Pesquisar no Blog

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Jovens fumantes têm mais chance de desenvolver DPOC no futuro




 De acordo com estudo do Ministério da Saúde, 18,5% dos adolescentes já tiveram contato com o tabaco. O hábito de fumar, a longo prazo, pode levar a doença e até mesmo a morte.


A exposição de jovens e adolescentes à tóxicos como álcool e drogas se tornou motivo de preocupação para órgãos de saúde. Um estudo recente do Ministério da Saúde mostrou que 18,5% dos adolescentes entre 12 e 17 anos já tiveram contato com o cigarro. A constatação é alarmante, pois levando em consideração que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 80% daqueles que experimentam o cigarro antes dos 18 anos podem se tornar fumantes ao longo da vida, essa parcela de jovens pode entrar para o grupo de risco da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), patologia responsável por 90% das mortes em fumantes.

A DPOC bloqueia parcialmente os brônquios (ramificações do pulmão) e dificulta a passagem e absorção do oxigênio. A princípio, sintomas como tosse, pigarro e cansaço passam despercebidos durante muito tempo, porém, no longo prazo manifesta-se com falta de ar intensa e o aparecimento de infecções.

"Ainda na juventude, poucos são aqueles que sentem as consequências do cigarro, mas a partir dos 40 anos, os sinais da DPOC podem surgir de maneira mais agressiva, comprometendo a qualidade de vida. Inicialmente, o paciente sente falta de ar apenas durante os exercícios físicos e acha que isso é normal, por isso, não desconfia de nenhum problema grave e é muito comum que leve anos até ser diagnosticado", indica o Dr. Alex Macedo, mestre em Pneumologia pela UNIFESP.

De acordo com a Associação Brasileira de Portadores de DPOC (ABP-DPOC), a doença atinge mais de 7 milhões de pessoas no Brasil e 210 milhões no mundo, sendo que a principal causa é o tabagismo. O cenário é delicado, a DPOC é 14 vezes mais fatal em indivíduos usuários do tabaco conforme dados do INCA.

Com a progressão da enfermidade, complicações como diminuição da função pulmonar e o aparecimento constante de infecções levam a debilidade e contribuem para que o paciente chegue ao especialista em um estágio mais avançado. "O diagnóstico é feito por meio da espirometria, exame que mede o volume de ar e a rapidez que uma pessoa pode inspirar e expirar. Uma vez que o diagnóstico é confirmado, é necessário definir o curso do tratamento", explica o Dr. Macedo.

O primeiro passo para preservar a qualidade de vida do paciente está na mudança de hábitos. O cigarro deve ser abandonado e a adoção de tratamentos que envolvem especialistas como pneumologistas, fisioterapeutas e nutricionistas devem ser elaborados de forma individual, seguindo as limitações e características de cada um.

Além da mudança no estilo de vida, o uso de medicamento é indicado de acordo com o grau em que a doença se encontra. "Na fase inicial são utilizados broncodilatadores, que relaxam a musculatura ao redor do aparelho respiratório, facilitando a respiração", completa o especialista.

Durante o processo infeccioso, o uso de medicamentos anti-infectivos como o moxifloxacino (Avalox®, da Bayer) oferece, para 70% dos pacientes, uma melhora do quadro em até três dias. Além disso, pesquisas revelam que os que se encontram em estados mais graves e utilizam a terapia intermitentemente por um ano, apresentaram uma diminuição de infecções em 45%, e um crescimento no intervalo entre as crises.

 


Bayer - www.bayer.com

 

domingo, 28 de agosto de 2016

Medidas estratégicas para o agronegócio brasileiro


                              
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que a produção de grãos em nosso país deverá ter queda de cerca de 5% este ano, em relação a 2015, atingindo 196,5 milhões de toneladas. A redução soma-se à quebra na safra do feijão. Atribuem-se os problemas a questões climáticas, principalmente associadas ao fenômeno El Niño.

 Dentre os grãos, o maior recuo, de 10% na comparação com 2015, será na produção de milho, que alcançará 76 milhões de toneladas. É o menor nível em três anos. Quanto ao arroz, a colheita deverá passar de 12,44 milhões de toneladas em 2015 para 10,66 milhões de toneladas este ano. Devido à menor produção, as importações de alguns produtos deverão aumentar. 

Independentemente dos problemas climáticos, é necessário resgatar a confiança dos empresários do agronegócio, que apresenta trajetória clara e muito bem definida de queda, desde que começou a ser medida, em 2013, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Considerando o bom desempenho do setor nos últimos anos, essa tendência menos otimista deve-se à insegurança gerada pela crise político-econômica.

Por isso, em paralelo às medidas voltadas à retomada do crescimento econômico, o governo precisa dar mais atenção a alguns problemas crônicos que afetam o agronegócio. Um dos mais graves é apontado em novo estudo do Banco Mundial (BIRD), Embrapa e Ministério da Agricultura, intitulado Revisão Rápida e Integrada da Gestão de Riscos Agropecuários no Brasil. Na visão dos próprios agropecuaristas, a precariedade dos transportes e da logística é a questão mais grave e a menos atendida pelas políticas públicas.

Razões não faltam para essa preocupação: no ranking 2015-2016 do Fórum Econômico Global (WEF), dentre 140 nações, nosso país ficou em 123º lugar em infraestrutura de transporte e 122º quanto a portos e rodovias. Sessenta por cento dos produtos agropecuários são movimentados por estradas, mas apenas 13,5% delas são pavimentadas. A ameaça sempre presente de uma interrupção dos fretes e a lentidão permanente geram insegurança e reduzem a competitividade. Os riscos climáticos são os segundos mais preocupantes.

Para mitigar esses dois fatores de insegurança dos produtores, são necessárias políticas públicas consistentes, a começar pelo restabelecimento das parcerias público-privadas no setor de infraestrutura, mas com critérios atraentes para as empresas e economicamente viáveis. Quanto aos riscos climáticos, a única solução possível é ampliar e aperfeiçoar os mecanismos de seguro, de modo a oferecer mais proteção e confiança aos agropecuaristas e estimular os investimentos em aumento de produção. As duas medidas são absolutamente estratégicas!

O Banco Mundial e os organismos internacionais preocupam-se com o agronegócio brasileiro principalmente porque o enxergam como uma das soluções para o abastecimento global. Para nossos agropecuaristas, apesar de entenderem e se sentirem honrados ante tamanha responsabilidade, a solução dos problemas que os afetam é essencial para produzirem mais, criarem empregos, gerarem renda e continuarem contribuindo para o fortalecimento da economia nacional.



João Guilherme Sabino Ometto - engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP), é vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da FIESP e Membro da Academia Nacional de Agricultura.


O Plano ABC paulista



Lançaremos no próximo dia 29, segunda-feira, às 11h, o Plano Estadual de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas Para a Consolidação de Uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, o Plano ABC-SP. É um compromisso paulista com a produção agropecuária sustentável, harmônica com o meio ambiente.

O evento será na sede de nossa Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em São Paulo, marcado por importantes palestras como a do ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli. Ele explicará os ganhos econômicos, ambientais e de produtividade da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), um dos principais mecanismos para uma agropecuária consciente com os cuidados com os recursos naturais.

Ele será seguido por Elvison Nunes Ramos, coordenador-geral de Produção Sustentável do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Elvison nos apresentará o Plano ABC Nacional e sua aplicação no território nacional. A fase estadual do Plano será apresentada por José Luiz Fontes, coordenador da Assessoria Técnica da Secretaria.

O evento marca o início desta iniciativa que une várias tecnologias e ferramentas para a mitigação da emissão do carbono. O Governo do Estado de São Paulo fez sua lição de casa e já se adiantou, desenvolvendo, por meio da Secretaria de Agricultura, as ferramentas para a aplicação do Plano ABC em território paulista.

É o mais claro sinal de que a gestão do governador Geraldo Alckmin não se furta ao compromisso com um planeta melhor, mais produtivo, mais equilibrado. Isso porque temos como objetivo, e dever, oferecer ao amigo produtor rural as condições necessárias para que ele desenvolva práticas sustentáveis em sua produção.

Queremos definitivamente dar fim à ideia de que o agro desmata, destrói e desrespeita a natureza. Mostrar que é totalmente possível produzir alimentos para o mundo mantendo a riqueza da flora e fauna brasileiras. É preciso responder ao compromisso que o Brasil assumiu em Paris, em 2015, na COP-21, onde várias nações se comprometeram a diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Isso será possível com o cumprimento das metas estabelecidas pelo Plano ABC: recuperar uma área de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas por meio do manejo adequado e adubação; aumentar a adoção de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 4 milhões de hectares; ampliar a utilização do Sistema Plantio Direto (SPD) em 8 milhões de hectares; e ampliar a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) em 5,5 milhões de hectares.

Também promover as ações de reflorestamento no País, expandindo a área com florestas plantadas, atualmente, destinada à produção de fibras, madeira e celulose em três milhões de hectares; e ampliar o uso de tecnologias para tratamento de 4,4 milhões de metros cúbicos de dejetos de animais para geração de energia e produção de composto orgânico.

Um compromisso que envolve também as secretarias paulistas do Meio Ambiente, de Saneamento e Recursos Hídricos, de Energia e Mineração, da Justiça e Defesa da Cidadania e de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Contamos também com a participação do Ministério da Agricultura, entidades de representação rural e a Academia.

Um grupo de profissionais dedicados para a execução de iniciativas como a ILPF, já desenvolvida pelo nosso Instituto de Zootecnia (IZ). É também por meio do IZ que executamos o conceito de Boi 7.7.7., que diminui pela metade o tempo do animal no pasto – significando 50% menos na emissão de gases e um animal de qualidade para o abate.

Nossa Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) vem desenvolvendo estudos para transformar os dejetos animais em biogás. Pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), oferecemos linha de financiamento para o Projeto Integra São Paulo e subvenção de Recuperação de Áreas Degradadas por Grandes Erosões (Radge) – alcançando quase R$ 13 milhões em contratos celebrados e com ampliação de seu escopo.

As perspectivas são melhores ainda quando consideramos que este trabalho será feito com base em dados sólidos das propriedades fornecidos quando do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que no Estado de São Paulo já ultrapassa os 92% que será logo seguido pela implantação do PRA (Programa de Regularização Ambiental). Além do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária do Estado de São Paulo (Lupa), iniciado em 1 de agosto de 2016, ambos sendo desenvolvidos pela nossa Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral).

O Governo do Estado de São Paulo tem compromisso com a conservação ambiental unida ao aumento de produtividade no campo. Temos os dados, oferecemos as ferramentas e temos a certeza de que nosso amigo do campo nos auxiliará no cumprimento deste compromisso.


Arnaldo Jardim - deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
Site oficial: www.arnaldojardim.com.br
Twitter: @ArnaldoJardim

Posts mais acessados