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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Rim, esse esquecido



Quem tem mais de 40 anos provavelmente já fez pelo menos uma visita ao cardiologista. Quem leva uma vida estressante e está acima do peso possivelmente já começou essas visitas antes mesmo dessa idade. A ampla divulgação da prevenção de doenças cardíacas tem contribuído muito para o aumento da longevidade dos brasileiros. A nossa expectativa de vida subiu de 62,5 anos em 1980 para 75 anos em 2016, o que é um resultado intermediário na avaliação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Estamos numa posição superior, por exemplo, a países como Paraguai e Bolívia; mas atrás de Uruguai, Chile e Cuba. Em países como Japão e Suíça essa idade está em 83 anos.

Infelizmente o mesmo cuidado e atenção com o coração não se observam em relação aos rins. Muitas vezes quando o paciente descobre uma doença renal já desenvolveu um quadro crônico, e haverá necessidade de transplante e tratamentos que substituem a função dos rins, como a hemodiálise e a diálise peritoneal.

Como se trata de uma doença silenciosa é difícil estabelecer um protocolo de sintomas que identifiquem o início de uma doença renal. A prevenção nesse caso passa principalmente por evitar outras doenças que estão associadas com a doença renal, como a hipertensão, o diabetes e a obesidade.

Voltando aos rins; o que os maiores especialistas no assunto buscam é a incorporação por outros especialistas de rotinas de avaliação da função renal: a mensuração da creatinina e da ureia ao exame de sangue dos pacientes, e a realização de um EAS, que é um exame simples de urina. Assim, o nefrologista poderia ser rapidamente acionado e a doença renal crônica evitada.

É nosso dever usar todos os espaços para alertar a população dos cuidados com esse órgão que – assim como o coração - tem uma missão fundamental para a manutenção da vida: é o rim que filtra todo o nosso sangue diariamente e elimina as toxinas do nosso corpo. Quando ele para de funcionar, é preciso conectar a pessoa a uma máquina pelo menos três vezes semana, em sessões de 4 horas, no caso da hemodiálise.

No Brasil cerca de 111 mil pacientes fazem diálise e a estimativa é que mais de 30 mil novas pessoas passem a precisar do tratamento todos os anos. Essa deveria ser uma terapia transitória. O resultado dessa conta complexa é que 20 mil pacientes em diálise morrem por ano. 

As clínicas que oferecem o tratamento – 68% delas concentradas no Sul e Sudeste do país - são 70% privadas, embora a maioria seja custeada pelo Sistema Único de Saúde, e estão com taxa de ocupação de 85%, de acordo com o último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia.


É fato que o tratamento vem evoluindo ao longo dos anos e a chegada de novas terapias como a hemodiafiltração de alto volume representa um alento. A terapia acaba de ser trazida da Europa para o Brasil e já está atendendo 1% dos pacientes crônicos com ótimos resultados para o bem-estar geral do paciente. 




Mas ao pensar na equação entre qualidade de vida e longevidade a medicina preventiva tem se mostrado como a melhor prática.
 


Dê atenção ao seu rim. Ele pode estar carente de cuidados.






Ana Beatriz Barra  - Nefrologista, gerente médica da Fresenius Medical Care



Finasterida causa mesmo impotência?

Médico afirma que efeitos colaterais do medicamento demonstram forte componente psicológico

Especialista em restauração capilar Dr. Thiago Bianco comenta sobre as possíveis reações adversas, incluindo a Síndrome Pós-Finasterida



Muitos homens, principalmente os de meia-idade, lançam mão da Finasterida, medicamento utilizado para coibir a queda de cabelos. 

No entanto, por conta da busca pelo Dr. Google, o público masculino tem verdadeiro pavor de utilizar esta medicação, já que muitas informações dão conta de relatos sobre diversos efeitos colaterais. 

“A Finasterida é o principal medicamento para tratar a queda capilar. O remédio é capaz de bloquear uma enzima (5α-Redutase) e inibir a produção de DhT (Dihidrotestosterona) hormônio responsável pela calvície. O grande problema desta medicação é que ela pode causar alguns efeitos colaterais como a perda de apetite sexual, além da diminuição do volume ejaculatório”, alerta o médico.


Sobre a questão dos efeitos colaterais de ordem sexual, Bianco afirma que estudos concluíram que 3,8% dos pacientes que utilizaram a medicação apresentaram diminuição da libido. “No entanto, neste mesmo estudo, 2,1% dos pacientes que utilizaram placebo (comprimidos de farinha), tiveram os mesmos efeitos colaterais sexuais. Isso demonstra um forte componente psicológico em relação ao uso da substância”, adverte o médico. 

Todavia, como a ação do medicamento atua no bloqueio da conversão de testosterona em DhT, esse processo provoca um aumento de 15% na testosterona sérica que pode “aromatizar” e se converter no hormônio feminino estrogênio. “Isso pode causar alguns efeitos colaterais como queda da libido, diminuição do volume ejaculatório, entre outros.”, alerta.

No tocante à persistência dos efeitos colaterais, mesmo depois da interrupção do tratamento, conhecida como Síndrome Pós-Finasterida, o médico aponta que estes efeitos persistentes ainda estão sendo pesquisados. “Alguns profissionais defendem a prevalência deste evento, e até mesmo organizações difundem alertas sobre esta síndrome, porém ainda não existe nenhum estudo clínico controlado demonstrando a sua incidência, porcentagem de pacientes acometidos, faixa etária, entre outras estatísticas’, diz.

Outro pormenor referente à utilização de Finasterida é que o medicamento apenas atenua a queda dos fios enquanto o usuário estiver consumindo a substância, porém não faz com que áreas que apresentam calvície sejam revertidas. “Se parar de ingerir o medicamento, a calvície irá progredir. Para restaurar áreas que já apresentam calvície, apenas um transplante capilar poderá reverter definitivamente o quadro”, assegura.

Além dos efeitos colaterais em homens, o uso de Finasterida pode ser ainda mais perigoso para as mulheres, principalmente às gestantes. “A droga pode causar um mal ainda maior às grávidas, a teratogenicidade, isto é, alterações no feto que podem prejudicar a saúde do bebê”, conclui Bianco.






 Dr. Thiago Bianco - médico expert em transplantes capilares. Considerado um dos pioneiros a realizar a técnica de implante microfolicular guiado por vídeo, Dr. Thiago Bianco está apto para falar sobre qualquer assunto ligado à queda de cabelo (causa e tratamento) para homens e mulheres. Graduado em Medicina em 2006, especializou-se em cirurgia geral e trauma, além de direcionar sua carreira para área de implante capilar. Membro titular da ISHRS (International Society of Hair Restoration Surgery), atualmente realiza um trabalho pioneiro com as técnicas de FUT (Follicular Unit Transplant) e FUE (Follicular Unit Extraction) para o transplante capilar de barba e de sobrancelha. Site: http://www.thiagobianco.com.br




Dia Nacional de Combate ao Câncer da Pele: roupas com proteção UV são principal arma contra a doença



O câncer de pele, não melanoma, é um dos mais recorrentes no Brasil. Justamente por isso, todos os anos celebramos o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele, conhecido como Dia C. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Dermatologia e a proposta da instituição é criar um Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele para conscientização e prevenção da doença.
Vivemos em um país muito quente, com exposição de raios UV em níveis elevados em quase todo o território, o que aumenta significativamente a incidência da doença. Atualmente, esse tipo de câncer é o mais frequente no país, representando 30% dos casos de tumores malignos, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), são cerca de 176 mil novos casos por ano.
A campanha, que já está na 17ª edição, já possibilitou o atendimento de mais de 500 mil pessoas, detectando precocemente 40 mil casos novos de câncer de pele. Em 2016, a ação esteve em 129 postos de saúde em 25 estados e atendeu 28 mil pessoas, detectando mais de 3 mil casos suspeitos. No entanto, mais importante que a identificação, é a prevenção, que começa com informação e cuidados diários na exposição ao sol.
O uso de protetor solar, sem dúvida, é uma das principais maneiras de se proteger. Porém, durante um estudo realizado pela Universidade de Manchester e pelo Instituto do Câncer, em Londres, descobriu-se os protetores solares, mesmo aqueles com FPS 50, não protegem completamente a pele dos raios ultravioletas, o que abre uma brecha ao risco de câncer, em longo prazo. Apesar de ainda ser necessário e importante, os cuidados precisam ir além.
Uma das melhores opções nesse sentido é o uso de roupas com proteção UV. Os fios do tecido recebem banhos químicos sintéticos e de dióxido de titânio, substância presente nos protetores solares que conferem uma ótima proteção solar. Essa tecnologia garante 90% de proteção e já pode ser encontrada em todo o tipo de vestuário. Contudo, para garantir a eficácia do material é importante comprovar a qualidade dos produtos comercializados pela marca que você escolher. Para isso, é essencial verificar se as roupas são certificadas pela Arpansa, único órgão no mundo responsável por testar fator UV em roupas e acessórios.
Apesar disso, há pessoas que nem sabem que roupas assim existem, ou mesmo que confiam plenamente que apenas o protetor solar basta. É por isso que é tão importante levar em conta a informação que é divulgada e debatida durante as campanhas como as do Dia C. Adotar práticas diária e conhecer produtos que ajudam na prevenção é tão importante quanto o teste e tratamento, já que a prevenção é sempre a melhor opção. É preciso aproveitar tudo aquilo que temos disponível para combater o câncer de pele. É uma doença silenciosa e traiçoeira, e estar atento a ela, sobretudo no Brasil, é essencial para uma vida melhor.



Victor Peixoto - médico dermatologista e consultor da Litonaneus.
https://www.litoraneus.com




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