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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

6 doenças de pele comuns entre as crianças no verão

A mais comum é a dermatite atópica, que acomete cerca de 20% das crianças e pode estar associada à rinite, bronquite, asma e até a alergias alimentares

 

As altas temperaturas do verão garantem dias de diversão entre a criançada, mas também pedem que os pais redobrem os cuidados com a saúde dos pequenos. Os dias mais quentes podem fazer com que as crianças sofram com irritações de pele, que ocorrem por diferentes motivos.  

Dra. Brianna Nicolletti, alergista e imunologista pela USP e médica do Hospital Albert Einstein, explica que a criança pode ter alergia de pele devido ao contato com a areia da praia e/ou dos parques - que pode abrigar micro-organismos nocivos -, em decorrência do contato prolongado com a umidade do mar e/ou piscina, devido ao suor excessivo e até mesmo em decorrência do uso de protetor solar e repelente.  

A seguir, conheça os tipos de irritações de pele mais comuns entre as crianças no verão!

 

1. Dermatite atópica  

De acordo com a alergista, a dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de alergia de pele, a qual acomete em torno de 20% do público infantil. “É uma doença crônica, multifatorial, pode estar relacionada a quadros de rinite, bronquite/asma e até alergias alimentares e é caracterizada pela inflamação do tecido. Frequentemente aparece na infância, mas pode estar presente também no adulto”, detalha a especialista. 

A dermatite atópica faz com a pele fique seca e áspera, tornando-se mais suscetível a erupções que coçam e inflamam. Elas são mais comuns nas dobras dos braços e na parte posterior dos joelhos.  

Para amenizá-la, Luciana Andrade, idealizadora da Passalinho, ensina dicas preciosas para conseguir aliviar os sintomas. Mãe do Filipe, o pequeno foi diagnosticado com a doença aos cinco meses de idade.  

Para evitar as crises, as dicas práticas são: dar banhos mais frescos com pouco shampoo e sabonete. Além disso, optar por produtos sem cheiro, o hidratante deve ser aplicado de duas a três vezes por dia. 

Já para as roupinhas, Luciana só utiliza e recomenda peças 100% algodão, inclusive para o lençol e toalhas. Na hora de lavar as peças, a idealizadora da Passalinho orienta usar pouco sabão e deixar o amaciante de lado.  

“Caso note o início de uma crise, o controle deve ser realizado com o uso de pomadas indicadas pelo pediatra/alergista para evitar que as lesões piorem”, recomenda Luciana.

 

2. Dermatite de contato 

Já a dermatite de contato é um tipo de inflamação que ocorre na pele quando ela entra em contato com um tipo de agente específico, causando uma reação cutânea. “Geralmente, ela fica restrita a uma região, como a das fraldas ou de maior transpiração, como virilha e axilas”, detalha Dra. Brianna. Para diagnosticá-la, se avalia o histórico do paciente e pode ser realizar o teste de contato se necessário.

 

3. Dermatite seborréica  

Crônica e genética, a dermatite seborreica é uma inflamação da pele que ocasiona descamação e vermelhidão em áreas oleosas do corpo, como face, sobrancelha, couro cabeludo e orelhas. É uma doença comum entre os bebês e tende a piorar no verão. Para amenizá-la, recomenda-se shampoo e cremes que ajudam a reduzir a coceira e oleosidade.

 

4. Parasitoses  

“O contato com parasitas presentes na areia e/ou em gramados, provenientes das fezes de animais, também pode provocar doenças, principalmente nas regiões mais expostas, como pés e nádegas”, explica a alergista. É o caso, por exemplo, do bicho geográfico, que entra na pele e a percorre, deixando um rastro. Para tratar esse tipo de doença, é recomendado pomadas específicas que têm como base tiabendazol.

 

5. Infecções fúngicas 

O contato excessivo com a umidade, causada pelo suor ou pelo uso de roupas molhadas por muito tempo, cria um ambiente propício para proliferação de fungos que levam a infecções, como frieiras nos dedos dos pés, pitiríase versicolor, impingem e candidíase genital. “Os principais sintomas são coceira, dor local, secreção esbranquiçada e ardência”, enumera Dra. Brianna. 

Para tratar infecções fúngicas, o paciente deve usar cremes e pomadas antifúngicas e ter o cuidado de manter a região seca.

 

6. Brotoeja  

Nome popular da miliária, a brotoeja é uma dermatite inflamatória causada pela obstrução das glândulas sudoríparas, o que impede a eliminação do suor pelo corpo. Assim, ela é mais comum de acontecer quando o bebê está em um ambiente quente e úmido, com excesso de roupa ou passe por uma situação de febre. 

“Em geral, as lesões da brotoeja surgem no tronco, pescoço, axilas e dobras da pele, sob a forma de grosseiro, com pequenas bolhinhas de água (vesículas). A aparência varia de acordo com a profundidade na qual ocorreu o bloqueio no ducto excretor”, detalha a imunologista.

 

Dicas para cuidar da pele do bebê no verão  

De acordo com Dra. Brianna Nicolletti, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que bebês de até seis meses não tenham contato direto com o sol. Assim, eles devem ser mantidos na sombra. “Caso seja necessário sair ao ar livre, vale recorrer a protetores mecânicos, como sombrinhas, guarda-sol, boné e roupas”, enumera a especialista. 

Já para os pequenos de seis meses a dois anos, deve-se usar produtos apropriados para a pele infantil e com alto fator de proteção. “Por exemplo, filtros inorgânicos (físicos), pela menor capacidade de provocar alergias, alta resistência à água e proteção imediata”, detalha Brianna.  

Depois dos dois anos, os pais devem recorrer aos filtros químicos infantis, protetores solares. Na hora de escolhê-lo, o ideal é optar por aquele com o maior nível de proteção UV.  

Já em relação a escolha da roupa do bebê para evitar possíveis alergias de pele, como lembra Luciana, o ideal é utilizar peças 100% algodão, evitando cobertores e bichinhos de pelúcia desnecessários.  

“Roupinhas fabricadas com tecidos de fibras naturais - como algodão, algodão pima, linho, lã e seda - são as mais indicadas para o enxoval do recém-nascido pois permitem que a pele respire com mais facilidade. Tecidos sintéticos - como poliéster, lycra e poliamida - não absorvem a umidade natural do corpo e fazem com que a pele retenha mais calor, o que pode provocar alergias, irritações e oscilações de temperatura no bebê”, finaliza a alergista Dra. Brianna.

 

Dra. Brianna Nicoletti - Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003). Residência médica em Medicina Interna pela Universidade Estadual de Campinas (2006). Residência médica em Alergia e Imunologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2009). Associada à Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Médica Especialista em Alergia e Imunologia do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (desde 2013)
 

Passalinho
passalinho.com.br/

A construção civil e a política nacional do meio ambiente

A Política Nacional do Meio Ambiente tem a função de apontar os possíveis riscos que um projeto pode oferecer à natureza e indicar uma solução para a implantação do projeto de forma a combater e prevenir um possível dano ambiental. O homem ainda vem, em muitos casos, destruindo de forma sistemática o Meio Ambiente, não somente em razão da retirada de materiais, mas também através do acúmulo de derivados, que descarta de forma desordenada. 

Segundo a Resolução CONAMA nº 01/1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 2022, site).

Construtoras, por exemplo, já estão adequando seus projetos e obras com o propósito da harmonia social, do resgate da Natureza e da contribuição para a diminuição do GEE (Gás de Efeito Estufa) e outros males. A escolha estratégica dos locais, normalmente próximos ao centro, escolas, parques e hospitais, visam otimizar o tempo e facilitar a vida de seus moradores, o que também é um ponto que ajuda na preservação do todo. 

O projeto destas obras voltadas para o conceito verde sustentável tem a proposta de oferecer coletores de água da chuva, captação de energia solar, maior área permeável, ótimos espaços de lazer (leituras, espaço zen, academia, espaço de convívio social), coworking e o máximo de aproveitamento no  paisagismo com o plantio do maior número de espécies possíveis, inserindo a  Biofilia, que é conectar o ser humano com a natureza.

As construtoras/incorporadoras estão se alinhando com a questão de projetos para causar menor impacto ambiental, destaque no  paisagismo, bem-estar na vida em condomínio e mais lazer e serviços em busca de um futuro melhor.

De modo geral, estamos vendo uma preocupação, ou no mínimo um interesse de toda  comunidade, sejam  construtores ou compradores das unidades, com relação ao que podemos fazer de melhor para melhorar o planeta como um todo. 

O problema é que tudo isso acontece de forma lenta e pontual, não gera mudanças perceptíveis. Daí entra uma outra questão: quando não vemos efetivamente mudança nos resultados, acabamos aos poucos deixando de fazer nossa parte e de cobrar as organizações para que façam a sua. 

Acredito que temos que ter quatro pilares para que possamos fazer com que projetos sustentáveis não acabem “morrendo”.  São eles:

  • Conhecimento: saber o que determinado projeto realmente significa positivamente e o quanto vai ajudar na preservação do meio ambiente. Criando, assim, vontade de colocá-lo em prática. 
  • Ser viável : precisa ser possível de ser colocado em prática em minha vida, meu dia a dia, casa, empresa. 
  • Acesso : consigo implantar, temos ferramentas e máquinas para isso,  é viável financeiramente e tem  incentivo do governo.
  • Resultado : saber qual a diferença isso está fazendo, quais benefícios gera.

Se conseguirmos juntos - construtoras, loteadoras, empresas, governo e consumidor final - estar alinhados com esses quatro pilares, temos enorme chance de perpetuar nossa atenção e cuidado com o meio ambiente. 

Se não for dessa forma, será o famoso “fogo de palha”, ou seja, algo que por um período curto de tempo terá nossa total atenção,  mas, com o passar do tempo, irá “morrendo”.

Vou citar dois  exemplos de coisas que escutamos mas não levamos adiante. Primeiramente, o  lixo plástico. Trata-se de um enorme problema para o meio ambiente, usamos abusivamente, mas somente quando vemos alguma reportagem a respeito é que colocamos em prática o controle sobre o uso excessivo desse material. Após algum tempo, esquecemos e voltamos a usar exageradamente.

Também entra aqui a  instalação de meios sustentáveis e limpos, como aquecimento e energia solar. São  equipamentos  caros  que os tornam inacessíveis para a maioria das pessoas. 

O fato é que, se realmente quisermos um mundo melhor, teremos muito trabalho pela frente.

 

Charles Everson Nicoleit - gestor de obras e empresário com quase 30 anos de experiência nesse segmento. Também é membro de associações da construção civil, construção selo verde e sustentabilidade. Possui diversas certificações e cursos que o habilitam como referência no mercado de construção civil.
https://www.linkedin.com/in/charles-nicoleit-37654562/.
charlesnicoleit@hotmail.com


Relatório da McAfee detalha como o avanço na IA cria ameaças móveis, ajudando os golpistas

  • Com os consumidores tornando-se cada vez mais dependentes de dispositivos móveis, a McAfee apresenta o seu Relatório Anual de Ameaças Móveis ao Consumidor antes do Mobile World Congress em Barcelona.
  • Aplicativos, seja para comunicação, produtividade ou jogos, são uma das maiores ameaças à segurança móvel.
  • Assegurar a proteção online dos menores é um desafio na era da parentalidade moderna

 

SAN JOSE, Calif. -- Hoje, a McAfee Corp., líder mundial em proteção online, apresenta o seu Relatório Anual de Ameaças do Consumidor Móvel antes do Congresso Mundial de Tecnologia Móvel (MWC) de Barcelona. O relatório detalha as principais tendências globais em matéria de ameaças e esquemas móveis para conhecimento, e como se proteger contra eles. 

No final de 2022, foram lançados alguns aplicativos revolucionários, como o ChatGPT do OpenAI e o gerador de imagens DALL-E 2. Estas ferramentas proporcionaram uma poderosa Inteligência Artificial (IA) às massas, criando oportunidades empolgantes para a inovação e produtividade, mas também proporciona essas mesmas oportunidades aos cibercriminosos. O Relatório de Ameaças Móveis ao Consumidor de 2023 da McAfee foca na maneira como os golpistas aproveitam estas ferramentas para enganar ou fraudar os consumidores em número crescente, tal como identificado pela equipe de Pesquisa Móvel da McAfee. Um tema comum em todo o processo é a prevalência de aplicativos telefônicos maliciosos. 

"Os nossos dispositivos móveis são agora mais do que nunca uma parte essencial da nossa vida cotidiana. Eles nos permitem acessar uma riqueza de informação e entretenimento e proporcionam a liberdade de sermos produtivos a partir de quase qualquer lugar", diz Steve Grobman, Diretor de Tecnologia da McAfee. "Infelizmente, também proporcionam aos cibercriminosos maior acesso a potenciais vítimas. Partilhando ideias da Equipe de Investigação de Ameaças da McAfee, estamos capacitando os nossos clientes para desfrutarem livremente e em segurança das suas vidas digitais".

 

Não confie nos aplicativos só porque parecem legítimos

Os aplicativos maliciosos tendem a cair em algumas categorias - coisas que são populares, fáceis de usar, e aparentemente inofensivas. Muitos aplicativos maliciosos oferecem alguma funcionalidade legítima, mas só porque um aplicativo gratuito funciona, não significa que não esteja escondendo segundas intenções. Os criminosos geralmente usam a criptografia para ocultar o seu código falso dos revisores, ou criam um atraso, para as coisas ruins não apareçam até que o aplicativo seja publicado na loja de aplicativos. 

O novo gerador de imagens AI do OpenAI, DALL-E 2, introduziu uma onda de aplicativos móveis baseados em IA que podem criar imagens artísticas baseadas em fotografias. Enquanto alguns destes aplicativos são legítimos, outros podem ser aplicativos maliciosos que procuram capitalizar as recentes tendências da IA. 

O relatório detalha como os cibercriminosos estão aproveitando os aplicativos maliciosos: 

  • Deslizando para os suas DMs: 6,2% das ameaças que a McAfee identificou no Google durante 2022 estavam na categoria "Comunicação", principalmente malware disfarçado de aplicativos SMS. Mas, mesmo os aplicativos de comunicação legítimos podem criar uma oportunidade para os golpistas. Eles utilizaram mensagens fraudulentas para enganar os consumidores a clicar num link malicioso, tentando levá-los a compartilhar credenciais de login, números de conta, ou informações pessoais. Enquanto estas mensagens por vezes contêm erros ortográficos ou gramaticais, ou utilizam frases estranhas, o surgimento de ferramentas de IA como o ChatGPT pode ajudar os golpistas a limpar os seus erros ortográficos e gramaticais, dificultando detectar mensagens fraudulentas através de erros no conteúdo. A gravidade destas ameaças de comunicação é também evidente no volume de adultos (66%) que receberam mensagens de um estranho nas redes sociais, com 55% solicitados a transferir dinheiro.*

 

  • Aproveitando a política de traga seu próprio dispositivo: 23% das ameaças que a McAfee identificou estavam na categoria de aplicativos "Ferramentas". Os aplicativos relacionados com o trabalho para dispositivos móveis são grandes impulsionadores de produtividade - categorias como editores PDF, VPNs, gestores de mensagens, scanners de documentos, impulsionadores de baterias e limpadores de memória. Estes tipos de aplicativos são direcionados para o malware porque as pessoas esperam que o aplicativo exija permissões no seu telefone. Pedir permissões para armazenamento, mensagens, calendários, contatos, localização, e mesmo definições do sistema não é incomum e permite aos golpistas recuperarem todo o tipo de informação relacionada ao trabalho.

 

  • Visar jogadores adolescentes e pré-adolescentes com telefones: 9% das ameaças que a McAfee identificou foram jogos de categorias de aplicativos como Casual, Arcade e Ação. Aplicativos maliciosos almejam muitas vezes coisas que as crianças e os adolescentes gostam, tais como jogos, criação de vídeos, e gerenciamento das redes sociais. Os tipos mais comuns de ameaças detectados dentro da categoria de jogos em 2022 foram adware agressivo - aplicativos que exibem publicidade excessiva enquanto utilizam o aplicativo e mesmo quando não utilizam. É importante garantir que os telefones das crianças estejam impedidos de baixar novos aplicativos, ou que estejam informados e capazes de questionar aplicativos suspeitos, e identificar os fraudulentos.

 

O que os consumidores podem fazer para se protegerem e às suas famílias? A equipe de Pesquisa Móvel da McAfee recomenda as seguintes tácticas: 

  • Desconfie de e-mails, textos ou mensagens diretas não solicitadas e pense duas vezes antes de clicar em qualquer link.
  • Lembre-se que a maioria destes esquemas funciona porque o golpista cria uma falsa sensação de urgência ou se aproveita de um estado emocional elevado. Faça uma pausa antes de correr para em interagir com qualquer mensagem que seja ameaçadora ou urgente, especialmente se for de um remetente desconhecido ou improvável.
  • Se é bom demais para ser verdade, provavelmente é.
  • Certifique-se de que o seu dispositivo móvel está protegido com soluções de segurança que incluem características para monitorar e bloquear links potencialmente maliciosos.

 

O relatório também revela os principais grupos de malware móvel (também referidos como famílias ou tipos) identificados pela McAfee em 2022, e as previsões para o ano seguinte. Encontre o relatório completo aqui. 

O relatório demonstra a posição da McAfee como líder em proteção online e sustenta a estratégia da empresa de defesa do consumidor, centrando-se singularmente nas soluções de consumo que proporcionam o futuro da proteção online, hoje em dia.

 

Fonte: Estudo McAfee Modern Love realizado entre 27 de janeiro e 1 de fevereiro de 2023 com mais de 5.000 adultos em nove países. Todas as outras estatísticas deste comunicado provêm do inquérito McAfee Consumer Mobile de 2023.
 

McAfee Corp.
www.mcafee.com


O poder da esculta no mundo dos negócios

Como explorar melhor as escutas ativas e flutuantes para obter mais resultados de sua equipe


Em uma cultura enraizada ainda em pleno século XXI, a figura do chefe é aquela que muitas vezes ainda é vista como a que dá somente ordens, que fala, traz a estratégia e dita as regras. O chefe ocupa o que chamo de “suposto saber” diante de seus liderados.

É fato que ainda encontramos na grande maioria, até mesmo de uma forma inconsciente, uma espera do líder para todas as respostas, mesmo que ainda não tenhamos elaborado as perguntas.

Esta falta de respostas, de feedbacks, de espaços de escuta, de trazer o pertencimento do colaborador vem gerando estatisticamente uma crescente insatisfação e queda de performance.

Uma pesquisa mundial embasa este movimento corporativo. Ela constata que 75% das pessoas estão insatisfeitas com o seu trabalho. E corroborando com estas análises, uma outra pesquisa global demonstrou em seus resultados as principais razões pelas quais bons profissionais pedem demissão. O segundo maior motivo está ligado à liderança, apontando que líderes ruins falam muito e ouvem pouco e não entregam as respostas que são almejadas por seus liderados, frustrando, consequentemente, as expectativas.

É neste contexto bilateral, onde de um lado os líderes “têm” que dar as melhores respostas e de outro os liderados esperando, entra a escuta do líder, uma importante ferramenta de uma liderança ativa e assertiva. Quanto mais o líder escutar, mais insumos ele terá para analisar, elaborar e ter as melhores tomadas de decisão.

Parece tão obvio e simples, mas não é.

Nesta contramão da escuta e da fala, nos deparamos com líderes que falam muito, são protagonistas de suas estratégias e não dividem o palco. Afinal, fomos criados e ensinados desde criança a ficar quietos e apenas escutarmos.

Revisitando algumas falas do passado, podemos citar algumas como: “Não se mete, esta conversa é para adultos”, “Aqui em casa eu falo e você obedece”. E quando perguntávamos: “Mas porque não posso isso?”. A resposta era: “Porque sim, e ponto final”. E, na escola, quando se queria perguntar alguma coisa, levantávamos a mão pedindo permissão e quando nos era dada, poderíamos falar.

Não estou questionando se é certo ou errado, apenas trazendo o contexto e deixar a livre associação em perceber que o ouvir e não falar diante de um líder, ou do “suposto saber” é primitivo, vem da infância, vem da cultura.

Apresentada as devidas reflexões e indagações que cada um de vocês, leitor, esteja associando, trago para o mundo corporativo este processo de escuta e fala. Este aprendizado empírico e cultural da vida reflete, “naturalmente”, no mundo dos negócios. E mesmo no século XXI, o poder da fala muitas vezes não encontra espaço para atuar.

Quando um líder percebe o poder da escuta e se doutrina a escutar mais, entrar no detalhe do dia a dia, permite-se à fazer perguntas abertas e esperar as respostas, escutando e analisando, conseguirá elaborar melhor as suas estratégias. Escutar não é fácil, é um exercício diário e contínuo. Falo por mim mesma. Tenho muitos anos na liderança e sempre me pego no lugar da fala e permito-me entrar no espaço oportunamente da escuta.

Um estudo citado na Harvard Business Review mostrou que funcionários que participaram de um círculo de escuta possuem mais performance e sofrem menos de ansiedade. A escuta ativa é quando você presta atenção no que é dito, demonstra genuinamente interesse na opinião do outro, não apenas cumprindo um protocolo. É uma habilidade que tem que ser treinada e readequada, pois, conforme sinalizei no início deste texto, aprendemos assim: o superior fala e os demais obedecem.

Destaco também, para finalizar, uma escuta que vai além da ativa, que é a escuta flutuante. Esta exige ainda mais exercícios e técnicas para a sua eficácia. Escuta flutuante é uma escuta mais elaborada, onde o líder se dedica interinamente na fala do liderado e consegue conectar-se não apenas com o dito de forma racional, mas entender o sentimento que move aquela fala.

A escuta flutuante vem mais livre de julgamentos, sem expectativas e nem inclinações. É nesta escuta que o líder efetivamente pega o verdadeiro feedback, a essência e sai da superficialidade. A escuta flutuante exige ainda mais atenção e treino do líder, mas é recompensador quanto aos seus resultados.

O líder que escuta de forma intencional e exerce a escuta flutuante sempre montará a melhor estratégia, porque não existe boa estratégia sem pessoas. Líder que coloca na sua agenda um espaço para a escuta, acolhe, abre espaços, empodera aqueles que com eles querem ficar e identifica os que não estão no mesmo propósito e não querem seguir.
Escutar demonstra a maturidade de um líder e está intimamente ligado ao processo de transformação. Com a escuta ativa e flutuante, a liderança coloca ainda mais pessoas certas, nos projetos certos, nos cargos certos e podem cobrar sem estresse na intensidade certa.

 

Shirley Fernandes - sócia-diretora da N1 IT, empresa do Grupo Stefanini. A autora recebeu os prêmios ‘Líder que sabe lidar’ e ‘Leader Woman Cloud of the Year’, em 2021 e 2022, respectivamente.

 

5 dicas para melhorar o desempenho e a segurança no home office

Especialista em cibersegurança dá sugestões para um trabalho remoto mais seguro e eficiente

 

A prática do trabalho remoto já não é mais uma novidade, mas sua permanência no cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil aponta para a necessidade de encontrar soluções que melhorem o desempenho e segurança desta modalidade. Como, afinal, podemos dispor de recursos tecnológicos para que o home office seja mais seguro e eficiente? 

A discussão ganha lugar num contexto em que o home office já alcança uma parcela significativa da força de trabalho no país. Durante a fase mais aguda da pandemia, em 2020, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas apontou que 10% dos trabalhadores e das trabalhadoras do Brasil puderam realizar suas funções em suas próprias casas. Para 2023, a expectativa de 30% das pessoas trabalhadoras é de dar prioridade a vagas neste modelo, segundo dados do portal Vagas.com. 

“As possibilidades de ingressar em empresas de várias partes do país e do mundo, além da flexibilidade no dia a dia, têm feito com que muita gente recorra a esta modalidade de trabalho. No entanto, é preciso haver algum tipo de orientação tecnológica mínima para garantir um melhor desempenho e segurança nos aparelhos utilizados na prática do trabalho remoto”, explica Vinícius Oliverio, especialista em cibersegurança. 

Cofundador da Urmobo, startup referência no segmento de gerenciamento de dispositivos móveis, Vinícius dá 5 dicas técnicas para melhorar o desempenho e segurança no home office. Confira.
 

1. Realize distribuição de arquivos 

Compartilhar em nuvem os arquivos dos projetos nos quais se está trabalhando é essencial para quem atua no home office. Trata-se de um recurso importante para que não se perca nenhum material e que é disponibilizado por ferramentas de gerenciamento de dispositivos móveis.
 

“Também dá para criar pastas, enviar arquivos para grupos de dispositivos, verificar o consumo de dados e a forma de download. Ao sincronizar arquivos e dados empresariais, todos os funcionários trabalham no mesmo projeto de forma mais ágil, fácil e produtiva”, destrincha Vinícius Oliverio.
 

2. Faça análise de log de chamadas 

Monitorar e medir componentes das ligações efetuadas com os smartphones corporativos é relativamente fácil quando você tem as ferramentas adequadas. “Controlar quais números foram ligados, as chamadas recebidas, duração das ligações e horários dessas chamadas é algo que se torna possível através de ferramentas que realizam a gestão de dispositivos corporativos”, afirma Vinícius. 

A chamada análise log de chamadas analisa justamente a qualidade e quantidade das ligações realizadas pela equipe com os aparelhos smartphones da empresa. Trata-se de um conjunto de mecanismos que identificam padrões que possam ajudar na solução de problemas, nas previsões de desempenho, na manutenção e em melhorias eventuais.

 

3. Tenha uma produtividade baseada no uso

Por meio de mecanismos que fazem o gerenciamento de dispositivos utilizados pelas pessoas na prática do trabalho remoto, também é possível realizar a análise de produtividade baseada na porcentagem do uso de cada aplicativo. Desta forma, temos a visibilidade do tempo de uso dos apps e seu consumo de dados. 

“A ideia é trazer mais informações sobre quanto tempo cada aplicativo permaneceu aberto e como os dados foram consumidos pelo usuário, além de disponibilizar relatórios”, explica o cofundador da Urmobo.

 

4. Realize o chamado time fencing 

Também é possível exercer o controle do funcionamento dos dispositivos móveis da empresa em determinados horários através do chamado time fencing. Trata-se de uma ferramenta utilizada no ambiente de trabalho, na qual é possível limitar o tempo de uso de uma determinada aplicação dentro do ambiente organizacional. 

Por exemplo: um conjunto de aplicativos fica disponível de segunda a sexta das 10 às 20 horas para tal colaborador. Fora deste intervalo, o aplicativo é ocultado do dispositivo, não estando disponível mesmo no fim de semana. É um recurso muito útil na gestão do home office”, esclarece o especialista em cibersegurança.

 

5. Faça a gestão de inventário dos dispositivos móveis utilizados

A gestão do inventário dos dispositivos móveis também é peça essencial para um bom andamento do trabalho remoto. É outra aplicação útil do gerenciamento de dispositivos. Com esse recurso, é possível criar uma relação dos aparelhos da empresa e contabilizar a quantidade de equipamentos utilizados no momento, assim como mapear quem está utilizando cada um. 

“Isso pode ajudar bastante na proteção de dados empresariais. Por exemplo, se o equipamento for trocado entre pessoas de diferentes cargos, pode ser preciso apagar informações que não são autorizadas”, conclui Vinícius Oliverio.
  

Como a tecnologia ajuda na inclusão dos processos trabalhistas no eSocial?

Acompanhar mudanças e atualizações faz parte da rotina do departamento pessoal. E, por falar nisso, não há como deixar de fora a nova atualização no eSocial, que passará a incluir informações de ações e processos trabalhistas movidos na empresa. A norma, que entraria em vigor a partir de janeiro, foi prorrogada para abril, dando mais tempo para as empresas se organizarem frente a esse novo protocolo.

Lidar com processos é algo desafiador para as empresas, contudo, nem sempre é possível evitá-los – principalmente no Brasil. Segundo a 19ª edição do relatório “Justiça em Números”, publicado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as ações trabalhistas lideraram o ranking no Judiciário em 2021, totalizando um aumento de 11,6% em comparação com o ano anterior.

Diante dessa demanda, é essencial ter um controle efetivo de cada etapa, uma vez que o processo pode levar um longo período até a sua resolução. Neste aspecto, a inclusão desses dados na plataforma do eSocial irá proporcionar mais agilidade e confiabilidade em cada informação anexada, tendo em vista a maior fiscalização tanto do Ministério do Trabalho, quanto de outros órgãos do governo.

A partir dessa nova medida, será obrigatório o envio dos seguintes eventos na plataforma: S-2500, referente às informações de processos trabalhistas e acordos feitos junto ao CCP (Comissão de Conciliação Prévia) ou NINTER (Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Resíduos); S 2501, que condiz às declarações dos valores de impostos sobre a renda e contribuições sociais previdenciárias; S-3500, utilizado para corrigir, excluir ou cancelar registros nos eventos S-2500 ou S-2501; e S-5501, sendo a devolução do retorno dos cálculos e validação das informações do processamento do S-2501.

Certamente, essas alterações no eSocial são vistas como favoráveis para o departamento pessoal, considerando o alto volume de dados que precisam ser enviados e conferidos. Isso é, com as informações centralizadas em único local, torna-se mais fácil monitorá-las e conferi-las. Em contrapartida, essa transição também pode ser desafiadora, caso a empresa não faça uso de um sistema de gestão que tenha a funcionalidade de se adequar a tais mudanças.

No entanto, cabe destacar que mais do que fazer o uso de uma ferramenta de RH, é essencial que o software contenha a eficiência de agilizar e assegurar que as informações ali anexadas estarão corretas, a fim de evitar possíveis irregularidades acerca dos dados e registros. Deste modo, a tecnologia se torna uma ferramenta essencial nesse processo de adequação frente às constantes mudanças e atualizações que impactam a área.

Em suma, no processo da inclusão das informações dos processos trabalhistas ao eSocial, o departamento pessoal terá o papel de acompanhar e até ceder dados dos colaboradores para o responsável pelas informações. Dessa forma, deixará mais fácil a administração das informações que envolvem a empresa e seus colaboradores e, assim, possibilitar a total segurança no envio de registros.

Deste modo, o eSocial tem cada vez mais se mostrado eficiente para as companhias, agregando na maior facilidade e centralização das operações. Contudo, o sucesso do seu uso dependerá do quão preparada a companhia está para incorporar em sua rotina tais práticas em favor da gestão e organização. Assim, cabe às organizações aproveitarem esse período de transição para se adequarem e organizarem as operações. Nessa jornada, contar com o apoio da tecnologia poderá ser um importante recurso – mas, como tudo na vida, é importante estar preparado e atento para o que está por vir.    



Érico Almeida - sócio-gerente do Grupo Skill, empresa especializada na prestação de serviços para as áreas de contabilidade, tecnologia, gestão de pessoas e financeiro.


Grupo Skill
https://gruposkill.com.br/

 

Fronteira emergente de desmatamento no sudoeste do Amazonas registra aumento de incêndios

Área desmatada e queimada no município de Lábrea, no Amazonas. Registro feito em 2021, durante pesquisa de campo 2021 (foto: acervo dos pesquisadores)

 

Uma área de floresta amazônica equivalente a quase duas vezes o território de Luxemburgo foi devastada por fogo no sudoeste do Estado do Amazonas entre 2003 e 2019, incluindo trechos de nove municípios que aparecem entre os piores colocados em indicadores de desenvolvimento sustentável no Brasil. Essa zona também já vinha sendo pressionada pelo desmatamento. O processo se agrava com a extração ilegal de madeira e de outras atividades ligadas à agropecuária ao longo das duas rodovias que cortam o local.

No período, os incêndios atingiram 4.141 quilômetros quadrados (km2) de floresta, sendo 3.999 km2 de vegetação nativa (primária). Ao destrinchar os dados por ano, a área afetada pelo fogo variou de 33 km2, em 2011, até o pico de 681 km2, em 2019. Além disso, um total de 6.484 km2 de pastagem e de plantio queimaram nesses 16 anos.

Os dados são parte de estudo publicado na revista Fire por cientistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com instituições nacionais e internacionais.

De acordo com o trabalho, cujo foco principal é o município de Boca do Acre (AM), a perda da vegetação por desmatamento tende a aumentar a ocorrência de queimadas, resultando em uma transformação da paisagem de floresta para trechos agrícolas e de pastagens, principalmente próximos às rodovias BR-317 e BR-364.

Fatores temporais, como o agravamento da estação seca ou maior frequência de eventos extremos, também influenciaram, tornando propícia a propagação do fogo provocado pelo manejo humano. Normalmente, regiões previamente desmatadas funcionam como combustível para as queimadas devido ao acúmulo de matéria orgânica.

Por outro lado, áreas protegidas, incluindo unidades de conservação e terras indígenas (TIs), funcionaram como uma espécie de barreira para conter a devastação da floresta. Entre 2003 e 2019, 1,3% delas foi queimado, ou seja, 189,13 km2, sendo a maior parte nas TIs Boca do Acre e Apurinã, próximas a rodovias e propriedades rurais.

“Nosso trabalho identifica a extensão e as tendências de ocorrência de queimadas em relação às mudanças na cobertura do solo e do clima, apontando áreas prioritárias para preservação. Também analisamos como são suscetíveis ao fogo os trechos de florestas públicas não destinadas, que são terras do Estado brasileiro aguardando destinação e margeiam propriedades rurais. Isso é preocupante. Os novos desmatamentos estão cada vez mais próximos a áreas protegidas, deixando-as ainda mais vulneráveis”, afirma a engenheira ambiental e sanitarista Débora Dutra, colaboradora do Cemaden. Ela é primeira autora do artigo e bolsista da FAPESP.

Para a pesquisadora do Cemaden Liana Anderson, orientadora de Dutra, além de o estudo fornecer uma avaliação abrangente dos padrões das áreas queimadas, ele permite compreender o processo do fogo no local. “Essa região é chamada de a nova fronteira do desmatamento. Houve uma primeira onda, que foi engolindo a floresta a partir de Mato Grosso, e essa frente avançou. Agora vemos um pouco mais para cima, entrando no Estado do Amazonas. Essa área sofre pressões, mas, por outro lado, as unidades de conservação e terras indígenas têm servido como barreiras, enfatizando a importância delas para a manutenção da floresta e de sua sociobiodiversidade”, completa.

A pesquisa também recebeu apoio da FAPESP por meio de outros dois projetos (20/08916-8 e 20/15230-5).

A região

O município de Boca do Acre e seu vizinho Lábrea são o terceiro e o segundo colocados, respectivamente, com os piores indicadores desenvolvimento sustentável entre as 5.570 cidades brasileiras, ficando atrás apenas de Santana do Araguaia, no Pará. Figuram ainda entre os líderes em desmatamento no Estado.

Para a pesquisa, os cientistas analisaram dados de Boca do Acre e um buffer de 25 km em torno dos limites do município, incluindo partes de Lábrea, Pauini, Acrelândia, Senador Guiomard, Porto Acre, Bujari, Sena Madureira e Manoel Urbano. Engloba sete TIs – Apurinã, Boca do Acre, Camicuã, Igarapé Capana, Inauiní/Teuiní, Peneri/Tacaquiri e Seruini/Mariene – e três unidades de conservação – Reserva Extrativista Arapixi, Mapiá-Inauiní e a Floresta Nacional do Purus.

Foram incluídas, além de dados e imagens de satélites, informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que fornece polígonos representando as propriedades rurais privadas no Brasil. Como na Amazônia é comum a invasão ilegal de terras públicas por grileiros, os pesquisadores fizeram ajustes para evitar a sobreposição de imóveis.

“Um dado muito interessante registrado nessa região é o rápido e contínuo crescimento de áreas afetadas pelo fogo dentro de florestas públicas não destinadas, principalmente a partir de 2012, com a aprovação do Código Florestal. No meu entendimento, existe uma inteligência agindo para identificar exatamente esses locais, que têm pouca ou menor governança, ficando bastante vulneráveis para serem focos de atividades seguramente ilegais, posto que são áreas atualmente aguardando destinação”, diz Anderson.

Uma das principais pesquisadoras brasileiras na área de impactos de extremos climáticos e incêndios na Amazônia, Anderson participou de outros trabalhos publicados no ano passado que trataram do tema.

Um deles, divulgado na revista Nature Ecology & Evolution, apontou que o acumulado de focos de calor na Amazônia brasileira em agosto e setembro de 2022 foi o maior desde 2010. Além do volume recorde, superior a 74 mil focos, o grupo verificou que a causa não resultou de seca extrema, como 12 anos antes, mas de ações humanas recentes de desmatamento (leia mais em: agencia.fapesp.br/40164/).

O uso descontrolado do fogo pelo homem também foi a principal influência, superando as secas, em queimadas registradas entre 2003 e 2020 em toda a Amazônia, englobando não só o trecho brasileiro, mas também os outros oito países em que há floresta. Em média, 32% das áreas queimadas anualmente no bioma foram em terras agrícolas (dominadas por pastagens), seguidas por campos naturais (29%) e áreas de florestas maduras (16%).

Ao avaliar o desmatamento e as anomalias de déficit hídrico, o primeiro fator contribuiu mais do que o segundo para os incêndios no período analisado (leia mais em: agencia.fapesp.br/39913/).


Futuro

Maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo, a Amazônia desempenha importante papel na regulação do clima global, incluindo os chamados “rios voadores” – curso de água invisível que circula pela atmosfera. As árvores da floresta fazem uma espécie de “reciclagem” por meio da evapotranspiração, ou seja, a água das chuvas que fica retida nas copas das árvores evapora e permanece na atmosfera em forma de umidade.

Porém, o desmatamento contribui com a alteração desse ciclo das chuvas, provocando a intensificação da estação seca em escala local e aumentando a extensão da vegetação nativa afetada por incêndios florestais. De acordo com as pesquisadoras, se o desmatamento não for contido, a perspectiva para os próximos anos é de aumento da área queimada na região.

O estudo destaca a importância da preservação de unidades de conservação, terras indígenas e vegetação nativa para frear a derrubada da floresta. Há a necessidade de incluir estimativas de risco de incêndio e impacto sob os climas atuais e projetados para o futuro em políticas públicas voltadas para a Amazônia para evitar a perda dos serviços ecossistêmicos.

“As discussões de políticas públicas voltadas para a região precisam incluir questões como o avanço de incêndios, atualizações de planos de manejo do fogo e a proteção às áreas de preservação”, avalia Dutra.

O artigo Fire Dynamics in an Emerging Deforestation Frontier in Southwestern Amazonia, Brazil pode ser lido em: www.mdpi.com/2571-6255/6/1/2.

 


Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/fronteira-emergente-de-desmatamento-no-sudoeste-do-amazonas-registra-aumento-de-incendios/40757/


Confiança do consumidor recua 1,8% em fevereiro, aponta ACSP

IMAGEM: Marcelo Soares/DC

Mesmo com a queda na comparação mensal, o indicador permaneceu acima dos 100 pontos, patamar considerado positivo 


A confiança do consumidor brasileiro, medida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recuou 1,8%, a 106 pontos, na passagem de janeiro para fevereiro. Apesar da queda, o indicador permanece na área considerada positiva, acima dos 100 pontos. Já na comparação com fevereiro de 2022 foi registrada alta de 19,1%.

“Esse recuo na confiança do consumidor, em relação ao mês anterior, pode ser explicado pela desaceleração da atividade econômica, prejudicando a geração de empregos e a renda das famílias”, diz Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

Ele pondera que o resultado não necessariamente configura mudança na tendência de alta da confiança observada desde maio de 2021. Mas, para o economista, a continuidade da evolução do indicador será determinada “pela elaboração de uma regra fiscal com credibilidade suficiente para permitir a redução das expectativas de inflação e, portanto, da taxa básica de juros.”

O indicador da ACSP - o Índice Nacional de Confiança (INC) - mede a percepção das famílias em relação à situação financeira atual e futura, segurança no emprego e disposição para adquirir bens de maior valor. A amostra coletada reúne entrevistados de 1.700 famílias de todas as regiões do país, residentes nas capitais e cidades do interior.

Na comparação mensal, a sondagem apontou diminuição da confiança dos consumidores residentes nas regiões centro-oeste (-5,2%), sul (-2,8%), norte (-5,9%) e sudeste (-3,5%). O nordeste foi a única região a apresentar aumento (1,1%).

Entre as classes socioeconômicas, os entrevistados da classe C se mantiveram estáveis, enquanto os entrevistados das demais classes mostraram redução na confiança.

Segundo a ACSP, quando questionados sobre a situação financeira atual e segurança no emprego, notou-se pessimismo dos entrevistados. Por outro lado, há estabilidade, na comparação com janeiro, em relação às expectativas para a evolução das finanças pessoais e a situação econômica do país e da região de moradia.

De acordo com Ruiz de Gamboa, esse quadro refletiu na menor proporção de entrevistados interessados em comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão, embora a disposição para realizar investimentos tenha registrado aumento.

 

Redação DC
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/confianca-do-consumidor-recua-1-8-em-fevereiro-aponta-acsp


Educação: saiba a importância do ensino do empreendedorismo na escola

O empreendedorismo é um tema que vem ganhando cada vez mais relevância no mundo atual. Em um contexto de mudanças constantes e incertezas, saber identificar oportunidades, criar soluções e inovar é fundamental para se destacar no mercado de trabalho. Diante disso, é importante que as escolas desenvolvam iniciativas que estimulem o pensamento empreendedor em seus alunos.


Quem reforça as afirmações é o diretor Administrativo da Escola Teia Multicultural e CEO da Edtech Asas Educação, Lucas Briquez. Para ele, como empreendedor e educador, o primeiro passo para incentivar essa mentalidade é estimular o senso crítico nos estudantes. "É importante que eles observem a realidade ao seu redor, identifiquem problemas e se coloquem como agentes de transformação, buscando soluções criativas para os desafios que encontram. Isso implica em sair da zona de conforto e assumir uma postura proativa diante das situações", iniciou.

"No entanto, para que os estudantes se sintam motivados a enfrentar esses desafios, é necessário que eles desenvolvam autoconfiança e autoestima. Apenas uma pessoa que acredita em si mesma e em suas habilidades será capaz de idealizar soluções e se dedicar para colocá-las em prática. Portanto, é fundamental que a escola promova atividades que estimulem o desenvolvimento dessas competências nos alunos", emendou.

Outra questão importante apontada por Lucas é a relação entre esforço e recompensa. Segundo ele, é fundamental que os estudantes compreendam desde cedo que para alcançar um objetivo é preciso se esforçar e se dedicar. Dessa forma, reforça Lucas, a escola pode criar atividades e metas para os alunos realizarem, antes de obterem algum tipo de recompensa. Isso ajuda a desenvolver o senso de responsabilidade e disciplina, além de incentivar a busca por resultados.

"Para que a educação empreendedora seja efetiva, é importante que a escola adote uma abordagem prática e colaborativa. Os alunos precisam ser incentivados a trabalhar em equipe, a experimentar soluções e a aprender com seus erros. Além disso, é fundamental que a escola ofereça espaços e recursos que permitam que os estudantes coloquem suas ideias em prática, como laboratórios de inovação e incubadoras de projetos", falou.

"Diante de um cenário cada vez mais competitivo e desafiador, é importante que as escolas inovadoras adotem uma abordagem empreendedora em sua educação. Ao desenvolver a mentalidade empreendedora nos estudantes, a escola está preparando-os para enfrentar os desafios do mundo real, estimulando a criatividade, a inovação e o protagonismo", finaliza o profissional.

 

Mobilização de mercado imobiliário ajuda vítimas das chuvas no litoral norte

Voltada a residenciais para o segmento econômico, a Longitude Incorporadora contribui para a causa solidária que arrecadou até agora R$ 650 mil


A construção civil, um dos setores mais importantes da economia nacional, responsável pela geração de milhares de empregos no País, mobiliza-se para auxiliar as vítimas da catástrofe causada pelas fortes chuvas no Litoral Norte de São Paulo. Em parceria com a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias), a Longitude Incorporadora arrecadou até agora R$ 650 mil, que serão destinados à ONG Gerando Falcões. A campanha solidária prossegue e ainda é possível doar qualquer quantia para ajudar quem mais precisa.

Desde o início da pandemia, o setor da construção civil responde pela criação de cerca de meio milhão de empregos com carteira assinada, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Da mesma forma que a Covid-19 exigiu a reação do setor, no sentido de gerar trabalho e mover a economia nacional, uma catástrofe da magnitude da que ocorreu no Litoral Norte chama à nossa responsabilidade solidária”, afirma Guilherme Bonini, diretor executivo da Longitude Incorporadora.

As fortes chuvas que provocaram deslizamentos, fizeram dezenas de vítimas e deixaram milhares de desabrigados no Litoral Norte, durante o feriado de carnaval, mobilizaram a Abrainc e suas associadas, com a participação da Longitude, a iniciar uma ampla campanha solidária. Até o momento, foram arrecadados R$ 650 mil em doações que serão destinadas à ONG Gerando Falcões, ecossistema de desenvolvimento social que atua por meio da estratégia de rede em periferias e favelas de todo o Brasil.

A Longitude Incorporadora está presente em Hortolândia, Sumaré, Monte Mor, municípios da Região Metropolitana de Campinas, e em Sorocaba. “Está em nosso DNA destinar recursos a causas sociais em todas as cidades em que a Longitude tem seus empreendimentos residenciais voltados ao segmento econômico”, afirma Bonini. “Muito do que geramos no Interior é destinado, neste momento, a quem mais precisa no Litoral”, completa.

O diretor executivo da Longitude Incorporadora ressalta que a campanha iniciada com a Abrainc continua. “Toda a ajuda é bem-vinda e qualquer valor faz a diferença”, destaca.

As doações podem ser feitas via Pix: 18.098.682/0001-82 (CNPJ da Abrainc).


O ESG como pilar da Construção Civil

O setor da construção civil é, sem dúvida nenhuma, um dos mais relevantes para a economia brasileira. De acordo com dados do CAGED, em dezembro de 2022 foi responsável por mais de 2,5 milhões de empregos com carteira assinada, além de atender a necessidade de outros sem número de brasileiros em relação à casa própria e ao desenvolvimento de construções para o comércio e indústria de outros produtos e serviços. Representa, ainda, 6,2% do PIB nacional e 34% do setor industrial.

E esses grandes números são um indicativo, também, do tamanho do impacto que a construção civil pode causar em termos socioambientais. Reconhecer e tratar esses impactos são essenciais para o desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo e importante para a expansão do próprio setor em termos de resultados financeiros e de ganho reputacional perante seus clientes, empregados e a comunidade em geral. É por isso que, assim como outros negócios, as empresas da construção civil devem se voltar para a pauta ESG (Environmental, Social and Governance) e tê-la como verdadeiro pilar para o seu crescimento.

Em termos ambientais, podemos destacar como maiores impactos gerados pela construção civil o consumo de recursos naturais para a produção de insumos, os efeitos sobre o solo e vegetação da área da construção, além da geração de resíduos, o aumento do consumo de energia e o desperdício do uso da água.

Também podemos identificar impactos em termos sociais. O impacto positivo é, sem dúvida, a enorme geração de empregos como já apontado acima. Porém, merece atenção a qualidade desses empregos. Primeiro em termos de remuneração adequada, depois em termos de segurança para seus empregados, principalmente aqueles que trabalham diretamente nas obras e, também, o fato de ser um ambiente majoritariamente masculino e preconceituoso.

Muitos acreditam que esses impactos são inerentes do setor, mas isso não significa que devem ser ignorados e não mereçam atenção e cuidado para sua mitigação.

Algumas das ações que podem ser adotadas, entre muitas outras, são:


1 – Procurar gerenciar melhor o uso dos materiais na obra, quantificando melhor a sua quantidade necessária e utilizando materiais reutilizáveis, como por exemplo escoras metálicas ao invés de escoras em madeira, além de dar o destino correto aos resíduos que não poderão ser de modo algum reutilizados.


2 – Buscar o melhor gerenciamento, também, do uso dos recursos de energia elétrica e da água, com a adoção de medidas simples como garantir só ligar o maquinário quando estiver efetivamente em uso e fazer a captação da água da chuva durante a obra para, por exemplo, a limpeza do canteiro.


3 – Plantar junto à obra ou em lugar próximo a mesma a mesma quantidade de árvores que tiveram que ser abatidas para a sua realização.


4 – Cuidar dos seus colaboradores, realizando atividades que garantam um bom clima organizacional, segurança no trabalho e saúde física e mental, de modo a melhorar o nível de satisfação em relação ao ambiente de trabalho, com os reflexos que isso pode causar em relação à maior produtividade, diminuição de absenteísmo e de turnover.


5 – Desenvolver programas buscando a inclusão e diversidade nas equipes, afinal times mais diversos trazem diferentes perspectivas, são mais criativos e por isso geram melhores resultados.


Mas para que tudo isso seja implementado de forma efetiva, com uma visão de resultados para o longo prazo, é essencial a adoção de boas práticas de governança corporativa, como, por exemplo, medidas para garantir o alinhamento de interesses entre os próprios sócios (p.ex. Acordo de Sócios) e, também, entres estes e a sua gestão (p.ex. Políticas Internas), com a orientação formal e o monitoramento acerca dos princípios e valores que devem pautar a tomada de decisões no dia a dia no negócio e das ações adotadas.


Com isso a empresa estará adotando medidas efetivas pautadas pelo ESG e dessa forma garantindo o seu desenvolvimento de forma sustentável. Afinal o tempo de buscar obter ganhos a qualquer custo está ultrapassado. As empresas devem assumir a responsabilidade pelos impactos que geram perante a sociedade como um todo e agir para mitigá-los.


Monica Bressan - especialista em governança corporativa, compliance, ISO 37001, ISO 31000, contratos e finanças. Consultora, palestrante e professora. Formada em Direito e em Administração de Empresas, com especialização em Direito Tributário e Mestre em Finanças Corporativas. Com certificação ISO 31000 Lead Risk Manager (Gestão de Riscos) e ISO 37001 Provisional Auditor (Antissuborno). Membro da Comissão de Compliance da OAB/SP. Com mais de 20 anos de experiência organizacional e jurídica.
www.ledonnectd.com.br.


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