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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Pediatra dá dicas de como prevenir acidentes domésticos com crianças



Os acidentes domésticos são a principal causa de morte de brasileiros de um a 14 anos. Todo ano, 4,7 mil crianças morrem e 122 mil são hospitalizadas no Brasil por causa de acidentes ou lesões não intencionais, segundo o Ministério da Saúde. Com esses números, dá para entender por que os acidentes são a principal causa de morte nesta população.  

No Brasil, um estudo em 2016, realizado em Minas Gerais e publicado pela Revista Mineira de Enfermagem, mostrou que as maiores taxas de mortalidade por causas externas, isto é, não por doenças, em crianças de um a nove anos foram observadas nas mortes por acidentes de transporte e por afogamento.  

O assunto é sério e merece atenção. A boa notícia é que grande parte destes acidentes pode ser evitado com medidas de prevenção simples. Dentro de casa há diversos fatores relacionados à frequência maior de acidentes: pequenas dimensões, iluminação deficiente, móveis ou objetos pontiagudos, piso escorregadio, tomadas elétricas sem proteção (ou mal protegidas), falta de segurança para a criança em corrimãos de  escadas e em janelas e sacadas, passadeira deslizante, objetos que podem causar danos, como martelo, serrote, alicate, furadeira, faca, espeto de churrasco, fósforos e isqueiros, além do armazenamento inadequado de produtos químicos. 

Entre os bebês que ainda não completaram o primeiro aniversário e aqueles que têm entre um e dois anos, os acidentes que mais matam são as aspirações de objetos miúdos, como peças de brinquedos e alimentos. Na faixa etária dos dois aos quatro anos, as estatísticas apontam que os afogamentos e os acidentes de trânsito, a exemplo dos atropelamentos, são os mais fatais.

Tão importante quanto a prevenção dos acidentes, é saber lidar quando uma situação dessas acontece. A pediatra do Complexo Hospitalar dos Estivadores de Santos, Dra. Teresa Uras, comenta que algumas medidas simples nos primeiros socorros podem ser cruciais no atendimento das vítimas desses acidentes. “Se a criança apresentar vômitos, perda de consciência ou sangramento abundante após uma queda, mordidas de animais ou queimaduras agudas, por exemplo, é necessário encaminhar a criança ao pronto-socorro”, explica a especialista. 

A pediatra dá algumas dicas de como prevenir alguns acidentes com medidas simples: 

·                    Instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e mezaninos; 

·                    Não deixe cadeiras, camas e bancos perto de janelas, pois as crianças podem escalar e se debruçar. O mesmo vale para móveis baixos perto de estantes e armários altos; 

·                    Instale portões de segurança no topo e pé das escadas. Se a escada for aberta, opte por redes ao longo de sua extensão. Cuidado com chão liso e tapetes. Não encere o piso e providencie antiderrapantes nos tapetes para evitar escorregões. Na maioria das quedas infantis atendidas nos postos do SUS, as crianças caíram do mesmo nível, ou seja, as quedas foram causadas por tropeções, pisadas em falso ou desequilíbrios; 

·                    Oriente seu filho a brincar em locais seguros. Escadas, sacadas e lajes não são espaços de lazer; 

·                    Crianças com menos de seis anos não devem dormir em beliches. Se não houver outro local, instale grades de proteção nas laterais das camas que ficam no andar superior;

·                    O uso de andadores não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, pois pode comprometer o desenvolvimento ortopédico e causar sérias quedas; 

·                    Quando for trocar fraldas, mantenha sempre uma mão segurando o bebê; 

·                    Nunca deixe um bebê sozinho em mesas, camas e outros móveis, mesmo que seja por um instante; 

·                    Proteja as tomadas com protetores específicos; 

·                    Além disso, oriente seu filho a não colocar o dedo na tomada, pois  as queimaduras elétricas podem ser graves, expondo a criança ao risco de morte e sequelas; 

·                    Não deixe o ferro de passar quente e ao alcance da criança, mesmo que esteja desligado; 

·                    Os cabos das panelas devem ficar virados para dentro do fogão; 

·                    Use protetores nas portas para evitar que a criança prenda as mãos ou dedos; 

·                    Para uma criança se afogar, bastam 2,5 cm de profundidade. Cuidado, portanto, com água em baldes e tanques, além de vasos sanitários e piscinas sem proteção adequada; 

·                    Teste a temperatura de alimentos líquidos e sólidos antes de oferecer à criança; 

·                    Antes do banho, teste a temperatura da água da banheira com a parte interna do cotovelo; 

·                    Nunca deixe remédios ao alcance das crianças, nem faça associação de medicamentos com balas e doces;

·                    Não coloque produtos de limpeza em embalagens de alimentos e refrigerantes. A criança pode confundir e ingerir. Evite também deixá-los na parte de baixo de pias e armários. 


Em caso de acidentes

·                    Caso a criança se queime, não passe nada no local afetado. Pomadas, pasta de dentes, manteiga, clara de ovos ou outras receitas caseiras podem prejudicar mais ainda a queimadura;

·                    Lave a região por 10 minutos em água corrente e busque atendimento médico;

·                    Se a chama atingir as roupas, a vítima deve deitar no chão e rolar. Quem estiver por perto deve cobri-la com um lençol ou pano molhado e levá-la imediatamente ao hospital;

·                    Não estoure as bolhas, pois há risco de infecção.





Hospital Alemão Oswaldo Cruz – www.hospitalalemao.org.br



Mitos e verdades sobre a AIDS



Professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo esclarece dúvidas mais frequentes sobre a síndrome


Apesar da evolução nas formas de tratamento e prevenção, a síndrome da imunodeficiência adquirida, mais conhecida pela sigla AIDS (do inglês “acquired immunodeficiency syndrome”), continua a ser uma preocupação dos brasileiros. Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas (Unaids), 15 mil pessoas morreram em decorrência do vírus HIV, o causador da AIDS, em 2015, somente no Brasil.

A Unaids ainda indica que a população vivendo com a doença no País passou de 700 mil, em 2010, para 830 mil, em 2015, fazendo com que o Brasil respondesse por mais de 40% das novas infecções na América Latina. Entre os adultos brasileiros, os novos casos subiram 18,91% em 15 anos. No mundo, em média, 1,9 milhão de adultos a cada ano foram infectados com HIV desde 2010.
Por conta do Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, celebrado anualmente em 1º de dezembro, o Governo Federal instituiu recentemente o Dezembro Vermelho, mês que será inteiramente dedicado no combate à síndrome, por meio de campanhas de prevenção.

Apesar de ter se tornado mundialmente conhecida desde que foi descoberta, há 30 anos, a AIDS ainda deixa muitas dúvidas. A Dra. Maria Amélia de Sousa Mascena Veras, médica e professora do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), esclarece o que é mito e o que é verdade em relação à síndrome.

- O vírus HIV pode ser transmitido por beijo, abraço ou aperto de mão?

Mito. O vírus HIV é transmissível apenas por contato sexual ou pelo sangue.


- É possível contrair o vírus HIV no sexo oral?

Verdade. Embora o risco seja significativamente menor se comparado a outras modalidades de sexo (anal e vaginal), as chances aumentam se houver alguma ferida aberta ou ejaculação na boca.


- Todo portador de HIV tem AIDS?

Não necessariamente. HIV é o vírus, que pode ou não se manifestar em sua síndrome (AIDS).


- No Brasil, é possível fazer prevenção medicamentosa para evitar a contaminação do HIV?

Verdade. O que já existe é a PEP (profilaxia pós-exposição), um conjunto de medicamentos anti-HIV que pode ser tomado até 72 horas após a situação de risco, durante 28 dias, para diminuir as chances de uma infecção pelo HIV. 

Porém, será possível fazer prevenção medicamentosa para evitar a contaminação deste vírus a partir de 1º de dezembro de 2017, quando será implementada a PrEP (profilaxia pré-exposição) no Sistema Único de Saúde (SUS). A PrEP, no entanto, não confere proteção contra nenhuma outra infecção sexualmente transmissível, como sífilis, hepatites ou gonorreia. 

- O diagnóstico é feito somente por exame de sangue?

Mito. Além do teste pelo sangue, já existe o teste de fluido oral, que é capaz de detectar a presença de anticorpos para o HIV na saliva.


- Se o exame der negativo, posso respirar aliviada?

Mito. Se o exame der negativo, existe uma chance muito grande de que a pessoa não esteja infectada. Porém, se a pessoa tiver tido alguma exposição ao HIV durante o período chamado janela imunológica – período que o organismo necessita para desenvolver anticorpos detectáveis nos exames –, pode, sim, haver infecção com resultado negativo. Vale lembrar que, para os testes disponíveis no sistema público de saúde, considera-se como janela imunológica o período de 30 dias após situação de risco. Caso a pessoa acredite ter se exposto durante esse período, recomenda-se repetir o teste 30 dias depois.


- É possível contrair vírus HIV em estúdios de tatuagem, manicures e consultórios de dentista?

Verdade. Além de outras infecções graves como hepatites. Por isso, é necessário que todos os aparelhos utilizados sejam descartáveis ou devidamente esterilizados antes de serem utilizados novamente.


- Portadores de HIV, mesmo fazendo tratamento correto, morrem mais cedo do que pessoas que não estão infectadas?

Talvez. Portadores de HIV têm um risco maior de desenvolver problemas de saúde como infecções oportunistas (tuberculose, toxoplasmose etc.) e alguns tipos de câncer, especialmente quando sua carga viral não está zerada. No entanto, pessoas que iniciam o tratamento cedo e o fazem da maneira correta, diminuem significativamente esses riscos. Atualmente, há muitas pessoas vivendo com HIV com a mesma expectativa de vida de pessoas não-infectadas.


- Mulheres soropositivas podem engravidar sem que o vírus HIV seja transmitido?

Verdade. Se já estiverem em tratamento ou o iniciarem o quanto antes, o risco de transmissão para o bebê se reduz a quase zero.


- É preciso haver penetração para a transmissão do HIV?

Mito. O HIV tem diversas formas de transmissão, inclusive pelo sangue. No entanto, o sexo com penetração é um dos que oferecem maior risco, especialmente se houver ejaculação ou feridas abertas em qualquer um dos órgãos envolvidos (pênis, ânus ou vagina).


- Os novos coquetéis de drogas fizeram da AIDS uma doença crônica como a hipertensão?

De certa forma, sim. Isto significa que a chance de alguém que adere ao tratamento da maneira correta desenvolver AIDS é mínima. No entanto, é preciso lembrar que interromper o tratamento vai fazer com que o vírus volte a se multiplicar, além de favorecer sua mutação em formas mais resistentes aos medicamentos disponíveis.


- Toda camisinha é 100% confiável?

Nenhum método de prevenção é 100% eficaz. O preservativo, contudo, confere um grau de proteção muito alto, próximo a 100%, se utilizado da maneira correta. Recomenda-se, especialmente no sexo anal, que ela seja utilizada junto a um gel lubrificante à base de água, uma vez que o ânus não possui lubrificação natural e a camisinha pode se romper com o atrito.


- Quem tem uma relação estável pode dispensar o preservativo?

Esta é uma decisão que tem de partir de cada casal. Se ambos forem soronegativos e mantiverem uma relação estritamente monogâmica (isto é, sem outros parceiros), não há qualquer chance de infecção pelo HIV. Se um ou ambos os parceiros possuírem o HIV, recomenda-se o uso da camisinha para evitar a infecção do parceiro HIV negativo ou a reinfecção no caso de uma pessoa HIV positivo. Em casais com relacionamentos abertos, o preservativo também pode estar presente como coadjuvante na redução de riscos.





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