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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Hospitais privados aderem à redução de estômago por endoscopia



Liberada para uso fora do ambiente de pesquisa, a redução de estômago por endoscopia se mostra uma opção mais segura e menos invasiva


Apenas quatro meses após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a utilização do fio de sutura usado na gastroplastia endoscópica (GPE), cerca de 300 cirurgias já foram realizadas na rede privada com o novo procedimento para redução do estômago, conforme levantamento do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO). Em novembro de 2016, a agência havia aprovado a utilização do aparelho conhecido como Apollo Oversticth, principal componente para o procedimento, mas, sem a liberação do fio de sutura, somente agora a rede privada obteve condições para adotar a nova técnica. Em novembro de 2017, o procedimento foi também reconhecido pelo CRM-SP, pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica - SBCBM, e pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva SOBED.

Entre os principais ganhos

A GPE utiliza orifícios naturais, boca e esôfago, para chegar ao estômago do paciente, e emprega um endoscópio equipado com aparelho de sutura. O cirurgião sutura o estômago a partir de marcações padronizadas para diminuir o tamanho desse órgão. A volume total pode ser reduzido entre 70% a 80%.

Apesar de a GPE não ser indicada para tratamento de todos os tipos de obesidade, tem sido apontada por médicos especialistas como uma grande evolução no tratamento da doença, por ser muito menos invasiva que a cirurgia por videolaparoscopia, que já era considerada minimamente invasiva.
Nos Estados Unidos, onde o procedimento foi criado, um estudo desenvolvido por um grupo de médicos na Cornell University, acompanhou 248 pacientes de obesidade tratados com a gastroplastia endoscópica, entre 2013 e 2015. Os pesquisadores concluíram que a GPE efetivamente induz a perda de peso em até 24 meses em pacientes com obesidade moderada.

Em Belo Horizonte, o cirurgião Dr. Leonardo Salles, especializado em tratamentos contra obesidade, acredita que a gastroplastia dará maior acesso a esse tipo de terapêutica contra obesidade: “A cirurgia bariátrica é excelente, mas não consegue tratar a obesidade em nível populacional. Menos de 1% da população obesa consegue acesso à cirurgia”. De acordo com ele, o procedimento já é mais barato que a cirurgia bariátrica quando criada: “Esse 1% de pacientes atendidos pode chegar a 20%”, acredita.


Recuperação quase imediata

O que tem mais chamado a atenção sobre a GPE – que para muitos médicos nem deveria ser considerada uma cirurgia por não haver cortes – é a rápida recuperação e menor risco de complicações, “uma verdadeira evolução”, segundo especialistas da área. Nos primórdios da cirurgia bariátrica, com o primeiro tipo de cirurgia, era necessário um corte de até 20 centímetros no paciente, resultando em grande possibilidade de infecção, com tempo de recuperação entre 30 e 60 dias. “O pós-operatório era tão difícil que víamos na cara do paciente o arrependimento. A dor era intensa, sendo imprescindível muita morfina”, conta.  

Já na cirurgia por videolaparoscopia reduziu-se o tempo para cerca de 15 dias com a substituição do corte por pequenos furos na região abdominal. Já na nova técnica, realizada entre 50 e 60 minutos, o paciente volta às atividades mais rapidamente: “É uma plástica no estômago feita de dentro para fora, ao invés de fora para dentro. O paciente toma medicação para dor no primeiro dia e volta às atividades normalmente. De 3 a 5 dias já volta a fazer atividades físicas. É um novo salto em termos de qualidade pós-operatório”, explica o médico.

Em relação à alimentação, é igual aos outros procedimentos:15 dias com dieta líquida, 15 dias com a pastosa; e depois a dieta de reeducação alimentar indicada por um nutricionista. Como resultado, segundo o cirurgião, o paciente deverá perder cerca de 6 a 8% do peso no primeiro mês, de 4 a 6% no segundo mês, e de 20 a 30% em um ano.

Em quatro meses o médico operou 15 pacientes, o que corresponde a 90% do total de cirurgias realizadas no local. A maior parte são mulheres, apenas dois são homens, com média de faixa etária nos 40 anos. Ele conta que os pacientes operados com a técnica no IMO têm conseguido excelentes resultados. “Um dos pacientes, com 107 kg, apresentou já no primeiro mês 17% de emagrecimento”, e uma média entre os pacientes de 9,37% já no primeiro mês, diz.


Menor perda de nutrientes

Embora ainda não existam estudos que comprovem, os especialistas da área acreditam que na nova técnica a perda de nutrientes e vitaminas pode ser muito menor, por não haver perda efetiva do tecido do estômago. “Apesar de não mais receber alimentos para digestão, a parte suturada não é retirada e, por isso, continua em funcionamento produzindo suco gástrico. Só reduz o tamanho do espaço para armazenamento do alimento ingerido, ao contrário da laparoscopia em que a parte excedente do estômago é retirada. Como a produção de suco gástrico continua, esse suco migra para onde o alimento está, contribuindo com a digestão e, possivelmente, reduzindo a deficiência de ferro e de cálcio”, explica.


 Apenas uma ponte para tratamento da obesidade

Apesar de todos os benefícios, o médico alerta que o novo procedimento é apenas um passo no tratamento da obesidade, ao contribuir com uma janela terapêutica de perda de peso. “A gente deixa muito claro que qualquer procedimento é uma ponte para tratamento da obesidade. Tratar peso é tratar o sintoma, mas é o tratamento multidisciplinar que irá tratar a base do problema. Gosto muito de comparar ao tratamento de uma pneumonia, onde o paciente vai ter como sintoma a febre; você pode usar uma dipirona e tratar o “sintoma” febre dele, se não der um antibiótico para tratar a “causa”, o problema vai continuar. É o mesmo quando tratamos a obesidade, com o procedimento tratamos o “sintoma” peso, mas é com o tratamento multidisciplinar que tratamos a “causa” do problema, trabalhando sedentarismo, má educação alimentar, distúrbios psicológicos que levam ao descontrole do peso, assim como causa metabólicas. A gastroplastia dá uma janela terapêutica de emagrecimento, que vai deixar o paciente magro por um tempo, funcionando como catalizador para o tratamento multidisciplinar da obesidade. Se tratou a base ótimo, se não, o peso vai voltar”, enfatiza.





Ortopedista do HCor alerta para o uso inadequado e o peso excessivo das mochilas




Saiba quais são os cuidados e como escolher a mochila ideal de acordo com tamanho e idade das crianças para evitar lesões na coluna; Ao primeiro sinal de dor, é imprescindível consultar o médico para uma avaliação mais detalhada


Chegou a hora de colocar aquela lista imensa de material escolar dentro da mochila e mandar as crianças para a escola. No entanto, é importante ficar atento ao tamanho e ao peso das mochilas. Seu mau uso pode ocasionar, além de problemas sérios na coluna, diversos tipos de lesões nos ombros. Se não tratados adequadamente, podem levar a prejuízos para a vida toda, como desvio de postura e dores crônicas nas articulações.

A recomendação para evitar problemas graves, é que a bolsa não ultrapasse 10% do peso da criança, ou seja, se ela pesa 30kg, sua mochila com os materiais deve ter, no máximo, 3kg. Preferencialmente, devem ter duas alças largas, pois isso ajuda a evitar a sobrecarga em apenas um dos ombros. Se optar pelos modelos com rodinhas, é importante observar se o puxador está na altura do punho da criança.

Embora muitos problemas de coluna tenham suas raízes na infância, os cuidados, segundo explica Dr. Raphael Marcon, ortopedista do HCor – Hospital do Coração, não devem se ater, apenas ao peso das mochilas. “É importante olhar a criança no contexto de seu dia a dia. A postura que ela permanece em sala de aula, sentado em frente ao computador ou mesmo em momentos de lazer, por exemplo, merecem a atenção dos pais”, orienta. “Ao primeiro sinal de dor, é imprescindível consultar um médico para uma avaliação mais detalhada”, indica o médico.

Mas, afinal, como saber qual o modelo ideal para cada criança? “Há três coisas fundamentais a serem observadas: o tamanho da mochila, se as alças são duplas e grossas, e a altura do puxador das bolsas de rodinhas”, indica Dr. Marcon.

Confira algumas dicas e fique atento a estes três principais pontos!

· Tamanho: a mochila deve cobrir as costas toda da criança. Se passar da cintura, é considerada grande demais;

· Alças: devem ser, preferencialmente, largas, pois ajudam a distribuir melhor o peso sobre os ombros;

· Rodinhas: os puxadores das mochilas de rodinha devem ficar na altura do punho da criança. Certifique-se de que os ombros estão alinhados adequadamente.






Estudo da Unifesp identifica alterações cerebrais associadas a casos de depressão em crianças e jovens



As alterações ocorrem na estrutura do sistema de recompensa do cérebro e podem ajudar a identificar jovens em risco para depressão antes mesmo do início dos sintomas


Um estudo feito a partir de exames de ressonância magnética do cérebro de crianças e jovens identificou que alterações da conectividade no circuito cerebral de recompensa foram associadas a casos de depressão após três anos de acompanhamento. As alterações foram encontradas em uma região no cérebro responsável por integrar e processar informações cotidianas sobre recompensas e motivação, chamado de estriado ventral, o qual teve um papel significativo nos quadros de depressão antes do início dos sintomas.

Os resultados estão na tese de doutorado de Pedro Mario Pan, defendida no Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), sob a supervisão do professor Rodrigo Bressan. O trabalho foi publicado no renomado periódico oficial da Associação Americana de Psiquiatria, o American Journal of Psychiatry.

Cerca de 750 crianças e jovens, com idade entre 9 e 16 anos, foram avaliados nas cidades de São Paulo e Porto Alegre. Além de avaliações psicológicas e psiquiátricas, eles realizaram exame de neuroimagem por meio de ressonância magnética, sendo que 90% (675) foram reavaliados três anos depois com a mesma metodologia. “Encontramos uma conectividade de característica diferente, aumentada ou mais ativada, no cérebro daqueles que desenvolveram depressão após três anos, o que representou 9% dos analisados”, esclarece Pedro Pan.

Os resultados integram o maior estudo epidemiológico longitudinal em Psiquiatria da Infância e Adolescência já conduzido no Brasil, chamado de Projeto Conexão, que teve início em 2009. Ele conta com verbas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para o Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento (INPD), e envolve diversas universidades brasileiras, destacando-se a parceria tripartite entre a Unifesp, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).  

"Se confirmados em estudos futuros, esses resultados podem ajudar a identificar jovens em risco para depressão antes mesmo do início dos sintomas. Identificar precocemente indivíduos em risco para os transtornos mentais mais comuns é passo inicial para alcançarmos a prevenção no campo da psiquiatria", ele diz.


Tema relevante e atual

De acordo com o pesquisador, a depressão é uma das principais causas de perda de anos de vida pelo prejuízo funcional dentre todas as doenças médicas. Estimativas apontam que um em cada quatro pessoas apresentaram um episódio depressivo durante a vida. Na adolescência, principalmente, as consequências dos episódios depressivos podem ser devastadoras, como bullying, autoagressão e até suicídio.

"Contudo, ainda sabemos pouco sobre os mecanismos biológicos cerebrais que causam a depressão nessa faixa etária”, pontua. “Alguns estudos anteriores já apontavam para desregulações no circuito cerebral de recompensa como um mecanismo implicado na depressão. Nesse sentido, um adolescente com depressão pode perder a vontade de fazer suas atividades e a capacidade de sentir prazer, sintomas centrais desse transtorno mental”, conclui.








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