Celebrado em 23 de novembro, o Dia Nacional de Combate ao Câncer
Infanto-juvenil marca a importância do diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento
adequado desses pacientes. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica
(SOBOPE) alerta para os números da doença: atualmente, o câncer representa, no
Brasil, a segunda principal causa de morte entre crianças e adolescentes, de
acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), atrás apenas de causas
externas, como acidentes e violência.
Entre os tipos de câncer mais comuns, as leucemias lideram as estatísticas
(26%), seguidas pelos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso central
(13%); além desses, também acometem as crianças o neuroblastoma (mais frequente
no abdome), tumor de Wilms (renal), retinoblatoma (retina) tumores germinativos
TCG (ovários e testículos), sarcomas de partes moles e tumores ósseos
(osteossarcomas), dentre outros.
Apesar dos tratamentos terem mostrado um notável progresso nos últimos anos,
muitas crianças ainda chegam aos hospitais com a doença em estágio avançado e
as chances de cura, nesses casos, acabam diminuindo expressivamente.
A dificuldade no diagnóstico
evidencia o quão importante é estar sempre alerta aos sinais. “Os sintomas são
inespecíficos e se assemelham com os de outras doenças, o que pode, muitas
vezes, confundir os pais. Por isso é necessário ter um pediatra de confiança
que trate da criança periodicamente, já que o diagnóstico precoce aumenta as
chances de cura”, afirma Sonia Maria Rossi Vianna, médica oncologista e
vice-presidente da SOBOPE.
Ela explica que é preciso levar em
conta o histórico clínico do paciente e a recorrência de sintomas que, em
muitos casos, se assemelham ao de outras doenças comuns na infância. Exames são
importantes instrumentos de diagnóstico e o conhecimento sobre câncer do médico
de confiança da família também é um fator relevante.
Outro ponto discutido na data é a
importância de uma maior capacitação dos profissionais da saúde, para que os
principais sintomas relacionados à patologia possam ser identificados e
tratados com segurança e qualidade.
“O Brasil apresenta chances de cura menores em comparação a outros países mais
desenvolvidos e há, ainda, uma discrepância significativa no acesso à saúde e
na qualidade dos atendimentos em diversos lugares do País”, lamenta Sonia Maria
Vianna.
Durante todo o mês, uma série de ações descentralizadas deve ocorrer por todo o
Brasil, encabeçadas pelos profissionais da saúde associados à SOBOPE que atuam
em hospitais e centros de saúde em todas as regiões do País. Para centralizar
toda essa agenda de ações, a campanha da Sociedade traz a hashtag #combateaocancerSOBOPE.
“A ideia é dar visibilidade a todas as inúmeras ações que acontecem durante
todo o mês em diversas partes do Brasil. Mais do que isso, usaremos a campanha
para divulgar informações de forma centralizada à população, como os sintomas
inespecíficos da doença, como inchaços, manchas roxas em lugares incomuns,
aumento do fígado e baço e dores ósseas que não melhoram com medicação e de
cabeça acompanhadas por vômitos, entre outros”, finaliza a vice-presidente.
Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE)
Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente
ao câncer infantojuvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e
uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e
divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas
pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da
oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico
da área em âmbito multiprofissional.