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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

O coração no centro das metas mundiais de saúde


A prevenção e redução da incidência de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as cardiovasculares, é uma das dez metas globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2019. O objetivo – somando todas essas enfermidades – é que haja atendimento médico-hospitalar para um bilhão a mais de pessoas este ano, em comparação com números de 2018.

As doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e câncer, são responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo. São 41 milhões de óbitos por ano, revela a OMS. O mais grave é que essa preocupante estatística inclui 15 milhões de pessoas que falecem prematuramente, ou seja, com idade entre 30 e 69 anos. Mais de 85% desses episódios ocorrem em países de baixa e média renda. A prevenção e mitigação das principais causas reduziria de modo significativo a perda dessas vidas.

A OMS, corroborando conclusões de pesquisas inequívocas, alerta que o aumento dessas doenças tem sido impulsionado por cinco fatores de risco: tabagismo, sedentarismo, uso nocivo do álcool, dietas pouco saudáveis e a poluição do ar. Tais causas também agravam a saúde mental. Metade de todos os transtornos psicológicos começa aos 14 anos, mas a maioria não é detectada e tratada de maneira oportuna. Tais problemas, em muitos casos, levam as pessoas a se descuidarem da saúde como um todo, inclusive com o coração.

Um dos aspectos mais importantes das ações previstas pela OMS para reduzir a incidência das doenças cardiovasculares em 2019 é trabalhar com os governos para atingir a meta global de redução em 15% da inatividade física até 2030. 

Isso será feito por meio da implementação de uma série de políticas que incentivem as pessoas a se mexerem mais todos os dias.

É muito importante que todos, independentemente de campanhas e iniciativas nacionais e internacionais dos governos e organismos multilaterais, equilibrem seus hábitos rotineiros, adotando práticas mais saudáveis. 

Com uma postura responsável com seu próprio corpo, as pessoas melhoram seu bem-estar (e o de suas famílias!), e contribuem para que as estatísticas relativas às mortes por doenças não transmissíveis sejam menos traumáticas a cada ano. Vamos todos, incluindo médicos e profissionais das distintas áreas da saúde, nos engajar com determinação nessa causa em favor da vida! 





Dr. José Francisco Kerr Saraiva - Presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).


Cegueira por glaucoma cresce no Brasil


Toxidade do conservante de colírios faz 50% das pessoas interromper o tratamentos. Desconforto pode ser reduzido.


O glaucoma degenera o nervo ótico, parte do olho que conduz as imagens da retina ao cérebro para que possamos enxergar, explica o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier. O envelhecimento da população fez a doença saltar no Brasil de 900 mil casos em 2010 para 2,5 milhões no ano passado.  Isso porque, o censo 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que da população total de 208 milhões., 86,1 milhões têm 40 anos ou mais. A estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) é de que a doença atinge 3% das pessoas nesta faixa etária.

Queiroz Neto afirma que além da idade, afrodescendentes, quem tem casos na família,  já sofreu trauma ocular, ou tem doenças que alteram a vascularização do olho como a miopia e o diabetes corre maior risco de desenvolver  glaucoma. Isso porque, em 90% dos casos a doença está relacionada ao aumento da pressão intraocular causada por uma falha na drenagem do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocul.ar “Esta falha leva células do nervo óptico à falência e lentamente provoca a perda da visão periférica sem qualquer sintoma”, pontua. Para se ter ideia. o oftalmologista diz que em olhos saudáveis o nervo óptico tem 1,25 milhões de células ganglionares. No estágio avançado do glaucoma, quando o portador percebe redução do campo visual, já são apenas 50 mil células com possibilidade de perder de três mil a cinco mil células ao ano. Isso significa que a perda total da visão pode levar de 10 a 15 anos.

A única forma de preservar a visão é através do uso contínuo de colírios que controlam a pressão intraocular. O problema é que 1 em cada 2 pacientes com glaucoma falham no uso do colírio. O médico explica que isso acontece porque a maioria das pessoas usa colírios com Cloreto de Benzalcónio (BAK) um conservante que leva ao olho vermelho crônico  por causar da toxidade desta substância que causa ressecamento da lágrima,:, ceratite (inflamação da córnea e , simbléfaro (aderência da pálpebra ao globo ocular) ou espessamento da margem palpebral.

Queiroz Neto ressalta que o oftalmologista poderia substituir estes colírios poderiam  por formulas sem conservante, mas esbarra na baixa adesão do paciente ao tratamento com este tipo de colírio por r causa do preço mais alto.  O problema, afirma é que o tratamentos com colírios que contêm conservante pode dificultar os procedimentos cirúrgicos.


O especialista diz que é possível manter o uso de colírios com conservante  e reduzir o desconforto com algumas adaptações que variam  conforme a classe do colírio em uso  e que só podme ser adotadas sob supervisão médica.AOs principais elencados pelo especialista são:

CLASSE FARMACOLÓGICA
DESCONFORTO OCULAR
ADAPTAÇÃO
- Alfa-agonista
- Olho seco, hiperemia, alergia
- Substituir por homólogo com 0,15 do princípio ativo e com conservante virtual.
- Inibidor de anidrase carbônica
-Ardência, sensação de corpo estranho, alergia, ceratite, olho seco
- Trocar de classe farmacológica quando ocorrer ceratite.
- Betabloqueador
- Ardência, olho seco, ceratite
- Associar maleato de timolol a 0,25.
- Prostaglandina
- Ardência, olho seco, pigmentação periocular e da íris, hiperemia, hipertricose.
A vermelhidão diminui em 4 semanas. As alterações de pigmentação e hipertricose só com a troca de colírio.

Queiroz Neto ressalta que a maioria dos portadores de glaucoma tem olho seco. Por isso, independente do colírio utilizado, a dica é tomar cápsula de óleo de linhaça para melhorar a qualidade da lágrima e diminuir o desconforto causado pelos colírios. 


Lente de contato aumenta em cinco vezes risco de alergias oculares


Estudo mostrou que pessoas alérgicas apresentam uma probabilidade cinco vezes maior de desenvolver doenças oculares relacionadas ao uso de lentes de contato

 
Nos últimos anos houve um crescimento significativo no número de pacientes que trocaram os óculos de grau pelas lentes de contato. Nos Estados Unidos, são mais de 40 milhões de usuários segundo uma pesquisa.

No Brasil, um relatório recente apontou que as lentes de contato representam 40% das vendas de produtos para corrigir os erros refrativos mais comuns, como a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia.

Segundo a oftalmologista, Dra. Tatiana Nahas, Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, um maior número de usuários de lentes de contato exige atenção redobrada, tanto por parte do paciente, quanto do oftalmologista.

“O mau uso das lentes, falta de limpeza adequada, uso prolongado e/ou constante são fatores de risco para diversas condições que podem afetar os olhos. Além disto, é preciso avaliar o estado de saúde geral do paciente para prevenir certas condições associadas ao uso das lentes de contato”, diz a médica.



Atenção alérgicos!

 
Estima-se que cerca de 20% da população em geral é alérgica (atópica). Dentro os alérgicos, de 40 a 60% podem apresentar alergias oculares. De acordo com um estudo publicado no Current Opinion in Allergy and Clinical Immunology, o uso de lentes de contato em pacientes alérgicos aumenta em cinco vezes a probabilidade de desenvolver alergias ou irritação ocular.

“Nos pacientes atópicos, ou seja, naqueles que sofrem de alergias em geral, como rinites, sinusites e dermatites, há uma maior predisposição ao desenvolvimento de quadros oculares alérgicos. Uma das respostas alérgicas mais comuns é a conjuntivite papilar associada ao uso de lentes de contato”, comenta Dra. Tatiana.



Lente é gatilho para processo alérgico

 
A resposta alérgica é desencadeada por algumas substâncias presentes no filme lacrimal, como lipídios e proteínas, que se depositam na superfície das lentes.

“Embora esse processo ocorra com todos os usuários, nos alérgicos o corpo reage à presença destas substâncias com uma resposta inflamatória aguda”, explica a oftalmologista. Outro mecanismo que desencadeia a alergia ocular, segundo a especialista, é o dano mecânico causado pelas lentes, como a constante fricção com a conjuntiva (membrana que reveste o globo ocular).



Sinais e sintomas

 
Entre as principais manifestações da conjuntivite papilar por uso de lentes de contato estão a sensação de areia nos olhos, ardência, coceira, vermelhidão e acúmulo de secreção nas pálpebras.

A condição, em geral, se resolve com a suspensão do uso das lentes de contato por cerca de duas semanas nos casos mais leves. O uso das lentes pode ser retomado depois da remissão dos sintomas.

"Entretanto, em uma parcela dos pacientes o quadro se manifesta novamente. Caso isso aconteça, será preciso pensar em outras alternativas”, reforça Dra. Tatiana.

Entre os recursos estão trocar a solução de limpeza, reduzir o tempo de uso, espaçar mais os intervalos, assim como prescrever lentes descartáveis. Caso haja persistência dos sintomas, a lente de contato deverá ser trocada pelos óculos de grau, de forma definitiva ou ainda avaliar a possibilidade de realizar uma cirurgia refrativa.



Qual lente causa mais problemas?

 
“É importante que as pessoas compreendam que as lentes de contato são recursos terapêuticos fundamentais para a correção de grau. Porém, é preciso considerar alguns aspectos na prescrição das lentes, de acordo com o perfil de cada paciente, incluindo doenças oculares prévias e alergias”, afirma Dra. Tatiana.

Todas as lentes de contato, segundo a oftalmologista, podem desencadear problemas oculares ou alergias, sejam rígidas ou gelatinosas “Do ponto de vista da segurança, em relação a contaminação por micro-organismos e bom nível de oxigenação para a córnea, podemos citar as lentes de contato rígidas. A desvantagem é uma maior dificuldade de adaptação”.

“Já as lentes gelatinosas, principalmente as mais modernas, compostas de hidrogel e silicone, promovem maior conforto e melhor hidratação. Mas, justamente por terem mais água em sua composição, aumentam o risco de contaminação e possuem menor permeabilidade de oxigênio”, cita Dra. Tatiana.



Uso prolongado x problemas oculares 

 
Além da limpeza das lentes, com produtos adequados e da forma adequada, outro cuidado para prevenir irritações ou condições oculares mais graves, é evitar o uso prolongado das lentes.

“O ideal é retirar, higienizar e dar um descanso para os olhos, pelo menos durante a noite. Para pessoas que praticam esportes aquáticos, é recomendado retirar durante a prática. Piscinas são repletas de micro-organismos que podem aderir às lentes.

"Por fim, lembre-se de consulta o oftalmologista, especialista responsável por diagnosticar os erros refrativos e prescrever as lentes de forma individualizada, assim como fazer o acompanhamento periódico do paciente”, encerra Dra. Tatiana.



 

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