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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Administração: uma área majoritariamente masculina

No dia do administrador, conheça o progresso feminino nesse ramo


No dia 9 de setembro, é comeorado o dia do administrador, então nada melhor que celebrar a conquista de grandes mulheres nessa área que pode ser tão concorrida.

A mulher já conquistou bastante espaço no mercado de trabalho, elas respondem atualmente por 43,8% de todos os trabalhadores brasileiros. Mas a participação vai caindo conforme aumenta o nível hierárquico. Elas representam 37% dos cargos de direção e gerência. No topo, nos comitês executivos de grandes empresas, elas são apenas 10% no Brasil. Entrar nesse meio é difícil, mas grandes mulheres conseguem graças a sua competência.

Uma delas é Madalena Feliciano, CEO de duas empresas, Outliers Careers e IPCoaching, consultora executiva de carreira e master coach internacional. Com muitas dificuldades como o desemprego na família e poucos recursos, conseguiu abrir suas empresas e se destacar como grande executiva. Madalena conta que valoriza a figura feminina em seu trabalho e conta da dificuldade em se inserir num seleto grupo de mulheres chefes. “Eu valorizo muito as mulheres na contratação de colaboradores para minha empresa, porque a mulher consegue unir o conhecimento técnico ao seu lado humano” conta ela.

Outro dado interessante é que as mulheres já chefiam 36% das melhores empresas para trabalhar no Brasil. Bem acima dos 11% de cargos de liderança no ano de 1997. O crescimento da confiança em chefes mulheres demonstra que a aliança da firmeza com o lado mais sensível das mulheres pode ser o segredo para grandes chefias. Para esse número crescer ainda mais, as mulheres podem buscar formas de realocação profissional. Grandes líderes, como é o caso de Madalena, se formam através de autoconhecimento, virtudes e personalidade.

Madalena Feliciano é CEO da Outliers Careers, empresa especializada em serviços de desenvolvimento humano utilizando as mais respeitadas metodologias e ferramentas de mercado e já ganhou prêmios como o Top of Mind e o de Empresária do Ano por duas vezes. Ela explica que se as mulheres buscarem mais esse autoconhecimento para se entenderem e entenderem o mercado como um todo pode adentrar ainda mais os grandes cargos. “Grandes mentes lideram grandes corporações. Se hoje sou uma mulher de sucesso foi graças a esse tipo de processo comigo mesma. Outras mulheres podem e devem ir atrás disso”, completa Madalena.




Madalena Feliciano - Gestora de Carreira
Professor Aprígio Gonzaga 78, São Judas, São Paulo - SP.

Judiciário homologou 4,4 milhões de acordos em 2018


Em 2018, o Poder Judiciário proferiu, aproximadamente, 4,4 milhões de sentenças homologatórias de acordos entre as partes envolvidas em processos, ou seja, 11,5% de todas as ações que tramitaram na Justiça no ano passado. 

Dessas, 3,7 milhões foram sentenças na fase processual e 700 mil na fase pré-processual.  O estímulo ao entendimento entre as partes integra a política do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2006, quando foi implantado o Movimento pela Conciliação. A iniciativa, além de responder de maneira ágil e satisfatória aos envolvidos em conflitos judiciais, o que, por consequência, ainda ajuda na redução das demandas na Justiça. 

A análise da série história que integra o Relatório Justiça em Números 2019 revela um quadro de estabilidade, com tendência a queda, em termos de realização de conciliação entre os envolvidos no processo. O gráfico a seguir retrata a variação na efetivação de acordos em diferentes fases processuais e graus de jurisdição. É importante observar que o índice de conciliação é dado pelo percentual de sentenças e decisões resolvidas por homologação de acordo em relação ao total de sentenças e decisões terminativas proferidas.

Entre 2015 e 2018, o percentual de conciliação na fase de conhecimento do processo manteve-se estável durante três anos e registrou ligeira redução de 0,4 ponto percentual no último ano. Após crescimento por dois anos consecutivos, os acordos na fase de execução se estabilizaram. No segundo grau de jurisdição registrou-se pequena variação positiva de 0,2 ponto percentual. Já o universo total de conciliações realizadas, após dois anos de ligeiro crescimento (1,1 ponto percentual), apresentou redução de 0,7 ponto percentual.



O relatório Justiça em Números 2019 aponta que o segmento que mais promoveu conciliações no decorrer de 2018 foi a Justiça do Trabalho, que solucionou 24% de seus casos por meio de acordo. Esse índice cresce para 39% quando se considera apenas a fase de conhecimento no primeiro grau.

Já nos juizados especiais, na fase de conhecimento, o índice foi de 16%, sendo de 18% na Justiça Estadual e de 11% na Justiça Federal. Na fase de execução nos juizados especiais, os números chegaram a 13%. O levantamento revela que, enquanto no 1º grau a conciliação chegou a 13,2%, no 2º grau, ela se mostrou praticamente inexistente, com índices baixos em todos os segmentos de Justiça.

Ao considerar o índice de conciliação total, incluindo os procedimentos pré-processuais e as classes processuais que não são contabilizadas neste relatório (por exemplo, inquéritos, reclamação pré-processual, termos circunstanciados, cartas precatórias, precatórios, requisições de pequeno valor, entre outros), o índice de conciliação na Justiça Estadual se mantém, observando o total do segmento (10,4%), mas os números mudam nas avaliações por tribunal. Na Justiça Federal, os indicadores aumentaram para todos os TRFs, registrando no total uma elevação de 1,1 ponto percentual. Já a Justiça Eleitoral promoveu apenas 0,6% de acordos de conciliação.

O Movimento pela Conciliação promovido pelo CNJ inclui a realização da Semana Nacional pela Conciliação, criada para incentivar os tribunais a estimular acordos nas fases pré-processual e processual. A implantação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs) e dos Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemecs), determinados por meio da Resolução CNJ nº 125/2010, também são iniciativas que visam fortalecer e estruturar unidades destinadas ao atendimento desses casos.




Jeferson Melo
Agência CNJ de Notícias

Perda do emprego e redução da renda são principais causas da inadimplência no país, apontam CNDL/SPC Brasil


Mais da metade dos entrevistados sabe pouco ou nada sobre a renda do próximo mês; 45% extrapolam limite do orçamento e 32% deixam de pagar alguma conta para comprar algo que desejam 


O cenário de dificuldades que ainda assombra a economia do país vem contribuindo para o alto endividamento dos brasileiros. É o que revela pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). E as principais causas da inadimplência entre os que tinham dívidas em atraso há mais de três meses da realização do estudo foram perda do emprego (30%) — que chega a 31% nas classes C, D e E —, redução da renda (29%), empréstimo do nome para terceiros (14%) e falta de controle financeiro (13%).

Considerando aqueles que se endividaram por descontrole ou por conseguirem crédito fácil, 36% disseram que compraram porque se fossem esperar sobrar dinheiro, demorariam para conseguir. Outros 33% quiseram aproveitar as promoções oferecidas pelas lojas, levando-os a contrair gastos extras sem avaliar o orçamento. Já 14% reconhecem não ter negociado bem os preços no momento da compra, enquanto 11% disseram estar tristes e, por essa razão, compraram mais do que o necessário para se sentir melhor.

O levantamento mostra também que muitos chegam até a negligenciar as despesas do dia a dia: 46% sabem pouco ou nada sobre o valor de suas contas básicas, como luz, água, telefone, aluguel, plano de saúde, condomínio e mensalidade escolar. Outros 53% admitem ter pouco conhecimento em relação à própria renda do mês, entre salários, recebimento de aluguéis e demais rendimentos. Já mais da metade (52%) desconhece o número total de parcelas das compras realizadas por meio do crédito.

“Apesar de a conjuntura econômica continuar afetando o bolso da população, tanto pelo desemprego elevado quanto pela diminuição da renda, ainda se vê o mau hábito do brasileiro em não controlar suas finanças. Boa parte da inadimplência é reflexo de uma falta de conscientização em controlar o quantose ganha e se gasta, provocando esse desequilíbrio no orçamento”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.


Estado emocional influencia inadimplência: 42% passavam por problemas financeiros e 14% foram levados pela ansiedade

Além da falta de planejamento financeiro, o estado emocional diante de determinadas situações pode influenciar negativamente o orçamento. Ao investigar o que contribui para um desequilíbrio nas contas do ponto de vista emocional, a pesquisa constatou que o fator número um está ligado aos problemas financeiros (42%). Em seguida, 14% dos entrevistados mencionaram a ansiedade e 12% citaram a insatisfação ou problemas no trabalho como responsável por esse tipo de comportamento. Outros 9% contraíram dívidas enquanto passavam por dificuldades no relacionamento familiar. Por outro lado, 24% disseram não estar vivenciando nenhum problema emocional no período em que se endividaram.

Apesar dos transtornos provocados pela inadimplência, poucos são os que se mostraram dispostos a adotar novos hábitos para uma vida financeira saudável. Entre os que se endividaram por descontrole ou compras por impulso, 47% reconhecem não ter feito nada para mudar de atitude. Metade desses alega não considerar o problema tão grande (52%), enquanto 34% argumentam que este hábito faz parte do seu jeito de ser e que nunca irão mudar. Já 11% afirmam que a situação não provoca nenhum tipo de incômodo. Em contrapartida, 53% tentaram mudar sua atitude para evitar gastos desnecessários.

Além disso, questionados sobre como lidaram com a situação, seis em cada dez (66%) revelam que não buscaram qualquer ajuda para resolver suas dificuldades com o controle das contas. Nesse caso, 58% justificaram a decisão dizendo serem capazes de resolver os problemas sozinhos, ao passo que 24% afirmaram não ter dinheiro para contratar ajuda profissional e 18% não sabiam a quem recorrer. Apenas um terço (34%) disse ter tomado algum tipo de providência, dos quais 62% pediram apoio a um amigo ou parente para organizar as contas, 19% procuraram ajuda profissional e 16% algum tipo de auxílio psicológico para ter mais controle sobre as compras e o orçamento. Outros 41% disseram ter tentado ajuda após outras medidas sem sucesso.


45% extrapolam o orçamento e 32% admitem às vezes deixar de pagar alguma conta para comprar algo que desejam

A impulsividade, motivada pelo desejo de adquirir um produto ou serviço sem pensar no impacto nas contas mensais, pode colocar em risco o equilíbrio do orçamento. Nesse aspecto, a pesquisa aponta certa contradição entre os inadimplentes ouvidos. Sete em cada dez (70%) entrevistados garantem que costumam avaliar os custos de serviços ou assinaturas para ver se podem cortá-los e 68% dizem planejar antes de fazer alguma compra.

Entretanto, nos últimos três meses, 33% fizeram compras, mesmo sabendo que seria difícil pagá-las, ao passo que 24% compraram sem pensar se conseguiriam pagar ou não e 17% fizeram aquisições sabendo que não teriam como pagar. Além disso, 45% declararam gastar mais do que o orçamento permite e 44% quase sempre costumam ceder aos desejos e impulsos quando querem muito comprar alguma coisa.

Ainda de acordo com o levantamento, a imprudência de alguns consumidores chega a tal o ponto em que se negligencia o pagamento de compromissos para satisfazer uma vontade: 32% admitem que às vezes deixam de pagar uma conta para comprar algo que se deseja. Além disso, 36% reconhecem que nos dias em que não estão muito bem acabam comprando coisas não planejadas para se sentirem valorizados.

“O consumo como mecanismo de alívio emocional é uma armadilha perigosa por proporcionar apenas uma satisfação temporária. No dia seguinte os problemas continuam os mesmos, com a diferença de que agora há mais um compromisso a pagar, mais uma dívida pressionando o orçamento. Nesses casos, uma alternativa seria ter acompanhamento psicológico para detectar os motivos que levam a pessoa a buscar, nas compras, o conforto e a autoestima que ela tanto procura”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.



Metodologia

A pesquisa ouviu 600 consumidores com contas em atraso há mais de três meses acima de 18 anos, de ambos os gêneros, de todas as classes sociais e que residem nas 27 capitais do país. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos a um intervalo de confiança de 95%.



https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

O SILENCIOSO GRITO DO ATRASO


        O atraso grita no silêncio, fala aos olhos e expressa escolhas. Há muitos anos o Brasil, por avenidas tão largas quanto indiretas, vem optando pelo atraso.
        A história dá vida aos nossos equívocos. Tem sido sistematicamente audível a opção preferencial dos brasileiros por uma ideologia que fala enternecida sobre os pobres e os produz em proporções demográficas. Por isso, com aquelas inexpugnáveis certezas que a análise marxista estabelece, politizamos todo o ambiente cultural. Impuseram-nos associações mentais entre o privado e a ganância, entre o público e a solicitude, entre igualdade e justiça. E disso redundou uma inexcedível fé no Estado. Reverenciamos quem pretende acabar com a pobreza mediante farta conversa fiada e tal discurso eleva o orador a um padrão moral superior. Quantas vezes, falando entre pessoas esclarecidas, percebi entranhado nelas o conceito de que o igualitarismo seria um desejável horizonte para a organização social!
        Durante décadas me incluí entre os raros autores brasileiros a combater aquelas ideias.  Tempos em que “liberal” e “conservador” eram xingamentos. Tempos em que ser “de direita” definia um tipo marginal da política. Roberto Campos estava errado. Meira Penna estava errado. Leonardo Boff e João Pedro Stédile estavam certos. Sobre isso nascia e crescia o ruído. Mas o atraso vinha de arrasto, silencioso.
        É hora de abrir as janelas! Observem as economias desenvolvidas e as que saíram do atraso e cresceram mediante opções pela prosperidade, pelas potencialidades de seu próprio povo. E nós, país onde a pobreza parece ser objetivo e a riqueza um mal dispensável e desprezível, ostentamos um Índice de Desenvolvimento Humano que nos coloca em 79º lugar entre os povos da terra. Nosso índice de liberdade econômica nos guarda a posição 153 entre 180 países.
        Sobre o silêncio do atraso, dá vontade de gritar o nome de Irineu Evangelista de Souza, nosso Barão de Mauá, o maior empreendedor de nossa história. Defensor do liberalismo econômico, empregava operários, combatia a escravidão, construía as próprias ferrovias e hidrovias, criou indústrias e empreendimentos comerciais em vários países, abriu o próprio banco e alcançou tamanha fortuna que o balanço de suas empresas se tornou muito maior do que o orçamento do Império. Fez-se o silêncio sobre o que sobreveio às pressões que o destruíram.
        As últimas décadas adubaram o atraso. As ideias de liberdade foram sistematicamente sepultadas em favor de um Estado de porte crescente. Teoricamente, na Constituinte de 1988, o Brasil comprou o projeto de sair da pobreza mediante a constitucionalização de um Estado de Bem Estar Social. Sim, fizemos isso! Para sustentá-lo instituíram-se novos impostos, tomando dinheiro da sociedade, que ficou mais pobre e, na sequência, crescentemente endividada através do Estado. Como é que não o previmos?
O atraso é silencioso. A ruptura com a tradição, também. A burrice, contudo, é estridente. Vivemos dias decisivos. São grandes as possibilidades de recuperarmos as liberdades que perdemos para o Estado e de buscar os valores morais que, tombados no caminho, nos tornaram ridiculamente liberais em tudo que não convém, sob a servidão do politicamente correto.
Finalmente, creio, o atraso se faz ouvir.


Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Campanha sobre saúde cardiovascular cria heartmojis para estimular a mudança de comportamento



Em sua 5ª edição, a Campanha Siga seu Coração do Instituto Lado a Lado pela Vida aposta na emoção e linguagem digital para comunicar dados sérios e impactantes


Um coração não deveria sofrer nem por amor, muito menos por doenças cardíacas: este é o mote da edição 2019 da campanha Siga seu Coração, criada pela agência 4 Barra 12 para o Instituto Lado a Lado pela Vida, (LAL). O objetivo da campanha, que será intensificada em setembro, mês destinado aos alertas para a saúde do coração, é promover de forma leve e divertida a conscientização e o envolvimento das pessoas na mudança de comportamento necessária para prevenir doenças cardíacas, que representam 43% dos óbitos no planeta, sendo a primeira causa de morte no Brasil e no mundo.

Em sua 5ª edição, a campanha Siga seu Coração deste ano prevê  uma série de peças de comunicação, como posters, anúncios, mobiliários urbanos, mídia digital de edifícios, web, YouTube, Rádio Merchandinsing e Rádio Spot mostrando o cenário das doenças cardiovasculares, com dados relevantes que coloquem o assunto em pauta. “Nossa proposta é comunicar mensagens sérias, com leveza e até uma dose de bom humor, sem perder o poder da informação e da influência positiva”, explica Ricardo Furriel, diretor de criação da 4 Barra 12.

Para isso, a agência criou os heartmojis, ideogramas personalizados em formato de coração, que estarão presentes em todas as peças. “Eles foram idealizados para representar de forma lúdica como as pessoas tomam atitudes que impactam diretamente o coração, sejam elas boas ou ruins”, revela Furriel. Há o heartmoji sedentário, o fumante e o que abusa do álcool; em contrapartida, há aquele que se exercita com frequência e se alimenta saudavelmente.

Para Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha não tem o objetivo de dar bronca ou julgar comportamentos, mas sim mostrar que o coração precisa de cuidados constantes. “Os heartmojis traduzem com bom humor e simpatia o que precisa ser falado com seriedade e, também,  ajudam a fixar importantes informações sobre os cuidados com o coração usando uma linguagem atual e muito aderente às mídias digitais. Os heartmojis são também muito atrativos para as crianças, que desde cedo passarão a absorver as mensagens sobre a importância de cuidar do coração”, completa Marlene.

Uma pesquisa realizada em julho deste ano pelo LAL e a Revista Saúde apontou lacunas de conhecimento e comportamento alarmantes dos homens, relacionados à saúde do coração. Dos 2.405 entrevistados, mais da metade não se sente plenamente bem do ponto de vista cardiovascular e assumem sofrer de hipertensão, colesterol alto e excesso de peso. “Assusta principalmente o fato de que os homens não costumam fazer exames cardiológicos e somente 32% dos usários da rede pública com 40 anos ou mais realizam esses exames pelo menos uma vez ao ano”, afirma Marlene Oliveira, presidente e fundadora do LAL.

A pesquisa identificou também uma nítida dificuldade dos entrevistados em fazer a transposição do conhecimento sobre os hábitos saudáveis para a rotina. Isso é significativo em relação à atividade física (apenas 35% se exercitam pelo menos três vezes por semana), alimentação balanceada (quase 80% relatam se exceder em açúcar, gordura, sal ou industrializados), gerenciamento do estresse e controle do peso. “A campanha Siga seu Coração visa justamente criar um ambiente propício a um estilo de vida equilibrado, que direcione as pessoas para as escolhas mais saudáveis. Acreditamos que só desta forma conseguiremos reverter achados como estes que encontramos em nosso último estudo”, finaliza a presidente do LAL.




Ficha Técnica
Cliente: Instituto Lado a Lado pela Vida
Produto: Siga seu Coração
Agência: 4/12 Comunicação
Criação: Ricardo Furriel/Renato Domingos/Norbert Nosadse
Coordenação Geral: Cleide Tomaz
Atendimento: Gabriela Ferrari
Cliente: Marlene Oliveira / Fernanda de Carvalho



Instituto Lado a Lado pela Vida 

Estudos alertam que câncer infantil pode ser resposta genética a exposições durante vida intrauterina



Referência mundial em pesquisas sobre o assunto, o médico australiano Terence Dwyer virá ao Brasil em setembro para falar sobre o tema


No próximo dia 16 de setembro, o médico e pesquisador australiano Terence Dwyer estará no Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança, que acontecerá no Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), para falar sobre os resultados do estudo que lidera, globalmente, para identificar fatores de risco do câncer infantil,  intitulado Consórcio Internacional do Câncer da Criança.

O Consórcio Internacional do Câncer da Criança tem como objetivo compreender os fatores relacionados na origem do câncer da criança para, posteriormente, ter condições de trabalhar na prevenção da doença. “Apesar da incidência global de câncer em crianças e adolescentes ter aumentado de forma constante no mundo, os avanços sobre compreensão das causas envolvidas ainda são limitados, daí a necessidade de estudarmos os mecanismos molecurares que levam a essas neoplasias malignas”, explica o pesquisador Terence Dwyer.

Em sua apresentação no Fórum, o pesquisador abordará as descobertas recentes que evidenciam como as exposições ambientais ainda no útero, podem influenciar no surgimento e desenvolvimento de doenças na criança. Dados consistentes, obtidos via pesquisa prospectiva, sugerem a relação entre exposição dos pais a agentes infecciosos, químicos e pesticidas ao surgimento de diferentes tipos de câncer, principalmente leucemia e tumores cerebrais.

“Há uma janela de vulnerabilidade durante o desenvolvimento na vida intra uterina, no qual fatores e exposições maternas podem alterar o epigenoma fetal, aumentando a suscetibilidade a doenças na infância”, explica. “Trata-se de mudanças hereditárias no DNA, que não afetam sua sequência (genoma), mas podem influenciar na sua constituição, originando, inclusive, diversas doenças. Com as novas tecnologias disponíveis para pesquisa, nosso objetivo é analisar os padrões epigenéticos em tecidos com câncer e células normais, para poder identificar as alterações associadas à doença, gerando biomarcadores”, informa Dwyer.

De acordo com a Dra. Silvia Brandalise, médica e pesquisadora do Centro Infantil Boldrini, vale ressaltar que as células dos bebês são imaturas e embrionárias, altamente vulneráveis. “Então, para eles, a exposição aos fatores de risco é ainda mais prejudicial. Para se ter ideia, a exposição aos produtos químicos, como benzeno, por exemplo, pode estar ligada às malformações”.
Dwyer alerta ainda que a exposição constante dos pais em período pré-concepção, também influencia na saúde dos filhos. Um exemplo é a constante exposição dos profissionais que atuam em indústrias químicas, por exemplo, que estariam em contato frequente com substâncias que atuam como reguladores endócrinos, que interferem na atividade dos hormônios sexuais em seres humanos. Outros profissionais do sexo masculino, constantemente expostos a substâncias tóxicas, são aqueles que trabalham na área rural, em função do contato com os agrotóxicos.

 “Devemos ter em mente que todos os seres vivos são constituídos por milhões de células. Dentro dessas células, se localizam os cromossomos, formados por milhares de genes. Assim sendo, o que é lesivo ao gene afeta também a função das células, podendo levar a uma série de doenças nas crianças, como deficiências imunológicas, câncer, malformações, distúrbios endócrinos, hematológicos e neurológicos. E isso desde a vida intrauterina.  O tempo e a intensidade da exposição a esses fatores de risco, e também a forma como eles são metabolizados no organismo, influenciam nesse processo. Sabe-se ainda, que a defesa do organismo é constituída pelo sistema imunológico e que o ambiente em que vivemos influencia na formação dos genes (epigenética), afetando-os. Somos aquilo que respiramos, comemos e bebemos ao longo da vida”, informa Dra. Silvia.

Em termos epidemiológicos, muito pouco se conhece sobre as neoplasias pediátricas no Brasil. No entanto, a formação de consórcios internacionais de pesquisas, como o realizado pelo Dr. Dwyer, possibilitou a geração de informações consistentes, entre as exposições ambientais e uso de medicamentos na gestação, nas diferentes etapas do desenvolvimento fetal nos níveis da biologia celular, da relação genômica-epigenética, e da evolução de clone tumoral, sendo possível estabelecer associações de riscos com potenciais agentes “associados ou relacionados” com as leucemias agudas e em alguns tumores pediátricos. A principal conquista, com isso, é que podemos ser otimistas quanto a possibilidade de estabelecer programas de redução da incidência da doença e, por que não, medidas de prevenção do câncer pediátrico.



Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança

No próximo dia 16 de setembro, acontece no Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), o Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança. Na programação, quatro palestras abordarão questões relacionadas à contaminação de crianças por agrotóxicos:
8h30 - Consórcio Internacional do Câncer da Criança: um esforço mundial. Terence Dwyer (ICCC)
Para se inscrever, basta acessar https://bitt.com.br/evento/exibir/871



Sobre o Centro Infantil Boldrini

Centro Infantil Boldrini − maior hospital especializado na América Latina, localizado em Campinas, que há 41 anos atua no cuidado a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Atualmente, o Boldrini trata cerca de 10 mil pacientes de diversas cidades brasileiras e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, comparáveis ao Primeiro Mundo, disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças. www.boldrini.org.br



Tabu em torno de suicídio é tema de campanha educativa que conscientiza para prevenção





Iniciativa é realizada pelo CVV com o apoio da Libbs


O silêncio, o preconceito e o tabu são comuns quando o assunto é suicídio e podem se transformar em gatilhos para pessoas que estão sofrendo. Por isso, a campanha "Falar de Suicídio Não é Tabu", uma iniciativa de caráter educativo e conscientizador realizada pelo CVV com o apoio da Libbs, traz o assunto à tona, com o objetivo de incentivar o diálogo em torno do tema.

Segundo a experiência de quase seis décadas do CVV, quando as pessoas conversam sobre suas tristezas e pensamentos suicidas sem se sentirem julgadas, têm mais facilidade para encontrar novas alternativas e seguir em frente. "Tentar reduzir o estigma relacionado ao assunto e incentivar o diálogo por meio de empatia e acolhimento é, de alguma forma, capacitar e estimular a própria população a fazer dentro de seu meio, o que os voluntários do CVV fazem nacionalmente", explica Carlos Correia, voluntário e porta-voz do CVV. "A principal diferença é que no nosso caso há ainda o anonimato por parte de quem nos procura, o que deixa algumas pessoas mais à vontade para uma conversa aberta", complementa.

A iniciativa consiste em ações online e offline para desmistificar pré-conceitos, reforçando a importância do diálogo para a prevenção do suicídio. Psiquiatras e representantes do CVV farão palestras educativas em faculdades de São Paulo para abordarem o tema. Nas redes sociais - Instagram, Twitter e Youtube –, foram criados canais informativos com o nome da campanha (@falardesuicidio), para abastecimento de conteúdo educativo, além da participação de influenciadores digitais engajados na causa.


Sobre suicido

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em todo o mundo, a cada 40 segundos alguém se suicida. E, a cada três segundos, uma pessoa tenta se matar. O Brasil é o oitavo país do mundo em número de casos com 12 mil por ano, o que representa uma morte a cada 45 minutos. São diferentes os motivos que levam um indivíduo a tomar a decisão de acabar com a própria vida. Entretanto, 97% das pessoas possuem algum tipo de doença mental que poderia ser tratada.

"Os maiores riscos para suicídio são indivíduos que tentaram anteriormente e que têm algum tipo de transtorno mental (depressão, transtorno bipolar do humor, uso e dependência de álcool e drogas, esquizofrenia). Na mesma linha, pessoas que passam por experiências de bullying, assédios de toda espécie e burnout (estresse no trabalho), têm mais chance de tentar o suicídio. 

Independente da causa, falar pode mudar tudo", explica o psiquiatra Dr. José Paulo Fiks.

Doenças clínicas com tendência à cronicidade também têm se mostrado como campo de risco, como os portadores de HIV/AIDS, câncer e doenças degenerativas. Condições sociais também podem predispor ao suicídio, como, por exemplo, isolamento social, desemprego, empobrecimento e dívidas.


Falar é importante. Ouvir também

Confira abaixo algumas dicas que podem servir de apoio para quem quer ajudar pessoas que estão passando por uma situação difícil.


Como ser um bom ouvinte?
  • Crie um ambiente confortável e seguro para iniciar a conversa;
  • Mantenha o olhar na pessoa (esqueça o celular por alguns minutos);
  • Tenha empatia – tente compreender a dor dessa pessoa;
  • Não interfira nas pausas e nem complete frases;
  • Não dê opiniões pessoais com exemplos da própria experiência;
  • Não faça comparações do problema dessa pessoa com a de outras;
  • Não simplifique a situação com frases como "isso passa" ou "você supera";
  • Não responda a possíveis agressões;

O que dizer para quem precisa de ajuda?
  • Pergunte se a pessoa está pensando em suicídio;
  • Em caso de resposta positiva, pergunte o conteúdo deste pensamento;
  • Diga que tem tempo para escutá-la ("sou todos ouvidos para você neste momento");
  • Ofereça auxílio para buscar ajuda médica profissional (muitas vezes é necessário ajudar a pessoa a chegar ao médico).


COMO SER UM VOLUNTÁRIO DO CVV

O voluntário do CVV doa seu tempo e sua atenção para quem deseja conversar com outra pessoa de forma anônima, sigilosa e sem julgamentos ou críticas.
Se você tem mais de 18 anos de idade, pelo menos quatro horas disponíveis por semana e vontade de ajudar pessoas, você pode ser um plantonista do CVV. Para isto, você precisa participar de um curso gratuito de preparação de voluntários, em um dos 110 postos de atendimento em todo o país ou no ambiente virtual. As principais frentes de atuação do plantonista são o atendimento por telefone, e-mail e chat.

Para se cadastrar e participar gratuitamente do curso presencial ou virtualmente, acesse o site do CVV em cvv.org.br/voluntario/
Também é possível ser um voluntário-especialista, nos auxiliando com seus conhecimentos e habilidades próprias, como, por exemplo, na divulgação, captação de recursos ou tecnologias. Nesse caso, pedimos que entre em contato pelo e-mail: comunicacao@cvv.org.br


Sobre o CVV

O CVV presta serviço voluntário e gratuito de prevenção do suicídio e apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os cerca de 3 milhões de atendimentos anuais são realizados por 3.000 voluntários em mais de 100 postos de atendimento pelo telefone 188 (sem custo de ligação), ou pelo www.cvv.org.br via chat, e-mail ou carta. A entidade realiza também ações presenciais, como palestras, Curso de Escutatória e grupos de apoio a sobreviventes do suicídio – GASS (www.cvv.org.br/cvv-comunidade/).

“Despertando a sociedade” é tema do Mês do Alzheimer



Durante todo o mês de setembro, as unidades do SUPERA oferecerão aulas gratuitas para conscientizar e sensibilizar a população acerca dos cuidados com o cérebro. Saiba como a ginástica cerebral pode ajudar.



Dia 21 de setembro é Dia Mundial de Conscientização do Alzheimer e o mês é dedicado a promover a sensibilização e esclarecimentos da população acerca dos cuidados com o cérebro. Embora a doença ainda não tenha cura, é possível postergar o aparecimento dos sintomas com atividades que mantenham a mente ativa por toda a vida e quebrar os estigmas relacionados à doença.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para se manter um processo de envelhecimento saudável com autonomia e independência, as diretrizes são: manutenção da preservação cognitiva, realização de atividades físicas regulares, adoção de uma dieta balanceada, sono de boa qualidade e prática de atividades intelectuais, como a ginástica para o cérebro.

Por isso, durante todo o mês de setembro, as 400 unidades do SUPERA Ginástica para o Cérebro estarão de portas abertas, oferecendo aulas gratuitas para incentivar a população a cuidar da saúde do cérebro e conscientizar acerca dos benefícios de exercitá-lo diariamente.

A prática de exercícios para o cérebro é uma das atividades mais eficazes para que se construa uma rede robusta de neurônios no cérebro, formando uma reserva no cérebro, postergando assim o aparecimento dos sintomas da doença e fazendo com que a pessoa possa vir a não desenvolvê-los, garantindo saúde e qualidade de vida por mais tempo.

 “Ao estimular o cérebro, o fluxo sanguíneo aumenta, há um crescimento na produção de proteínas da aprendizagem e da rede neural. Ocorre ainda um processo chamado neurogênese, ou seja, o nascimento de novos neurônios, deixando o cérebro mais resistente ao desenvolvimento de doenças neurológicas”, explica a pesquisadora Thaís Bento Lima, que é Gerontóloga - consultora do SUPERA Ginástica para o Cérebro e docente do Curso de Graduação em Gerontologia da Universidade de São Paulo e membro do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento, da USP.

Ela complementa citando o conceito de reserva cognitiva, ou seja, a resiliência do cérebro em apresentar melhores condições de se proteger, tolerar ou lidar com as alterações cerebrais.

“Todos nós temos reserva cognitiva, porém, ela é construída gradativamente e pode ser ‘maior ou menor’, dependendo das experiências de cada um – quanto mais variadas e inovadoras, melhor. Por isso, a ginástica para o cérebro pode ser considerada uma grande aliada nesse sentido”, diz a especialista. 

Além de ser responsável pela criação de novos neurônios e aumento da reserva cognitiva, a ginástica para o cérebro ainda promove a melhora da autoestima, contribuindo para o bem-estar e evitando outras doenças, como a depressão, muito comum entre idosos.

Os alunos da rede SUPERA são as maiores provas dos benefícios da ginástica cerebral. Em 12 anos, mais de 100 mil pessoas já treinaram o cérebro no SUPERA e podem dar depoimentos positivos sobre seus resultados.

“Eu sentia necessidade de exercitar o cérebro, principalmente porque tenho caso de Alzheimer na família. O curso veio em boa hora, com minha aposentadoria.

Percebi melhoras na memória, nas atividades do dia a dia, como lembrar onde guardei as coisas, horários de consultas médicos e outras tarefas”, afirma a aluna Maria Santana de Souza, 71 anos, aluna do SUPERA Londrina (PR).

“Depois que comecei a praticar ginástica para o cérebro, retenho com muito mais facilidade o que leio ou escuto, além de conseguir fazer até cálculos mentalmente. Também ajudou a melhorar minha autoestima e segurança, o que faz com que eu me posicione melhor diante de várias situações do cotidiano”, conta Priscila Webber, de 36 anos, aluna do Método SUPERA Passo Fundo (RS).


Como funciona a ginástica para o cérebro?

No curso do SUPERA, os alunos participam de aulas semanais, com duração de duas horas. Eles interagem com ferramentas como o ábaco – um instrumento milenar para cálculos -, jogos de tabuleiro coletivos e individuais, jogos online, dinâmicas, vídeos e neuróbicas (atividades aeróbicas para os neurônios).

A metodologia foi 100% desenvolvida por Antônio Carlos Perpétuo, presidente da rede, junto à uma equipe de pedagogos e neurocientistas para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais importantes para o aprendizado, a carreira e a vida pessoal.




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Suicídio é a maior consequência de depressão entre os jovens, afirma especialista

Aproveitando o Setembro Amarelo, médico ressalta que a chave da prevenção ao problema é o diálogo



Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada 10 casos de suicídio poderiam ser evitados. De acordo com a entidade, o problema figura como a segunda principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos.

"Percebo que cerca de 80-90% dos jovens que atendo, após tentativa de suicídio, não manifestaram esse ideal antes aos familiares e amigos. A fala principal deles é 'fui engolindo dores e angústias, fui escondendo que estava mal e de repente me vi fazendo aquilo contra minha vida' ", conta Dr. Ygor Czovny, psiquiatra da Clínica Maia.

Para o médico, principalmente os adolescentes têm dificuldades em dar nomes a muitos sentimentos e situações que ocorrem em seu estado emocional. Não gostam de falar do que sentem, e, muitas vezes, não sabem como efetivamente se expressar da melhor maneira.

Desse modo, aproveitando o Setembro Amarelo, o mês de prevenção ao suicídio, o especialista explica que é preciso mais espaço para falar sobre os sentimentos e mostrar que a melhor escolha sempre é a vida e que pedir ajudar é a única solução. "Para notarmos efetivamente se o adolescente apresenta risco de suicídio, é vital abrir mais o diálogo, sobretudo em casa, e ajudá-lo a expressar esses sentimentos de angústia e desespero. As famílias estão se comunicando pouco, não há muita orientação, conselho, conversa, o que há, infelizmente, no dia a dia é bastante trabalho, tarefas, longos períodos só navegando no celular, e pouco tempo para sentar e ouvir o outro", alerta.

A psicóloga, também da Clínica Maia, Iara Santos, afirma que o suicídio, que é a maior consequência da depressão, tem aumentado significativamente entre os jovens, e, segundo ela, as redes sociais podem também estar ligadas a isso. "A depressão é uma doença multifatorial, mas existem gatilhos para desencadeá-la. As redes sociais, por exemplo, se tornaram um fator agravante nesse contexto, devido à exposição de ideais de vidas inacessíveis para a maioria da população, principalmente o jovem, que, cada vez mais, busca aprovação contínua e utiliza as redes para atingi-la. Ao não conseguir, sentem-se extremamente frustrados, e é aí que eles ficam deprimidos e com a autoestima lá embaixo, o que faz com que se sintam sem esperança e sem perspectiva de futuro", esclarece.

Ygor complementa e destaca que dentro do consultório, a depressão é um dos transtornos mais comuns entre pessoas na faixa etária juvenil. "Cerca de 70% dos adolescentes que atendo apresentam sintomas da doença. E, por isso, é importante sempre estar atento há alguns sinais de alerta, como perda do interesse no ambiente escolar, muitas vezes com abandono da rotina, isolamento social e ausência de autocuidado", enfatiza.

Iara cita também falta de apetite, explosões de raiva e irritabilidade. "De alguma forma, a pessoa sinaliza que algo não vai bem e é importante dar atenção a isso. É essencial observar principalmente as mídias sociais, onde os jovens verbalizam muito seus sentimentos negativos e, em muitos casos, pensamentos e planejamentos de atentar contra a própria vida", ressalta.

Para os especialistas, o problema, que ainda é um grande tabu, pode não ser previsível, mas ele pode, muitas vezes, ser "prevenível". De acordo com o psiquiatra, o adolescente precisa perceber que possui uma rede de apoio forte que inclua familiares, amigos e também a instituição escolar. Esse é um aspecto fundamental na recuperação da saúde mental.

"Os adolescentes e jovens adultos têm, em sua maioria, maior facilidade de encarar novos desafios, são mais propícios a novas possibilidades e novas formas de viver. Nomeamos isso de 'neuroplasticidade cerebral', que é a capacidade que o cérebro tem de se reconstruir e remodelar, o que beneficia muito o desenvolvimento do tratamento do problema. E é claro: a família e a escola são duas estruturas que precisam trabalhar em conjunto com o paciente nesse processo", completa.



Depressão: a importância de saber ouvir quem está enfrentando o problema


Mal que afeta milhões de brasileiros requer atenção e cuidados, seja de familiares ou de amigos


Por não ser visível, a depressão é constantemente estigmatizada, gerando dificuldades em seu tratamento e no seu diagnóstico. Além do receio do próprio depressivo para reconhecer sua enfermidade, amigos e familiares também tem tendência a relativizar a doença como uma fase difícil. Para lidar com ela, é preciso saber ouvir e compreender as formas de auxiliar quem está com a saúde mental fragilizada. O médico psiquiatra e associado da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Rafael Moreno Ferro de Araújo, alerta para a importância de saber abordar o tema.

- O indivíduo deprimido frequentemente ouve: "Você deve se ajudar!", mas esta é uma das piores frases que ele pode ouvir, visto que a depressão está relacionada a uma disfunção importante do sistema cerebral que influencia na disposição e na vontade de fazer as coisas – explica o médico.

Os sintomas mais comuns são tristeza profunda, indisposição e indiferença. Nestes casos, amigos e familiares precisam estar dispostos a buscar o tratamento junto com o paciente.

- Com a motivação baixa, indivíduos deprimidos podem até nem tomar banho e, obviamente, não conseguirão marcar um atendimento psicológico ou psiquiátrico, muito menos irem até a consulta. Portanto, a melhor conduta é marcar ou ajudar a marcar a consulta e, inclusive, ir junto ao consultório – lembra Rafael.

Outro ponto retomado pelo médico é a importância de, em casos de famílias fragilizadas, os amigos, companheiros de trabalho e pessoas que convivem com o paciente, estarem atentos a todos os sinais.

- Uma situação comum em casos graves de depressão são famílias que estão fragmentadas e que não ajudam o indivíduo deprimido a procurar tratamento, ou até dificultam o acesso ao tratamento adequado. Nestes casos, os únicos vínculos que podem ajudar são amigos ou colegas de trabalho, de faculdade, da escola. Os chefes, professores e coordenadores também devem estar atentos a indivíduos com vínculos familiares fragilizados, e se mostrar abertos a ajudar – finaliza o médico.

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão deve se tornar a doença mais incapacitante de todo mundo até 2020. No ano de 2018, os casos de depressão aumentaram ao redor do mundo e já correspondem a quase 20% da população mundial.



Vitor Figueiró

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