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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Planejar é preciso, mas como fazer isso em um cenário de pandemia?

Todos fazemos diversos planejamentos e, infelizmente, não concluímos por várias circunstâncias, como financeiro, falta de planejamento, disponibilidade, imprevistos e outros. 

Mas, sim, todos sonhamos com melhores oportunidades a cada ano. Manter um planejamento requer, além de elaboração, uma disposição e muitos não aceitam renunciar a uma zona de conforto para iniciar algo novo por medo, insegurança ou não aceitar que para mudar seja necessário, primeiramente, modificar os pensamentos bloqueadores e trabalhar por um foco.

 

Isso porque muitos não aceitam ter que fazer esforço para atingir seus objetivos, acreditando que o mais confortável ou o mais fácil é o melhor. Se enganando, se autossabotando e impedindo, assim, qualquer crescimento pessoal.

 

Hoje, uma das maiores inseguranças que tomam conta de nos paralisar em realizar um projeto pessoal é a grande realidade pandêmica atual que estamos vivendo.

 

Ela causa frustrações, medo, incertezas ou outras reações emocionais. Por isso, não podemos deixar o medo tomar conta de vivermos em sociedade, nos relacionar, praticar esporte, mas, a maior dúvida é: como fazer? Como realizar um encontro, um trabalho presencial após tanto tempo isolado, com medo de nos contaminarmos?

 

Estar com cuidados na saúde mental e emocional são primordiais para retomarmos nossas atividades de rotina e nossos relacionamentos.

 

Isso porque a Atrofia Social causa a paralisia de nossas ações com o resto do mundo.

 

Causa medo, angústia, tristeza, inseguranças, incertezas de um mundo melhor, sem contaminação por vírus ou qualquer tipo de doença. A adaptação se torna difícil para o que chamamos de “novo normal”, afinal, o que ficou passado e o que esperar do novo?

 

Para essas e outras questões precisamos buscar apoio terapêutico e evitar alguns transtornos, como T.O.C, (Transtorno Obsessivo Compulsivo), T.A.G (Transtorno de Ansiedade Generalizada), Depressão ou Insônia.


 

Como lidar com a ansiedade que a pandemia traz?

 

Vivemos ansiosos por um cessar dessa pandemia, por um fim em doenças como a COVID1-9, H1N1 ou H3N2, que como a Influenza causa diversos prejuízos à nossa saúde, entre eles febre alta, mal-estar e dor de cabeça. Todos queremos estar imunizados e distantes de qualquer risco de contaminar ou ser contaminado.

 

Porém, como lidar com essa preocupação é o que nos diferencia no dia a dia. Vemos casos de isolamentos, casos de aglomerações e julgar quaisquer desses comportamentos pode ser injusto, pois cada pessoa conhece sua necessidade.

 

Por esses e vários outros motivos que devemos, individualmente, cuidarmos de nos manter protegidos e evitarmos qualquer risco que possamos apresentar a terceiros.

 

Casos graves de ansiedade geram conflitos dentro dos grupos, enquanto o medo constante da contaminação pode levar a um total isolamento, causando uma Depressão Grave e podendo levar a morte.

 

Se você conhece alguém que há muito tempo não se comunica com os amigos, mesmo que remotamente, que não visita amigos mesmo utilizando máscara e álcool gel, entre em contato, talvez ele esteja necessitando de uma ajuda profissional, um psicólogo ou psiquiatra, e esses profissionais hoje já podem prestar serviço por teleatendimento, facilitando o contato e as formas de ajuda para a pessoa em isolamento.

 

O importante é manter a calma, respirar fundo, se proteger o máximo possível e ir aos poucos se adaptando aos antigos costumes, sem correr qualquer risco de se contaminar ou ser responsável pela contaminação de qualquer pessoa. 


 

Planejar requer saber viver um dia após o outro

 

Precisamos continuar a viver nossas vidas e rotinas, nossos sonhos, nossos projetos engavetados desde o início da pandemia, precisamos dar seguimento à nossa vida.

 

Não podemos parar de sonhar com um futuro melhor, com melhores condições de vida, com grandes conquistas que abandonamos e agora precisamos de um impulso para retomarmos de onde paramos. Sem medos e sem nos procrastinar, devemos seguir todos os dias um passo por vez, um dia por vez, mas nunca parar.

 

Não podemos desenvolver transtornos por desejar nos proteger, mas devemos continuar nos protegendo. Nossos cuidados com a saúde física e mental são essenciais para garantir qualidade de vida e proporcionar momentos tão felizes como já havíamos vivido antes. Com tudo aprendemos que não existe o momento especial, todos os momentos são especiais. Devemos viver cada dia de nossas vidas com as pessoas que nosso coração escolher.

 

Valorizar um nascer e um pôr-do-sol, uma planta, uma árvore ou uma pintura. Guardar dinheiro é importante, mas também devemos proporcionar momentos felizes a nós mesmos e a todos que nos desejam o bem. Não deixar para amanhã o que podemos fazer hoje e amar, amar nossa vida até o último instante que pudermos!

 

 

Deise Moraes Saluti é psicóloga (CRP 06/154356 ) pós-graduada em Neuropsicopedagogia e Psicologia Infantil, além de especializada em atendimento de adolescentes e adultos. Para saber mais, acesse @dmspsicologia


CRER, PREGAR, PRATICAR

Profissionais que lidam com sanidade mental sabem que alguém que está seguro de que a sua divindade a escuta é um crente. Sabem, igualmente, que se alguém está convencido de que escuta a sua divindade, não vai bem, carece de remédio. Menos grave, mas ainda doentio, é o presunçoso que se constitui em intérprete ou porta-voz da “palavra divina”.


Acredito que nem todos esses arautos do além estão afetados em sua saúde psíquica; a maioria são espertalhões dedicados ao ramo tal qual alguém cultiva um lucrativo negócio. Como têm habilidades em traficar ilusões e consolo, e dado que não faltam interessados na aquisição dessas mercadorias, está garantido o sucesso das bodegas religiosas.


Em geral, crê-se nessas coisas divinais por se receber, desde a mais tenra idade, conformação ideológica que explica o mundo como sendo coisa criada. O mundo seria obra de um criador (nunca foi explicado quem criou o criador, mas isso é outra conversa) que teria escolhido, posteriormente, determinados representantes para orientar suas criaturas.

 

Tais representantes, sedizentes cintilados por revelação esotérica dos desígnios divinos, são os fundantes das religiões, aglomerando e controlando multidões. Na tradição semita, judaísmo, cristianismo e islamismo assentaram-se por meios violentos, com sistemática e cruel eliminação dos incréus. Aliás, quando podem, religiosos repetem guerras atrozes.


O nosso país foi colônia portuguesa. Portugal tinha reis católicos. Depois, a Corte mudou-se para terras brasileiras. Pelos costumes da época, os súditos seguiam a religião de seu rei. Nós éramos súditos dos reis de Portugal, depois de nossos próprios reis, então, éramos católicos, donde decorreu e decorre até hoje que, como católicos, fomos e somos educados.


Há variantes cristãs importantes, mas são desdobramentos da mesma tradição que estabeleceu o cristianismo a ferros e fogueiras da Inquisição. Uma “lógica” simples: ou crê e pratica os rituais da crença, ou morre. Então, na Europa e, por herança, no Brasil, sobraram vivos apenas os cristãos. Eu diria: uma seleção ideológica efetuada por aparelhos repressivos.


Como, com métodos tão “convincentes”, dentre nós, o cristianismo tornou-se hegemônico, os cristãos passaram a sobrepor aos milhões de deuses de todo o mundo e de todos os tempos o seu próprio deus. Interditaram os tantos existentes no planeta e apregoaram o seu como “o” deus. Para categorizar a exclusividade, os cristãos grafam deus com maiúscula.


Atualmente, com as informações mais disseminadas, é impossível desconhecer o panteão. Quem fala em nome de alguma divindade já não pode escamotear o fato: o seu deus é apenas um dentre tantos. Também é perceptível que as diversas religiões se copiam: seus mitos e princípios são muito semelhantes, como evidencia a transcrição abaixo.


Bendito quem ama ao outro antes que a si mesmo (baha’i); não trates aos outros de maneira que tu mesmo considerarias prejudicial (budismo); a benevolência máxima consiste em não fazer aos outros o que não queres que façam a ti (confucionismo); tudo o que desejam que os demais façam por vocês, façam-no pelos demais (cristianismo); o dever supremo é não fazer aos demais o que te magoa quando é feito a ti (hinduísmo); nenhum de vocês crê verdadeiramente até que queiram para os outros o que desejam para si mesmos (islamismo); cada um deveria tratar a todas as criaturas do mundo como gostaria de ser tratado (jainismo); o que para ti é odioso, não o faças para o teu próximo (judaísmo); não sou um estranho para ninguém e ninguém é um estranho para mim (sikismo); considera o sucesso do teu próximo como se fosse o teu, e a sua derrota como se fosse a tua (taoísmo) (psinfantil.blogspot.com).


Nesse rol de preceitos, faço duas interposições: uma anotação: o discurso de respeito ao próximo não é exclusividade de ninguém, e quem menos o pratica é o religioso insistente em “levar a palavra”; um acréscimo, para chamar a atenção dos crentes: respeita a crença ou a não crença do outro como queres que o outro respeite a tua crença e o teu direito de crer.


Há muitos preceitos religiosos orientando vida com afeição. São só prédicas, não são práticas. Religiosos perpetram catequese forçada; não há controvérsia. Crianças crescem sob proselitismo dogmático. Dogmatismo alastra discórdia. Dogmáticos não.

 


Léo Rosa de Andrade
Doutor em Direito pela UFSC.
Psicanalista e Jornalista

 

As cores são capazes de exercer influência sobre o cérebro?

Divulgação
Sim: segundo o cientista Dr. Fabiano de Abreu, elas influenciam até mesmo os comportamentos dos indivíduos

 

O fato da cor vermelha estar em placas de trânsito como “pare” não é à toa: de acordo com o cientista luso-brasileiro Dr. Fabiano de Abreu, as cores exercem influência comportamental nos indivíduos. Em seu artigo “Neuroanatomia das Cores”, o investigador explica que a percepção das tonalidades decorre de uma interação entre ondas, olhos e o cérebro humano. 

 

Há mais de centenas de anos, as cores são objeto de estudo da ciência: “muitos cientistas como Isaac Newton, Goethe e da Vinci buscaram entender o processo de formação das cores, fazendo vários testes com elas”, explica o PhD, neurocientista e biólogo Dr. Fabiano de Abreu. Todos esses estudos foram responsáveis pela ampliação de um campo denominado “teoria das cores”, essencial até os dias de hoje para publicitários, arquitetos, designers e todos os profissionais que trabalham com cores no seu dia a dia. 

 

Goethe também pesquisou sobre os fatores psicológicos que as cores causam. Eis o motivo da placa “pare” ser vermelha, porque de acordo com os estudos feitos por ele, essa cor transmite urgência e velocidade. 


O cientista contextualiza que atualmente toda a indústria sabe a enorme importância da teoria das cores: “hoje em dia, as cores são amplamente estudadas nas áreas de marketing para a construção da personalidade de uma marca e a forma com que ela irá se comunicar com o seu público alvo. Elas são consideradas aliadas no processo de persuasão para o consumo de um determinado serviço ou compra de um produto”, constata Fabiano de Abreu.

 

Em sua pesquisa, Fabiano de Abreu destaca que muitos estudos mostram ativações sutis em áreas do cérebro durante a percepção de certas tonalidades: “dois exemplos são as alterações neurais relacionadas à captação de ondas dos cones da retina que diferem entre vermelho e verde e as alterações neurais que ocorrem quando o cérebro identifica cores quentes (amarelo, laranja e vermelho) e frias (violeta, azul)”, afirma o pesquisador. 

 

De acordo com o estudo, ao receber a informação das cores pela luz, os receptores da retina interpretam a cor. Cada tonalidade tem uma frequência: conforme ocorre a mudança de frequência nas ondas de luz, mais de um receptor será acionado e dependendo da velocidade da frequência, ela pode acionar receptores diferentes, das quais cada uma será absorvida de uma forma distinta.  

 

 

 

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

 

5 dicas para identificar e sair de um relacionamento patriarcal

Sabemos que o Brasil é um país estruturalmente machista em todos os seus espaços. Para ter ideia, de acordo com uma pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no último ano, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência. Isso mostra que cerca de 17 milhões de mulheres, totalizando 24,4%, sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. É importante entender que, muitas vezes, a violência é consequência dos relacionamentos patriarcais que as mulheres acabam vivendo - até mesmo sem entender o que é um.

Desde o momento do seu nascimento, a mulher é socializada para ter um relacionamento patriarcal. O tempo todo é introjetado na gente de que cabe às mulheres serem a parte mais afetuosa da relação e praticar papéis que estão delimitados à casa. A mulher é submissa ao poder enquanto o homem deve sublimar as emoções para passar a ideia do que a sociedade patriarcal entende como força e para parecer ser o provedor financeiro, quem dá as regras na relação. Um relacionamento patriarcal é como vivemos em uma sociedade patriarcal, a maior parte dos nossos relacionamentos tem resquícios dessas crenças.

Para a pessoa identificar se está em um relacionamento patriarcal, é necessário entender o que é uma socialização patriarcal e as crenças que permeiam esse tipo de relacionamento. É preciso entender como a divisão sexual do trabalho e os papéis de gênero emergem no relacionamento, isso porque o relacionamento patriarcal está muito desenhado de acordo com os estereótipos e os papéis de gênero. Se as situações emergem de acordo com aquilo que é passado para garantir as estruturas de uma sociedade patriarcal, se a mulher se sente obrigada a lavar a louça da casa, fazer todo o trabalho doméstico, pois acredita que essa é a sua função como mulher, ou se o parceiro espera que ela faça isso também, isso é um relacionamento patriarcal.

Abaixo, listo as principais maneiras de perceber se está em um relacionamento patriarcal e como lidar com isso. Confira:


1. Violência no relacionamento: a grande parte das mulheres só percebe que está em um relacionamento patriarcal quando começa a sofrer violência, seja ela qual for o tipo. O que acontece é que o casal pode identificar se está nesse tipo de relação ou com requisitos patriarcais sem chegar ao nível da violência. A principal dica é sempre conversar, perceber se estão operando em atitudes estereotipadas e conversar sobre as exigências que um tem em relação ao outro. Infelizmente, isso exige um nível de autoconhecimento no nível de consciência sobre as formas de opressão, algo que a maior parte dos brasileiros não tem. Então, a identificação de um relacionamento patriarcal e abusivo, acaba acontecendo somente quando a mulher começa a sofrer violência.



2. A baixa autoestima: nesses casos de relacionamento, a autoestima e a autoconfiança ficam cada vez mais minimizadas. As mulheres começam a se diminuir, seja na relação ou em outros ambientes que ela frequenta. Se ela costuma ter uma postura submissa em casa, em que o homem gere o dinheiro da casa, toma as últimas decisões e ela atua de uma maneira servil, provavelmente essas atitudes são reproduzidas no ambiente de trabalho. Dessa forma, a mulher começa a ter uma postura, não só em relação ao seu parceiro, mas ao longo da vida, de passar o tempo todo sem ter voz ativa, se desempoderar de tomar o rumo da própria vida, passar a vida em um backstage e não no palco porque o palco já está ocupado pelo homem.



3. Ajuda psicológica: o tratamento psicológico é importante tanto para quem está em processo de descobrir que está em um relacionamento patriarcal, quanto para quem já saiu. É importante fazer um tratamento e trabalhar em um processo de autoconhecimento, em que seja capaz de perceber e questionar as crenças que ela tem sobre os relacionamentos, sobre qual deve ser a função de uma mulher, o que ela quer para a vida dela. Muitas vezes, sem conhecer as crenças que carregam, mesmo após sair de um relacionamento patriarcal e abusivo, a mulher acaba se envolvendo em um outro relacionamento assim. A melhor maneira de se curar de um relacionamento abusivo é passar por um processo de autoconhecimento, em que a mulher questione aquilo que foi introjetado nela, para que ela não seja mais atraída por essas formas de relacionamento.



4. Conhecimento: para entender os sinais, sobre estar em um relacionamento patriarcal ou não, é preciso ter um nível de consciência sobre o que é ter um relacionamento desse. É importante entender o que é o patriarcado, o que é uma pessoa machista e o que a mulher entende sobre o feminismo. Infelizmente, a maior parte das pessoas não têm essa consciência e acaba sofrendo situações abusivas e machistas sem saber que é algo errado. Uma dica necessária é estudar sobre isso, sobre o feminismo, sociedade patriarcal, crenças introjetadas na sociedade. Entender irá criar um arcabouço teórico para que a mulher se sinta confiante de falar que está sofrendo um relacionamento desse.



5. Novas fontes de amor: para quem consegue deixar um relacionamento patriarcal e abusivo, é importante ter em mente a necessidade de encontrar outras fontes de amor e se empoderar. Não adianta nada deixar o relacionamento e acabar se envolvendo com outras pessoas que são machistas, misóginas e vão configurar novos relacionamentos abusivos. O ideal é que a mulher vá norteando a sua fonte de amor, para que tenha mais confiança para sair de um relacionamento que a faz sofrer, e consiga encontrar uma outra realidade de amor e relacionamento com seus próximos parceiros.




Mayra Cardozo - Mentora de Feminismo e Inclusão.

 

Especialista em Biohacking lista 7 dicas para gerenciar o estresse e a ansiedade durante as férias


Se você já luta contra o estresse diariamente, saiba que durante as férias essa condição pode piorar caso você não dedique atenção em olhar para esse fator tão importante para a sua saúde mental. De acordo com a médica atuante em nutrologia, Dra. Roberta Genaro (@drarobertagenaro), referência em biohacking, o estresse é implacável quando não gerenciado adequadamente e pode ser o gatilho principal de diversas doenças que afetam diferentes órgãos levando a doenças autoimune,  ansiedade, depressão, insuficiência adrenal, insônia, doenças cardíacas e outros distúrbios orgânicos. 

A médica listou 7 maneiras de gerenciar o estresse durante as férias para que você possa desfrutar deste momento feliz sem piorar seu nível de ansiedade.

 

1. Comprometa-se com a sua saúde

O trabalho duro e dedicação são necessários e fundamentais para permanecer comprometido com os objetivos de saúde. Com as festas de fim de ano e férias de janeiro, vêm muitas tentações com comidinhas deliciosas, doces, bebidas e álcool em excesso. Permanecer comprometido com a sua saúde pode ser um desafio com todas essas tentações. Uma das melhores maneiras de controlar o estresse e a ansiedade durante as férias é manter o cuidado com a saúde como prioridade e estar preparado para evitar tentações e saber dizer não. 

 

"Não é o fim do mundo se você se deliciar com aquela sobremesa ou drink ocasional. No entanto, as exceções quando repetidas  se tornam hábito e podem atrapalhar o progresso que você teve ao longo do ano. Uma forma de manter o compromisso é ter opções saudáveis no cardápio das festividades. “Experimente receitas saudáveis da linha low carb e paleo feitas em casa sem corantes e conservantes que não causam inflamação como alimentos industrializados”, indica Dra. Roberta. 

 

2. Limite de açúcar, carboidratos simples e álcool

É fato que guloseimas açucaradas, alimentos ricos em carboidratos simples e álcool estão em toda parte durante a temporada de férias. Esses biscoitinhos, docinhos, petiscos e drinks estão cheios de açúcares e carboidratos. 

 

Dra. Roberta ressalta que ultimamente, estamos consumindo quantidades muito maiores de açúcar do que jamais fomos “programados” para lidar. "No decorrer de um dia normal, seu corpo simplesmente não precisa de todas aquelas explosões rápidas e intensas de energia que o açúcar fornece como já foi necessário na era das cavernas, porque ao contrário de nossos ancestrais, não estamos fugindo de animais ou precisando lutar pela sobrevivência. Como eu disse, não há problema em comer um doce ou uma bebida de vez em quando. Mas nesta época do ano, o cuidado em relação ao consumo de carboidratos e açúcares deve ser ainda maior.  Mesmo que você tenha realizado uma dieta de eliminação de 30 dias e não tenha sensibilidade a açúcar, álcool e carboidratos, esses alimentos ainda são tóxicos e podem causar doenças autoimunes, resistência à insulina, doenças cardíacas, depressão, ansiedade, candidíase e SIBO (super crescimento bacteriano) - patologias que tem como uma das causas principais, a ingesta de alimentos ricos em carboidratos, açúcar e álcool", explica.

 

3. Esteja preparado

Uma das melhores maneiras de gerenciar o estresse do feriado é estar preparado. Se você estiver viajando, prepare muitos lanches saudáveis ​​para não ter que se contentar com alimentos inflamatórios que podem atrapalhar seu progresso.

 

"Ter o hábito de ter opções fáceis à mão não é algo exclusivo para viagens. Uma maneira que gosto de controlar o estresse e diminuir as chances de furar a dieta é preparar lanches e snacks saudáveis disponíveis a qualquer momento que bater a fome. Sua ansiedade pelas férias pode aumentar com a ideia de ir a uma festa ou comer fora ou você ainda pode ficar tentado a evitar essas situações sociais por causa do medo de haver alimentos aos quais é sensível ou de não ter opções saudáveis ​​suficientes".

 

 4. Defina um tempo para você

As férias são uma ótima época para se reconectar com a família e amigos. No entanto, também é importante reservar um tempo para si mesmo e trabalhar o seu autocuidado para ajudar a gerenciar o estresse. Tomar um banho relaxante , andar descalço na grama, meditar por 30 minutos ajudam muito na redução do estresse. 

 

"'Recomendo quase obrigatoriamente que você reserve um tempo todos os dias para fazer algo que goste e o ajude a relaxar. Algumas das minhas atividades favoritas para ajudar a controlar o estresse incluem: sauna, exercícios de meditação e respiração, dançar e ouvir músicas, ler bons livros, entre outros. Há muitas maneiras de tirar um tempo para você e administrar o estresse, então encontre algo que você goste de fazer e “autoestime-se.” Não importa o quão ocupado você pense que está, é possível encontrar esse tempinho para se dedicar a si mesmo".

 

5. Tenha momentos offline: desligue!!!

 

Vivemos em um mundo “inteligente”, onde muitas coisas são sem fio. De nossos telefones a computadores, o mundo está realmente se tornando cada vez mais conectado 24 horas por dia. Embora isso tenha muitos benefícios, se não houver limites o excesso de vida online pode piorar a sua ansiedade,  a compulsão e levar a uma Síndrome do Pensamento Acelerado.

 

Muitas pessoas gostam de assistir TV, navegar pelas redes sociais ou usar nossos computadores antes de dormir, mas esses dispositivos emitem um tipo de luz que atrapalha a sua produção hormonal de melatonina e prejudica o seu ciclo do sono, o que impede a recuperação do organismo proporcionada durante esse período . "Estamos cercados por luzes artificiais e tecnologia em todas as horas do dia, o que pode desregular o seu ritmo circadiano principalmente à noite,  momento em que somos mais sensíveis à luz", ressalta a médica.

 

6. Saiba quando dizer 'não'

Nos dias atuais existe uma urgência exagerada em que “tudo é para ontem”, são muitas demandas e muitas vezes você acaba tendo dificuldade em dizer não às pessoas. Isso pode  aumentar ainda mais o seu nível de ansiedade e estresse nessa época. Quando você diz sim para todos, muitas vezes está dizendo não para você! Isso pode comprometer demais a sua saúde mental, deixá-lo ainda mais cansado, estressado e ainda baixar a sua imunidade. Definir limites e dizer “não” o ajudará a controlar  e gerenciar melhor o seu nível de estresse.

 

"Mantenha um planejamento diário e cumpra-o. É fácil reorganizar sua agenda para tentar agradar a todos. Já fiz isso muitas vezes até aprender a dizer NÃO. Muitas vezes, isso significa que você terá que sacrificar tempo com sua família, suas horas de sono ou estresse por causa de uma agenda já lotada, não faça isso!  Não há problema em priorizar sua própria saúde mental e reservar um tempo do dia para si mesmo".

 

7. Crie Metas palpáveis

Um bom passo para controlar o estresse é criar metas palpáveis com expectativas possíveis não apenas com o seu tempo. A ansiedade extra que vem com as férias pode levar você a acreditar que é uma supermulher ou um super-homem. Você espera trabalhar sem intervalos, dormir pouco, se alimentar 1x no dia e ainda deseja ter energia e disposição sem dar o mínimo de combustível necessário para que o seu corpo funcione. A verdade é que você não pode viver assim!  O corpo fala  através do cansaço, da alteração de humor, da falta de motivação.  E quando você não ouve, ele grita em forma de doença. Por isso, separei algumas dicas para ajudá-lo a definir metas razoáveis ​​para gerenciar o estresse durante as férias e feriados:

 

- Pondere e avalie a possibilidade de algo que pode dar errado para checar se é algo que realmente vale a pena.

 

- Saiba que você se sentirá cansado depois de ficar acordado até tarde em uma festa de fim de ano ou com amigos e não faça planos que exijam muito de você na manhã seguinte. 

 

- Defina metas que dependem apenas de você. Você não pode controlar outras pessoas. 

- Concentre-se no que você pode controlar: seu tempo e você mesmo. 

 

- Dica bônus: priorize o seu bem-estar 

 

-  E como são feriados e estou no espírito de generosidade, gostaria de oferecer uma grande dica bônus para ajudar a controlar o estresse e a ansiedade do feriado: Durma! 

 

-  Ter um sono de qualidade, faz com que a realização das outras dicas seja feita de forma muito mais fácil! Quando você está bem descansado,  tem mais clareza  ao pensar e planejar bem o seu tempo.

 

Dra. Roberta Genaro - médica atuante em nutrologia e medicina integrativa, palestrante em Biohacker - Instagram: http://www.instagram.com/drarobertagenaro - CRM/SP 152811. Graduada em medicina pela Universidade Severino Sombra, em Vassouras, interior do Rio de Janeiro, e nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia.


Dores e má postura em crianças e adolescentes podem estar ligadas ao encurtamento muscular

Redução da amplitude de movimento e vícios de postura são os principais sinais de os músculos estão encurtados

 


Os problemas musculoesqueléticos, como dores nas costas, ombros, pescoço e a falta de flexibilidade afetaram muitas pessoas nos últimos dois anos, devido ao maior tempo dentro de casa. O chamado encurtamento muscular também atingiu as crianças e adolescentes.
 
Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, o público infantojuvenil foi bastante afetado do ponto de vista da saúde musculoesquelética durante a pandemia.  
 
“O ensino remoto exigiu um espaço dedicado para os estudos, mas nem sempre foi possível oferecer uma ergonomia adequada. Com isso, muitas crianças e adolescentes adquiriram vícios de postura. Esses, por sua vez, podem causar dores e encurtamento muscular”.
 
“A outra questão é que as crianças e os adolescentes passaram todo esse tempo sem praticar esportes e atividades físicas oferecidos pelas escolas. Em resumo, o sedentarismo atingiu também esse público. Como resultado, muitas crianças e adolescentes tem apresentado dores e vícios de postura, justamente relacionadas ao encurtamento muscular”, aponta Walkíria.


 
O que é encurtamento muscular?
 
O encurtamento muscular é resultado da permanência, durante muito tempo, na mesma posição. Com isso, o corpo ignora a cadeia muscular que não é usada.
 
“Em outras palavras, o corpo se adapta na posição que exige menos esforço ou menos amplitude de movimento. O melhor exemplo é jogar o tronco para frente ao usar um computador. A postura correta, nesse movimento, é manter o tronco ereto. Essa postura, com o tempo leva ao desenvolvimento de uma cifose, a famosa corcunda”, explica Walkíria.
 
Esse movimento se torna confortável para a criança ou adolescente e, assim, se instala o vício postural. O problema é que a má postura causa outras condições, como dores e a redução da flexibilidade, pois o músculo que não é usado fica encurtado.


 
Estirão do crescimento e encurtamento muscular

O outro problema do encurtamento muscular está relacionado ao estirão do crescimento. O crescimento ósseo precede o muscular. Quando há um crescimento ósseo muito rápido, o músculo não consegue acompanhar.
 
“Um adolescente que fica muito tempo sentado ou deitado, sem oportunidades de se alongar, pode ter um agravamento do encurtamento muscular na fase do estirão. A consequência é uma desorganização mais grave da postura”, reforça a especialista.  
 
Portanto, os pais devem ficar atentos aos sinais posturais das crianças e adolescentes, bem como às queixas de dores nas costas, pescoço e membros inferiores. Caso notem alterações, o ideal é procurar um fisioterapeuta para uma avaliação.


 
RPG Infantojuvenil
 
A fisioterapia é um recurso importante para recuperar os músculos encurtados. A Reeducação Postural Global (RPG), nesses casos, é muito indicada. O foco do método é o alongamento global do paciente, por meio do reequilíbrio e da manutenção da postura. A RPG pode ser realizada semanalmente. O tratamento pode durar em torno de 10 a 15 sessões.
 
“Outros recursos podem ser usados para tratar o encurtamento muscular, como o Pilates Kids e sessões de alongamento”, finaliza Walkíria.


Barulhos e cheiros do corpo -- até que ponto são normais?

Arroto, gases, barriga roncando, soluço... não faltam timbres quando a trilha sonora está por conta do sistema digestivo. Mas, afinal, todos os barulhos e cheiros são normais? O cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Rodrigo Barbosa, de SP, revela. 

“Os barulhos da barriga podem ser bem normais e indicarem apenas que está na hora de comer como também serem consequências do processo digestivo. Se forem acompanhados por outros sintomas como, dor e aumento do abdômen, por exemplo, pode ser indicativo de infecções, inflamações ou obstrução intestinal”, alerta o médico.  

Para entender melhor cada um deles, o especialista separou algumas informações importantes sobre os barulhos e cheiros mais comuns: 


  • Flatulências (gases): denuncia se o organismo está em desalinho já que é o resultado da eliminação de ar ingerido junto com a comida e também de gases produzidos no intestino a partir da fermentação de açúcares durante o processo digestivo.  

O corpo humano saudável elimina, em média, 20 deles por dia — inclusive durante o sono e a maioria deles nem percebemos sair. Vale ressaltar que, em certas condições, contudo, reduzem a velocidade do intestino e promovem acúmulo de gases e desconforto. É o caso da doença inflamatória intestinal, intolerâncias alimentares e desequilíbrios na microbiota. 

Apesar de impactantes, cheiros mais intensos não apontam doenças. Gases fétidos são, na verdade, consequência da composição da microbiota e da fermentação de certos alimentos, como feijão, ovo, carnes, leite e tantos outros. 


  • Barriga roncando: O ronco que vem do abdômen normalmente é um sinal que o cérebro dispara para sinalizar que está na hora de comer. Isso acontece porque, nesse momento, o caminho é ocupado principalmente por líquidos e bolhas de ar, sem alimentos para abafar o eco do reflexo gastrointestinal. 

  • Arroto (eructação): o aparecimento é bem similar à das flatulências, só que a eliminação é pelo lado de cima. 

Quando engolimos o ar, ele chega ao estômago, que se distende e o envia de volta pelo esôfago. A mistura com os gases concentrados por ali dá o cheiro característico dessa reação, que pode retumbar no ambiente. Mastigar rápido, falar durante as refeições e tomar bebidas gaseificadas são hábitos que influenciam neste processo. 

Se os arrotos forem constantes e acompanhados de queimação, dor e regurgitação — quando um pouco da comida volta à boca —, vira sinal de alerta. Pode ser refluxo, gastrite ou outra doença que vale ser investigada.  


  • Soluço: Esse incômodo que chateia muita gente é uma contração involuntária do diafragma e outros músculos do tórax, seguido do fechamento da glote e vibração das cordas vocais, produzindo, por isso, um ruído característico. 

Ele pode aparecer por excesso de comida ou bebidas gasosas e alcoolicas ou pode doenças já pré-relacionadas. Na maioria das vezes, a causa do soluço não é grave, no entanto, se persistir por mais de 2 dias, ou se for acompanhado de outros sintomas que indiquem doenças como pneumonia ou doenças cerebrais, é necessário.

 

Dr Rodrigo Barbosa - Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com internato médico pelo Hospital Sírio-Libanês - SP. Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cirurgião do aparelho digestivo pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP. @drrodrigobarbosa


Tumor cerebral: técnica cirúrgica com paciente acordado ajuda a preservar área cognitiva

Para retirada de tumor no lobo temporal esquerdo do cérebro, responsável pela linguagem, a cirurgia acordada é a melhor opção (imagem ilustrativa)
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Jovem relata adrenalina antes de realizar procedimento e poucas lembranças da cirurgia

 

“Sempre fui fã de Grey's Anatomy, mas nunca imaginei passar por uma cirurgia acordada. Foi muita adrenalina”. Com bom humor, Camila Rodrigues, 25 anos, relata sua experiência para retirada de um tumor no cérebro, comparando o seu caso com a série norte-americana. O procedimento realizado no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), foi o segundo ao qual foi submetida a auxiliar administrativa que diz lembrar apenas de “alguns flashes” do que se passava no centro cirúrgico. 

Camila descobriu o tumor no cérebro após uma convulsão, em 2017. Assustada, procurou vários especialistas até descobrir que o tratamento indicado era cirúrgico. “Quando fiquei sabendo que medicação não ajudava no meu caso, foi bem difícil. Passei então pelo procedimento tradicional, e precisei de quatro meses para voltar a falar normalmente. Este ano, durante consulta de acompanhamento, descobri que precisaria de nova cirurgia e foi assustador. Não queria aceitar, mas resolvi encará-la com otimismo para que o tumor não piorasse ainda mais”, conta.

O neurocirurgião Carlos Alberto Mattozo foi o cirurgião responsável pelos dois procedimentos da Camila. Ele explica que o complicador do tumor em casos como o da jovem é a posição, no lobo temporal esquerdo -  responsável pela linguagem - por isso, a cirurgia acordada é a melhor opção.


Procedimento

Nesses casos, o paciente é sedado e dorme na primeira parte da cirurgia, enquanto é realizada a incisão e a abertura do osso do crânio. Após essa etapa, a medicação é diminuída e ele é despertado. “Estar acordado em casos assim é importante para preservarmos a parte cognitiva. São mostradas para o paciente algumas imagens usando um tablet, e feitas algumas perguntas relacionadas aos nomes dos objetos, ao mesmo tempo que fazemos estimulações elétricas para ver se existem implicações que possam causar algum tipo de sequela na função da linguagem”, explica o médico. “Quando a Camila realizou a cirurgia pela primeira vez, a gente ainda não tinha a tecnologia que dispomos hoje, que é fazer o procedimento com o paciente acordado. Já usei algumas vezes essa técnica e, embora possa parecer traumática, pacientes relatam que a experiência é tranquila”, complementa.

A cirurgia para retirada do tumor da auxiliar administrativa durou cerca de 6 horas e, em menos de uma semana, ela já estava se recuperando em casa. A jovem conta que lembra apenas de algumas imagens mostradas no centro cirúrgico. “Na primeira cirurgia, tive problemas com a fala e dessa vez foi bem mais tranquilo. Agora vou fazer radioterapia e quimioterapia para que esse tumor não volte mais”, conta. “Assim que passar essa fase, quero voltar a trabalhar e ter uma vida normal, como a de todo mundo”. 


Verão Laranja: estação exige cuidados para evitar aumento de casos de câncer de pele

 Após quase dois anos de pandemia, vontade de curtir a estação não pode significar descuido com a pele; Campanha promove conscientização sobre prevenção e sinais da doença

 

A chegada do verão e das férias escolares neste fim de 2021 será ainda mais esperado, afinal, após quase dois anos de pandemia e isolamento social, o brasileiro poderá aproveitar a sua estação do ano favorita, respeitando os cuidados ainda necessários para evitar o contágio da covid-19. 

Mas, a empolgação com o período não pode levar ao descuido com a saúde, por isso, os cuidados para prevenir o câncer de pele - o mais comum do país - devem ser redobrados. O câncer de pele representa cerca de 185 mil novos casos registrados a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). E, embora muitos acreditem que saibam lidar com o sol por viverem em um país tropical, Rodrigo Perez Pereira, líder da especialidade de câncer de pele do Grupo Oncoclínicas, explica que, em geral, a população ainda comete muitos deslizes na hora de se cuidar. 

“O brasileiro ainda desconhece os fatos mais importantes sobre o câncer de pele, acreditando em alguns mitos como achar que pessoas de pele mais escura não precisam se proteger do sol. O câncer de pele pode atingir a todos e é preciso redobrar os cuidados no verão”, comenta. 

Os dados do INCA dizem respeito a dois tipos de câncer: o câncer de pele não melanoma e o câncer de pele melanoma, somados. O mais comum deles, o não melanoma, possui altos índices de cura quando é detectado e tratado precocemente. 

Já o câncer de pele melanoma é considerado grave. Apesar de corresponder somente a 3% dos tumores malignos de pele registrados no país, esse tipo de câncer tem altos índices de letalidade: no Brasil, dos cerca de 7 mil casos registrados por ano, quase 1.800 levaram à morte. Ele pode surgir em qualquer parte do corpo, especialmente na pele, na forma de manchas, pintas ou sinais. Ao primeiro sinal de mudança nessas pintas, é preciso consultar logo um especialista, afirma o oncologista “É necessário ficar alerta se surgir alguma mudança no aspecto de alguma pinta, como aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição de bordas ou ainda quando as bordas ficam irregulares e sangramento”. 

As alterações das manchas escurecidas ou pintas, sejam de nascença ou que mudam conforme o tempo, podem ser classificadas no sistema "ABCDE", ou seja, Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro e Evolução: 

● Assimetria: quando a metade da lesão não é igual a outra parte; 

● Bordas: quando a mancha, sinal ou pinta possui um contorno irregular; 

● Cor: caso a lesão tenha cores diferentes, entre vermelho, marrom e preto; 

● Diâmetro: quando a lesão apresenta um diâmetro maior do que 6 mm; 

● Evolução: caso a lesão apresente mudanças em suas características ao longo do tempo, como tamanho, forma e cor. 

Não à toa, durante a estação marcada pelas altas temperaturas as campanhas de conscientização são ampliadas com o objetivo de alertar sobre a importância de evitar fatores de risco que aumentam a incidência da doença e reforçar as precauções que devem entrar na rotina dos brasileiros. Um exemplo disso é o Verão Laranja, promovido pelo Instituto Oncoclínicas - iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa. 

A ação, direcionada à sociedade em geral e principalmente ao público jovem, entra no ar a partir de 21 de Dezembro e prevê uma série de ativações nas redes sociais durante toda a temporada de calor para alertar sobre a importância dos cuidados com a pele como forma efetiva de achatar os índices de ocorrência da doença. O objetivo é ressaltar duas importantes informações: proteja sempre a pele contra os raios solares e busque aconselhamento especializado se notar algo diferente na pele para que o diagnóstico aconteça o quanto antes.

 

Câncer de pele pode ser grave 

Independentemente da classificação do câncer de pele, os fatores que aumentam o risco são os mesmos: a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada (especialmente na infância e adolescência). Ter a pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino (ou possuir histórico familiar) também figuram como fatores que contribuem para o aumento no risco, o que não significa que pessoas de pele mais escura não devam se proteger. 

“A irradiação ultravioleta do sol - conhecida como raio UV - é a principal vilã no câncer de pele. Continuada, ou mesmo intermitente, como em períodos de férias, por exemplo, se feita de maneira não protegida, pode ser considerada um fator de risco preocupante”. 

O oncologista ainda ressalta que, além das pessoas que possuem histórico familiar e exercem profissões que exigem exposição solar diária, os tabagistas também podem estar mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele. 

“Além disso, os portadores de algum tipo de imunossupressão também podem ter seu risco aumentado. Porém, tais grupos de risco não invalidam a necessidade de cuidado em todo o tipo de pele”.

 

Diagnóstico e tratamento 

Apesar do diagnóstico ser bastante desafiador, quando o câncer de pele é descoberto precocemente as chances de sucesso no tratamento e cura são maiores. Ele é realizado através de exame clínico em consultório ou com o auxílio de exames complementares para a visualização das diferentes camadas da pele, além da realização de uma biópsia. 

Para o tratamento, é muito importante que o especialista avalie o estágio da doença, porém, em grande parte dos casos, a cirurgia é suficiente. "Vale lembrar ainda que, caso sejam necessários, o tratamento oncológico com imunoterapia ou terapia alvo, além da radioterapia podem ser um complemento no processo do tratamento destes pacientes", comenta Rodrigo Perez Pereira. 

O oncologista reforça que o auxílio médico é fundamental na identificação precoce de lesões na pele. "É muito importante que o paciente tenha informações de qualidade para que possa conhecer os sinais de possíveis anormalidades. Contudo, é indispensável procurar por um especialista para a investigação e tratamento adequado da doença", finaliza.

 


https://www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida

 

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