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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A ganância é um veneno para a mente



A busca insaciável de riquezas e poder obscurece a mente. Transforma em pedra o coração do ser humano. A ganância faz esquecer o bem comum e é quase sempre alimentada por mentiras e corrupção. Quando o poder e o dinheiro são colocados em primeiro lugar, organizações e até sociedades inteiras enterram valores que são eternos. A ausência de justiça coloca pessoas contra pessoas, estados contra estados, países contra países.

Em seu livro “O Renascimento de Buda”, relançado na Bienal do Rio, o autor e líder espiritual japonês Ryuho Okawa explica o que significa ser ganancioso. “É a mente que procura sempre pegar as coisas para si. É a cobiça para ter sempre mais e mais. Dentro de um coração ganancioso há o desejo forte de se obter status social, reconhecimento profissional e fama.” Seu alerta que nos toca. “Vocês precisam compreender que a alma cai num mar de lama profundo quando cobiça algo como um ser faminto insaciável. A ganância é um veneno para a mente. Aqueles que possuem uma mente gananciosa são, na verdade, pessoas ignorantes”, diz Okawa.

A ganância nada tem a ver com o acúmulo de riquezas fruto do próprio trabalho e suor, pensando no bem-estar dos filhos, da família, pensando em amparo seguro na velhice ou no desenvolvimento de uma nação. Todos precisam competir e lutar por dias melhores, mas pensando tanto em si como nos outros, compartilhando realizações e conquistas, bem-estar e felicidade. Essa é a justa ambição de pessoas que trabalham, sonham e buscam um mundo melhor. Os gananciosos vivem eternamente insatisfeitos, querem sempre mais e mais, passando por cima de tudo e de todos.

Sempre houve ao longo da história indivíduos, governos, reinos e países dominados pela ganância. Quase sempre suas ações levaram a guerras por conquistas ou ao acúmulo de riquezas nas mãos de minorias, criando imensas injustiças sociais, pobreza e fome. A ganância de muitos colonizadores, no passado, e hoje de países que dominam as novas tecnologias da informação ou detêm grandes riquezas naturais, como o petróleo, ainda mantêm um fosso profundo entre ricos e pobres, entre os que têm tudo e os que não têm nada, como muitas nações da África Subsaariana. E isso sem contar que a sede de poder está por trás de conflitos aterradores no Oriente Médio e na península coreana.

O que choca hoje é que a ganância, traduzida em roubalheira, está ficando mais sofisticada. Não somente se subtraem grandes recursos públicos que poderiam dar mais saúde, educação e bem-estar à população, como se usam caixas, malas e até apartamentos para esconder tesouros oriundos de obscuros pactos entre poderes públicos e empresários inescrupulosos. À ganância oficializada em muitas de nossas instituições soma-se à de quadrilhas criminosas que estouram caixas-fortes, roubam cargas em rodovias, aplicam golpes pela internet, assaltam lojas e residências.

A ganância mata os mais nobres sentimentos humanos, como a verdade, o respeito e o amor e leva a práticas condenáveis. Quem não conhece a história do apóstolo Judas Iscariotes, que entregou Jesus aos sacerdotes judeus por 30 moedas de prata? Sua sede de riqueza não teve limites, como não tem limites o que fazem os filhos que se apossam, antes da hora, de bens que com sacrifício os pais acumularam, e o que fazem governantes e políticos com dinheiro público. Cada um de nós procure olhar para sua vida. Quantas vezes, diante da expectativa de um ganho extra, passamos por cima dos interesses dos que nos cercam? Quantas vezes, em nome do lucro, praticamos injustiças ou fazemos negócios desonestos? Quantas vezes ficamos com o que não é nosso, como um objeto encontrado ou um troco errado?

As desilusões provocadas pela ganância são marcantes ao longo da história. Quantos governos e conglomerados empresariais ruíram por querer mais e mais sem pensar na construção de uma sociedade justa, sem pensar na felicidade das pessoas, sem se preocupar com a preservação da natureza. O vazio deixado pela ganância foi eternizado em uma das fábulas de Esopo, a da “Galinha dos Ovos de Ouro”. Ao descobrir que uma galinha recém-comprada pusera um ovo de ouro, um camponês e sua mulher decidiram matar a galinha para se apossar de uma só vez de todos os ovos dourados que carregasse no ventre. Nada encontraram.

Quem tudo quer, tudo perde, diz a sabedoria popular. Tenhamos a consciência de que nenhuma riqueza levaremos desta vida. Nossa alma só levará o bem e o amor que plantamos.





Milton Nonaka - consultor de novos negócios da editora IRH Press do Brasil, que publica em português as obras de Ryuho Okawa. Um dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de 2.200 livros publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas.  (www.okawalivros.com.br



Você cumpriu as suas metas em 2017?



Como não perder os próprios objetivos de vista? Geralmente, as pessoas elaboram uma lista de desejos, porém, poucos meses depois, já não se lembram dessas decisões. É comum ainda estabelecer os mesmos sonhos para o ano seguinte e, novamente, não realizá-los. Você age dessa forma?

Especialmente nesta época do ano, é importante refletir sobre os passos que te farão cumprir as metas. Pergunte a você mesmo: como tratei os meus objetivos pessoais e profissionais traçados em janeiro ou fevereiro? Cuidei deles e me dediquei? Tornei-me uma pessoa melhor no percurso? Compreendi o significado de estabelecer e concretizar uma meta? Aceitei o desafio criativo e de contínuo aprendizado, evolução e inovação? Ajudei outras pessoas nesse caminho?

Ao acordar, o que faz você levantar e enfrentar o mundo com a consciência, os recursos internos e a disposição para cumprir os seus desejos? O que pode te ajudar a ter a energia necessária é, justamente, saber que é possível colocar em ação as capacidades e o poder criativo para realizar as metas. O estabelecimento dos objetivos que indica uma direção, uma missão pessoal e um propósito permite ampliar as nossas perspectivas.

Para isso, é necessário ativar alguns recursos internos e estratégias para manter o foco - como saber o que te dá força para continuar em direção à autorrealização - e, para isso, estabelecer objetivos estimulantes. Cultive o otimismo que caminha de mãos dadas com a iniciativa e a ousadia.

Esses fatores são decisivos para abrir o caminho ao alcance dos seus desejos. Até os mais otimistas, em alguns momentos, se sentem desmotivados pelas circunstâncias adversas. A diferença é que eles são capazes de entendê-las, buscar o apoio e encontrar maneiras de reativar suas energias. Além disso, não desistem dos seus sonhos por conta de uma dificuldade, ajustam a rota sempre que necessário para chegar ao alvo.

Para que possa enxergar a concretização dos seus objetivos, compartilhe-os com outras pessoas do seu convívio ou com um grupo de trabalho. É fundamental também desenvolver uma consciência emocional. Saiba prestar atenção nas emoções que suscitam as suas metas, organize e crie um plano de ação. Estar aberto, ter adaptabilidade e flexibilidade para aceitar as mudanças que ocorrem no contexto, educar a mente e treinar uma reflexão vencedora são fatores que fortalecem a determinação.

Mantenha o foco no planejamento. Às vezes, as pessoas recusam-se a se programar por acreditar na ideia de que o imprevisto está associado à liberdade, quando, na verdade, ocorre o contrário. Livre é quem sabe planejar, pois consegue equilibrar melhor o tempo, as exigências, as tarefas e a ânsia dos prazos que se aproximam.

Sempre há tempo para antecipar o futuro e redirecionar os nossos objetivos, recriar as metas e reorganizar os alvos. Ter objetivos nos estimula a crescer e ir além de onde nos encontramos, ajuda a construir uma melhor autoimagem, uma autoestima e autoconfiança sólidas. Ter objetivos ajuda a ter uma vida mais gratificante e realizada.






Eduardo Shinyashiki - presidente do Instituto Eduardo Shinyashiki, mestre em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal. Com mais de 30 anos de experiência no Brasil e na Europa, é referência em ampliar o poder pessoal e a autoliderança das pessoas, por meio de palestras, coaching, treinamentos e livros, para que elas obtenham atuações brilhantes em suas vidas. Mais informações: www.edushin.com.br




Insegurança, como você lida com ela?



É tempo de reconhecer e mudar


Insegurança... Sentimento de inferioridade, insuficiência para realizar determinada tarefa, segundo os dicionários. Comum à vida – afinal, em algum momento, todos nós a experienciamos –, infelizmente tem se tornado um problema que atinge cada vez mais e mais pessoas.

Por isso, gostaria de trazer uma nova reflexão para você que, de alguma forma, percebe que essa emoção tem lhe dificultado. É importante o seu olhar de atenção quando a insegurança passa a tomar conta da sua vida, preenchendo suas horas, seus dias, suas relações... porque é quando você passa, e sem perceber, a agir muito influenciado pelo medo.

Sim, você já reparou como a insegurança é consequência do medo? Medo de fracassar, de ser rejeitado, não ser reconhecido, valorizado, amado... Medo por não ter o controle sobre o que vai acontecer amanhã – e este é um dos piores medos, pois, de fato, nós nunca teremos a certeza absoluta do que irá acontecer amanhã.

E preste atenção ainda ao fato de que a insegurança não está ligada apenas ao comportamento de agir como uma pessoa resguardada, que tem o pé no freio, é adiador de mudanças. Note que este sentimento também está presente em quem busca controlar a tudo e a todos, pois o medo de que as coisas não saiam perfeitas, como a própria pessoa o faria, revela por detrás a “insegurança”.

Em determinadas “doses” a insegurança pode até ser protetora, funcionando como um mecanismo de defesa que faz com que o seu alarme interno soe e o obrigue a atuar. Mas, a partir do momento em que se torna avassaladora, a insegurança não tem qualquer vantagem, você passa a se sentir incapaz e a viver em função de pensamentos negativos que pouco ou nada têm de razoável. 

Por isso, eu desejo que reflita sobre este sentimento em sua vida e a como tem agido, pois, de verdade, você pode viver melhor consigo e com o seu entorno.

Bem, e como mudar esse cenário da insegurança? Antes eu preciso lhe fazer uma pergunta: onde é que este cenário se inicia?

Por mais que o que lhe gere a insegurança seja um acontecimento externo, é sempre dentro de você que o sentimento se forma. Então, é dentro de você que ele se inicia e, como disse antes, está tudo bem, é natural e normal que você o vivencie, a questão está no como e em quanta negatividade pode gerar por conta dele.

Obter melhor discernimento sobre suas emoções, levantando a reflexão e o questionamento sobre o que está sentindo, já é um passo importantíssimo de consciência, pois é a partir daí que você pode fazer as mudanças.

Assim, se você acredita que a insegurança está em um nível negativo em sua vida pode começar a praticar exercícios de mudança emocional e isso para que possa sair de uma posição muito defensiva ou de vítima, para que possa se entregar às relações amorosas com mais intensidade, para que expresse o que sente com mais maturidade, para que invista em seus sonhos com mais tranquilidade e capacidade de ampliar sua visão estratégica, para que não perca a oportunidade de ser mais feliz.

Se você me acompanha sabe que um dos exercícios que ensino muito é sobre a Respiração. Algo simples e extremamente eficaz, comprovado cientificamente – e que a metodologia de autoconhecimento do Processo Hoffman pratica há 50 anos.

Em um dos vídeos que gravei, falo mais sobre isso, é “Como você vive é como você respira” (https://processohoffman.com.br/video/como-voce-respira-e-como-voce-vive). E deixo aqui um simples (e poderoso) exercício para você praticar:

1.            Inspire o ar pelo nariz e solte pela boca;

2.            Expire por mais tempo que inspira, isto é, solte mais ar do que pegue;

3.            Para treinar é bom começar contanto: 03 segundos para puxar o ar... segure três segundos o ar dentro de si... e solte o ar em 4 ou 5 segundos. Repita esse exercício por 10 vezes;

4.            A oxigenação do cérebro aumenta, você se sente mais relaxado e calmo, e a disposição física e flexibilidade mental também aumentam.

“Pare, pense e respire” é um artigo que também escrevi com este objetivo (https://processohoffman.com.br/blog/pare-pense-e-respire/).

Eu desejo que você invista em seu Autoconhecimento e ele começa assim, com a reflexão sobre você, sobre o que você sente e como sente; o que pensa e como pensa; e sobre suas atitudes e como as têm manifestado.

É sempre tempo, independentemente da nossa fase de vida, de sermos pessoas melhores!

Até a próxima! Com amor e luz!






 Heloísa Capelas - diretora do Centro Hoffman no Brasil, é especialista em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental e diretora do Centro Hoffman no Brasil. Palestrante, coach, master practitioner em PNL, autora do best-seller "O Mapa da Felicidade" e coautora de mais sete livros sobre Gestão de Pessoas, Liderança e Inteligência Feminina. Em 2017, lançou o livro “Perdão, a revolução que falta”.

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