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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

5 aplicações de Big Data e Inteligência Artificial na medicina



Com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento de técnicas robustas de análise de dados, aprendizado de máquinas e inteligência artificial, especialistas da área de saúde começam a vislumbrar um futuro em que os sistemas computacionais darão suporte para escolhas mais assertivas em suas rotinas. Não obstante, o Big Data também deve revolucionar decisões administrativas, como investimentos, redução de custos e otimização de operações em centros médicos e hospitais.

Confira cinco possibilidades de aplicações dessas inovações que já vêm impactando a área de saúde nos últimos meses:


1. Evidência científica

A medicina é complexa e envolve entidades com diferentes interesses, como os corpos clínicos, hospitais e a indústria farmacêutica. No entanto, por cuidar de vidas, tem a obrigação de melhorar a qualidade dos seus resultados e a eficiência dos métodos de trabalho. O Big Data e as ferramentas de analytics facilitam o processo de documentação e acesso às evidências científicas, o que auxilia a obtenção de diagnósticos e a adoção de tratamentos.


2. Previsão de eventos relacionados à saúde dos pacientes

Com a automatização de processos, os hospitais têm adotado sistemas mais modernos de registros de prontuários eletrônicos. Esse documento conta com elementos completos sobre pacientes, como informações pessoais, prescrição de medicamentos e exames, diagnósticos e prognósticos. Algoritmos de análise de dados automatizam a previsão de eventos relacionados à saúde da pessoa, como risco de morte, chances de sucesso de um tratamento e a possível readmissão em um centro médico.


3. Antecipação de eventos hospitalares

Previsões são parte fundamental do aprendizado de máquinas. A análise de dados administrativos pode embasar a tomada de decisões, como a escolha de uma localização para a abertura de uma nova estrutura, a melhoria do processo de triagem e admissão, a distribuição de funcionários e alocação de leitos. Tudo isso, sem comprometer a operação.


4. Internet das Coisas

Ainda que a maioria dos hospitais não possua prontuários eletrônicos, todos contam com máquinas e aparelhos utilizados na realização de exames, cirurgias e outros procedimentos. A Internet das Coisas facilita o trabalho de extração e análise dessas informações que são interpretadas por algoritmos de aprendizado de máquinas. Esses dados podem ser utilizados, por exemplo, para criar um plano de manutenção preditiva dos equipamentos, o que reduz custos com mão-de-obra e, principalmente, evita o comprometimento das operações emergenciais de um centro médico, como cirurgias e exames clínicos.


5. Compartilhamento de conhecimento

Diariamente, dezenas de artigos científicos são publicados em periódicos e revistas renomados mundialmente. Esses textos descrevem métodos testados em pacientes de diferentes lugares do planeta, assim como medicações e outros tratamentos aplicados. Na prática, o desenvolvimento de trabalhos científicos baseados em evidências requer uma extensa análise de dados feita ao longo dos anos e necessita um alto rigor na documentação da descrição da metodologia adotada e resultados obtidos.

Como a capacidade humana nos limita a uma proporção muito pequena dessas novas descobertas, um sistema de aprendizado baseado em dados pode revolucionar o futuro da medicina, uma vez que facilita o acesso a novas descobertas e o processo evolutivo da ciência, evitando o retrabalho na descoberta de conhecimentos já adquiridos por grupos de pesquisas baseados em outros países.





Gabriel Dias - PhD em Internet das Coisas (IoT) e Cientista de Dados Semantix, empresa especializada em Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Análise de dados. http://semantix.com.br/



 

Zonas de risco empresarial: como proteger ativos intangíveis?



A ética empresarial é uma asseguradora dos valores de uma empresa. Ela ajuda a manter o objetivo final do negócio intacto, preservando e desenvolvendo os interesses de seus shareholders (os acionistas) e stakeholders (todos os públicos), como o lucro e a sustentabilidade. 

No entanto, para compreender como isso funciona é preciso criar um modelo mental que reflita o mundo real - e nele inserir elementos da administração e da ética, assim como os ativos da empresa em seus locais de ação.

Através da reflexão desse modelo é que encontraremos a discussão ética por si só, e perceberemos como é ela quem blinda o mais delicado ponto de vulnerabilidade da empresa: os seus ativos. Cada ativo se encontra no que chamamos de um cenário problema, cujas suas zonas de risco podem ser externas ou internas. 

Quando consideramos um ativo em uma zona de risco externa, ele sempre virá acompanhado de uma esfera que o protege. São todas as ações e sistemas que o defendem no mundo físico, aliadas aos princípios éticos sociais e empresariais que deveriam ser respeitados - inclusive por serem parte da lei, em alguns casos. 

Apesar disso, invariavelmente, toda esfera de blindagem do ativo possuirá pontos de vulnerabilidade, e estará sujeita aos ataques de um personagem conhecido como ameaça que, uma vez que invada o ponto vulnerável de um ativo, gera forças negativas no presente, com um impacto imediato, e no futuro, com as consequências. 

Para citar um exemplo, considere um banco cujo principal ativo é o dinheiro confiado a ele por seus clientes. Esse ativo tem a finalidade de trazer lucro, pois tarifas são cobradas pela manutenção e aplicações são fomentadas para ambas as partes a fim de rentabilizar os valores aplicados por meio de investimentos e juros. 

Ao ocorrer um roubo sobre esse ativo, advindo de alguma ameaça da zona de risco externa, o impacto se revela imediatamente, comprometendo valores da empresa, como confiança e segurança. Já a consequência vai de encontro à credibilidade do banco, que pode perder os atuais e os potenciais clientes por acreditarem que ele não é seguro. 

No caso dos riscos externos, encontramos ferramentas tecnológicas de gerenciamento de risco, mão de obra especializada, gestão jurídica, inteligência de negócios, entre outros, que ajudam a blindar e proteger o ativo. 

Já quando o risco é interno, as questões são melhor compreendidas com os mecanismos de compliance. Nesse caso, um ativo que podemos considerar para o modelo mental é a conduta. O ponto de vulnerabilidade é essa ação ser transformada em uma série de condutas de baixo valor agregado. 

Toda empresa tem colaboradores que, ao lado dos parceiros e fornecedores, produzem determinadas condutas, pretendendo-se que elas se alinhem sempre ao máximo possível aos valores da organização. Apesar de muitas vezes não percebida, a conduta é o ativo mais importante de uma empresa. 

Nesse caso, quando a ameaça atinge o ativo, ele próprio se torna a ameaça, consumindo o que poderia ser produtivo e tornando-o uma porta de risco constante. Pode parecer paradoxal, mas essa má conduta consome ativos e isso se reflete como uma doença na empresa, sistêmica e infecciosa. 

A conduta é a própria manifestação das vontades e interesses das pessoas. Vale dizer que as coisas não se viabilizam sozinhas, por elas mesmas, e sim pelas pessoas que as conduzem. As condutas dessas pessoas, sendo boas ou más, são o que movem uma organização e definem a sua trajetória.

Quando uma conduta é inapropriada, ela se transforma em risco, fragilizando a empresa como um todo. Já quando ela é apropriada e de alto valor agregado, protege a empresa. A conduta de baixo valor nada mais é do que uma postura ética egoísta, imediatista e, no mínimo, irresponsável. É esse tipo de postura que gera a corrupção. 

É aqui que chegamos a uma conclusão complexa. Na zona de risco externa, nossas defesas são mais palpáveis, acessíveis. Na zona de risco interna, ela depende muito mais de entendimento e de ações do valor humano. A ética tem como sua aliada a lei, que promete consequências pesadas em caso de descumprimento.

Contudo, é através do compliance, da mudança de visão ética e da adoção de uma postura que vise o bem coletivo que se conquista a preservação da empresa no longo prazo. Por meio da ética se alcança a blindagem necessária para que más condutas sejam prevenidas, combatidas e extirpadas. Elas são a maior doença que uma empresa pode enfrentar. A cura está no esclarecimento por si só.






Samuel Sabino - fundador da consultoria Éticas Consultoria, filósofo, mestre em bioética e professor. 

Rodrigo de Pinho Bertoccelli - advogado e fundador/presidente do IBDEE (Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial).


 

Genericídio de Marca




O anseio de todo o empresário é constituir uma marca consagrada no mercado, que conquiste os consumidores e seja uma referência em termos de qualidade de produto ou serviço.

Mas até onde deve ir esse reconhecimento popular à uma marca consagrada? Afinal, teria ela um limite?

Com a evolução mercadológica, cada vez mais nos deparamos com situações em que uma marca acaba se tornando representativo de um produto ou serviço. Isso quer dizer que a marca foi tão bem-sucedida que, agora, é utilizada como se fosse o próprio produto ou serviço, e não o que lhe define como tal.

Esse fenômeno é conhecido como genericídio de marcas e já atormenta grandes empresas como a Google Inc., que enfrenta uma verdadeira batalha judicial em defesa de sua marca perante a Suprema Corte dos Estados Unidos da América, para evitar que a mesma se torne de domínio público e permita a outros usuários a sua utilização.

Por genericídio devemos entender uma generificação de uma marca, ou seja, significa que a marca se tornou tão popular que foi adotada como um vocábulo comum, um sinônimo do produto ou serviço a que destina. Exemplos típicos de genericídio de marcas (já reconhecidas pelos EUA) são o celofane e a aspirina.

No Brasil também encontramos marcas já incorporadas no vocabulário popular, e demonstram que a consagração de uma expressão marcaria pode acabar em seu verdadeiro suicídio. Cita-se como exemplos típicos de palavras popularmente utilizadas: os cotonetes (que, na verdade, destinam-se a qualificar “hastes flexíveis com algodão”), Bombril (que se tornou sinônimo de “esponja de aço”), Xerox (para fotocópias), dentre outras.

A consagração de uma marca é almejada por todo o empresário, pois significa o sucesso de seu negócio. Mas os limites de sua consagração deverão esbarrar no genericídio, quando então sua marca não mais se destina a especificar um produto/serviço, mas toda a gama de produto/serviço do segmento, enfraquecendo seu poder distintivo e afastando a distinguibilidade necessária ao direito marcário.





Dolly dos Santos Outeiral
Advogada do Grupo Marpa Marcas, Patentes e Inovações


 

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