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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Sarampo: Mitos sobre a vacinação reativam doença extinta


O sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito grave e altamente contagiosa. Considerada comum por muitas pessoas, embora não seja, apresenta sintomas como febre alta, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza, conjuntivite, manchas brancas na mucosa bucal, e ainda, alguns casos podem evoluir para infecções respiratórias e neurológicas. Erradicada no Brasil em 2016, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o registro de casos da doença voltaram a alarmar a comunidade médica.

Ainda não se sabe ao certo como a doença retornou ao país, mas alguns indícios apontam o caminho utilizado pelo vírus para voltar a vitimar a população. Segundo o Ministério da Saúde, o aumento súbito de casos registrados em Roraima e Amazonas, por exemplo, deram-se em função da crise venezuelana e a migração compulsória para os estados de fronteira. Mediante a situação precária da Venezuela, com um sistema de saúde sem recursos, a falta de vacinas oferecidas pelo governo propiciou o surto de sarampo, que veio na bagagem dos refugiados.

Este fato levanta o alerta para um outro caminho, uma vez que casos de sarampo foram também registrados, ainda que em menor número, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em função de alguns mitos sobre vacinação difundidos, principalmente nas redes sociais, alguns pais e responsáveis deixaram de vacinar seus filhos, alegando malefícios causados pelas vacinas e, principalmente, porque as doenças, entre elas o sarampo, estavam erradicadas. Contudo, o que não se deram conta é que as doenças estavam banidas ou pelo menos, controladas, justamente pelo amplo programa de vacinação desenvolvido pelo Governo Federal e complementado, em alguns casos, pela rede privada. Em virtude do alto poder de contágio, os casos de sarampo voltaram a aparecer, já que a vacinação é o único meio eficaz de evitar a doença.

Entre os mitos difundidos sobre a vacinação estão o desenvolvimento de autismo e a presença de substâncias perigosas nas fórmulas, ambos refutados por estudos profundos sobre o assunto. A polêmica do autismo aconteceu em função de um artigo publicado pelo cirurgião britânico Andrew Wakefield, onde o mesmo argumentava que a aplicação da vacina tríplice viral estava relacionada ao aumento de casos de autismo. Mesmo desmitificada, a tese ainda circula entre as falsas notícias.

Quanto a presença de substâncias perigosas nas fórmulas, o que tem assustado alguns pais é o uso de formaldeídos, mercúrio e alumínio na produção das vacinas. Porém, as quantidades são baixas e incapazes de prejudicar a saúde. Outra preocupação muito comum é de que as vacinas funcionem como meios de inocular vírus e bactérias causadores de doenças. E mais uma vez, a suposição cai por terra, pois a indústria farmacêutica usa versões modificadas dos microrganismos para que, na verdade, o organismo esteja preparado para reagir quando em contato com o agente patogênico.

Em todos os casos, a informação é a melhor forma de caminharmos para a prevenção. As vacinas estão cada vez mais evoluídas, embora a eficácia não atinja o percentual máximo, é possível chegar muito próximo, entre em 90 e 95% de imunização. As pesquisas para aperfeiçoamento das fórmulas estão cada vez mais avançadas, inclusive para reduzir as reações que podem ocorrer, como febre e dor no local em que foi injetada a vacina.

Deve-se avaliar ainda que essas reações são mínimas quando comparadas com as doenças de fato. Além dos sintomas muito mais graves, o sarampo pode gerar complicações e, consequentemente, sequelas como a diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. O agravamento da doença pode levar à morte.     





Dr. Marcos Antônio Cyrillo - diretor clínico e infectologista do Hospital IGESP


Entenda como pode ser feita a doação de sêmen: saiba quais são as regras e os pré-requisitos


Muitos casais que desejam engravidar não entendem como ocorre o processo de doação de sêmen e isso pode, muitas vezes, ser um empecilho para a concretização do sonho por conta da falta de informação. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), toda doação de sêmen deve ser anônima e sem nenhum tipo de envolvimento financeiro – ao contrário de outros países, como os EUA, por exemplo, em que a identidade do doador pode ser revelada. Ainda segundo o CFM, para poder realizar uma doação de sêmen, é ideal que o homem tenha no máximo 50 anos e que ela seja feita de forma voluntária.

De acordo com o especialista em medicina reprodutiva, Daniel Diógenes, a doação não pode ter caráter lucrativo ou comercial. “As clínicas de reprodução humana não podem pagar a um homem pelo sêmen doado, sob pena de irem contra as determinações da Resolução CFM nº 2.121/2015, o que é passível de punição”, disse.

As clínicas onde são feitas as doações devem manter, permanentemente, um cadastro e uma amostra do material celular dos doadores, de acordo com a legislação vigente. Mas quem vai receber o sêmen não pode ter acesso a essas informações, sendo mantida em sigilo. “Essa doação é anônima, ou seja, o sêmen tem que ser doado por alguém que não seja próximo ou conhecido da pessoa que vai receber essa doação.  Talvez essa realidade mude no Brasil, tendo em vista uma nova resolução que pode sair ainda esse ano envolvendo a questão da multiparentalidade, mas é algo que ainda precisa ser estudado”, disse.

O diretor da Fertibaby e especialista em medicina reprodutiva, Daniel Diógenes, ressalta que a prática de doação de sêmen deve ser disseminada. “As pessoas costumam doar sangue para salvar uma vida, mas precisam saber que doar sêmen pode ajudar a dar uma nova esperança de vida para um casal infértil ou homoafetivo. Conhecer as regras e os pré-requisitos é o primeiro passo para a realização dessa ação”, disse.


Doença na porção abdominal do vaso é de três a sete vezes mais frequente do que no tórax, sendo mais comum em homens


Imagens retiradas da internet


Na grande maioria dos casos, o Aneurisma da Aorta, seja no tórax ou no abdômen, apesar de provocar poucos sintomas e evoluir de forma silenciosa, é uma doença grave localizada na maior e mais importante artéria do corpo, cuja função é distribuir sangue para todos os órgãos. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a doença na porção abdominal do vaso é de três a sete vezes mais frequente do que no tórax, sendo mais comum em homens, principalmente brancos.

Aneurisma de Aorta é uma doença caracterizada pela dilatação anormal da aorta, com aumento do diâmetro em mais de 50% do seu tamanho original. Esta enfermidade é mais frequente em pacientes com aterosclerose, onde há acúmulo de gordura e consequente perda da integridade da parede. A presença de fatores predisponentes como erros alimentares, fumo, obesidade, diabetes mellitus ou vida sedentária, pode acentuar sua gravidade. 

O aneurisma de aorta pode ser completamente assintomático. Entretanto, o efeito da dilatação pode determinar compressão nas estruturas adjacentes. Quando há compressão sobre o intestino podem ocorrer sintomas como prisão de ventre ou diarreia. Quando há compressão das vias urinárias pode haver maior predisposição a infecções urinárias. 

Todavia, dor de forte intensidade, especialmente na região posterior das costas, na região lombar ou ainda nos membros inferiores, pode ser importante sinal de alerta, já que pode significar crescimento agudo do aneurisma ou a sua rotura, e exigirá que o médico seja comunicado de imediato.

O diagnóstico do aneurisma se baseia na história clínica e exame físico do paciente, mas é confirmado por meio de tomografia, ressonância magnética ou ultrassom. Uma vez diagnosticado, a decisão pelo momento certo de tratar o aneurisma estará baseada no seu risco de rompimento.  Aneurismas com maior risco para rotura apresentam diâmetro igual ou maior que 5,5 cm e/ou rápida progressão. Há dois tratamentos possíveis: o cirúrgico ou o endovascular. 

No tratamento cirúrgico, que é classicamente mais conhecido e tem maior histórico de acompanhamento, realiza-se a abertura do abdome, abordagem do aneurisma, costurando-se uma prótese nas paredes da aorta acima e abaixo do aneurisma comunicando áreas normais. 

O tratamento Endovascular é mais recente, porém apresenta excelentes resultados, principalmente para pacientes com maior risco de complicações.  Nele, tudo é feito pelo interior dos vasos. Após a punção de uma das artérias da virilha, uma prótese com esqueleto metálico e revestimento sintético é posicionada, com suas extremidades fixadas nas porções normais do vaso acima e abaixo, para excluir a dilatação. 

A opção pela técnica endovascular deve considerar se há maior risco clínico do paciente para se submeter ao tratamento cirúrgico, como o observado em pacientes muito idosos e, principalmente, fumantes ativos ou com doença pulmonar obstrutiva crônica descompensada ou alterações cardíacas.  Nestes pacientes, há real benefício, com menor risco de morte no período imediato após o procedimento, além de mais curta e melhor recuperação pós-operatória. Nessas situações o tratamento endovascular, menos invasivo, é o mais pertinente.





Dr. Airton Mota Moreira, médico do CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa - especialista em Angiorradiologia e Radiologista Intervencionista, iniciou sua formação no estado do Piauí, onde completou graduação em Medicina no ano de 1990 pela Universidade Federal (UFPI). Tem residência médica credenciada pelo MEC em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular Periférica. Obteve o título de especialista em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice).
Instagram: @clinicacriep
Facebook: @criep.com.br


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