O
mote “Minha escolha faz a diferença” movimenta as cidades com ações
estratégicas
Educadores de trânsito do Semob/JP orientam
motoristas em áreas externas de escolas de João Pessoa (PB) na 2ª edição
municipal da campanha Maio Amarelo
Salvar vidas. É essa a
bandeira do Movimento Maio Amarelo, que chega à 4ª edição com o mote “Minha
escolha faz a diferença”, definido pelo Conselho Nacional de Trânsito
(Contran) como o norteador de todas as campanhas educativas de trânsito em
2017. Conforme o relatório
Retrato da Segurança Viária 2015 - fruto da parceria entre empresas privadas e
o Centro de Liderança Pública (CLP), para inspirar um trânsito mais seguro no
Brasil - de 2002 a 2013, o trânsito foi responsável por matar 466.131 pessoas
em todo país. Com o objetivo de acabar com essa estatística, são promovidas,
especialmente durante o mês de maio, ações de conscientização que convidam o
cidadão a repensar suas atitudes no momento em que inicia um deslocamento,
qualquer que seja a sua natureza.
Em 2016,
o movimento - que também possui repercussão internacional, tendo mobilizado
outros 23 países – conquistou o apoio de mais de duas mil empresas públicas e
privadas. “Propagar esse tipo de mensagem deve ser uma luta diária e incessante.
As pessoas se enganam ao pensar que os acidentes são inevitáveis. São as nossas
decisões que refletem no dia a dia do trânsito das cidades”, defende o diretor
da Perkons, empresa de gestão de trânsito que apoia a campanha, Luiz Gustavo
Campos.
Conforme a pedagoga e
especialista em trânsito, Karine Winter, o entendimento do coletivo como algo
superior ao individual, somado à prática de um conjunto de medidas estratégicas
de educação e formação adequada de condutores, é uma das chaves para solucionar
o problemático sistema viário urbano atual. Assim, ações isoladas dão
espaço a uma somatória harmônica de fatores, que tem início dentro de casa. “É
preciso que as famílias eduquem seus filhos para saberem repartir e esperar o
momento certo. A escola deve manter essa consciência de maneira lúdica,
transversal e interdisciplinar”, opina.
O atual cenário, porém,
retrata uma sociedade que, segundo a pedagoga, não gosta de se sentir punida ou
fiscalizada, aversão com reflexos diretos no trânsito. “ Trata-se de um ciclo
vicioso que revela pessoas mais preocupadas com os valores das autuações do que
com o que as infrações podem provocar. É preciso repensar o sistema de formação
dos condutores, o que aponta para a relevância tanto de um processo
fiscalizatório eficaz, quanto de campanhas constantes que tragam a sensação de
acolhimento emocional”, argumenta.
Resultados da
conscientização em João Pessoa (PB)
Um dos municípios que tem
lançado esforços para construir um trânsito humanizado e democrático, na
contramão do perfil individualista cada vez mais comum, é João Pessoa, na
Paraíba (PB). Pelo segundo ano consecutivo a capital aderiu ao Maio Amarelo em
uma tentativa de inspirar a conscientização durante todo o ano. À frente da
Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) de João Pessoa, Carlos
Batinga conta que, desde a adesão à causa, a cidade tem apresentado muitos
ganhos. “Já conseguimos resultados muito positivos com a associação de
campanhas como essas à implantação de câmeras de monitorameto e outros
equipamentos de fiscalização de trânsito. De 2015 para 2016, tivemos uma
redução de cerca de 30% no número de acidentes de trânsito na capital”,
destaca.
Outra medida destacada
pelo superintendente como determinante para a segurança no trânsito da capital
paraibana foi a padronização do limite de velocidade em todas as vias urbanas
para 50km/h, conforme recomendação
da Organização Mundial da Saúde (OMS). “A redução da velocidade, as campanhas e
a ampliação no número de radares e lombadas eletrônicas na cidade, inibem o
motorista a exceder a velocidade, o que sempre foi uma infração recorrente”,
atribui. É justamente essa sensibilização da comunidade a principal expectativa
do superintendente com relação ao Maio Amarelo. “Durante o mês de maio a
campanha é mais assertiva, mas ela é permanente durante o ano para que as
pessoas se envolvam sempre com o tema”, completa.
Tal qual uma rede em prol
da vida, a programação especial para o Maio Amarelo, desenvolvida pela Divisão
de Educação de Trânsito (Died) da Semob/JP, contempla palestras com abordagens
para ciclistas, pedestres, condutores e motoristas de ônibus, além de cursos
destinados a agentes de mobilidade urbana e visitas a escolas e universidades.
Semob/JP