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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Quem está tentando engravidar deve valorizar noites de sono, diz estudo




No mundo todo, a infertilidade atinge um em cada seis casais – sendo o aborto prematuro a complicação mais comum da gravidez. Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, defendem o princípio de que quem está tentando engravidar deve valorizar mais do que nunca uma boa noite de sono. De acordo com o professor britânico Jan Brosens, o útero tem seu próprio relógio biológico, que precisa estar sincronizado com o relógio biológico do corpo da mãe para criar condições ideais ao crescimento e desenvolvimento fetal. O sono é considerado parte essencial dessas condições ideais.
O pesquisador afirma que a incapacidade dessa sincronização pode explicar pelo menos em parte por que algumas mulheres têm dificuldade em seguir com a gravidez durante os nove meses. Especificamente, a falta de sincronização ‘desliga’ os genes do relógio biológico em células que revestem o útero – podendo comprometer a gravidez. Essas informações podem ajudar os pesquisadores e especialistas em fertilidade a desenvolver estratégias para otimizar o ambiente fetal e assim ajudar as mulheres que querem engravidar, mas estão enfrentando dificuldades.
Na opinião da especialista em Medicina Reprodutiva Suely Resende, diretora da unidade de Campo Grande (MS) do Fertility Medical Group, a falha na sincronização do relógio biológico da mãe com o do embrião pode ter consequências indesejadas. “Esse tipo de estudo oferece mais informações sobre por que algumas mulheres não conseguem levar uma gestação a termo. Combater o estresse e dormir bem são atitudes fundamentais para quem está tentando engravidar. Hoje em dia, praticamente todos dormimos menos do que deveríamos. Mas, para uma paciente em tratamento, perder duas ou três horas de sono por dia pode resultar em maior dificuldade para engravidar. Quem dorme pouco, por exemplo, tem níveis de leptina mais baixos. Além de controlar o apetite, esse hormônio também pode impactar diretamente a ovulação”.
Outro problema mencionado pela especialista é o trabalho noturno. Quem troca o dia pela noite, trabalhando madrugada adentro e tentando dormir quando o sol está brilhando, acaba tendo mais dificuldade, também, para engravidar, já que os ciclos menstruais dessas mulheres são mais irregulares. “Nosso relógio biológico é bastante influenciado pelo ritmo circadiano, com base nas variações de luz, temperatura e condições climáticas entre o dia e a noite. Mulheres que trabalham em turnos noturnos costumam ter esse ritmo alterado, o que tem influência direta sobre a produção de determinados hormônios, como a melatonina (que controla o sono) e o cortisol (que controla o estresse). Mais uma vez, isso acaba desregulando o relógio biológico de muitas mulheres”.

Dra. Suely Resende - mestra em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, diretora da unidade de Campo Grande (MS) do Fertility Medical Group - http://fertilitycampogrande.com.br/ - http://www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150401161630.htm - http://www.fasebj.org/content/early/2015/01/06/fj.14-267195

CUIDADOS COM O COLESTEROL DURANTE A GRAVIDEZ



10/05 DIA DAS MÃES

Durante a gestação, índice de LDL chega a aumentar até 60% e os filhos cujas mães têm colesterol alto podem apresentar problemas cardiovasculares em  longo prazo
Durante a gestação o índice de colesterol aumenta naturalmente e pode ficar até 60% maior em comparação ao período anterior à gravidez. Este fenômeno é normal e acontece porque a mulher precisa acumular uma reserva maior de energia para a produção do hormônio progesterona, nutrir o bebê em crescimento na barriga e, depois do trabalho de parto, poder se reabilitar normalmente.
O colesterol começa a aumentar por volta da 16ª semana e atinge o ápice aproximadamente na 30ª semana de gestação, mas em alguns casos as grávidas podem apresentar elevados índices de colesterol  antes deste período, o que implica em possíveis problemas de saúde para a criança. De acordo com o gerente médico da unidade MIP do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Dr. Carlos Eduardo Travassos, há um estudo feito pela Universidade da Califórnia, chamado Fate  of Early Lesions in Children, que sinaliza uma predisposição genética entre mãe e filho para doenças cardiovasculares.
“Há estudos que sugerem uma maior suscetibilidade à formação de estrias gordurosas e subsequente aterosclerose em longo prazo em crianças cujas mães tinham colesterol alto durante a gravidez”.
Por isso, é essencial que a alimentação seja bastante regrada e que a mulher faça alguns exercícios físicos, de acordo com as semanas de gestação.
“Praticar caminhadas, hidroginástica, ioga, bem como comer muitas frutas, legumes, cereais integrais e evitar alimentos gordurosos, processados ou industrializados tem papel determinante para a redução do colesterol”, adverte. Contudo, é importante ter  acompanhamento médico da dieta e da rotina de exercícios para que a grávida tenha toda a rotina observada de perto e não tenha complicações na gestação.
O especialista também salienta sobre a utilização de medicamentos e os riscos que eles podem causar nos bebês.
“Os fármacos para redução de mau colesterol não podem ser receitados para grávidas, pois podem causar má formação do bebê e interferir na lactação. Já os fitoesteróis podem ser recomendados pelo médico que acompanha a gestação, mas sempre com cautela e aliados  ao consumo de frutas e hortaliças”, esclarece.

BRASILEIROS PRETENDEM GASTAR EM MÉDIA 180 REAIS COM PRESENTES PARA O DIA DAS MÃES


 
Pesquisa realizada pela Hibou aponta que mesmo em tempos de crise, 86% presentearão suas mães e a maioria dos consumidores desembolsará 37% a mais em relação ao ano anterior
 
Com o dia das mães se aproximando, a Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, realizou entre os dias 1 e 5 de maio uma pesquisa sobre o hábito dos consumidores brasileiros para esta data com uma amostra de 800 pessoas Brasil todo pelas ruas e via web. “Como a data apresenta um forte apelo para o comércio em geral, questionamos a opinião dos entrevistados sob o ponto de vista comemorativo e comercial”, explica Ligia Mello, sócia da Hibou e coordenadora da pesquisa.
 
A maioria dos entrevistados considera que o dia das mães é uma data comercial, mas que mesmo assim já é uma cultura e que é bom celebrar (49%). 23% consideram uma data importante e 15% aproveitam para matar a saudade e dar uma respirada da correria do dia a dia para encontrar quem é importante. Apenas 12% consideram o dia das mães um feriado puramente comercial, a mesma proporção percebida em relação ao natal.
 
 Neste Dia das Mães, 86% dos entrevistados pretendem presentear suas mães, 13% suas sogras, 7% suas avós, 6% suas irmãs e 5% suas esposas. “O interessante é que reforçando a visão moderna da mulher independente, 17% das entrevistadas aproveitarão a data para dar um presente a si mesmas, mães autônomas que sustentam suas famílias.” Explica Ligia Mello.

 Sobre o tipo de presentes mais escolhidos, enquanto 4% não presentearão com nenhuma lembrança na data, 6% darão um almoço especial como presente, e 5% preferem usar suas próprias habilidades para confeccionar o presente ideal.  Os demais consumidores estão buscando presentes em Shopping Centers (34%) e lojas de rua que já conhecem (21%). Neste processo, a compra com antecedência (33%) supera a de última hora (20%), e 16% já encomendaram o presente antecipado via internet, um acréscimo de 3% em menos de um semestre (13% no natal de 2014).
 
Quanto à escolha do localda compra, a proximidade (19%) e a praticidade de ir direto ao produto que se quer (17%) superam por pouco a busca pelo melhor preço (13%).
O gosto pessoal é o atributo mais importante 68% na escolha do presente, “o que acaba forçando a uma faixa de preço mais pré-definida”diz Ligia. “O consumidor busca em sua zona de conforto onde já conhece as opções de presente e o preço que espera encontrar, mantendo-o em sua região ou nas lojas que conhece”finaliza.
 
Cosméticos e vestuários lideram a intenção de compras
 
2/3 das presenteadas são mulheres preocupadas com cuidados pessoais, perfumes, dermocosméticos e cuidados com a pele, fitness e saudabilidade geral. Isso coloca perfumes e cosméticos como o segundo item (39%) na lista dos bons presentes para o dia das mães, abaixo apenas de vestuário (50%). Flores e cestas de café da manhã seguem em terceiro (37%), enquanto 1/3 dos entrevistados acreditam que um livro é um bom presente (33%), sendo o primeiro item cultural e que sai do estereótipo feminino.
 
O número de presentes “de vida” também continua crescendo que são: ingressos a experiências e convites a “ser” ao invés de “ter”. 52% dos entrevistados pensam em dar de presente, ao invés de um produto, uma experiência. Exemplo: um dia de spa, ingresso de um musical com jantar, canoagem, para-quedas, ou algo diferente.

Valores em média gastos neste Dia das Mães
Os valores do presente variam conforme a possibilidade de cada um, mas a maioria das pessoas busca um presente na casa dos R$ 100,00. Em média, serão gastos R$ 180,00 com presentes para as “mães”, uma média três vezes maior que o valor médio das lembranças de natal no final do ano passado. Enquanto o número de presentes de Natal varia entre 3 a 5, o número de presentes para “mães” é 1,3 – mantendo assim o mesmo valor total médio gasto entre as pessoas que darão presentesneste dia das mães. “Isso é interessante, pois mostra que o consumidor está disposto a gastar basicamente a mesma parcela do salário nos dois feriados ao presentear” explica Ligia.
 
Em relação ao dia das mães do ano passado, os entrevistados acreditam que gastarão mais (37%) do que anteriormente, muito devido ao aumento de preço (61% mais abaixo), enquanto outra parcela igual deve gastar menos (34%), pois está apertando o cinto em 2015. O brasileiro está acompanhando o aumento de perto. 61% acreditam que subiram, enquanto 26% acredita que sejam o mesmo que no ano passado quando já estavam um pouco elevados
 
Sobre a forma de pagamento, o brasileiro está tentando evitar o parcelamento. 34% utilizarão cartão de débito, 24% dinheiro, 21% cartão de crédito parcelado e 14% cartão de crédito à vista. “Incertezas sobre o futuro e alta de juros figuram entre os motivos, mantendo basicamente a mesma proporção que foi vista no final de 2014” diz Ligia.
 
O que chama atenção do Brasileiro no momento da compra
 
Promoções estão cada vez mais em “lugares comuns”, e o consumidor já acostumou a ver algum item em destaque – às vezes com incredulidade. Uma exposição clara e convidativa pode mudar a compra do consumidor uma vez que apenas 12% saem de casa já sabendo o que comprarão. A cordialidade e o treinamento dos vendedores também é muito importante (18%), e conta muito mais que simples aparência do staff (2%).
 
Também vale destacar que a qualidade dos produtos (37%) é muito mais importante que a marca (11%). “O consumidor aprendeu a confiar em marcas conhecidas como sinônimo de qualidade, reforçando o papel destas, mas é importante que os fabricantes não deixem a peteca cair. Uma queda na qualidade pode rapidamente denegrir uma marca construída ao longo do tempo.” Finaliza Ligia.
 
Por fim, o dia das mães é uma data familiar, que inclui passar um tempo na casa dos pais (46%) e em casa (31%), e para 1/4 dos entrevistados é motivo para uma refeição fora de casa: “uma folga merecida do fogão no dia de homenagem a quem também é a “chef” da cozinha.”conclui Ligia.
 

“Mãe, tô com fome”




Numa tarde, depois de muito andarem à procura de emprego, Silvinha não mais aguentando disse: - Mãe, tô com fome.
 A mãe, Dona Aparecida, sem um tostão no bolso, caminhando desde cedo em busca de trabalho olha para a filha com os olhos mareados e pede um pouco de paciência.
 - Mas, mãe, desde ontem não comemos nada.
 A mãe, triste e humilhada em seu coração, pede para a filha aguardar na calçada, enquanto entra num restaurante à sua frente e dirigindo-se ao homem do balcão, diz:
 - Meu senhor, estou com minha filha de apenas seis anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei. Eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome dessa menina. Em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar.
Antônio, o dono do restaurante, estranha aquela mulher de semblante calmo e sofrido pedir comida em troca de trabalho e pede para que ela chame a filha. Dona Aparecida pega a filha pela mão e apresenta a Antônio, que imediatamente pede que as duas sentassem junto ao balcão. Manda servir dois pratos de comida.  Para Silvinha, era um sonho comer após tantas horas na rua.
 Para a mãe, Dona Aparecida, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-a lembrar de seus outros dois filhos e de seu marido doente que ficaram em casa, apenas com um punhado de fubá. Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada. Por outro lado, tinha satisfação em ver sua filha devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses.
Antônio se aproxima de Dona Aparecida e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar: - Ô Maria, sua comida deve estar muito ruim. Olha a minha amiga, está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?
Imediatamente, Dona Aparecida sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer. Antônio pede então que ela sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho. Mais confiante, Dona Aparecida enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas.
Após o almoço, Antônio convida Dona Aparecida para uma conversa nos fundos do restaurante, onde havia um pequeno escritório. Então ela conta que há cerca de dois anos, tanto ela quanto seu marido, que era doente, haviam perdido o emprego e como nenhum deles tinha estudo ou uma especialidade profissional, estavam vivendo de pequenos “biscates aqui e acolá ”.
Antônio resolve então contratar aquela mulher para serviços gerais no restaurante e penalizado faz uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias.
Dona Aparecida, com lágrimas nos olhos, agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho.
No dia seguinte, Dona Aparecida estava na porta do restaurante logo cedo, ansiosa para iniciar seu novo trabalho. Antônio chega logo em seguida e sorri para aquela mulher, que viria a ser sua melhor empregada.
Com certeza, dentro dos artigos que escrevemos, “as mães que matam”, “as mães que jogam seus filhos no lixo”, que atingiram tamanha repercussão, podemos concluir que, o mais importante é deixarmos de lado a lógica e guardarmos em nosso coração o que existe de mais grandioso e de maior significado, e mesmo que eventualmente maculado, ainda é a única que exprime a essência e dimensão do verdadeiro amor: Mãe.

Bernardo Campos Carvalho - Advogado criminalista. Especialista em tribunal do júri, participando dos casos “Champinha” e “Celso Daniel”, dentre outros de repercussão nacional.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

8/5 - Dia Internacional da Talassemia: acesso a tratamento adequado é fundamental para pacientes




ABHH pontua problemas que impedem terapia ideal aos pacientes com doença que provoca anemia, fraqueza e aumento do baço
Em 8 de maio é datado o Dia Internacional da Talassemia, doença provocada por falha genética que ocasiona má formação da hemoglobina, proteína responsável pelo transporte do oxigênio no sistema circulatório. A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) pontua problemas enfrentados pelos pacientes que vão desde o acesso a fenotipagem estendida, o processo que define qual o melhor concentrado de hemácias para pessoas com talassemia, até exame que mede a sobrecarga de ferro no organismo, uma importante complicação das várias transfusões que recebem ao longo da vida.
O tratamento da doença consiste em transfusões de sangue (a cada 15 a 30 dias, dependendo de cada caso), medicamento para retirar o excesso de ferro do organismo (quelante de ferro) e exame de sangue (ferritina) e ressonância para medir essa sobrecarga de ferro, além da necessidade de acompanhamento de equipe multiprofissional.
Porém, segundo Sandra Loggetto, coordenadora do Comitê de Hematologia e Hemoterapia Pediátrica da ABHH, há diversas dificuldades que impedem um tratamento de qualidade e efetivo aos pacientes. “A transfusão de sangue é um dos principais tópicos do tratamento, porém não são em todas as regiões do País que há capacidade de uma fenotipagem adequada. Em São Paulo e demais grandes centros temos, mas em regiões mais afastadas podemos não ter”, reforça.
Uma das recentes conquistas da ABHH, o teste NAT, foi incorporado na rede pública e auxilia no tratamento da doença, pois aumenta a segurança das transfusões de sangue porque é capaz de detectar a presença do vírus do HIV (Imunodeficiência Humana), HCV (Hepatite C) e HBV (Hepatite B) no organismo mesmo na situação em que o doador foi contaminado pelo vírus há poucos dias. Identificar estes vírus no período conhecido como janela imunológica (intervalo de tempo entre a infecção e a produção de anticorpos no sangue) evita futuras complicações.
Outro ponto é a distribuição de medicamentos quelantes de ferro. Hoje são três aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e distribuídos pela farmácia do SUS das Secretarias Estaduais de Saúde, através de regulação do Ministério da Saúde, mas sofrem desabastecimento em alguns estados do Brasil. Em 2014 houve problema de falta da medicação até em São Paulo. “Além disso, a pessoa com talassemia deve ser acompanhada por uma equipe multiprofissional, pois o hematologista prescreve o tratamento específico mais adequado, mas no caso de não retirar o excesso de ferro do corpo pode-se ter complicações no coração, por exemplo, e é necessário que demais especialistas, no caso o cardiologista, tenham conhecimento e treinamento sobre como tratar esse paciente, especificamente”, relata Sandra.
O treinamento das outras especialidades para tratamento da talassemia é fundamental, pois o paciente passa também pelo infectologista devido as Hepatites B e/ou C que podem fazer parte da realidade daqueles que no passado foram contaminados por estes vírus, bem como pelo endocrinologista, principalmente em crianças com problemas de crescimento ou naqueles adultos que desenvolveram diabetes ou osteoporose em função do excesso de ferro no organismo.
O excesso de ferro pode ser detectado pelo exame de sangue chamado ferritina, porém não é um exame fidedigno da exata quantidade de ferro do corpo. Exames de imagem, como a ressonância, são os mais precisos para indicar a quantidade de sobrecarga de ferro no organismo, mais especificamente no fígado e no coração. A partir desse dado, é possível direcionar qual o melhor tratamento quelante de ferro.
“A ressonância é fundamental, mas infelizmente, grande parte dos pacientes que não estão em São Paulo ou fazem o tratamento pelo SUS ainda utilizam a ferritina para medir a sobrecarga de ferro, cujo resultado não é 100% garantido porque sofre interferência de vários outros fatores clínicos do paciente. Esforços pontuais como mutirões tem sido feitos para tentar sanar esta necessidade das pessoas com talassemia, mas ainda não é a rotina ideal de tratamento que deveria ser feita”, ressalta a hematologista.   
Diagnóstico
Os pacientes com talassemia são diagnosticados a partir de hemograma completo e um exame específico (eletroforese de hemoglobina) que mede a quantidade de cada tipo de hemoglobina. A talassemia é uma doença hereditária, desenvolvida a partir de dois genes, um herdado do pai e outro da mãe. Pode ser classificada em talassemia alfa (quando o problema é no cromossomo 16) e talassemia beta (problema no cromossomo 11). Teste genético pode identificar exatamente qual é a alteração genética que o paciente tem.   
A pessoa com talassemia alfa pode ser apenas portadora do gene e não doente (caso do portador assintomático e do traço alfa talassemia) ou doente (doença da hemoglobina H e hidropsia fetal). A pessoa com talassemia beta também pode ser apenas portadora do gene e não doente (talassemia menor) ou doente (talassemia intermediária e talassemia maior). Hoje, com o exame do pezinho que os recém-nascidos realizam na maternidade, já é possível identificar se a pessoa tem ou não a doença talassemia alfa ou beta. Um exame de sangue para confirmação deve ser realizado posteriormente, bem como a investigação do gene nos pais e irmãos porque eles podem ser apenas portadores do gene da doença e ainda não ter o diagnóstico.
Na talassemia doença, os principais sintomas já podem ocorrer em torno de três a seis meses de vida, com palidez, fraqueza, anemia, falta de ar, urina de colocação escura.

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