Mais de 2,2 milhões de crianças
devem ser imunizadas contra o sarampo e a paralisia infantil em São Paulo
O
estado receberá 6,2 milhões de doses de vacinas. A campanha será realizada
entre 8 e 28 de novembro em mais de 100 mil postos do Sistema Único de Saúde
Manter
a erradicação da poliomielite no Brasil e garantir a eliminação do sarampo no
país. Esse é o objetivo da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e
paralisia infantil, que terá início no próximo dia 08 de novembro. A
expectativa do Ministério da Saúde é de que, em todo o país, mais de 11 milhões
de crianças sejam vacinadas. Em São Paulo, a expectativa é que mais de 2,2
milhões de crianças sejam vacinadas. Neste ano, o Dia D de Mobilização Nacional
será realizado em dois momentos: no primeiro dia da campanha, 8 de novembro, e
no dia 22. A meta é atingir a cobertura vacinal de 95% do público-alvo.
A
vacinação contra a poliomielite – responsável pela paralisia infantil – terá
como população-alvo 2,5 milhões de crianças de seis meses de idade até menores
de 5 anos em São Paulo. O Ministério da Saúde distribuirá, para o estado, cerca
de 3,5 milhões de doses da vacina oral poliomielite (VOP) – vacina em gotas –
que será utilizada prioritariamente. No entanto, é recomendada às Coordenações
Estaduais de Imunizações a disponibilização da vacina inativada poliomielite
(VIP), que é injetável, para as crianças acima de seis meses que estão com
esquema vacinal atrasado.
Para o
ministro da Saúde, Arthur Chioro, as campanhas representam o esforço do Brasil
em manter a erradicação das doenças e são um exemplo da capacidade do país em
manter a qualidade do sistema vacinal. “As campanhas representam um esforço
imenso do Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios em garantir
a intensificação e ampliação da cobertura vacinal, tanto da poliomielite quanto
do sarampo. O programa nacional de imunização é uma referência internacional e
é impressionante que em um país com dimensão continental e tantas diversidades
regionais como o Brasil consigamos não só manter uma cobertura impressionante,
mas também uma oferta de vacinas gratuitas e de muita qualidade”, avaliou.
Já a
vacina tríplice viral, destinada à vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola,
será aplicada em crianças de um ano a menores de 5 anos. A estimativa é
promover a vacinação de 2,2 milhões de crianças em São Paulo. O Ministério da
Saúde distribuirá cerca de 2,6 milhões de doses da vacina. A campanha de
seguimento contra o sarampo será realizada em todas as Unidades da Federação.
A vacina
oral poliomielite (VOP) é segura e são raras as reações associadas ao seu uso
nas duas primeiras doses do esquema básico. Com a introdução da vacina
inativada poliomielite (VIP) em 2012 substituindo estas duas primeiras doses, o
risco é considerado baixíssimo. Quanto à vacina tríplice viral, são poucas as
reações como febre ou dor no local da administração, sendo geralmente bem
toleradas.
“A meta
é vacinar cerca de 12,7 milhões de crianças brasileiras maiores de seis meses e
menores de cinco anos. Então, toda criança nessa faixa etária deve tomar a
vacina, independente da vacinação que ela tem na carteira de vacinação. Ou
seja, essa vacina é uma dose extra e foi isso que permitiu a erradicação da
poliomielite. Mesmo que a criança esteja com o calendário completo, essa é uma
dose adicional que é dada”, informou o secretário de Vigilância em Saúde,
Jarbas Barbosa.
Para a
realização da campanha, estarão disponíveis mais de 100 mil postos espalhados
por todo o país, 350 mil profissionais de saúde e 42 mil veículos (terrestres,
marítimos e fluviais). Para que sejam cumpridas todas as fases da imunização,
as vacinas contra a poliomielite, o sarampo, rubéola e caxumba continuam
disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde.
POLIOMIELITE
NO BRASIL - O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Desde então, não
houve novos casos registrados e, em 1994, o país recebeu da Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS) a Certificação de Área Livre de Circulação do
Poliovírus Selvagem em seu território.
A
continuidade das campanhas de vacinação é fundamental para evitar a
reintrodução da doença no país, uma vez que dados da Organização Mundial de
Saúde (OMS) demonstram que entre 2013 e 2014, 10 países registraram casos da
doença e três deles são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e
Afeganistão).
A
poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a
criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam
o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos
membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá,
principalmente, por via oral.
SARAMPO
- Os últimos casos de contágio autóctone de sarampo no Brasil
ocorreram em 2000 e, desde então, os casos registrados foram importados ou
relacionados à importação. Em 2013 e 2014, foram registrados casos importados
no país, com concentração em Pernambuco e Ceará. No mundo, em 2014, foram
registrados 160 mil casos da doença e com o fluxo de turismo e comércio entre
os países o risco de contaminação se eleva.
O
sarampo é uma doença viral aguda grave e altamente contagiosa. Os sintomas mais
comuns são febre alta, tosse, manchas avermelhadas, coriza e conjuntivite. A
transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo
doente ao tossir, falar ou respirar. As complicações infecciosas contribuem
para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores
de um ano de idade. A única forma de prevenção é por meio da vacina.
CAMPANHA- A
campanha publicitária que começara a ser veiculada na primeira semana de
novembro trará o personagem Zé Gotinha com referências de personagens
conhecidos do público infantil como a Peppa Pig e os Minions, além de se
inspirar também nos mangás, histórias em quadrinhos de origem japonesa. A
campanha será veiculada em rádio, televisão, internet, cartazes e também em
Digital Out Of Home (DOOH - vídeos utilizados em elevadores, aeroportos e
ônibus).
O Ministério
da Saúde acaba de atualizar o aplicativo Vacinação
em Dia para tablets
e smartphones lançado em 2013. A ferramenta é uma forma fácil,
moderna e ágil de acompanhar o calendário vacinal. Na nova versão estão
disponíveis todas as vacinas ofertadas pelo SUS e o usuário poderá cadastrar
até 10 carteiras de vacinação. A partir da inserção da primeira vacina no
calendário, o aplicativo calcula quando o usuário deve comparecer novamente
para uma nova imunização e envia um lembrete por mensagem. A atualização no
Android, versão 2.2.3 ou superior, já está disponível no Google Play e no IOS,
versão 7 ou superior, a partir de novembro.
Camila Bogaz
Agência Saúde