A data foi criada pela União
Internacional de Controle do Câncer (UICC) para mobilizar pessoas e
organizações mundiais sobre a importância de adoção de hábitos saudáveis,
diagnóstico precoce e tratamento rápido.
Uma a cada 6 mortes no mundo
é em decorrência do câncer, segundo a Organização Mundial da Sáude. O câncer
mata cerca de 8,3 milhões de pessoas em todo o mundo, anualmente, segundo a ONU.
O impacto do Câncer no Mundo vai ser ainda maior, em 2025 estima-se que
20 milhões de pessoas terão algum tipo de câncer. No Brasil, 223 mil pessoas
morrem da doença e cerca de 600 mil novos casos surgem a cada ano, segundo o
Instituto Nacional de Câncer, o Inca.
As mulheres representam 50,5%
deste triste universo. O câncer de mama ainda é o que tem a maior incidência
entre o público feminino, seguido de cólon e reto e em terceiro lugar, colo do
útero.
Mas como combater essa doença
que também tem traços genéticos? Para a ginecologista Dra. Marisa Patriarca e
professora da pós-graduação da Unifesp, o câncer de mama, quando descoberto no
início tem 95% de chances de cura. Então, os exames anuais para mulheres são
obrigatórios e podem salvar vidas.
Os números são alarmantes. A
cada 19 segundos uma mulher é diagnosticada com câncer de mama no mundo, são 58
mil novos casos de câncer de mama por ano. Uma a cada 10 mulheres receberá a
notícia do câncer de mama e dessas, cerca de quatro vão morrer por causa da doença.
E nesse sorteio macabro, o câncer está perto de todo nós. Por isso, as
campanhas de prevenção ao câncer são fundamentais.
Para a Dra. Marisa Patriarca
o autoexame mensal, a visita ao ginecologista e o exame mamográfico anual após
os 40 anos podem derrubar esses números trágicos.
Dra. Marisa diz que o câncer
de mama pode ser detectado através do surgimento de um caroço na mama ou na
região próxima as axilas. A mamografia é fundamental e principal exame para
rastreamento e diagnóstico precoce da doença, antes do aparecimento do nódulo e
portanto, em fases iniciais da doença. Em alguns casos, a biópsia é necessária
para excluir a malignidade. Dra. Marisa explica que o autoexame não basta para
a prevenção, mas a mulher deve se apalpar, conhecer suas mamas para detectar
quando há alguma anormalidade.
O tratamento do câncer de
mama é feito geralmente com cirurgia e quanto mais precoce o diagnóstico, mais
conservadora ela é. A cirurgia nas fases iniciais costuma promover a cura. Pode
haver necessidade de tratamento complementar com radioterapia, quimioterapia e
hormonioterapia. A quimioterapia é feita quando a doença não está restrita às
mamas, costuma ser muito difícil para a maior parte das pacientes porque
diminui as defesas no organismo. Por isso, quanto mais precoce for a descoberta
da doença, menos mutilador é o tratamento.
Mas a ginecologista alerta
para o câncer de colo de útero que também atinge as mulheres e que, precisa
igualmente de atenção para a prevenção com a realização de exames de “Papanicolaou”
após os 25 anos, o uso de preservativos e ainda as vacinas de HPV que estão
sendo dadas a população jovem na rede pública de saúde.
A ginecologista, com mais de
30 anos de experiência afirma “É devastador receber diagnóstico de câncer.
Mesmo depois da cura, ninguém é mais o mesmo depois dessa experiência dolorosa.
Ainda mais, se ela vier junto com a mutilação de uma parte tão feminina do
corpo quanto as mamas. Por isso, as campanhas de prevenção são tão importantes
para conscientização da população feminina da importância do diagnóstico
precoce, que é a única maneira de evitar as altas taxas de mortalidade que,
infelizmente ainda são muito elevadas ao redor do mundo.
Dra. Marisa Patriarca
- ginecologista e obstetra. Professora de ginecologia do curso de
pós-graduação da Unifesp. Tem mestrado e doutorado pela Unifesp. É médica
assistente doutora e coordenadora do Setor Multidisciplinar de Pesquisa em
Patologia da pele feminina do Departamento de Ginecologia da Unifesp. Chefe do Setor
de Climatério do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.