso em animais contra 3 mil toneladas em humanos, no ano passado.
E agora você deve estar se perguntando como saber o que é apropriado
comprar para alimentar a sua família nos próximos dias e talvez anos. Como
resposta, posso dizer que antes mesmo da operação “Carne Fraca” da Polícia
Federal, sempre foi recomendado o consumo moderado de carnes, laticínios e
produtos industrializados. Optar por alimentos mais orgânicos é o ideal.
Atualmente existem muitos estabelecimentos comerciais que oferecem esses
produtos com garantia de procedência e que agregam vitaminas, sais minerais e
nutrientes apropriados para toda a família. Às vezes, pagar um pouco mais vale
a pena, especialmente se pensarmos nos efeitos ruins que os produtos
industrializados causam a longo prazo.
Outra observação importante é lembrar que não devemos oferecer antibióticos para as crianças sem prescrição médica. O mesmo vale para qualquer tipo de medicação (corticoides, antitérmicos, analgésicos e outros), pois mesmo que seja com boa intenção isso pode colocar a vida da criança em risco e elevar as chances para que as superbactérias surjam.
Você sabia:
Desde 2010 é proibido a venda e ou compra de antibióticos sem indicação
e receita médica nas farmácias de todo o país. Essa medida entrou em vigor a
partir de 26 de outubro de 2010, por meio da Resolução RDC 44, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), com o objetivo de minimizar os casos
de bactérias super-resistentes aos antibióticos.
Cuidados:
Conhecer os locais onde compramos os alimentos, assim como produtos de
consumo diário é imprescindível para garantir a segurança e saúde da família.
No caso de antibióticos, para as crianças, é preciso, sempre, que os pais
estejam cientes sobre o seu uso exclusivo para tratamentos de doenças
recorrentes como gripes, sinusite e ou faringite. A avaliação de um médico
especialista é decisiva e importante para evitar super dosagem a curto ou longo
prazo. Não compre sem a prescrição médica e indicação correta para tratamentos.
Evite colocar seu filho em risco.
Dicas:
· Sempre que você
tiver dúvidas, fale com o seu médico. Seja para recomendações de remédios ou
consumo de alimentos e produtos de consumo diário.
· Em casos de
emergência, nunca medique a criança sem a orientação de um profissional.
· Somente o médico
tem competência para diagnosticar e prescrever o tratamento correto.
· Leve seu filho
periodicamente ao pediatra para acompanhamento de seu desenvolvimento físico e
de saúde – recorrer, quando necessário, a realização de exames para quantificar
os nutrientes, vitaminas e outros com o objetivo de evitar anemias e doenças
decorrentes da baixa absorção.
· Criar laços com o
profissional pediatra é uma dica que pode fazer toda a diferença na hora de
indicar um possível tratamento com antibióticos, pois ele já terá conhecimentos
sobre quais foram os medicamentos já administrados para combater doenças (recorrentes
ou não).
Dra. Priscila Zanotti Stagliorio - médica pediatra há mais de dez anos, atua na
zona norte de São Paulo, em consultório particular, no Pronto Socorro do
Hospital São Camilo – unidade Santana, e na rede Dr. Consulta – unidades
Tucuruvi e Santana. Em seu currículo possui diversas participações em
congressos, cursos de especialização e atuações em prontos socorros, clinicas e
ambulatórios médicos da grande São Paulo – Capital. Oferece curso personalizado
para gestantes, com o objetivo de ajuda-las na mais importante missão de suas
vidas: ser mãe. Para solicitar informações sobre o curso de gestante: priscilazs@yahoo.com.br / contato@jcgcomunicacao.com - coloque no
assunto a informação que deseja saber e ou solicitar.