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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Desconhecimento sobre Novo Ensino Médio agrava inseguranças dos alunos

Professora Marly Campos, da Camino School, mostra como acolher estudantes que estão iniciando o Ensino Médio

 

A transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio costuma gerar diversas inseguranças nos estudantes. Nessa fase escolar, os alunos se deparam com novos conteúdos, um maior número de professores e, por vezes, maior carga horária. Além disso, lidar com novos desafios, ritmos e expectativas pode ser uma tarefa difícil para muitos deles. Afinal, o Ensino Médio é o fim de uma etapa dada como básica e o início de outra, cheia de importantes tomadas de decisão.

 

Neste ano, a adaptação a essa nova etapa escolar vai abranger, também, a dinâmica do Novo Ensino Médio. Segundo pesquisa do Senai e do Sesi divulgada nesta semana, 55% da população ainda desconhece as mudanças trazidas pelo sistema, o que pode gerar ainda mais insegurança nos alunos.

 

Apesar da desinformação que precisa ser solucionada, quando são listadas as principais mudanças mais de 70% dos brasileiros aprovam diretrizes como a escolha dos itinerários e novo modelo de currículo. De acordo com a professora Marly Campos, esse modelo vai ajudar na adaptação dos alunos que entrarem no primeiro ano deste ciclo, pois eles poderão contar com atividades que os ajudarão a desenvolver protagonismo e autoconhecimento.

 

“A BNCC atribui uma nova arquitetura ao currículo do Ensino Médio principalmente com a inserção da escolha dos itinerários formativos e do projeto de vida”, explica Campos. “Escolas que se organizam tendo o estudante no centro do processo, voltadas para a cultura local, para as condições de vida da comunidade, são tentativas de propiciar uma educação significativa para a sua juventude” afirma a professora.


 

Principais inseguranças da transição para o Ensino Médio


Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos estudantes nessa fase escolar é a falta de clareza diante da necessidade de realizar escolhas. “Eles precisam lidar com tensões geradas pelas escolhas profissionais que se avizinham e para as quais nem todos se sentem preparados”, afirma Marly Machado Campos, professora da Camino School, escola trilíngue, especializada em metodologias ativas, localizada na Zona Oeste de São Paulo.

 

“Muitos sabem que precisam levar mais a sério o estudo e percebem o final da etapa básica, mas com a instabilidade emocional, própria da adolescência, manter o foco nas escolhas se torna mais difícil”, explica a professora.

 

Inseguranças com o corpo e a sensação de não-pertencimento são outras características típicas dessa fase da vida e requerem atenção. “Às inseguranças cotidianas somam-se outras, relacionadas com o próprio corpo em transformação, com a necessidade de pertencimento ao grupo e de ser aceito”, acrescenta Marly Campos. 

 

Realizar uma escuta atenta e ativa é uma excelente forma de acolher as dores e as incertezas dos estudantes neste período. Para isso, é importante que tanto a escola como a família estejam dispostas a adotar essa postura acolhedora. “Ajudar os alunos a identificar as perguntas norteadoras para o momento e as possibilidades que estão disponíveis é uma forma de acolhimento e parceria”, afirma Campos. “A coerência entre a visão e postura da escola e da família contribui para a segurança do estudante e potencializa o acolhimento”, acrescenta a professora.


 

Um exemplo positivo e inspirador


Uma forma de auxiliar estudantes nessa adaptação é promover o seu protagonismo na construção do conhecimento. Para isso, existem metodologias criadas a partir de problemas reais que já estão sendo implementadas na prática, como a Project Based Learning (PBL), adotada pela Camino School. “No Ensino Médio, estamos aprofundamento os conhecimentos, estimulando nos estudantes a ampliação da visão de mundo, bem como a atribuição de significado ao que se aprende”, mostra Campos. 

 

A construção coletiva do conhecimento, promovida pelos projetos, é um componente importante para a formação integral dos alunos. “Na Camino School, os itinerários formativos para o primeiro bimestre foram propostos, considerando os interesses do grupo e os estudantes já fizeram as suas escolhas”, comenta a educadora. 

“Esse olhar individualizado para cada aluno tem o propósito de auxiliar tanto nas dificuldades cognitivas quanto nas socioemocionais”, conclui.


Potencial da indústria farmacêutica para investir em cannabis medicinal

A indústria farmacêutica é um dos segmentos mais poderosos do mundo, já que é a encarregada da produção de medicamentos, responsáveis pela manutenção da saúde de bilhões de pessoas ao redor do planeta. De acordo com dados da consultoria IQVIA, a área somou R$ 88,3 bilhões em vendas em 2021, crescimento de 14,7% em relação ao ano anterior.

É um mercado em constante transformação graças aos seguidos avanços tecnológicos que possibilitam métodos inovadores de tratamento. Além disso, a evolução da indústria farmacêutica e científica permitiu unir tratamentos alopáticos e homeopáticos de acordo com a necessidade do paciente, a fim de oferecer alternativas eficazes e que auxiliem na qualidade de vida.

Por isso, é fundamental que o setor farmacêutico esteja atento aos novos métodos de tratamento da população, como o aumento do uso de medicamentos à base de cannabis medicinal, que hoje auxilia mais de 100 mil pacientes no país, de acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e tem potencial para atender outras milhões de pessoas. 

Atualmente a produção e o cultivo da cannabis são proibidos no Brasil, a atual regulamentação permite apenas a importação desses produtos, ou da matéria prima semi elaborada, por meio de autorizações da Anvisa. Por isso, ainda é um mercado que há muito a ser explorado no país, principalmente considerando que a demanda não atende nem em 50% os pacientes que poderiam ser beneficiados com os produtos, com comprovações científicas de que estão se tornando cada vez mais eficazes. 

Com uma visão mercadológica, isso acaba se tornando uma grande oportunidade, pois as companhias podem preencher essas lacunas e se tornarem autoridades no tema. Afinal, a indústria farmacêutica é extremamente dinâmica e a pressão competitiva da entrada da cannabis não precisa ser considerada um potencial prejuízo, e sim a evolução de um setor que já existe e está em constante maturação.

Uma avaliação da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), com base em dados da Euromonitor, aponta que o mercado da cannabis deve ganhar força no Brasil nos próximos anos, com potencial para atrair até US$ 30 bilhões e gerar mais de 300 mil empregos em dez anos. 

O segmento de cannabis é novo, por isso as companhias não possuem grandes históricos para podermos  compartilhar tendências a longo prazo. Apesar disso, tenho uma perspectiva positiva em relação ao setor, que vem se expandindo e ainda nos encontramos no começo da curva de crescimento. Em linhas gerais, o mercado de cannabis é promissor e, como todo investimento, tem o momento certo para investir, ou seja, analisar os riscos e oportunidades quanto ao cenário econômico do momento. 

Entendo que o principal segredo para o sucesso de um investimento é saber identificar as oportunidades de mercado e suas possibilidades de desenvolvimento, além de estar atento às tendências. Afinal, é um processo que precisa ser estudado com base em possibilidades futuras, principalmente nesse setor, em que eu acredito muito, considerando as descobertas da ciência, cada vez mais inovadoras e motivadoras.

 

Fabrizio Postiglione - fundador e CEO da Remederi, farmacêutica brasileira que promove o acesso a produtos, serviços e educação sobre a cannabis medicinal. O executivo estuda a planta há mais de 10 anos e ao longo de sua trajetória profissional, atuou em todo o processo para produção e comercialização de medicamentos à base de cannabis.

 

A nova geração das tecnologias em sala de aula

O uso de tecnologias no ensino, por parte de professores e alunos, traz não apenas novas possibilidades em sala de aula e novas propostas pedagógicas, como também muitos debates para entender até que ponto a tecnologia pode ser benéfica para o aprendizado.

No início dos anos 2000, debatia-se, amplamente, se o uso da internet em salas de aula seria benéfico. Seriam as informações encontradas na rede confiáveis? Ou teriam um caráter acadêmico? No início da década de 2010, o debate era sobre a popularização dos smartphones, e como esses dispositivos poderiam ser distratores no ambiente escolar. Na primeira metade da década de 2020, discutimos a I.A. (Inteligência Artificial). 

Hoje, percebe-se que a internet não apenas auxiliou professores e alunos, mas também foi a base do ensino durante a pandemia de covid-19, quando fomos obrigados a aprender e ensinar por meio da rede. Em um grande número de colégios, a rede é encontrada em todas as salas de aula. Para os estudantes, é uma ferramenta utilizada como plataforma de ensino, meio de pesquisa e até uma nova forma de comunicação  com colegas e professores. O uso da rede global de computadores dentro das escolas já é um consenso. 

Seguindo a evolução tecnológica, chegamos aos smartphones, telefones com acesso à internet. Acredito que tais dispositivos têm o potencial de serem utilizados em sala de aula como facilitadores. Porém, o mesmo aparelho que apresenta em segundos os resultados de uma pesquisa, ou faz um cálculo matemático, traz o acesso a jogos, mídias sociais e inúmeras outras funções que tornam-se distratores dentro de sala de aula. Sendo assim, o uso de smartphones nesse espaço acaba por não formar uma unanimidade entre os profissionais da educação.

Hoje, discute-se uma tecnologia que é diferente das citadas acima. Falamos sobre a Inteligência Artificial, a qual, diferentemente dos smartphones e da internet, tem uma capacidade de criação antes  encontrada apenas no cérebro humano. Não apenas discutimos uma tecnologia que facilita o acesso dos estudantes e dos professores à informação, mas uma inteligência capaz de criar textos, imagens e até mesmo respostas prontas, trabalhos discursivos inteiros e ainda explicar satisfatoriamente o motivo de uma resposta ter sido escolhida como correta. 

A Inteligência Artificial como novo membro da sala de aula, traz inicialmente os mesmos debates que as outras tecnologias. Questiona-se até que ponto a I.A. é uma facilitadora ou um problema dentro das escolas. A falta de concordância sobre o uso da I.A. em salas de aula é provada quando percebemos que escolas, como as do estado de Queensland, Austrália, proíbem o uso de uma das I.A. mais populares atualmente, o ChatGPT. 

Ainda na Austrália, as universidades Flinders University, University of Adelaide e University of South Australia tomaram decisões diferentes, permitindo o uso da I.A., desde que seja declarado. Ou seja, em uma mesma nação, encontramos  divergências em relação ao uso de tal tecnologia. 

Como professor, sou a favor de todas as tecnologias que possam auxiliar o aprendizado, facilitando o acesso à informação. Deve-se antes compreender, de que forma a I.A. pode auxiliar o professor e seus alunos, e quais as suas vantagens pedagógicas. Porém, penso que é dever da escola e dos educadores garantirem que todo tipo de tecnologia possa ser utilizada de maneira correta.

A internet como ferramenta escolar é um consenso, os smartphones não. Já a I.A. ainda levanta debates sobre de que modo seu conhecimento pode auxiliar os alunos, ou se pode acostumá-los a apenas digitar para ter uma resposta. O meu receio, assim como dos educadores em geral, é da criação de uma geração de alunos sem capacidade de síntese e sem senso crítico.

Sinto que a internet é uma “nova Barsa”, trazendo todos os tipos de conhecimento condensados em uma só rede, de modo que a enciclopédia antes encontrada apenas em folhas de papel, pode agora ser acessada com o toque de alguns botões. As capacidades de pesquisa e síntese da I.A são inegáveis, e trazem não apenas os dados condensados na rede, mas os interpreta e cria respostas lógicas. Resta saber de que modo essas capacidades podem fazer com que os alunos aprendam, ou se podem prejudicá-los por não precisar mais desenvolver as habilidades que a I.A. agora traz.


Enzo Kalinke - especialista em Educação Internacional, é professor de História do Colégio Positivo.

 

Dia do Consumidor: redes sociais, experiência phygital e atenção às finanças impactam geração Z no e-commerce

Jovens chegam ao mercado consumidor com novas prioridades; executivo aconselha estudar perfil de compra do grupo em datas comemorativas 

 

Com o passar dos anos, fica nítida a existência de consumidores cada vez mais exigentes, com novos perfis de compras e, muitas vezes, mais interessados no acesso e na qualidade da experiência do que na posse dos produtos. Essa mudança reflete a entrada dos jovens da geração Z no mercado consumidor – nascidos entre 1995 e 2010 –, com prioridades diferentes e desafiadoras para os empresários. Estar preparado para atender esse novo público, focando no digital e investindo em melhorar a jornada do usuário, é um ponto crucial.

 

Todos os aspectos particulares desse grupo devem ser levados em consideração em datas comemorativas do comércio, como o Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março. Para Eric Vieira, head de e-commerce da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios, empresários precisam estar atentos para entender o público e não ficar para trás. “Essa geração, ao meu ver, é ainda mais exigente quando falamos de agilidade e prontidão, ainda mais no meio digital, pois são pessoas que já nasceram na era tecnológica e sabem tudo desde muito cedo”, pontua o executivo.

 

A geração Z, segundo a ONU, já é a mais numerosa do mundo, representando 32% da população. As principais análises de perfil e hábitos de consumo desse grupo sugerem que eles estão sempre em busca de novidades e dificilmente acabam sendo fiéis a produtos e marcas, pois gostam de pesquisar, inovar e se diferenciar. Além disso, são financeiramente mais atentos, sempre em busca de estratégias digitais que os beneficiem, como descontos e cashbacks

 

Geração Z omnichannel: requisito é ser phygital


É fato que essa geração é dependente dos celulares, e, inclusive, preferem dispositivos móveis aos computadores pela agilidade e rapidez. “Para o Dia do Consumidor, vale o comércio pensar em estratégias que englobem os smartphones, através de aplicativos, criando ferramentas e formas de captar a atenção deles e proporcionar uma experiência satisfatória”, comenta Eric.

 

Estimativas do mercado apontam, por exemplo, que esses jovens chegam a compartilhar cinco telas ao mesmo tempo, incluindo computador, celular, TV, consoles e até acessórios, como smartwatches. “Podemos concluir que é uma geração predominantemente omnichannel, que, apesar de nascerem no mundo digital, recebem o impacto também nas experiências físicas. Na medida em que os hábitos de consumo vão mudando, os clientes vão demonstrando mais receptividade às inovações e tendências vão surgindo, como o phygital. Ele é particularmente compatível com a geração Z”, afirma Vieira. 

 

Apesar de também envolver a integração do físico com o digital, o phygital e o omnichannel não são conceitos iguais. Além disso, para poder entregar a experiência digital, faz uso de tecnologias imersivas como a realidade aumentada e virtual que habilitam engajar e mesmo testar os produtos de forma virtual, proporcionando uma experiência de maneira interativa e com grau maior de personalização. O omnichannel está relacionado à convergência dos canais na operação do varejo e no atendimento ao consumidor. Já o phygital está mais voltado à incorporação de tecnologias a experiências presenciais. É o caso, por exemplo, de sistemas de self-checkout em lojas físicas ou de um parque de diversões que disponibiliza uma pulseira digital para acesso aos brinquedos, ao quarto do hotel e a determinadas compras. Porém, para ser phygital, é preciso, antes, ser omnichannel.

 

Redes sociais ajudam a atrair a geração Z para o seu e-commerce


As redes sociais são responsáveis por melhor alcançar a geração Z. De acordo com o Instagram, a plataforma de lojas embutidas no próprio aplicativo foi responsável por 59% das vendas realizadas através de redes sociais – o aplicativo é o mais utilizado por 84% dos internautas entre 16 e 29 anos, janela que engloba a geração Z, segundo pesquisa da Opinion Box. Portanto, é crucial que haja investimento do empreendedor em influenciadores, publicidade, e marketing digital nas redes sociais, especialmente em datas como Dia do Consumidor e Black Friday, por exemplo. 

 

Isso sem mencionar o TikTok, plataforma mais baixada no mundo, que deve fechar o ano com mais de 1,5 bilhão de usuários, sendo aproximadamente cinco milhões apenas no Brasil. Um em cada quatro usuários (23%) afirmaram que descobriram algo na plataforma e foram comprar imediatamente, segundo a plataforma. “Já existem relatos no mundo todo capazes de afirmar o poder do TikTok na divulgação de marcas e produtos. As pessoas vão atrás deles por conta da rede social”, conta Eric. A hashtag #TikTokMadeMeBuyIt, por exemplo, já possui 23,9 bilhões de visualizações. 



FCamara
www.fcamara.com
 

Investimentos: especialista dá dicas de como introduzir o assunto na rotina dos filhos

Abordar o tema com as crianças desde os primeiros anos de vida e dar início a uma carteira de aplicações o quanto antes são algumas das dicas de Pedro Henrique Ferroni, sócio-fundador da CTM Investimentos


Conversar com os filhos sobre educação financeira é um hábito cada vez mais comum nos lares brasileiros. Pelo menos é o que mostra a pesquisa Finanças Infantis, realizada pelo Serasa em parceria com a Opinion Box. Segundo o levantamento, 85% dos pais e responsáveis falam com as crianças sobre a importância de se levar uma vida financeira saudável.

Abordar o tema com os pequenos desde os primeiros anos de vida é o passo inicial para garantir um futuro equilibrado para os filhos. É essencial, no entanto, compreender que o comportamento dos pais terá grande influência no processo. Essa é a primeira dica de Pedro Henrique Ferroni, sócio-fundador da CTM Investimentos, que investe em ações de longo prazo para as duas filhas, de quatro e sete anos, desde que elas nasceram.

“Não adianta falar sobre educação financeira ou fazer um investimento para o filho quando os próprios pais não são financeiramente saudáveis ou não têm uma relação positiva com o dinheiro”, diz Ferroni.

De acordo com o especialista, é preciso refletir e ter consciência sobre as próprias crenças em relação à vida, considerando que elas serão transmitidas aos filhos, ainda que de forma inconsciente, e que as crianças e jovens aprendem melhor por observação. Medo, sensação de falta de merecimento e indisciplina são apenas alguns comportamentos que podem afetar a vida financeira de uma pessoa ao longo do tempo.

“Compreender como você funciona é o primeiro passo para qualquer mudança e evolução. Isso é chamado de ‘autoconhecimento’. Depois disso, é necessário que os pais promovam mudanças em seus hábitos e crenças, tornando possível atingir o sucesso financeiro”, garante o sócio-fundador da CTM Investimentos.

O passo seguinte é a introdução didática do tema no dia a dia da criança, estimulando o entendimento da importância do dinheiro e o verdadeiro propósito de poupar e investir. Essa também é uma rotina na casa de Ferroni, que mostra para as filhas quais empresas podem fazer parte de uma carteira de investimentos. Se elas estão jogando na plataforma de games Roblox ou assistindo a vídeos no Youtube, por exemplo, ele explica que elas podem ser “sócias” dessas empresas, por meio da compra de ações.

Confira mais dicas do especialista:


  1. Comece pela boa e velha mesada

Estimular a criança a lidar com seu próprio dinheiro é uma forma de fomentar o conhecimento a respeito do assunto. Destinar um valor mensal ou semanal e ensiná-la como lidar com ele é um excelente exercício inicial. É nesse momento que os primeiros ensinamentos são introduzidos. Estimule um pensamento racional sobre o assunto, deixando claro para a criança que existem desejos e necessidades e que ter um planejamento é essencial.


  1. Ensine que o dinheiro acaba

Deixe claro que a criança precisa escolher como vai gastar o seu dinheiro e que ele não é infinito, estimulando o pequeno a refletir sobre qual é a melhor escolha naquele momento e entender que seu dinheiro precisa ser bem usado.


  1. Defina um objetivo

Ajude a criança a traçar qual objetivo será atingido caso ela cumpra suas metas financeiras. Também é importante explicar que alguns objetivos demoram mais para se concretizar do que outros e que é necessário ter disciplina.


  1. Destine um valor para cada finalidade

Estimule o entendimento de que não é saudável destinar todo o dinheiro para um único fim. Ajude a criança a realizar uma divisão de valores e a decidir quanto destinar a cada objetivo ou necessidade.


  1. Seja o exemplo em casa

Explique para a criança que a família também tem objetivos financeiros e que é necessário poupar, além de ter paciência e disciplina. Também é importante estimular a consciência da autorresponsabilidade e mostrar que eles são os administradores de suas vidas. As “pequenas coisas” os qualificam para cuidar das grandes coisas.


Investimentos devem começar o quanto antes

Para os pais que desejam investir pensando no futuro dos filhos, a grande vantagem de começar uma carteira de aplicações desde o nascimento da criança é a possibilidade de se ter um rendimento maior a longo prazo, já que não é necessário movimentar o recurso acumulado por pelo menos 18 anos.

Outro ponto que deve ser ressaltado é que os gastos tendem a aumentar conforme a idade avança, principalmente as despesas com educação. Quanto mais cedo os pais compreenderem os melhores canais de investimentos, melhor será o resultado no futuro.

A idade da criança e o valor mensal do aporte acabam afetando o valor resgatado, principalmente quando o investimento é alocado apenas em renda fixa. O ideal é que se tenha um equilíbrio entre renda variável e fixa, alocando a maior parte no primeiro tipo. Apesar disso, não é necessário renunciar à ideia de investir somente pelo fato de que a criança está mais velha.

“Se considerarmos os 18 anos como maioridade, os pais possuem um belo tempo desde o nascimento dos filhos para investir. É preciso, porém, ter constância e disciplina nos aportes, lembrando que a paciência é um ativo importante nesse planejamento”, finaliza Ferroni.

 

Conheça as mudanças e saiba o que esperar do novo marco cambial

Nova lei amplia escopo de pagamentos em dólar no Brasil e permite que moedas estrangeiras sejam usadas para quitar dívidas contraídas por empresas brasileiras. Devido a sua complexidade, o ideal é contar com parceiros como a Pryor Global, que tem mais de 26 anos de mercado e oferece serviços de consultoria e operação de câmbio

 

O novo marco cambial já entrou em vigor. A Lei Nº 14.286/ 2021 dispõe sobre o mercado de câmbio brasileiro, o capital brasileiro no exterior, o capital estrangeiro no País e a prestação de informações ao Banco Central do Brasil (BC). As regras começaram a valer desde 31 de dezembro de 2022. 

A lei, que foi sancionada em 2021, tem o objetivo de simplificar as transações com moedas estrangeiras. A mudança vai beneficiar o desempenho do Brasil no mercado internacional e ajudar no crescimento econômico. Segundo o relator da lei, Carlos Viana (PL-MG), a norma busca modernizar o mercado, alinhando a regulação com os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

“O escopo da lei é amplo, impactando as atividades tanto de pessoa física quanto jurídica. Na prática abrange desde as viagens internacionais e a compra e venda de moedas estrangeiras até a atividade de empresas exportadoras e importadoras”, explica Marcelo Barsotti, CRO (Chief Revenue Officer) da Pryor Global. 

Segundo Barsotti, a nova lei cambial, além de ampliar o escopo de pagamentos em dólar no território nacional, permite que a moeda estrangeira seja usada para quitar dívidas contraídas por empresas brasileiras.  O contrato de câmbio deixa de ser obrigatório e cada instituição financeira pode definir critérios próprios para comprovar a operação desde que as partes tenham ciência e concordem com as condições estabelecidas.  

“Cabe ao cliente indicar o código de natureza para as operações de câmbio e para transações de até US50 mil a classificação pode ser feita em apenas oito códigos, com o posterior envio da informação da instituição financeira para o BC, que deve ser feito até o 5º dia do mês subsequente”, detalha o executivo da Pryor Global. 

A emissão do RDE – ROF (Registro Declaratório Eletrônico – Registro de Operações Financeiras) só é obrigatória em alguns casos, como em operações de crédito externo com valor igual ou superior a R1 milhão; importação financiada de bens ou serviços com prazo de pagamento a partir de 180 dias, com valor igual ou superior a US 500 mil. Além disso, deve ser feita quando ocorre recebimento antecipado de exportação e arrendamento mercantil financeiro externo, com prazo de pagamento superior a 360 dias, com valor igual ou superior a US 1 milhão. 

Já a emissão do RDE-IED (Registro Declaratório Eletrônico de Investimento Estrangeiro Direto) é necessária nas operações de investimento estrangeiro direto, quando a transferência financeira estiver relacionada a um investidor não residente, com valor igual ou superior a US 100 mil e a movimentação em casos diversos, como permuta, cessão, dividendos, entre outros, com valor igual ou superior a US 100 mil. “As operações de importação financiadas também tendem a ser beneficiadas, porque não é mais necessário aguardar a chegada de um produto no Brasil para que o pagamento possa ser feito”, afirma Barsotti. 

Para pessoa física, a mudança mais significativa é a possibilidade de compra e venda de moedas estrangeiras de forma eventual – o que já acontecia, mas não era prevista em lei – e a quantia que não precisa ser declarada em viagens internacionais – que, antes, era de R10 mil e agora passa a ser de US10 mil. 

 

O que esperar? 

Em geral, pode-se afirmar que a nova lei cambial veio para inserir o Brasil dentro de um ambiente regulatório mais moderno no que diz respeito às operações com moedas estrangeiras, ampliando a presença do Brasil no mercado internacional e incentivando o seu desenvolvimento. Vale ressaltar que a nova lei está alinhada com as diretrizes da OCDE, o que simplifica as transações envolvendo moeda estrangeira no território nacional. 

“A legislação brasileira é complexa e sofre mudanças constantes. Por isso, é necessário estar sempre atento para estar em conformidade com as novas regras. Nesse contexto, nada melhor do que estar ter o apoio de especialistas no assunto como a Pryor Global, que tem experiência de mais de 26 anos em processos de instalação e aceleração de negócios de empresas estrangeiras no Brasil”, conclui Barsotti. A Pryor Global oferece, dentre outros serviços, consultoria e operação de câmbio para seus clientes. 


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Gabinete Compartilhado propõe tornar crime o aumento abusivo de preços em ocasiões de emergência


PL pretende coibir práticas criminosas contra o consumidor


 

Os deputados federais Duarte Júnior (PSB-MA), Tabata Amaral (PSB-SP), Pedro Campos (PSB-PE), Duda Salabert (PDT-MG), Camila Jara (PT-MS) e Amom Mandel (Cidadania-AM), integrantes do Gabinete Compartilhado, apresentaram, nesta quarta-feira (22), um projeto de lei que torna crime o aumento de preços de produtos ou serviços em períodos de calamidade pública, endemias, epidemias e pandemias.

 

A proposta ocorre para coibir práticas como as vistas na região litorânea de São Paulo, atingida por fortes chuvas, onde o litro de água chegou a ser vendido por R$ 93. O PL define a prática como abusiva por ser produto de necessidade básica. Nesse caso, o único beneficiário é o comerciante, que lucra em cima do estado de calamidade.

 

“É um verdadeiro absurdo. Não é a primeira vez que acontece. Durante a pandemia, aumentaram o valor cobrado pela máscara, assim como o valor da vacina. É um ato totalmente desumano, que precisa ser configurado como crime”, afirma Duarte Júnior, que foi presidente do Procon do Maranhão na gestão Flávio Dino.

 

“Aqueles que agirem de forma gananciosa, serão responsabilizados. Não aceitaremos abusos com o consumidor”, acrescentou. 

 

As penas previstas no projeto, em razão da elevação abusiva de preços e crimes contra a ordem econômica, chegam a cinco anos de reclusão, além de multa.



Fortes chuvas causam mortes e prejuízos à população brasileira em decorrência de mudança climática global

La Niña dará lugar ao El Niño, mas ainda não é possível estimar o volume das chuvas e/ou o período das secas que devem assolar diversas regiões do País, mas o Estado e a sociedade podem antever danos e minimizar os impactos do aquecimento global

 

Neste feriado de Carnaval, moradores do Litoral Norte de São Paulo enfrentaram chuvas fortes e intensas que infelizmente resultaram em mortes, desabrigados, desaparecidos e prejuízos financeiros milionários. Até o momento, foram confirmados 48 óbitos, sendo 47 em São Sebastião e um (1) em Ubatuba.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), diversas cidades brasileiras estão em estado de alerta em decorrência das chuvas. As regiões que supostamente serão atingidas pelas tempestades nos próximos dias fazem parte do Norte, do Centro-Oeste e, principalmente, do Sudeste. Uma porção do Sul também será atingida, com exceção dos Estados de Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

Em países do hemisfério sul, como o Brasil, por exemplo, surgem situações típicas da estação mais chuvosa do ano. Assim como aconteceu no Carnaval, diariamente, aumentarão as notícias sobre inundações, desmoronamentos, alagamentos, enchentes, desastres naturais, prejuízos financeiros e vítimas afetadas pelas fortes e intensas chuvas de verão. 

Previsões indicam que, ao longo de 2023, o La Niña se dissipará e dará lugar ao El Niño — ambos partes de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico —, mudando drasticamente o clima em todo o País

Tal fenômeno é caracterizado pela oscilação da temperatura da superfície do mar no oceano Pacífico Equatorial. Quando a região está mais fria caracteriza-se uma La Niña; quando está mais quente, há um El Niño.

Essa projeção deverá mudar completamente o panorama climático do Brasil, além de influenciar diretamente na estação chuvosa de 2023/2024.

Até lá, segundo especialistas, em outras palavras, o clima poderá prejudicar demasiadamente o Norte e o Nordeste brasileiro. Regiões que tendem a sofrer com as secas e a vivenciar problemas graves de abastecimento de água, por exemplo. 

Já as regiões Sul e Sudeste devem se beneficiar com um aumento das chuvas e da temperatura que podem ser favoráveis aos setores do agronegócio e da energia.

No entanto, a elevação na quantidade e no volume de chuvas ocasionará uma série de intempéries à sociedade. A natureza clama por socorro e demonstra sinais explícitos de que é preciso fazer algo para controlar o aquecimento global da Terra.


Elevação da temperatura global já causa eventos extremos

As chuvas intensas que atingiram municípios da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e diversos outros estados, nos últimos anos, confirmam um marco temporal definido, desde o fim dos anos 80, pelos relatórios do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU). 

Tais relatórios indicavam que, a partir do ano de 2020, a ocorrência de eventos extremos seria mais expressiva. Embora houvesse episódios isolados de chuvas intensas nas últimas décadas, agora, os índices pluviométricos superam em apenas alguns dias a previsão de precipitação de todo o mês. 


Essa mudança climática gera padrões inéditos, para os quais o mundo, o Brasil e os brasileiros não estão preparados.


A chuva em números 

De acordo com estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), entre outubro de 2017 e janeiro de 2022, as chuvas no Brasil causaram prejuízos que ultrapassaram R$ 55,5 bilhões.

Somente em 2022, até o início de dezembro, o País sofreu ao menos 11 grandes desastres causados por precipitação severa. Nesse período, foram registradas 386 mortes e cerca de 232.530 pessoas foram afetadas por enchentes e/ou deslizamentos país afora.

No último mês do ano, diversos municípios decretaram Estado de Calamidade Pública ou Situação de Emergência. Por consequência das fortes tempestades e da falta de planejamento urbano, inúmeras pessoas morreram e milhares ficaram desalojadas e desabrigadas. 

Por falta de infraestrutura, boa parte dos custos e dos prejuízos financeiros desses eventos climáticos não são estimados pelas autoridades brasileiras ou pelas seguradoras. 


Quem paga a conta?

Diante de um clima cada vez mais instável, as áreas de risco só aumentam. Isso exige planos de adaptação. Seja por meio de novas políticas públicas ou por intermédio da própria sociedade.

Enquanto isso, a economia registra prejuízos bilionários que são contabilizados pelo Estado e por empresários, varejistas, agricultores e milhares de cidadãos brasileiros. No final, quem arca com os custos desses eventos?

Cada situação deve ser analisada individualmente. Dependendo da ocorrência pode ser possível acionar o Poder Público municipal (prefeitura) e estadual na Justiça, pois a Constituição Federal prevê que a Administração Pública deve garantir o desenvolvimento urbano de forma segura e a adoção de medidas necessárias à redução dos riscos de desastres.

Vale ponderar que uma ação na Justiça nestes casos não é tão simples, daí a importância de consultar sempre um advogado antes de adotar qualquer medida contra o Poder Público.

Uma alternativa pode ser recorrer ao seguro residencial ou patrimonial, no caso de empresas. De acordo com a FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), do total de domicílios registrados no Brasil, somente cerca de 16% têm seguro residencial. Em contrapartida, apesar de obrigatório, apenas 25% das pessoas jurídicas no País possuem seguro, segundo o Sincor-SP.

Para o especialista em gestão de riscos, Eduardo Sampaio Martins, diretor comercial e de filiais, responsável pela divisão de Risk Solutions na Lockton do Brasil — maior corretora e consultoria independente de seguros privados do mundo —, o pouco conhecimento sobre seguro e a falta de fiscalização nos estabelecimentos são motivos para a baixa adesão por parte das empresas.

“Infelizmente, não faz parte da cultura do brasileiro a obtenção dos variados tipos de cobertura que as seguradoras podem oferecer. No caso do seguro patrimonial, por exemplo, a maioria das empresas conhece apenas os seguros contra incêndio, que é obrigatório por lei”, explica.

O especialista complementa que pequenas e médias empresas só têm acesso a uma apólice de seguro quando fazem algum tipo de empréstimo no sistema bancário. Nesta ocasião, normalmente, são apresentadas opções que trazem garantia de pagamento e que preservem os bens de ambas instituições”, diz.

Martins esclarece, ainda, que não basta ter uma apólice de seguro patrimonial para que a seguradora se responsabilize por prejuízos causados por fatores naturais como chuva, por exemplo.. 

“Aqueles que querem proteger a sustentabilidade do negócio, devem ficar atentos aos riscos trazidos por essas mudanças climáticas. Regiões que nunca alagaram, nos últimos anos, começaram a sofrer com esses fenômenos. Não basta fazer um seguro, é preciso contratar a cobertura acessória de Alagamento/Inundação, em suas apólices de seguro patrimonial”, explica o profissional.


Ter seguro não é garantia de cobertura

Boa parte das empresas socialmente conscientes, sustentáveis e corretamente gerenciadas  já adotam boas práticas de ESG — Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança Corporativa) —, e visam a continuidade de seus negócios. Isso inclui planos de resposta a emergências, como é o caso dos imprevistos ocasionados pelas chuvas.

O especialista em gestão de riscos pontua que os seguros contra fenômenos da natureza podem ser onerosos e, muitas vezes, o empresário tem uma visão distorcida em relação ao preço e às garantias. “É preciso pensar a longo prazo, os custos mensais de uma cobertura sob medida são bem menores que o prejuízo gerado pela perda do patrimônio. O seguro tem que ser visto como um investimento, não um custo”, afirma Martins.


Uma regra para cada caso

Desde que previsto em contrato, as seguradoras se propõem a cobrir os sinistros causados por fenômenos da natureza, como a chuva. Daí a importância de sempre verificar quais coberturas estão de fato incluídas na apólice de seguros. Seja nas residenciais, auto ou patrimoniais.

Segundo Daniel Kaneko, diretor de Property da Lockton, mediante à contratação de uma cobertura adicional, as seguradoras fazem uma análise específica, in loco, para cada risco avaliado. “São avaliadas as probabilidades de alagamento e inundações. Cada caso é analisado isoladamente”, comenta.

No momento dessa vistoria prévia para contratações de coberturas acessórias, nas apólices de seguro patrimonial, as seguradoras levam em consideração as seguintes probabilidades:

Alagamento: acúmulo momentâneo de águas no estabelecimento em decorrência de entrada d'água, provenientes de aguaceiro, tromba d'água ou chuva, seja ou não consequente de obstrução ou insuficiência de esgotos, galerias pluviais, desaguadouro e similares.

Inundação: águas no estabelecimento resultante do aumento do volume de água de rios e canais alimentados por esses rios.

Com base nessas inspeções, se identificado um maior risco a danos decorrentes de desastres causados por água, seja por Alagamento ou Inundação, a seguradora estipula um valor para o prêmio dessa cobertura e determina uma série de recomendações, “que vão desde a instalação de alarme de nível de rio, até a instalação de comportas para resguardar bens e ativos, que estejam mais suscetíveis a danos”, explica Kaneko.

“É óbvio que a sociedade precisa antever os riscos e mudar seu padrão de comportamento com o meio ambiente. Só isso trará uma verdadeira mudança nas perspectivas climáticas das próximas décadas. No entanto, até lá, é necessário que essas informações cheguem ao conhecimento público. Munidos dessas soluções, os cidadãos poderão adotar medidas estratégicas que resguardem as empresas financeiramente e ajudem a população a mitigar, de certa forma, tais situações de riscos”, alerta Eduardo Martins.


Lockton

 

Tenho epilepsia e vou viajar. O que fazer?

Neurologista dá dicas para evitar as crises e ter uma viagem segura


A temporada de viagens do início do ano começou e nada melhor do que aproveitar a época para curtir um passeio em família ou com os amigos. Mas, o que deveria ser um momento natural e feliz, pode se tornar algo muito desafiador quando os planos de viagem incluem uma pessoa epiléptica.

A epilepsia é uma doença neurológica, causada por um desequilíbrio nos estímulos elétricos emitidos pelos neurônios e, por isso, costuma causar crises de convulsão, que podem ser controladas com o tratamento correto, na maior parte dos casos.

Segundo a médica Dra. Natália Longo, neurologista pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP, o quadro fica ainda mais complexo quando se trata de pacientes com epilepsia refratária, ou seja, aqueles em que o tratamento por meio de medicação não obteve resultados satisfatórios.

“O paciente com epilepsia refratária faz o uso correto dos medicamentos anticonvulsivantes e, mesmo assim, o organismo não responde tão bem ao uso dos medicamentos, consequentemente continuam tendo convulsões. Conviver com essa condição exige uma disciplina ainda maior. A pessoa precisa se esforçar para encontrar terapias alternativas e mudar sua rotina para evitar as crises”, esclareceu.

Mesmo que o desafio seja maior quando a pessoa sofre epilepsia refratária, qualquer paciente epilético tem medo de sair da rotina e ter uma convulsão estando longe de casa. Por isso, vale a pena anotar as dicas que a Dra. Natália Longo separou para quem deseja vencer o receio e seguir em um novo destino.

“A primeira orientação que dou aos meus pacientes é viajar na companhia de algum familiar ou amigo e sempre comunicar a todos sobre a sua doença. Isso é uma questão de segurança e prevenção. Sendo assim, é imprescindível que o acompanhante com quem viajem esteja preparado para agir, se necessário, pois se a pessoa apresentar uma crise epiléptica durante a viagem, os acompanhantes estarão prontos para socorrer. Usar uma pulseira de identificação com seus dados e sua doença de base também é uma boa iniciativa”, orientou.

O segundo passo para uma viagem segura é organizar a mala, reservando uma bolsa exclusiva e de fácil acesso para levar a sua medicação. Lembrando de calcular a quantidade de acordo com os dias da viagem para não correr o risco de ficar sem os remédios. Nunca tomar outros medicamentos sem a autorização médica e evitar bebidas alcoólicas, mesmo durante seus dias de divertimento, já que isso pode ser um gatilho para novas convulsões.

“A ansiedade relacionada à expectativa da viagem pode ser um problema para quem é epilético, pois o estresse é um forte fator desencadeante de crises de convulsão. Por isso, eu aconselho que você inclua ou aumente o número de sessões de relaxamento na sua rotina no período próximo ao passeio. E tenha algumas técnicas de respiração e/ou meditação que possa utilizar em qualquer hora e lugar”.

Uma última dica é fugir de ambientes com luzes piscando e muitos estímulos visuais, como baladas, jogos eletrônicos e filmes com diversidade de cores, animações e iluminações intensas. Tudo isso pode desencadear crises convulsivas. No demais, é necessário manter uma quantidade de horas de sono adequada e de qualidade, beber bastante água e se alimentar de maneira saudável. E se, mesmo com todos esses cuidados, uma crise acontecer, manter a calma, avisar seu contato de confiança quando possível e, caso ache mais seguro, procurar a orientação do seu médico para ter um retorno mais tranquilo.  



Dra. Natália Longo – médica neurologista e neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará. Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia, eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.
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Câncer: CAR-T e outros tratamentos personalizados revolucionam a maneira de tratar tumores hematológicos

Tecnologia que reprograma as células de defesa do paciente para eliminar o câncer e terapias baseadas em tecnologia de modificação gênica fazem parte do arsenal de novas alternativas no combate a diferentes tipos de câncer que afetam o sangue

 

O mês de fevereiro recebe a cor laranja para alertar sobre a Leucemia, um conjunto de doenças malignas que afetam as células do sangue responsável por 11.540 novos casos a cada ano no Brasil - o 10º tipo de câncer mais frequente entre a população brasileira, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Além de conscientizar sobre os sinais de alerta e diagnóstico do tumor, o marco no calendário da saúde é também uma oportunidade de celebrar os importantes avanços nas frentes de tratamento, com inovações relevantes que vem revolucionando a oncologia como um todo. 

Segundo Renato Cunha, onco hematologista e líder do programa de Terapia Celular, que inclui o CAR-T, do Grupo Oncoclínicas, a terapia celular e a imunoterapia estão na gama das modernas alternativas que têm mudado a vida dos pacientes. "São drogas que, assim como a terapia celular, manipulam o sistema de defesa do paciente, atuando em níveis distintos para uma melhor resposta terapêutica do paciente. A imunoterapia é uma nova modalidade de tratamento que, pela sua importância, insere-se como um novo pilar na jornada de tratamento do paciente, junto com a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Nesse caso, no entanto, ela oferece uma resposta mais específica, pois trabalha de forma personalizada, guiada para tratar aquela célula, aquele câncer, aquela mutação, e não apenas de uma maneira geral, em todo o corpo", analisa. 

Neste cenário, ele explica que o CAR-T é o "player mais importante" em termos de resultados e inovações por transformar as condutas de combate ao câncer hematológico. A terapia gênica é baseada em células T de receptores de antígenos quiméricos (do acrônimo em inglês CAR), que deu origem ao nome CAR-T. A alternativa terapêutica consiste em usar células do próprio paciente e modificá-las, geneticamente, em laboratório para combater o câncer. Desta forma, se tornou possível habilitar células de defesa do corpo com receptores capazes de reconhecer o tumor e atacá-lo de forma contínua e específica. 

“Essa opção para combate a tipos específicos de tumores hematológicos conquistou popularidade no Brasil na segunda metade de 2019, quando um paciente com linfoma não Hodgkin avançado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, no interior de São Paulo, foi considerado o primeiro da América Latina a alcançar a remissão da doença com uso de tecnologia CAR-T. Outros avanços consolidaram as descobertas relativas à eficácia da terapêutica no controle de diferentes tumores hematológicos”, comenta Renato Cunha, um dos médicos que compôs a equipe envolvida no referido estudo pioneiro no Brasil.

 

Equidade: debate contínuo 

Um dos maiores desafios da oncologia é melhorar a equidade no acesso ao tratamento de câncer no mundo. O Brasil, pela sua diversidade geográfica e socioeconômica, é um dos países que vivem esse desafio. "Na rede privada brasileira, a diferença em termos de acesso, sobrevida e tratamentos, para os países mais avançados, não é tão grande. Mas o grande desafio aqui é que essas inovações cheguem ao SUS, não só para diminuir a nossa defasagem para os EUA e países europeus, mas também porque são tratamentos que melhoram muito a qualidade de vida dos pacientes. Por aqui, precisamos pensar também na geo-equidade, já que, mesmo no sistema público, o acesso depende muito da região onde o paciente está", complementa o oncohematologista. 

Outro ponto levantado pelo especialista é a importância de aumentar a diversidade, inclusive, nas pesquisas. "É o que chamamos de toxicidade econômica, já que muitas pesquisas são feitas apenas com pessoas brancas, ou seja, as drogas e tratamentos acabam sendo desenvolvidas para uma genética específica então, provavelmente, vai ter mais eficácia nessas pessoas. Precisamos pensar em diversidade racial e étnica muito mais expansiva, pois há diferenças entre as pessoas e todas precisam receber os melhores tratamentos", reforça Renato Cunha.

 

Cenário brasileiro 

Apesar dos desafios, o especialista ressalta que o Brasil avança a passos largos na implementação dessas modernas terapias. No caso do CAR-T, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso dos primeiros medicamentos com essa tecnologia para uso no país e diferentes frentes científicas voltadas ao desenvolvimento da terapia gênica por instituições nacionais de referência, como o Instituto Butantã. Por enquanto, o uso da terapia já tem aprovação para alguns tipos de leucemia, linfoma e mieloma. 

No tocante ao atendimento e acompanhamento especializado dos pacientes, as principais instituições médicas de referência em oncohematologia, da mesma forma, já se preparam para atender o contingente de pacientes potenciais para o tratamento com CAR-T. A Oncoclínicas, maior grupo especializado em oncologia do país, é parte desse ainda seleto grupo, já contando com as certificações necessárias e estando autorizada a realizar o procedimento.  "Contamos com uma equipe de médicos hematologistas, especialistas e outros profissionais da saúde que foram treinados para garantir o que há de melhor e mais moderno dessa nova linha de cuidado onco-hematológica. Além disso, a Oncoclínicas construiu uma linha de cuidados nacional, com absoluto rigor técnico das indicações. Através desse modelo, conseguimos atender e encaminhar para tratamento com células CART pacientes de qualquer região do Brasil”, diz Renato Cunha. 

Segundo ele, o desenvolvimento dessa nova frente de atuação demandou, adicionalmente, uma intensa troca de conhecimento com outros centros de oncologia e hematologia de fora do país. “Para estarmos aptos a incluir o CAR-T na linha de cuidados oncológicos oferecida pela Oncoclínicas passamos os últimos anos em um intenso processo de imersão no assunto. Contamos especialmente com o apoio do Dana-Farber Cancer Institute, da Harvard Medical School - referência global no tratamento do câncer e com o qual contamos com uma parceria exclusiva para a América Latina. Assim foram somadas expertises nesse processo de aprimoramento, tanto das áreas físicas como da estruturação das práticas para realização das etapas que envolvem esse tipo de tratamento, criando um centro completo e altamente qualificado para atendermos aqueles que forem elegíveis à terapia CAR-T, como o centro que temos em Belo Horizonte através do Hospital Oncobio”, finaliza o líder programa de CAR-T do Grupo Oncoclínicas.

 

Grupo Oncoclínicas
www.oncoclinicas.com


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