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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Existe privacidade na internet?


Há um princípio na área da segurança militar que diz: o ataque está sempre à frente da defesa. Em termos práticos, o avião de guerra com a melhor blindagem pode resistir à artilharia antiaérea, mas não permanecerá no ar se o inimigo tiver a melhor arma. Em outras palavras, enquanto se prepara uma proteção contra a arma mais poderosa atualmente, o desenvolvimento bélico já terá dado um passo à frente e, contra o mais novo ataque, a defesa estará despreparada. Assim, o ataque será sempre mais forte do que a defesa.

Esse princípio vale também para a segurança digital, a segurança na internet. Na verdade, o princípio da segurança na internet é: ‘se querem uma informação sobre você, e você está conectado à internet, vão conseguir essa informação’.
A questão é: quantas pessoas estão preocupadas em saber alguma coisa sobre você, sobre a sua vida?

Um usuário comum da internet — eu e possivelmente você, por exemplo —, mesmo com cuidados de navegação e precauções básicas esperadas, não está livre de ter invadida aquilo que considera sua privacidade on-line. Um hacker conseguiria burlar a segurança desse usuário e ter acesso a contas de serviços on-line se tivesse interesse. Basta lembrar de autoridades que tiveram contas ou dispositivos invadidos, ou de personalidades cujas fotografias íntimas foram acessadas e publicadas sem autorização.

Não importa o grau de confidencialidade de uma informação, o ataque está sempre um passo — pelo menos um passo — à frente da defesa.

Na divulgação das conversas entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, por exemplo, foi mencionado o aplicativo de mensagens utilizado. Esse aplicativo utiliza comunicação criptografada, o que o torna relativamente seguro. Ainda que não tenha havido nenhuma falha de segurança no aplicativo que permitisse acesso ao conteúdo por terceiros (hackers), as informações podem ter sido divulgadas por algum dos envolvidos nas conversas. Mesmo que mensagens transmitidas on-line fossem literalmente impossíveis de serem interceptadas e decifradas (o que não são), se o inimigo estiver na linha, ele não precisa burlar nenhuma medida de segurança para ter acesso.

Ademais, ainda que os interlocutores sejam confiáveis, de nada adianta ter os melhores recursos tecnológicos de segurança digital de comunicação se os aparelhos que trazem o conteúdo não são também protegidos por senha e criptografia, ou se são emprestados para alguém, furtados ou roubados. Melhor ainda, que as mensagens sejam lidas e apagadas, sem backup nenhum, diminuindo a chance de outras pessoas terem acesso a elas — com o contraponto de o usuário também perder a sua própria mensagem, ficando apenas em sua própria memória.

Pode ser que hoje ninguém queira saber algo sobre nós, e assim nos sentimos seguros. Mas um hacker experiente pode devassar o conteúdo da vida que demonstramos on-line, na internet, mesmo que pensemos que estamos compartilhando apenas com amigos ou que só estejamos guardando para nós mesmos. 
Assim, a privacidade na internet não é um mito, mas é praticamente impossível.
O teclado inteligente que temos no celular, que nos corrige e sugere palavras, consegue esse feito porque captura e guarda tudo o que digitamos. O servidor gratuito em que guardamos nossas fotos, vídeos e documentos de toda espécie (Dropbox, Google Drive, OneDrive), tem por trás uma grande empresa, e sabemos o que move as empresas. Se nossos dados estão seguros ali, é porque hoje, para elas, a imagem positiva no mercado e a informação que guardam para si rendem mais dividendos (dão mais lucro) do que vazar na internet o conteúdo de seus usuários.

A atitude correta frente à incerteza da segurança digital é uma só: não tenhamos algo a esconder.

Pois se divulgarem tudo que temos e tudo que fazemos na internet, nossas fotos, nosso histórico de navegação, nossas mensagens familiares, no máximo conheçam os quatro cantos de nossa casa, saibam onde passamos as férias, vejam fotos de nossos filhos brincando, deem risada de nossas discussões em grupos de trabalho e estranhem como nos divertimos com coisas simples. E, no fim, apenas passemos receio e vergonha pela abertura de nossa vida, mas que nada nela e, especialmente, nada do que registramos eletronicamente, possa ser uma arma contra nós.

Mário Quintana já disse: “Sorri com tranquilidade/ Quando alguém te calunia/ Quem sabe o que não seria Se ele dissesse a verdade...” (poema Da Calúnia)






Antoine Youssef Kamel - coordenador adjunto do curso superior tecnológico em Investigação Profissional do Centro Universitário Internacional Uninter.


Novas regras na portabilidade para planos de saúde empresariais


Uma nova regra da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) entrou em vigor no último dia 03 de junho e autoriza aos beneficiários de planos coletivos empresariais mudar de plano ou operadora sem cumprir carência, se achar necessário.

A mudança beneficiará 70% do mercado de saúde no país. Os planos empresariais são maioria e todos os consumidores serão alcançados. O período de troca, a chamada janela de portabilidade só poderia acontecer nos quatro meses contados a partir do aniversário do contrato, com a nova regra não há mais janela, ou seja, a portabilidade pode ser feita a qualquer tempo, desde que cumpridos os prazos mínimos de permanência no plano.

Entre as principais modificações, importante ressaltar, que não há necessidade de compatibilidade de cobertura entres os planos, ou seja, se optar por um plano com mais coberturas que o anterior, apenas cumprirá carência das coberturas acrescentadas. Para obter o relatório de compatibilidade o protocolo será enviado de forma eletrônica, através do novo Guia ANS de planos de saúde.

De acordo com a nova regra, para realizar a portabilidade é necessário manter o vínculo ativo com o plano atual, estar com a pagamento em dia e cumprir o prazo mínimo de permanência exigido no plano.

Na primeira portabilidade é necessário permanecer dois anos no plano de origem e três anos se tiver cumprido cobertura parcial temporária. Já na segunda portabilidade em diante, será necessário a permanência mínima de um ano no plano de origem ou dois anos se o beneficiário mudar para um plano com coberturas não previstas no plano de origem.

Para funcionários demitidos que tinham planos de saúde empresarial, esta mudança será vantajosa, anteriormente teriam que mudar de plano e cumprir a carência, agora podem optar por continuar no plano ou aderir outro sem cumprir a carência.





José Santana Junior - advogado especialista em Direito Médico e da Saúde e sócio do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados

Como deve ser a gestão que faz o negócio prosperar


A gestão de profissionais é um constante desafio nas empresas. Daí a importância de promover o envolvimento e comprometimento dos funcionários por meio de uma gestão que motive e valorize o profissional. Segundo Marcelo Loiacono, diretor de marketing e novos negócios da XGEN, especializada em plataformas de Inteligência Artificial para canais de atendimento, o ideal é que a empresa enxergue cada colaborador como parte de uma grande engrenagem.

“Desde o estagiário ao presidente, cada um tem a sua importância e precisa entender que se não houver envolvimento, irá comprometer toda essa engrenagem. E aí cabe a empresa oferecer o máximo de motivação para que estes funcionários se sintam parte dos resultados. Quando se cria o hábito de envolver a equipe em decisões estratégicas da empresa, a cumplicidade passa a ser um processo natural. O sucesso de uma empresa não é mérito de uma única pessoa, mas da junção de várias competências que estejam no mesmo nível de comprometimento com o negócio”, afirma o executivo.

Para Marcelo, mesmo que o líder já tenha praticamente tomado a sua decisão com relação a algum assunto, é importante consultar a equipe, não só para confirmar a confiança que se tem nos profissionais, mas para, de fato, coletar opiniões que podem ser decisivas na elaboração de estratégias internas. “É imprescindível ter uma postura de parceria e proximidade, compartilhar visões, experiências, conquistas e, consequentemente, comemorar os objetivos atingidos. Não pode haver adversários, mas parceiros em busca de um mesmo ideal. Neste contexto, a comunicação se torna uma estratégia fundamental para alinhar os objetivos com os funcionários e colocá-los no mesmo timing”.

Em setores cuja exigência é muito grande e, consequentemente, o estresse também, vale deixar a liderança autoritária para promover uma virada, ou ainda para lidar com profissionais mais complicados. “Em momentos de pressão e tensão, o ideal é manter a calma e a racionalidade para não tomar decisões no impulso. Por isso o gestor deve ter equilíbrio e inteligência emocional, pois, mesmo contando com uma equipe qualificada, será ele que deverá conduzir a situação e as decisões a serem tomadas. Respeito não se exige, não se impõe. Respeito se conquista. O líder é uma referência para os colaboradores e sua postura influencia diretamente no comportamento da equipe. É dever do líder criar uma atmosfera propícia para o crescimento e desenvolvimento de sua equipe, favorecendo um ambiente de produtividade e, certamente, de respeito”, explica Loiacono.

O executivo acredita que pressionar ou impor determinadas posturas/atitudes sempre se mostrou ineficaz e até prejudicial à produtividade dos profissionais. “Cito, como exemplos, o socialismo e o totalitarismo. Países que adotaram esses regimes se mostram atrasados em comparação aqueles que optaram pela democracia. Hoje, é evidente a prevalência da democracia no campo político, assim como da meritocracia no campo econômico. Empresas que sempre procuraram estimular seus funcionários, com planos de carreira e participação nos lucros, têm um desenvolvimento muito maior ao longo dos anos do que aquelas instituições, geralmente públicas, que não aplicaram políticas nesse sentido”, aposta Marcelo Loiacono.

Outro requisito importante para adotar uma gestão eficaz, segundo ele, é a obtenção de informação. “Estar sempre munido do máximo de informações possíveis é uma estratégia inteligente. Só assim um líder pode tomar uma decisão firme em situações críticas. Além disso, é preciso manter a clareza dos objetivos e fixar na mente da equipe o que a empresa busca. Neste sentido, a reciclagem das informações torna-se fundamental. E, como dito anteriormente, é importante que este líder tenha equilíbrio e inteligência emocional – características essenciais para agir em situações de maior tensão e que exigem raciocínio rápido. De modo geral, o gestor que possui este perfil consegue ser mais assertivo na tomada de decisões”, finaliza Loiacono.
 

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