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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Permissão Internacional para Dirigir é aceita em mais de 100 países



 Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo esclarece sobre o uso e obtenção do documento


Quem tem o sonho de dirigir pela histórica Rota 66, de Chicago até Los Angeles, nos Estados Unidos, ou explorar a América do Sul de carro, passando pelo Uruguai, Argentina e Chile, por exemplo, pode pedir a Permissão Internacional para Dirigir (PID) para o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) de forma online no portal www.detran.sp.gov.br.

O documento é aceito em mais de 100 países e serve como tradução da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em sete idiomas: Alemão, Árabe, Chinês, Espanhol, Inglês, Português e Russo. Sua validade é de três anos ou até vencer a CNH, o que ocorrer primeiro, e deve ser utilizado sempre junto com a habilitação original.

O uso da PID é exigido nos países signatários da Convenção de Viena ou que têm o princípio da reciprocidade com o Brasil só a partir de 180 dias de permanência, mas o Detran.SP ressalta que o porte pode facilitar a vida do condutor, tanto em fiscalizações quanto para locações de veículos, entre outras situações, no exterior. A lista completa dos participantes da convenção está disponível no site do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), neste link http://scup.it/ee9h.

Quem vai viajar para localidade que não aceita a PID (como a China, o Japão e a Síria), deve se informar sobre as normas necessárias para a condução de veículo diretamente com a entidade de trânsito do país de destino ou com o representante no consulado.

Pode solicitar a Permissão Internacional para Dirigir quem tem CNH dentro da validade, não está cumprindo período de suspensão ou cassação do direito de dirigir nem tem outras restrições administrativas ou judiciais que impeçam a expedição do documento. Vale ressaltar que a PID não substitui a CNH dentro do Brasil.


Como solicitar – A Permissão Internacional para Dirigir (PID) pode ser obtida de forma online, com entrega pelos Correios. Basta acessar o portal do Detran.SP (www.detran.sp.gov.br), clicar em “Serviços Online”>”CNH-Habilitação”>”Dirigir no exterior”>"Tem habilitação no Brasil e quer dirigir no exterior? Solicite a PID".

Quem preferir pode fazer o pedido presencialmente, na unidade de atendimento do Detran.SP na qual a CNH está registrada ou nos postos Poupatempo. A taxa de emissão do documento é de R$ 275,77. Para receber a PID em casa, o motorista paga mais R$ 11 do custo de envio pelos Correios.

O passo-a-passo completo para obter o documento pode ser consultado no portal do Detran.SP, ou diretamente neste link http://bit.ly/1Ju5NDN.





Detran.SP

INFORMAÇÕES AO CIDADÃO:

Disque Detran.SP – Capital e municípios com DDD 11: 3322–3333. Demais localidades: 0300–101–3333. Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às 13h.

Fale com o Detran.SP e Ouvidoria (críticas, elogios e sugestões) – Acesso pelo portal, na área de "Atendimento".




Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é celebrado neste sábado



 Objetivo da data é reforçar a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da sífilis congênita no pré-natal e da sífilis em ambos os sexos como IST; domingo é dia de testagem gratuita na esquina da Augusta  com Peixoto Gomide


         Neste sábado (21) será celebrado o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. A data é definida pela Lei federal 13.430/2017 para o terceiro sábado de outubro. Assim, o mês de outubro também ganha uma cor especial: além do já famoso "Outubro Rosa", de prevenção ao câncer de mama, com a nova lei, temos agora o "Outubro Verde".

         O objetivo da campanha é reforçar a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da sífilis congênita no pré-natal e da sífilis em ambos os sexos como infecção sexualmente transmissível.

         Sífilis congênita é o nome que se dá quando a criança é infectada pela mãe com sífilis não tratada, o que também se chama de transmissão vertical. Essa transmissão pode acontecer em qualquer fase da gestação se a mãe não fizer um pré-natal adequado.

         Entre 2014 e 2015, o número de casos de sífilis congênita cresceu cerca de 20% no Brasil, ao passar de 16.205 ocorrências para 19.305, segundo o boletim epidemiológico de sífilis do Ministério da Saúde. Até a metade do ano passado, 9.240 casos foram notificados.

         Uma infecção, portanto, que atinge milhares de brasileiros, mas que muitos ainda a desconhecem; como consequência, não sabem preveni-la.  “Por isso é tão importante a gestante ser acompanhada pela equipe de profissionais da UBS mais perto da casa dela, explica Valdir Monteiro Pinto, médico e consultor técnico do Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo.

         A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) adquirida por meio do sexo sem camisinha, seja vaginal, anal ou até mesmo oral. Além da congênita, há mais dois tipos de notificação: em gestantes e adquirida - para os demais casos).  “A infecção é dividida em quatro fases: primária, secundária, latente – quando não há sintomas – e a terciária. Cada uma possui características diferentes e tratamentos específicos”, esclarece Monteiro Pinto. “Sífilis tem cura, porém não causa imunidade. Portanto, a pessoa pode se infectar novamente se tiver novas relações sexuais desprotegidas”, enfatiza.


Testagem rápida de sífilis e HIV no domingo

         A unidade móvel do Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo, estará mais uma vez na esquina das ruas Augusta e Peixoto Gomide, no centro da cidade, neste próximo domingo (22). Serão oferecidos testes rápidos e gratuitos de sífilis e HIV, das 14h às 18h*.

         “A ideia é aproveitar o horário que as pessoas estão passeando pelo local no domingo à tarde e também aqueles que começam a chegar para curtir as festas que acontecem na região no início da noite”, diz Robinson Fernandes de Camargo, coordenador do PM DST/AIDS em exercício.

         Este será o quarto final de semana seguido de testagem no endereço. Até domingo passado, mais de 170 pessoas haviam sido atendidas e quase 345 exames, realizados.

         Para fazer os testes rápidos de HIV e sífilis, basta chegar ao local e fazer um cadastro básico. O próximo passo é a coleta de uma gota de sangue e então aguardar 20 minutos pelo resultado. A resposta é dada por um profissional da saúde em uma sala isolada.

         Na unidade móvel há também displays para a retirada gratuita de preservativos masculinos e femininos e gel lubrificante. A equipe do programa também faz orientação sobre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)/AID


Prevenção

         Para prevenir a sífilis, basta usar o preservativo durante as relações sexuais. É possível retirar camisinhas gratuitas em qualquer unidade de saúde e também nos terminais municipais de ônibus de São Paulo. Se for gestante, o pré-natal deve começar o quanto antes.

         Os testes para identificar a infecção podem ser feitos na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais perto de casa ou em qualquer uma das 26 unidades da Rede Municipal Especializada (RME) em ISTs/AIDS da cidade. Os endereços da RME estão disponíveis neste link: goo.gl/vqux4i.

         No final do mês passado, o PM DST/AIDS lançou um aplicativo (goo.gl/Y2tzXh) voltado para os profissionais de saúde com o objetivo de prevenir a transmissão vertical (TV) da sífilis e também do HIV e das hepatites virais. É o “TVSP” que traz todos os protocolos clínicos e terapêuticos de uma forma simples, didática e bem visual. A tecnologia auxilia as equipes que atendem em UBSs e em maternidades a tomarem decisões desde o pré-natal ao puerpério (período pós-parto).

         Além do aplicativo, a equipe do programa municipal realiza capacitações contínuas com os profissionais da rede municipal de saúde sobre os métodos de prevenção à TV das infecções e também as diretrizes para o tratamento correto.

         O PM DST/AIDS ainda faz parte de diversos comitês municipais junto à Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), outro órgão da SMS. Esses comitês investigam, por exemplo, as causas das mortes decorrentes da AIDS e os motivos da ocorrência da transmissão vertical. O objetivo é verificar cada passo, corrigir os erros e aperfeiçoar os métodos para prevenir novos casos.





Serviço:
Testagem Rápida e Gratuita de HIV e Sífilis
Local: rua Augusta x rua Peixoto Gomide, dentro do estacionamento da farmácia
Horário: 14h às 18h




A esperança não é a última que morre



Kierkegaard dizia que “quando a morte é o maior perigo, se espera na vida, mas quando nos vemos diante de um perigo ainda maior, se espera na morte.

 Quando este perigo é tão grande que a morte se torna uma esperança, o desespero é a desesperança de não poder nem mesmo morrer”. É exatamente este o enredo triste a que o mundo todo assistiu no caso de Charlie Gard, portador de uma síndrome genética raríssima – miopatia mitocondrial provocada por uma depleção no gene RRM2B – que provoca perda progressiva da força muscular e danos cerebrais irreversíveis. A Justiça britânica determinou a transferência do bebê a uma clínica, onde os aparelhos de ventilação seriam desligados; no dia seguinte, a família confirmou a morte de Charlie.

Infelizmente, atrás desta situação humana dramática, existe uma série de questionamentos bioéticos, e que começaram quando a família quis levar o pequeno Charlie para os Estados Unidos, na busca de um tratamento experimental. É lícito e desejável que se busquem tratamentos experimentais em situações extremas, porém também é fato que existem limites clínicos impostos pelas condições do paciente e pelas evidências científicas. E isto foi colocado pela equipe médica. Questões delicadas sobre a irreversibilidade do quadro e sobre prologar o sofrimento de maneira desnecessária entraram em conflito, aqui, com a autonomia dos pais em decidir sobre o destino do filho. É frequente a esperança de um milagre por parte dos familiares e pacientes, mas esta questão não é passível de ser dimensionada nas decisões clínicas. Tanto que os pais, resignados, retiraram o apelo às autoridades judiciais britânicas para transferir o filho. Chris e Connie tentaram, em vão, levar Charlie para casa para que ele pudesse morrer em paz.

A gravidade e a irreversibilidade da condição clínica a que chegou o menino nos levam a refletir sobre os valores envolvidos e se, de fato, as condutas que foram sendo tomadas são proporcionais ao caso em questão. Sim, porque o grande problema que necessita ser respondido aqui, tanto em ciência quanto em consciência, é a questão da proporcionalidade terapêutica. Tratamentos desproporcionais levam ao que nós denominamos de futilidade ou obstinação terapêutica. Ou seja, tratamentos inúteis ou desnecessários e que trazem apenas mais sofrimento ao sofrimento. A retirada de maneira voluntária e direta de aparelhos que sustentam a vida de pacientes, por outro lado, pode ser considerada como eutanásia, quando o objetivo é de abreviar a vida e o alívio do sofrimento. Deixar a doença seguir sua evolução natural, com a morte acontecendo naturalmente, é ortotanásia, ou seja, a morte no tempo certo. Autorizar os pais a levar seu filho para casa, então, seria eutanásia ou ortotanásia?

Zygmunt Bauman coloca que os nossos são tempos de ambivalência moral. O pluralismo das normas nos oferece uma liberdade de escolha jamais gozada antes, mas também nos lança em um estado de incerteza que jamais foi tão angustiante. Ansiamos por um guia em que possamos confiar, mas nenhuma autoridade – religião ou Estado – é poderosa o bastante para nos oferecer a segurança necessária. E, se de fato existir uma solução para o enigma de um código de ética ou um valor que possa ser considerado como universal, ele seria baseado na natureza humana. Esta natureza, para Bauman, é o próprio potencial humano, o potencial não realizado. Nossa missão, assim, seria harmonizar a realidade humana com a sua natureza. As pessoas, neste modelo, não devem fazer o mal aos outros, porque está em seu próprio interesse. É como se a liberdade de julgar e escolher necessitasse de uma força externa que leve a pessoa a fazer o bem para sua própria salvação.

Viktor Frankl, psiquiatra austríaco, passou por campos de concentração nazistas (a mãe, a esposa e o irmão foram assassinados em Auschwitz), onde encontrou sua tese central sobre o sentido da vida, do sofrimento e da psicologia humana.

 Ele dizia que “tudo poderia ser retirado do homem, menos uma última coisa, a última das liberdades humanas – escolher sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho”. E que “o homem, por força de sua dimensão espiritual, pode encontrar sentido em cada situação da vida e dar uma resposta adequada”. Mas talvez sua teoria mais interessante, e que possa ser aplicada aqui neste caso, seja a da desesperança. Ela é colocada por ele em termos de uma equação matemática: D=S-P. Ou seja, desesperança é igual sofrimento menos ausência de propósito.

A equipe médica e a corte britânica agiram corretamente? A sequência de fatos que culminou com o desligamento dos aparelhos é um mal necessário ou um bem neste caso? O direito à autodeterminação, à autonomia, pode ser superior às evidências científicas que demonstram que determinados tratamentos são desnecessários ou mesmo danosos? Seria melhor para Charlie ter seus aparelhos desligados com a supervisão médica, em ambiente controlado, ou em casa, sem a devida assistência? O princípio da proporcionalidade terapêutica, dentro do que foi apresentado na mídia, parece ter sido respeitado aqui. O deslocamento para um tratamento experimental só seria justificável se o quadro clínico fosse compatível com uma expectativa de melhora. O desligamento dos aparelhos em um ambiente inadequado e desassistido pode gerar mais desconforto e dor. Por fim, não é eutanásia desligar os aparelhos neste caso. É ortotanásia. É deixar a doença seguir seu curso natural, e não prolongar o sofrimento de maneira desnecessária.

A esperança, então, não é a última que morre. Ao contrário, é a falta dela. A ausência de propósito, em um sofrimento prolongado e irreversível de um ser humano inocente. Uma vida breve e que deixou uma dolorosa pergunta sem resposta. Talvez a central da nossa frágil existência humana, a fundamentação não fundada que carregamos no nosso espírito. A do sofrimento sem sentido.





Cicero Urban - médico oncologista e mastologista, é vice-presidente do Instituto Ciência e Fé e coordenador acadêmico do curso de Medicina da Universidade Positivo.



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