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terça-feira, 5 de outubro de 2021

Shopping VillaLobos recebe a exposição inédita e interativa “Eu, Ayrton Senna da Silva”

Crédito: Senna brands/Ydreams


A exposição gratuita acontece de 8 de outubro a 15 de novembro e traz um recorte inédito da história de Ayrton Senna narrada em primeira pessoa

 

O Shopping VillaLobos, localizado na Zona Oeste de São Paulo, recebe a exposição inédita “Eu, Ayrton Senna da Silva” que conta detalhes da vida do piloto de F1, de 8 de outubro a 15 de novembro, de terça a domingo, em horários alternados. Para conferir a exposição gratuita, o público deve reservar o seu ingresso no site https://bileto.sympla.com.br/event/69232. 

“Nos empenhamos muito para poder oferecer, em primeira mão, aos nossos clientes essa exposição que conta a história de um corredor que é considerado um ídolo nacional até hoje. Esperamos que a exposição alcance um grande público para que mais e mais pessoas conheçam o legado do Senna”, disse Manuela Dias, gerente de marketing do Shopping VillaLobos. 

Durante a exposição os fãs poderão conhecer a infância do Ayrton Senna, as primeiras vitórias no kart, até os tempos de glórias com tricampeonato mundial na Fórmula 1 conquistado em 1988, 1990 e 1991. Para tornar a experiência ainda mais completa, os visitantes terão a narração única e em primeira pessoa do próprio Ayrton.  

“Uma exposição inédita concebida como se fosse contada pelo próprio Ayrton, neste circuito mergulhamos em suas memórias, lembranças de infância, hobbies, desvendamos suas vitórias, seus anseios e sonhos. Para construir esta narrativa recorremos a tecnologias de última geração, extremamente inovadoras com modelagem 3D realista combinada com geração de voz por inteligência artificial. De arrepiar”, afirmou Karina Israel, umas das curadoras da exposição. 

O ambiente será dividido em dez temas diferentes. A viagem no tempo comandada pela voz do piloto terá narrativa gerada por inteligência artificial. Todos os espaços da exposição seguirão as normas, protocolos e recomendações dos órgãos de saúde para o bem-estar de todos os envolvidos. Confira detalhes abaixo:

 

1. Esta é a minha história - A abertura da exposição busca fazer uma inversão de narrativa, trazendo um vídeo com imagens de como o público conhece Ayrton e, em seguida, o piloto assume a condução da história.

 

2. Aqui Eu Sou o Beco: Memórias de Infância - Este espaço traz as memórias de Ayrton de sua infância por meio de fotos e áudios da família.

 

3.Paixão pela Velocidade e Outros Hobbies

Esta sala exibe a vida de Ayrton fora das pistas, mostrando um pouco de suas paixões, objetos pessoais, hobbies e outros gostos.

 

4. Sala do Kart: Oficina do Ayrton - Lembramos a habilidade de Ayrton com a mecânica e seu histórico no kart. Seu hábito de desmontar o kart levou seu pai a construir uma oficina em sua casa. Nesse espaço ainda teremos um jogo de mecânica de kart utilizando tecnologia Kinect.

 

5- Inglaterra - Momento da Escolha – Esta etapa é dividida em três ambientes, aqui é retratada a fase de Ayrton quando ele foi para Inglaterra e disputou a FF1600. Depois de um período, ele decide retornar para o Brasil para trabalhar com o pai e volta à Inglaterra, onde conquistou ainda triunfos na FF2000 e F3, até chegar nos testes para a Fórmula 1.

 

6- Por Dentro da Minha Mente - Uma das principais características de Ayrton era o seu poder de concentração. Mas, por dentro da sua mente, uma série de conflitos, pensamentos positivos, influenciava a sua pilotagem. Aqui o visitante mergulha numa sala sonora onde pode participar destes pensamentos.

 

7Rei da Chuva - Este espaço traz uma experiência cenográfica, que inclui uma projeção que dá a sensação de chuva e remete à fama de Ayrton ser o melhor piloto do mundo em pistas molhadas. 

 

8- Vencer é Possível - Principal atração da exposição, esta sala traz uma projeção imersiva com alguns dos momentos mais emocionantes da Fórmula 1, com uma mensagem motivacional. A ideia é mostrar como o piloto brasileiro inspira as pessoas a vencerem e, assim, ele acaba se expandindo, se multiplicando.

 

9- Senna me Inspira - Como desdobramento da sala anterior, serão exibidos vídeos e fotos de como as pessoas de diferentes partes do mundo inspiram-se em Ayrton, como ele deixou um legado que pode ser percebido em vários locais do mundo.


10- Muito pela Frente - 
Na última fase da exposição, os visitantes poderão ver obras de arte inspiradas em Ayrton, além de uma holografia da construção da escultura de Paula Senna. 

 

Bianca Senna, CEO de Senna Brands e sobrinha de Ayrton adianta que a exposição será emocionante. “Estamos felizes em anunciar a chegada dessa exposição inédita em homenagem ao Ayrton Senna, ainda mais depois de tantos meses difíceis em meio a pandemia. O nosso público vai se emocionar com esta exposição em que o Ayrton vai contar fatos especiais sobre a vida e carreira dele. Será a primeira vez que teremos uma exposição contada por ele, em primeira pessoa e temos certeza que será uma forma muito emocionante de passar sua história.” 

A Senna Brands também promoverá a abertura de sua nova loja Senna Shop no Shopping Villa Lobos. A inauguração será no dia anterior da exposição, em 07 de outubro, e ela ficará aberta para receber os visitantes até 31 de dezembro deste ano. A loja receberá itens exclusivos das marcas Ayrton Senna, Senna e Senninha, como capacetes, camisetas, bonés, brinquedos e vários outros produtos oficiais. 

A exposição é uma realização da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com direção do Museu a Céu Aberto, a direção criativa, percurso expositivo e produção são assinadas pela YDreams Global em parceria com a Senna Brands. A mostra conta com o patrocínio de grades empresas, como patrocínio-máster do grupo GPS, apoiadores como Visa e Shopping Villa Lobos e colaboradores como o Hospital Le Forte e Ticket e TV Cultura.

 

 

Serviço: Exposição “Eu, Ayrton Senna da Silva”

Data: 8 de outubro a 15 de novembro

Horário: Segunda: Fechada

Terça à sexta: 12h às 20h

Sábado: 10h às 22h.

Domingos e Feriados: 12h às 20h

Ingresso: Gratuito - reservar o ticket no site https://bileto.sympla.com.br/event/69232

Local: Shopping VillaLobos – no estacionamento do shopping

Endereço: Av. das Nações Unidas, 4777 – Alto de Pinheiros

Classificação: livre

 

 

Senna Brands

 

 

YDreams Global

www.ydreamsglobal.com.br


Com cenários 'instagramáveis', São Paulo ganha primeiro museu da selfie

Conceito presente em outros países chega à capital paulista em outubro e contará com 27 pontos perfeitos para uma foto. Espaço trará ainda informações e curiosidades sobre a história da selfie

 

A cidade de São Paulo está prestes a ganhar uma nova opção de passeio. Trata-se do “Museu da Selfie”, que será inaugurado no dia 9 de outubro, no shopping West Plaza, zona oeste da capital. O espaço promete agradar os fãs de uma boa foto e contará com 27 pontos ‘instagramáveis’ para encher as redes sociais com cenários de brilhar os olhos. A ideia é que esses cenários sejam atualizados de tempos em tempos. 

O conceito, presente em outros países, desembarca no Brasil com informações e curiosidades sobre a história da fotografia, com foco na selfie, conhecida anteriormente como “autoretrato”. Lá, os visitantes encontrarão a selfie mais famosa da história e descobrirão também números e fatos interessantes sobre o tema. Monitores estarão à disposição para dúvidas e também para garantir um bom clique durante a visita.

“O Museu da Selfie é uma atração para curtir de todas as formas: entre amigos, família, casais ou até mesmo sozinho. Os cenários foram pensados para alcançar absolutamente todas as faixas etárias e estão lindos. Nossa empresa é dedicada em levar experiências relevantes ao público e sempre estamos de olho nas novas tendências do mercado. A cidade, que tem a gama de opções culturais em seu DNA,  não poderia deixar de ter um museu da selfie para chamar de dela”, ressalta Álvaro Parisi, CEO da Experience Station, empresa responsável por trazer a atração a São Paulo.

O Museu da Selfie funcionará de segunda a sábado das 10h às 22h, e aos domingos das 12h às 20h. Os ingressos partem de R$ 25 e já podem ser adquiridos pelo site www.museudaselfie.com.br ou no próprio local. Haverá pacotes promocionais de acordo com o número de pessoas do grupo.

“É muito importante para o Shopping West Plaza abrigar uma atração de conceito internacional. Esperamos que o evento se transforme em um ponto de encontro para oferecer uma experiência única aos visitantes vindos de todas as regiões de São Paulo”, afirma Márcio Ramos, gerente de marketing do Shopping West Plaza.

É importante destacar que todos os protocolos de higiene e segurança serão seguidos no espaço. O número de visitantes também será controlado, para que não haja nenhum tipo de aglomeração no local.

 


Museu da Selfie

Local: Shopping West Plaza - Av. Francisco Matarazzo, s/n - Água Branca/Bloco A, Piso Térreo

Site: http://www.museudaselfie.com.br/ 

E-mail: museudaselfie@exsta.com.br 

 

 

Shopping West Plaza

Av. Francisco Matarazzo - Água Branca, São Paulo - SP
www.westplaza.com.br - telefone (11) 3677 4000 / (11) 94516-3051

 Instagram: @westplaza

www.facebook.com/shopwestplaza


MAB FAAP ABRE MOSTRA COM TEMÁTICA INDÍGEN

Exposição retrata o modo de vida do povo Guarani Mbya, que vive no Pico do Jaraguá, em São Paulo

 

O Museu de Arte Brasileira da FAAP (MAB FAAP) abre no dia 13 de outubro a exposição Mbya reko – Jaraguá é Guarani. A mostra reunirá fotografias e pinturas que retratam o modo de vida do povo Guarani Mbya, que vive no Pico do Jaraguá, um território conhecido como Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo. Com curadoria do professor e diretor da área de Comunicação da Faculdade Armando Alvares Penteado, Rubens Fernandes Junior, também crítico em fotografia, a exposição ficará em cartaz até 14 de novembro.

As obras são de autoria dos artistas Rafayane Carvalho, Dinas Miguel e Thiago Carvalho. A mostra também conta com a participação do jovem artista, fotógrafo, realizador audiovisual e comunicador Guarani, Richard Wera Mirim, que encontrou na arte da fotografia e do cinema um caminho para expressar o modo de vida e a luta do seu povo, além de incentivar outros jovens a seguir o mesmo exemplo.

Na Terra Indígena Jaraguá moram aproximadamente 800 indígenas, divididos em seis núcleos de aldeias: Tekoa Pyau, Tekoa Ytu, Tekoa Itawera, Tekoa Yvy Porã, Tekoa Itakupe e Tekoa Itaendy. O nhandereko (“nosso modo de viver” - para eles) ou mbya reko (“o modo de vida deles" - para nós) está presente em toda a exposição, retratado nas fotografias, nas peças de artesanato inspiradas na fauna brasileira, nos penachos e no cocar, no tradicional petyngua (cachimbo Guarani), e com o milho como fonte de alimento, chamado de avaxi ete’i, entre outros.

“A exposição apresenta como os Guarani vivem e resistem praticando o que eles chamam de nhandereko, que consiste no ensinamento e manutenção da língua materna guarani, do resgate, plantio e consumo dos alimentos tradicionais, da espiritualidade por meio das cerimônias sagradas, entre outras atividades do dia a dia”, explica a artista Rafayane Carvalho.

Mbya reko - Jaraguá e Guarani é a primeira mostra com temática indígena do MAB FAAP.

 

Rafayane_Carvalho _Xondaria



Sobre o MAB FAAP

Desde que abriu suas portas pela primeira vez, com a mostra “Barroco no Brasil”, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que este ano completou 60 anos, se comprometeu a incentivar e divulgar a arte brasileira. Além de seu acervo próprio que conta com mais de 3 mil obras de arte a partir do final do século 19, no decorrer dos últimos anos, abrigou exposições marcantes para a história da cultura do País, como a exposição “Toyota – O Ritmo do Espaço” premiada pela APCA em 2018. Em 2015, foi criada a Coleção MAB-Moda que reúne vestimentas, bonecas e acessórios de estilistas contemporâneos brasileiros, fortalecendo o vínculo entre o museu e a moda, que desde 1989 esteve presente por meio de desfiles e exposições vinculadas ao tema. Cabe destacar que além da pesquisa e organização de exposições de temas pertinentes às artes visuais brasileiras, o MAB incorporou a apresentação de mostras de arte internacional com temáticas de interesse geral que trazem experiências significativas ao público e ampliam a compreensão do fazer artístico e cultural.




Exposição Mbya reko – Jaraguá é Guarani

Período de visitação: de 13 de outubro a 14 de novembro de 2021

Horário: das 10h às 18h, todos os dias da semana, exceto às terças-feiras (fechado)

Endereço: R. Alagoas, 903 – Higienópolis

Informações: (11) 3662-7198

Agendamento de visitas: https://visitante.agendamento.faap.br

Entrada: Gratuita

 

Museu do Futebol sedia lançamento do Relatório Anual 2020 do Observatório da Discriminação Racial no Futebol


Evento será transmitido no Facebook e YouTube na próxima sexta (8), às 10h, com participação de nomes como Marcelo Carvalho, Grafite e Rafaelle Seraphim


Na próxima sexta-feira (8), às 10h, o Museu do Futebol, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, será palco do evento virtual de lançamento do Relatório Anual da Discriminação Racial 2020, feito pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol em parceria com o Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e apoio do Facebook. Em sua sétima edição, o Relatório é uma análise sistêmica dos incidentes raciais e casos de preconceito e discriminação ocorridos no esporte brasileiro entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2020, com foco especial no futebol. O evento será transmitido nas Páginas do Observatório da Discriminação Racial no Futebol e do Museu do Futebol no Facebook, além dos respectivos canais no YouTube, e também no Facebook do Museu da UFRGS.

O relatório deste ano conta com o apoio do Facebook e traz 76 ocorrências discriminatórias, sendo 68 em território nacional e outras oito com atletas brasileiros no exterior, dos quais 83% estão relacionadas com o futebol, sejam esses fatos gerados através da internet, estádios ou outros espaços que envolvam agentes relacionados com o esporte bretão. Incidentes em outras modalidades como basquete, surf, e-Sports e UFC, também serão apresentados. O lançamento oficial ainda apresentará dados sobre os casos julgados pela Justiça Desportiva, locais dos incidentes e os envolvidos, além do histórico dos casos monitorados e seus desdobramentos ao longo dos sete anos de trabalho do Observatório.

Participarão do evento Marcelo Carvalho, Diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol; Marcel Tonini, Doutor em História Social e integrante da equipe de curadores da exposição “Tempo de Reação – 100 anos do goleiro Barbosa”; Rafaelle Seraphim, jornalista do Grupo Globo e umas das criadoras do podcast Ubuntu Esporte Clube; o ex-jogador e comentarista Grafite; o ex-jogador e vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, Mauro Silva; e a jogadora de futebol Suellen Rocha.

O evento está relacionado à exposição temporária “Tempo de Reação – 100 anos do Goleiro Barbosa”, que celebra a trajetória do ex-goleiro da Seleção Brasileira e do Vasco, Moacyr Barbosa (1921-2000), que ao lado dos outros jogadores negros do time, foi injustamente responsabilizado pela derrota do Brasil para o Uruguai no “Maracanazzo” em 1950.

ATENÇÃO: Os jornalistas que quiserem participar do lançamento devem enviar suas perguntas pelo formulário: https://forms.gle/bCQuF961CMmLp4UH6. Ao término do evento, o Relatório Anual da Discriminação Racial 2020 será enviado na íntegra para os emails cadastrados no formulário.


PATROCÍNIO E APOIO


A exposição temporária “Tempo de Reação - 100 anos do goleiro Barbosa”, parte da Temporada do Museu e em cartaz até 21/11, conta com patrocínio do SporTV, e com apoio da EMS Farmacêutica por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Tem como parceiro a Poker Esportes e consultoria de conteúdo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Coletivo Pretaria e Malik Esporte e Cultura.

A Temporada 2021 do Museu do Futebol tem o patrocínio do Aché Laboratórios Farmacêuticos, que também patrocina o programa "Museu Amigo do Idoso". Tem como apoiadores: SporTV/Globo, EMS Farmacêutica, TIVIT, Evonik Brasil e Pinheiro Neto Advogados. A Rádio CBN, UOL, Revista Piauí, Gazeta Esportiva e Guia da Semana são seus parceiros de mídia. O IDBrasil Cultura, Educação e Esporte é a organização social responsável pela sua gestão. A Temporada é realizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.  

 



Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado
Davi Franzon – 11 93411-6428
Cintia Ruiz – 11 98080-9800
Simone Blanes – 11 94003 –1711
imprensaculturasp@sp.gov.br

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Reserva ovariana: especialista em reprodução humana explica como investigar e quais são os exames indicados

Marcador de fertilidade da mulher, a reserva ovariana corresponde a quantidade de folículos armazenados nos ovários, segundo explica o médico Nilo Frantz

 

A reserva ovariana é o principal marcador da fertilidade da mulher. Nesse sentido, ela representa a quantidade de folículos presentes nos ovários, que vai diminuindo progressivamente com o avanço da idade.

Mas por que a reserva ovariana muda ao longo da vida? Qual o momento certo para investigar? Quais os exames que avaliam o estoque de óvulos da mulher? O médico especialista em reprodução humana, Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica todos esses questionamentos sobre a fertilidade da mulher. 

Segundo o especialista, denomina-se reserva ovariana a quantidade de folículos (estruturas que contêm os óvulos) armazenados nos ovários da mulher.

"Nesse sentido, é importante esclarecer que a mulher já nasce com um número pré-determinado de folículos, pois eles são produzidos ainda durante a vida intrauterina. Desta forma, após o nascimento não há mais produção de óvulos, e os ovários vão perdendo progressivamente este estoque até chegar à menopausa", explica o especialista.

Se a mulher tem planos de ser mãe ou não está conseguindo engravidar, é importante que ela tenha dados da sua reserva ovariana. Com estas informações, o médico pode avaliar como está a sua fertilidade.

 

Como a reserva ovariana muda ao longo da vida?

O médico explica que, ao contrário dos homens que produzem espermatozoides durante toda a vida, as mulheres já nascem com uma reserva ovariana determinada. Nesse sentido, todos os óvulos que a mulher terá ao longo dos anos são produzidos enquanto ela ainda é um bebê, dentro do útero materno.

"Sabe-se que até a metade da gestação a menina tem de 6 a 7 milhões de óvulos. Já quando nasce, este número cai para 1 a 2 milhões e, deste momento em diante, não para mais de perdê-los", ressalta Dr. Nilo Frantz.

Ele aponta que na adolescência, por volta dos 12 ou 13 anos, quando costuma ocorrer a primeira menstruação, só restam em torno de 400 ou 500 mil óvulos, e a partir daí, a reserva ovariana vai diminuindo progressivamente.

Isto porque a cada ciclo menstrual o corpo feminino disponibiliza cerca de mil óvulos, mas apenas um ovula de fato. Os outros são perdidos por atresia (morte celular), mesmo tomando anticoncepcional ou durante uma gestação.

"Por esta razão, o ovário vai se esvaziando até que, no fim dos 30 e início dos 40 anos, o estoque de óvulos no corpo feminino está praticamente zerado. Assim, com os passar dos anos a fertilidade feminina vai diminuindo até a mulher entrar na menopausa", expõe o especialista em reprodução humana.

 

Qual a importância da reserva ovariana?

Segundo Nilo Frantz, a reserva ovariana tem grande importância para quem pretende ser mãe, pois as mulheres dependem dela para a realização do sonho da maternidade.

"Sabe-se que por volta dos 35 anos, a queda na reserva ovariana começa a ser significativa. Já nos 40 a diminuição é ainda maior, e os óvulos que são liberados têm mais chance de apresentar defeitos genéticos, o que pode causar abortos espontâneos", informa.

A consulta com um especialista é importante para que as mulheres possam saber como está a situação da sua fertilidade, através de consultas e exames de reserva ovariana.

Ele ressalta que existem algumas situações que indicam uma maior necessidade de realização dos exames. São elas:

Mulheres de até 35 anos que não engravidaram depois um ano de tentativas; Mulheres com mais de 35 anos que não engravidaram depois de 6 meses de tentativas; Pacientes que passarão por tratamento de Reprodução Assistida; Mulheres que querem postergar a maternidade realizando o congelamento de óvulos; Pacientes que serão submetidas à cirurgia de retirada de cistos nos ovários: Pacientes que farão alguma cirurgia de endometriose e mulheres que passarão por tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Segundo o médico, a medicina possui três exames capazes de avaliar a reserva ovariana da mulher: a ultrassonografia transvaginal, o FSH Basal e o Hormônio antimülleriano. Desta forma, os resultados são importantes para a definição da abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente.

Confira abaixo os detalhes de cada exame.

 

Ultrassonografia Transvaginal

A ultrassonografia transvaginal é feita entre o 2º e o 3º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, o exame permite que o médico observe imagens dos folículos antrais e conte quantos a mulher tem naquele mês específico. É bom lembrar que os folículos são as estruturas ovarianas nas quais os óvulos se desenvolvem. Desta forma, quanto maior o número de folículos, maior a reserva ovariana.

Vale salientar ainda que a contagem de folículos está muito relacionada à idade da mulher. De modo geral, com o passar dos anos, a quantidade deles diminui. Contudo, em casos excepcionais, há mulheres mais velhas que ainda possuem uma boa reserva ovariana, porém estes óvulos são de baixar qualidade.

 

FSH Basal

O FSH Basal é um exame de sangue realizado entre o 2º e o 5º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, ele serve para medir a quantidade do hormônio folículo-estimulante (FSH), indutor natural dos ovários.

Desta forma, os níveis de FSH aumentam conforme a mulher se aproxima da menopausa. Portanto, ele é um marcador efetivo da baixa reserva ovariana e, consequentemente, da baixa resposta à estimulação ovariana na Fertilização in Vitro. Sendo assim, quanto mais altos forem os níveis de FSH, menor será a possibilidade de sucesso de gravidez.

Contudo, embora o FSH indique uma baixa reserva ovariana, ele não é um marcador da qualidade dos óvulos. Dessa forma, em alguns casos, mesmo que a reserva ovariana seja baixa, a gravidez é possível.

 

Hormônio antimülleriano (AMH)

O exame que testa o hormônio antimülleriano é um exame de sangue mais moderno e eficaz na verificação da reserva ovariana.

O AMH é produzido pelas células dos ovários onde se desenvolvem os folículos antrais e pré-antrais. Sendo assim, quanto maior o número dos folículos no ovário, maior a reserva ovariana e a concentração sanguínea de AMH. Este hormônio, diferente do FSH, não sofre variação expressiva dentro do ciclo menstrual. 

No entanto, ele só pode ser realizado a partir da puberdade, quando a capacidade reprodutiva da mulher está completa. Antes desta idade ele é indetectável.

 

O que se considera uma baixa reserva ovariana?

A partir dos exames realizados é possível verificar como está a reserva ovariana de cada mulher. Desta forma, o médico pode fazer uma análise de todos os índices e orientar a melhor conduta para alcançar a gravidez.

 

É possível engravidar com baixa reserva ovariana? Dr. Nilo enfatiza que a baixa reserva ovariana não é um fator impeditivo para uma gravidez. Desta forma, enquanto a mulher estiver ovulando ainda existe a possibilidade de gerar um filho.

"O que vai dificultar mais a gestação é a idade da mulher. Uma paciente mais jovem, mesmo com a reserva ovariana baixa, tem mais condições de engravidar do que a mais velha. Isso ocorre porque além da diminuição dos folículos, a mulher com a idade mais avançada tem uma piora significativa na qualidade dos óvulos", finaliza o médico.


Álcool na gestação segue fazendo vítimas entre os bebês

Análise apresentada na publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2021 indica tendência de redução da abstinência entre as mulheres entre 18 e 34 anos, com variação média anual de 2% ao ano, o que significa que mais brasileiras em idade fértil passaram a beber entre 2010 e 2019. Além disso, o uso abusivo de bebidas apresenta tendência de aumento com média anual de 5% para a mesma faixa etária.

São dados preocupantes não somente do ponto de vista da saúde feminina, mas sinal de alerta para as futuras gerações. No Brasil, estima-se que 15% das gestantes consomem bebidas alcoólicas, fator de risco importante para o desenvolvimento de transtornos neurológicos e neurocomportamentais, além de danos congênitos, conhecidos como Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal (em inglês, FASD – Fetal Alcohol Spectrum Disorders), sendo a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) seu quadro mais grave. Trata-se de doença sem cura, mas totalmente evitável, desde que a gestante não consuma álcool.

 

“Apesar de importante incidência, os danos causados pelo uso de álcool na gravidez ainda são pouco conhecidos pela população e suas consequências podem persistir por toda a vida adulta da criança. Portanto, a prevenção é fundamental e nosso papel é contribuir na disseminação de conhecimento a respeito do perigo”, destaca Erica Siu, vice-presidente executiva do CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, referência nacional no tema.

 

No mundo, a cada mil bebês, de 6 a 9 nascem com SAF. No Brasil, não há dados oficiais, mas estudo realizado em maternidade da periferia de São Paulo aponta que 38 a cada 1.000 nascidos sofriam de algum transtorno relacionado ao uso de álcool. No entanto, estimativas indicam que sequer 1% das crianças afetadas são diagnosticadas.

 

Para a especialista em Pediatria Neonatal e conselheira científica do CISA, Conceição Aparecida de Mattos Segre, essa falta relevante de diagnóstico pode ser explicada pela complexidade do próprio diagnóstico, pela dependência da presença de alterações faciais (que ficam menos nítidas com o passar dos anos), pela necessidade de preparo das equipes de saúde para identificar os casos e carência de uma equipe multidisciplinar.

 

“O diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar são essenciais para promover o melhor desenvolvimento e possibilitar um aumento da qualidade de vida das crianças acometidas. Sem o diagnóstico correto, deixamos uma geração de brasileiros e famílias sem o atendimento de que tanto precisam”, alerta Segre.

 

A campanha é promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação Médica Brasileira (AMB) e o CISA, com o apoio da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), com apoio da brasileira Marjan Farma, visa a disseminar conhecimento científico a respeito dos riscos do consumo de álcool durante a gravidez. A ação acontece nas redes sociais com a publicação de conteúdos especiais sobre efeitos do álcool no feto e as consequências para a saúde do bebê, diagnóstico e tratamento.


Treino aeróbico noturno traz mais benefícios cardíacos a hipertensos, indica estud

Cientistas da USP compararam o efeito de exercício aeróbico matinal e noturno em homens de meia-idade; resultados sugerem que treinar entre 18h e 21h ajuda a estimular mecanismos que fazem o ajuste fino da pressão arterial (foto: acervo dos pesquisadores)

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Estudo publicado na revista Blood Pressure Monitoring comprova que os benefícios da atividade física para hipertensos podem ser potencializados se os exercícios forem praticados entre as 18h e as 21h.

A análise teve como foco a taxa de recuperação cardíaca (TRC), que a grosso modo pode ser explicada como a medida de redução da frequência cardíaca após a interrupção do exercício. O treino noturno melhorou tanto a fase rápida (medida 60 segundos após o ápice do esforço físico) quanto a fase lenta (medida 300 segundos depois) da TRC.

A investigação foi conduzida pelo pós-doutorando Leandro Campos de Brito, sob a orientação da professora Cláudia Lúcia de Moraes Forjaz, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP). O pesquisador comparou respostas de pacientes hipertensos a treinos aeróbicos estruturados realizados pela manhã e à noite durante dez semanas.

Segundo Brito, aproximadamente 25% das pessoas não são responsivas aos exercícios do ponto de vista do controle da pressão e, para elas, são necessárias estratégias diferentes das convencionais. Como, por exemplo, a realização de exercícios em momentos que possam maximizar os benefícios.

A ideia inicial de Brito, em seu doutorado, foi avaliar o efeito crônico do exercício no tocante a benefícios cardiovasculares em geral. Isso incluía também as respostas da TRC, como a medida de redução da frequência cardíaca após a interrupção do exercício. Trata-se de uma variável capaz de fornecer um marcador dos mecanismos autonômicos de regulação do funcionamento do coração.

“Há dois ramos no sistema autonômico cardíaco: o simpático e o parassimpático. A grosso modo, o parassimpático faz o coração desacelerar e o simpático faz o órgão acelerar e bater mais forte. Espera-se que, após um período de treinamento com exercícios físicos, o poder do parassimpático aumente [coração mais relaxado] e o do simpático diminua. A TRC nos permite inferir como esse comportamento ocorre, por meio da mensuração realizada nos primeiros 60 segundos [resposta tipicamente parassimpática] e 300 segundos após o fim de um teste máximo de esforço cardiopulmonar, sendo que essa última resposta sugere tanto a atuação do nervo parassimpático, recuperando o compasso do coração, quanto a desaceleração do simpático, cuja atividade foi acumulada durante o exercício”, explica.

Segundo o grupo de cientistas, o fato de ambas as fases (rápida e lenta) da TRC terem aumentado com o treino noturno indica que praticar exercícios a essa hora do dia melhora ambos os ramos do sistema autonômico cardíaco (parassimpático e simpático). Além disso, os resultados mostram que o efeito benéfico não é limitado ao momento em que os voluntários se exercitaram.

“Avaliamos as pessoas pela manhã e à noite e as que treinaram no período noturno mostraram melhores resultados nas duas avaliações.”


Método

O experimento envolveu 49 homens hipertensos de meia-idade, medicados por no mínimo quatro meses com o mesmo tipo de fármaco e a mesma posologia. Eles foram alocados aleatoriamente em três grupos: o de treinamento matinal (7h às 9h), o de treinamento noturno (18h às 21h) e o grupo-controle (sem treino aeróbico).

O treino foi realizado três vezes por semana durante dez semanas. Os grupos que realizaram o treino pedalaram na bicicleta ergométrica (30 minutos nas duas primeiras semanas e 45 minutos nas demais, com intensidade moderada) e o grupo-controle fez alongamento (30 minutos). Nas avaliações iniciais e finais do estudo, a taxa de recuperação cardíaca dos voluntários foi mensurada 60 e 300 segundos após o final do exercício.

“Para o grupo-controle, optamos por uma atividade que não traria impacto adicional de benefício na variável estudada. Por isso, esse tipo específico de alongamento [estático e ativo]. O objetivo era fazer com que o grupo-controle fosse à EEFE-USP o mesmo número de vezes que o grupo que treinou, tivesse a pressão aferida o mesmo número de vezes, encontrasse os pesquisadores nos mesmos dias, se sentisse cuidado na mesma magnitude”, explica Brito, primeiro autor do artigo.

O experimento foi realizado no Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora da EEFE-USP, coordenado por Forjaz.

O estudo teve o apoio da FAPESP por meio de bolsa de doutorado concedida a Brito, que também foi bolsista de mestrado e atualmente recebe bolsa de pós-doutorado.


Possíveis razões

Os pesquisadores estão tentando entender os mecanismos que fazem essa melhora ser mais expressiva à noite. No primeiro trabalho, descobriram que a sensibilidade barorreflexa (mecanismo autonômico que controla a pressão arterial, batimento a batimento) foi aumentada com o treino.

“Esse mecanismo avalia, a cada vez que seu coração bate, se a pressão subiu ou desceu demais e corrige. Um mecanismo desse mais sensível reflete uma saúde melhor. O treino da noite e o da manhã melhoraram a sensibilidade desse mecanismo, mas o da noite melhorou mais. Entretanto é uma medida espontânea, feita com a pessoa em repouso. Atualmente, no pós-doutorado, fazemos uma estimulação máxima dessa sensibilidade utilizando medicamentos, o que, de alguma maneira, acaba refletindo um pouco mais o estresse do dia a dia, porque ninguém fica parado o tempo todo, o indivíduo tem desafios físicos, cognitivos e emocionais nos quais esse controle autonômico também é exigido”, diz Brito.

Ele explica que as funções cardiovasculares de um indivíduo variam durante as 24 horas do dia. “O esperado é que pela manhã, ao acordarmos, nosso valor de pressão arterial aumente, atingindo um primeiro pico em torno das 10h. Então, esse valor estabiliza e haverá uma redução no meio da tarde, perto das 15h. Um segundo pico acontece entre 18h e 20h. Depois disso, há uma redução progressiva, sendo que tanto a pressão arterial quanto a frequência cardíaca registrarão os menores valores mais ou menos no meio da madrugada. Estamos propondo que esse exercício no período da noite estaria encontrando uma janela de oportunidade para uma melhora mais expressiva.”

Segundo Brito, à noite o indivíduo apresenta maior sensibilidade barorreflexa e menor atividade simpática. “Além disso, por conta do ciclo de 24 horas, à noite ele começa a ter uma redução de batimento cardíaco e também apresenta menor resistência nos vasos sanguíneos. É um momento em que o estresse sobre o sistema cardiovascular está menor e parece que isso permite que o exercício tenha mais benefícios. Trata-se de uma hipótese para explicar esse resultado que encontramos.”

Junto a colegas, ele já publicara outros artigos sobre o tema, como o divulgado ano passado na revista Clinical and Experimental Hypertension (leia mais em: agencia.fapesp.br/34212/.


Estilo de vida

O profissional de educação física ressalta, no entanto, que também foram registrados benefícios no grupo que treinou pela manhã, só que em menor intensidade. “É importante dizer que, quando o assunto é fazer exercício, qualquer hora é melhor do que hora nenhuma. Ou seja: é necessário se exercitar. O que tentamos neste trabalho foi maximizar as respostas.”

Segundo Brito, hipertensos resistentes, que tomam quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos por dia, necessitam de estratégias melhores de abordagem do problema do que as convencionais. “Para eles, creio que nossos resultados são bastante interessantes.”

O cientista esclarece que todo mundo vai ficando com a pressão mais alta conforme envelhece, mas nem todos serão hipertensos. “Nos adultos, um a cada quatro é hipertenso; em idosos, duas a cada três pessoas são hipertensas.”

Brito lembra que o mínimo recomendado para um adulto são 150 minutos de atividade física moderada por semana. “Se você fizer somente esses 150 minutos, já terá 7% menos de chance de se tornar um hipertenso na maturidade. E quando falo de atividade física, estou englobando todos os tipos de atividade física, incluindo limpar a casa. Caso você já seja hipertenso, se fizer esse mínimo recomendado, terá até 50% menos chances de ter complicações advindas da hipertensão.”

O pesquisador reafirma que a atividade física, em geral, confere um fator protetor intenso ao controle da pressão arterial. “Se o hipertenso fizer um exercício estruturado aeróbico, são esperados resultados semelhantes, por exemplo, àqueles referentes ao uso de um medicamento hipertensivo. Não à toa, nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Hipertensão [SBH], a primeira intervenção sugerida é uma mudança no estilo de vida, e não o uso de medicamentos, quando o quadro clínico do paciente permite”, reforça Brito, que também é diretor do departamento de educação física da SBH. “Nenhum hipertenso deveria ficar sem fazer exercício aeróbico.”

O artigo Comparison of morning versus evening aerobic-exercise training on heart rate recovery in treated hypertensive men: a randomized controlled trial pode ser lido em https://journals.lww.com/bpmonitoring/Abstract/9000/Comparison_of_morning_versus_evening.99294.aspx.

 

 


Karina Ninni

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/treino-aerobico-noturno-traz-mais-beneficios-cardiacos-a-hipertensos-indica-estudo/36989/


Outubro Rosa: chances de cura chegam a mais de 95% quando o tumor é descoberto no início

Campanha #CorrenteRosa incentiva mulheres a realizarem a mamografia

 

O câncer de mama é atualmente o tipo que mais afeta a população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo responsável por 2,26 milhões de casos identificados em 2020.

Afetando em sua absoluta maioria mulheres (99%), o volume corresponde a 11,7% de todos os diagnósticos de câncer no mundo. No Brasil, projeções do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que ao menos 66.280 mil dessas pessoas estão em território nacional, um número de novos casos que tende a se repetir nas estatísticas de 2021.

Diante dessa realidade, a detecção em fase inicial continua sendo a principal arma no combate ao câncer de mama, tendo como aliada essencial a mamografia - que deve ser realizada anualmente em mulheres a partir dos 40 anos e é a melhor forma de detectar o tumor no começo do seu desenvolvimento aumentando as chances de cura.

Contudo, entidades de classe e especialistas alertam que durante a pandemia causada pela Covid-19 esse exame teve uma queda importante nos seus registros de busca, com potenciais impactos diretos no volume de descobertas tardias de cânceres a curto prazo. Dados iniciais já indicam que ao menos 70 mil brasileiros deixaram de receber seus diagnósticos em 2020 por não terem realizado exames de rotina essenciais, considerando análise feita pela Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

Parte importante deste número se refere à queda na procura por mamografias e outros exames complementares determinantes para a descoberta do câncer de mama, como biópsias. Para o oncologista Max Mano, líder de tumores de mama do Grupo Oncoclínicas, a soma desses fatores gera uma equação perigosa, tendo como resultado inevitável o atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento do câncer, algo altamente prejudicial para o sucesso das terapias de controle empregadas.

"As chances de cura chegam a 95% ou mais quando o tumor é descoberto no começo, sendo o tratamento em geral menos agressivo, o que melhora, em muito, a qualidade de vida durante e após as terapêuticas aplicadas contra a doença. De forma geral, a mamografia é a principal aliada para identificação de tumores de mama em fase inicial, mas o medo da COVID-19 fez com que muitas mulheres adiassem suas rotinas médicas essenciais", diz o médico.

Essa percepção é reforçada pelos recém-divulgados dados da pesquisa "Câncer de mama: tabu, falta de clareza sobre a doença, diagnóstico precoce e autocuidado", realizada entre os dias 7 e 23 de setembro de 2021 pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da farmacêutica Pfizer. Das 1.400 mulheres de faixas etárias acima dos 20 anos entrevistadas, 47% deixaram de frequentar o ginecologista ou o mastologista durante a pandemia. No tocante à importância do diagnóstico de tumores em estágio inicial, 59% afirmaram saber da importância de realizar a ultrassonografia regularmente ou mamografia após os 40 anos, além de manter um acompanhamento médico ginecológico constante.

O levantamento revelou adicionalmente que mais da metade das entrevistadas (55%) afirmou saber que deve fazer exames de rotina desde o início da vida adulta se houver casos de câncer de mama na família, cientes de que a hereditariedade é um fator de atenção.

Não à toa, neste Outubro Rosa a tônica central das campanhas de conscientização traz o reforço da necessidade de retomar os exames preventivos e consultas com especialistas, sempre respeitando os cuidados para evitar o contágio do coronavírus. "Muitas mulheres com suspeita ou sintomas não foram ao médico por conta do medo do vírus. Essa é das situações mais perigosas, já que o crescimento de um nódulo pode ser rápido e cada segundo conta. O bom é que com o avanço da vacinação já é possível retomar a rotina de cuidados, mantendo, é claro, as recomendações contra a Covid-19", explica Max Mano.

Como estímulo à esse movimento, o Grupo Oncoclínicas realiza ao longo de todo o mês a #CorrenteRosa, com uma série de ativações em plataformas digitais voltadas a um olhar positivo para o retorno das rotinas médicas no combate ao câncer de mama. Nas mídias sociais e por meio do hotsite especial https://www.movimentopelavida.com.br, serão disponibilizadas informações gerais sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer mama, direitos dos pacientes e outras dúvidas frequentes, além da possibilidade de geração de cards com mensagens de estímulo para serem enviadas por familiares e amigos para mulheres das mais diferentes faixas etárias.

A iniciativa contará ainda com uma programação de Lives com médicos especialistas voltadas ao esclarecimento das principais dúvidas da população em geral, em tempo real, sobre os diferentes temas que se referem ao câncer de mama.


Autoexame e desafios para além da pandemia

A pesquisa do Ipec/Pfizer aponta também para outro aspecto relevante ao debate: os perigos das mulheres realizarem apenas o autoexame. Das entrevistadas, 21% alegaram não saber do risco de o autoexame apontar apenas um tumor já em estágio avançado. "O toque nas mamas pode ser uma forma de detectar a doença, mas isso só se torna possível em estágios menos iniciais da doença, quando o tumor fica com maiores dimensões e se torna, portanto, palpável. E este é um sinal de que o tumor atingiu um estágio mais avançado. Em contrapartida, a mamografia é capaz de mostrar tumores milimétricos, o que aumenta as possibilidades de obtermos respostas positivas aos tratamentos. O autoexame não pode e nem deve substituir os exames periódicos e as idas ao médico", reforça Max Mano.

O oncologista do Grupo Oncoclínicas faz ainda um alerta sobre os desafios do país com relação não só a medidas que contribuem para o diagnóstico do câncer de mama de forma mais precoce possível, como ao acesso à uma linha de cuidados integral adequada após a detecção do tumor. A situação, que já apresentava desafios importantes na rede pública antes da eclosão da Covid-19, continua latente e exige um olhar de atenção. "A equidade no acesso a acompanhamento médico, diagnóstico e tratamento precisa ser debatida por todas as camadas da sociedade para que possamos buscar soluções que promovam a melhoria da saúde como um todo. Precisamos lembrar que os exames diagnósticos são apenas a primeira parte da jornada do paciente na descoberta e luta contra o câncer, mas depois disso há muitas etapas a serem cumpridas para que haja efetivamente a certeza do acompanhamento adequado em todas as fases da doença", aponta.


Uma vida mais saudável

No tocante à prevenção, cultivar uma rotina saudável, de acordo com o médico, é a chave para reduzir as taxas de câncer de mama entre a população nos próximos anos. Parar de fumar, buscar uma alimentação saudável, controlar o peso corporal e manter uma rotina de exercícios são valiosas para a saúde como um todo e exercem também papel fundamental na prevenção do câncer de mama.

"A prática regular de exercícios físicos e adoção de uma dieta alimentar balanceada são essenciais tanto para reduzir as chances de incidência do câncer de mama quanto para reduzir os riscos de recidiva da doença", frisa.

Segundo Max Mano, obesidade, sedentarismo e tabagismo estão entre os fatores evitáveis que podem contribuir para o surgimento da doença. Uma pesquisa publicada na revista Nature e que contou com a colaboração do Ministério da Saúde revela que uma em cada dez mortes em decorrência de câncer de mama no Brasil - cerca de 12% - poderia ter sido evitada com a prática de atividade física regular. De acordo com a pasta, os números mostram que, em 2015, 2.075 mortes poderiam ter outro desfecho se as pacientes realizassem pelo menos uma caminhada de 30 minutos ao dia cinco vezes por semana.


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