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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Wakanda forever!

 


 Chadwick Boseman faleceu essa semana devido à um câncer de colon, terceira neoplasia mais frequente e quarta causa de morte por câncer em homens. Ele lutava contra a doença há 4 anos, quando descobriu já em estágio III.

Infelizmente, perdemos não só um ícone da cultura pop, mas também alguém que deixou sua marca na luta contra a desigualdade racial, ao interpretar o primeiro super-herói negro da Marvel. Impressiona ter partido tão jovem, apenas aos 43 anos, por uma neoplasia que acomete pessoas acima de 50 anos em mais de 90% dos casos. Vamos relembrar um pouco sobre essa doença.

As lesões precursoras de grande parte das neoplasias colorretais são os pólipos adenomatosos. O pólipo adenomatoso, do tipo viloso, é o mais propenso à malignização. Essa malignização acontece na maioria das vezes através de um processo chamado sequência adenoma-carcinoma, em que ocorre um acúmulo progressivo de alterações genéticas e epigenéticas que inativam genes supressores de tumores e ativam oncogenes. Os genes mais comumente envolvidos são o oncogene k-ras e os supressores de tumor APC e p53. Esse processo pode levar anos.

Câncer de cólon em pacientes jovens. A grande maioria dos CCR acima de 50 anos ocorrem de forma esporádica, mas sua ocorrência, principalmente em pacientes mais jovens, pode estar associada a síndromes genéticas, como a polipose adenomatosa familiar (PAF), síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário não polipose), síndrome de Peutz-Jeghers e Polipose de Cólon Múltipla. Existe ainda o Câncer Colorretal Familiar e outros fatores de risco que podem levar ao CCR mais precoce, como portadores de doença inflamatória intestinal e de endocardite por Streptococcus bovis. Infelizmente, os CCR em jovens, apesar de menos comuns, geralmente são mais agressivos e diagnosticados em estágios mais avançados.

Taxa de mortalidade global vem caindo, porém a incidência em pacientes mais jovens (< 50 anos) está aumentando. Recomendações de rastreio através de colonoscopia em pacientes acima de 50 anos com detecção e remoção precoce de pólipos colônicos e tratamentos mais eficazes provavelmente justificam a queda na taxa de mortalidade. Entretanto, a piora de hábitos de vida da população mais jovem, como aumento do consumo de carnes vermelhas e processadas, baixa ingestão de vegetais e frutas, sedentarismo, obesidade, etilismo e tabagismo, pode estar causando um aumento da incidência do CCR esporádico em jovens.

Estadiamento do câncer de cólon. Os principais exames utilizados no estadiamento são TC de tórax e abdome, CEA e colonoscopia. Podemos utilizar o estadiamento de Dukes ou o clássico TNM (T=extensão do tumor, N=acometimento linfonodal, M=metástase à distância). Vamos relembrar o estadiamento TNM do CCR bem resumidamente:

 

Estágio I: T1 ou T2, N0, M0

Estágio II: T3 ou T4, N0, M0

Estágio III: Qualquer T, N positivo, M0

Estágio IV: doença metastática (M1)

 

Segundo informações divulgadas pela família, Chadwick foi diagnosticado em 2016 já com estágio III, ou seja, com acometimento linfonodal, e acabou evoluindo nos anos seguintes para estágio IV, ou seja, doença metastática. Os locais de metástase mais comum no CCR são fígado, pulmões e peritôneo.

Tratamento do câncer de cólon. Dividimos em tratamento da doença localizada (até estágio III) e da doença metastática (estágio IV). Resumidamente, no caso de doença localizada, ele será composto por cirurgia (varia com o local da lesão) e quimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia) e/ou adjuvante (após a cirurgia) dependedo do estágio. No caso de doença metastática, deve-se avaliar a extensão da doença, porém pacientes com doenças metastáticas ainda podem ser tratados com intenção curativa, pois dependendo do local e volume da metástase, ela pode ser ressecável. Existem ainda como opções mais recentes as terapias biológicas e imunoterapia. Quando houver alto volume de doença, o tratamento de escolha é a quimioterapia sistêmica para aumentar o tempo de sobrevida. Para mais informações sobre o tratamento cirúrgico específico.

Aproveite esse momento para conscientizar seus pacientes e familiares sobre a importância do rastreamento do câncer de cólon.

Como fã dos filmes da Marvel, deixo aqui meus sentimentos pela morte precoce desse grande ator. Descanse em paz.

 

Rodrigo Junqueira - sócio-executivo do Jaleko, Head de Growth e Conteúdo, e médico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ.

Miopia é debatida no Congresso Brasileiro de Oftalmologia


 Palestra revela como a progressão está sendo controlada no mundo.

 

A pandemia de coronavírus impediu Campinas de sediar o 64º Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO 2020) planejado para acontecer na cidade este ano. Pela primeira vez o evento organizado pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) vai ser virtual, invés de presencial. A abertura acontece na próxima sexta-feira (4) quando faz homenagem ao Instituto Penido Burnier que este ano completou 100 anos de atuação. Até segunda (7) o evento apresenta mais de 400 horas de atualização médica com apresentações simultâneas em 10 salas. Este ano o congresso conta com a participação recorde de 40 palestrantes internacionais, reúne 4,5 mil especialistas, vai apresentar os principais temas da Oftalmologia e ferramentas de inteligência artificial que permitam à especialidade enfrentar a pós pandemia

 

Painel sobre miopia

Como não poderia deixar de ser, o CBO 2020 conta com um painel sobre miopia, dificuldade de enxergar à distância, que está se tornando uma verdadeira epidemia no mundo e, portanto, um grave problema de saúde pública. A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), é de que hoje 2,6 bilhões são míopes no mundo. Pior: No Brasil 27,7% da população ou 59 milhões de brasileiros têm miopia e a maioria, 53% dos que precisam usar óculos de grau não têm acesso à correção visual.

Na segunda-feira (7) o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, apresenta a partir das 8:30 horas palestra sobre miopia. O médico ressalta que apesar da falsa crença popular, não há comprovação de que deixar de usar óculos possa piorar a miopia, nem que os óculos viciem os olhos. “Quando são retirados a visão fica embaçada porque sem correção visual míopes enxergam mal, salienta. Isso explica  porque a falta de óculos leva à deficiência visual. Para ele a  genética, sem dúvida, é um fator importante no desenvolvimento da miopia, mas fatores ambientais também influem na maior prevalência e evolução.

 

Telas digitais

O oftalmologista afirma que horas em frente à tela do computador, celular ou tablet é uma das variáveis que responde pelo aumento da miopia na infância. Isso porque, um levantamento feito pelo especialista mostra que o prolongado  esforço visual para enxergar de perto faz o olho perder a capacidade de focalizar à distância.

 É a miopia transitória ou acomodativa que pode ser eliminada com mudança de hábito, explica. O tempo máximo preconizado de uso contínuo de dispositivos por crianças é de 2 horas. O problema é que a pandemia de COVID-19 somada ao isolamento social aumentou este tempo. Por isso, na pós pandemia podemos ter mais míopes  do que o previsto, pondera

 

Como controlar a progressão

Queiroz Neto afirma que artigos sobre miopia publicados em diversos países apontam que o controle da miopia em crianças também tem influência do tempo de exposição ao sol. O médico explica este efeito pode estar relacionado à maior produção de vitamina D. Isso porque, nossos olhos têm receptores da vitamina D que melhora o funcionamento do sistema ocular. Banhos de sol diários de duas horas são preconizados, comenta, porque já está comprovado que a luz ultravioleta aumenta a resistência das fibras de colágeno da córnea. O oftalmologista afirma que também há evidências de que a retina tem receptores de dopamina, hormônio do bem-estar produzido durante a exposição ao sol, que também regula o crescimento axial do olho, maior entre míopes

Por paradoxal que possa parecer, comenta, estudo realizado nos EUA com uma lente de contato que provoca miopia periférica sem altera o foco central também pode controlar a evolução da miopia em crianças. O médico ressalta que os problemas de visão não alteram a aparência e a criança nem sempre sabe se enxerga bem. Por isso, a recomendação é consultar um oftalmologista todo início de ano letivo.

Câncer de cólon e reto: Setembro marca mês de conscientização sobre a doença

 Morte do ator Chadwick Boseman aumenta alerta sobre tipo de tumor que afeta a porção final do intestino, responsável por 10% de todos os diagnósticos de câncer no mundo


Na noite da última sexta-feira (28/08), o ator Chadwick Boseman, protagonista de "Pantera Negra" no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), faleceu aos 43 anos de idade, em decorrência de câncer colorretal. O tumor que afeta o intestino grosso e reto havia sido diagnosticado em 2016.

Terceiro tipo de tumor mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres em todo o mundo - responsável por cerca de 10% de todos os diagnósticos da doença -, estima-se que o câncer colorretal provoque 40.990 novos casos em 2020, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) - um número que vem apresentando aumento ano a ano. Já o número de mortes chega a 18.867, de acordo com os dados mais recentes disponíveis.

Artur Rodrigues Ferreira, oncologista do CPO/Oncoclínicas, explica que algumas condições hereditárias, doenças inflamatórias intestinais, dietas ricas em carne vermelha e processadas, baixo consumo de fibras e vegetais, além de sobrepeso e obesidade estão entre os fatores que elevam os riscos da doença entre pessoas mais jovens, caso do ator. "Aqueles com história familiar de câncer colorretal,condições hereditárias como polipose adenomatosa familiar, doenças inflamatórias intestinais como retocolite, ulcerativa e doença de Crohn, por exemplo, fazem parte de um grupo que deve sempre se manter alerta", explica.

O médico lembra ainda que não podemos esquecer dos fatores de risco para a doença que podem ser evitados a partir de uma mudança simples de hábitos cotidianos relacionados à alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e controle do peso. "Apesar de menos frequente em adultos jovens, estudos clínicos mostram que a incidência de câncer colorretal vêm aumentando nesta parcela da população. Estudos científicos não trazem ainda respostas específicas sobre os motivos disso, mas entre as hipóteses estão hábitos alimentares pouco saudáveis, como consumo de alimentos ultraprocessados e pouca ingestão de frutas, verduras e cereais. A obesidade, o estresse, o sedentarismo, o alcoolismo e o tabagismo também figuram como vilões neste cenário", pontua o Dr. Artur.

Sintomas e Diagnóstico

Geralmente, os sintomas do câncer colorretal estão relacionados ao comportamento intestinal, incluindo diarreia ou constipação, fezes finas e que apresentem sangue e/ou mucosa. Inchaço frequente na região abdominal, gases, fadiga ou falta de energia e perda de peso súbita também fazem parte da lista de sintomas possíveis.

No entanto, a ausência de sintomas não significa ausência de doença, já que em suas fases iniciais, os tumores colorretais normalmente não geram sintomas ou, quando presentes, estes podem ser inespecíficos como, por exemplo, uma dor abdominal leve e transitória, fadiga e falta de energia.
Sintomas como dor abdominal progressiva, perda de sangue nas fezes, perda de peso não-intencional, mudança do padrão de evacuação incluindo alternância entre diarréia e constipação, fezes finas são mais sugestivos de doença.

A colonoscopia é o exame padrão para investigação de doenças do cólon e do reto. Nos casos de suspeita de câncer, esse exame pode determinar a localização da lesão e permitir a biópsia para confirmação da malignidade. Hoje, a recomendação para pessoas com risco médio é que ela seja realizada aos 50 anos de idade e repetida a cada dez anos, mas frente às evidências de que pessoas cada vez mais jovens estão desenvolvendo tumores, especialistas sugerem que o rastreio possa ser iniciado aos 45 anos.

O cuidado com a saúde envolve, além da realização periódica de exames preventivos, a atenção a sinais que possam indicar alterações na saúde, caso da presença de sangue nas fezes, uma vez que quando identificado ainda em fase inicial 90% dos casos de câncer colorretal são curáveis. "No entanto, é preciso levar em conta, tanto na prevenção quanto no tratamento, os hábitos individuais e fatores hereditários, com avaliações personalizadas, a fim de uma obter uma análise mais assertiva, indo além de um protocolo relacionado à faixa etária", frisa o Dr. Artur.


Geração Millennial apresenta risco aumentado de desenvolver a doença, dizem pesquisadores

Apesar da maioria dos pacientes com a condição terem idades a partir dos 55 anos, estudos recentes indicam que esses tumores de intestino vêm apresentado incidência aumentada entre jovens adultos, nascidos após o início da década de 1980 até o início dos anos 2000 - os chamados Millennials. Um levantamento feito por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, publicado em Julho de 2019 pelo jornal JAMA Network Open, lança luz sobre este cenário preocupante: enquanto o volume de novos diagnósticos vem caindo quando observado o grupo de pessoas com mais de cinco décadas, entre aqueles que estão nas faixas etárias abaixo desta a tendência tem seguido na direção oposta, com crescimento constante nos números.

Entre 2006 e 2015, a análise mostra que as taxas de tumores de cólon e reto cresceram 3,47% entre os homens com menos de 50 anos. Já entre as mulheres, no período de 2010 a 2015 houve um acréscimo de 4,45 % considerando o mesmo recorte por idade.

O padrão indicado pelo estudo canadense é similar ao indicado em outra importante análise, feita pela Sociedade Americana de Câncer (ACS, sigla do inglês American Cancer Society) em 2017. De acordo com a entidade, Millennials têm o dobro de risco de desenvolver câncer no cólon e quatro vezes mais chance de receberem um diagnóstico de câncer no reto em comparação à geração Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964).

A ACS mostrou ainda que, de 1992 a 2005, a ocorrência geral dessa doença nos Estados Unidos cresceu 1,5% ao ano em homens e 1,6% por ano em mulheres de 20 a 49 anos. E os maiores aumentos ocorreram em pacientes entre 20 e 29 anos: cinco a cada um milhão de pessoas na faixa entre 20 e 29 anos terá a doença, enquanto considerando homens e mulheres nascidos nos anos 1950, essa variação caí para três a cada um milhão.

"Esses percentuais devem continuar aumentando ao longo dos próximos anos se não forem adotadas medidas de conscientização sobre as causas derivadas de um estilo de vida pouco saudável e a importância da detecção precoce para tratamento da doença", finaliza o Dr. Artur Rodrigues Ferreira.

 

Setembro Laranja, prevenção da obesidade infantil começa no pré-natal

Setembro Laranja, todos em prol da prevenção da obesidade infantil! Estudos destacam a importância de uma boa manutenção do peso na primeira infância para reduzir a obesidade na vida adulta e suas consequências negativas


A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) promove, em Setembro, a campanha "Setembro Laranja" combate à obesidade infantil. O intuito é conscientizar sobre a importância de práticas alimentares saudáveis em casa e nas escolas, bem como estimular a prática de atividades físicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 41 milhões de crianças menores de cinco anos estejam acima do peso. É um dado alarmante e a conscientização é imprescindível para prevenir a obesidade infantil e outros problemas decorrentes de uma alimentação.

A obesidade já é considerada uma pandemia e um problema de saúde pública em todo o mundo. Além do excesso de peso, o problema metabólico traz diversas doenças que podem colocar em risco a vida do indivíduo em qualquer fase da vida. Agora, estudos têm mostrado que a obesidade pode ser prevenida ainda no ventre materno, com um pré-natal adequado.

Isso se explica também pela genética. A médica Dra. Flavia Oliveira da Sociedade Brasileira de Pediatria explica que a nossa composição corporal é determinada, de 60% a 80%, pela hereditariedade e mais de 300 genes estão envolvidos na regulação do peso. "Outros pontos que também influenciam são o aumento de peso da mãe e a diabetes gestacional, que levam a uma programação metabólica no bebê que faz com que ele tenha piores preferências alimentares, obesidade e síndrome metabólica na vida adulta", conta.


Aleitamento é prevenção

A médica pediatra e neonatologista Dra. Flavia Oliveira diz também que a amamentação previne o alto ganho de peso na infância e o risco de obesidade na fase pré-escolar. "Uma meta análise recente mostrou que as crianças amamentadas apresentam 22% menos risco de obesidade quando comparada àquelas que receberam fórmulas especiais, principalmente após os três meses de vida", destaca.

Segundo a médica, isso ocorre porque muitas fórmulas prontas são ricas em calorias e proteínas. "Nos primeiros dois anos de vida, o excesso de proteína está associado a uma maior produção endógena de insulina e IGF-1, hormônios ligados à diferenciação das células de gordura e do seu acúmulo. Esse mecanismo é conhecido como ‘programming’ e representa fator crucial para o desenvolvimento da obesidade e suas consequências na vida adulta", explica.

O comportamento dos pais

A prevenção da obesidade também passa pelos atos da família. "Bebês amamentados têm melhor percepção de saciedade do que aquelas alimentadas com fórmulas. Isso ocorre também porque muitos pais e cuidadores usam a mamadeira como forma de acalmar a criança, prejudicando o aprendizado correto da auto regulagem da fome", fala Dra. Flavia.

Incluir os pequenos no preparo das refeições também ajuda a desenvolverem um bom relacionamento com a comida e estudos mostram que as famílias que fazem as refeições juntas regularmente têm menos chances de sofrer de sobrepeso e obesidade. "O bebê aprende a se alimentar com os pais e vai ter bons hábitos se os mesmos o tiverem. Famílias que priorizam frutas, verduras, legumes e grãos integrais aos alimentos industrializados têm muito mais saúde e qualidade de vida. Isso se reflete não apenas no presente, mas principalmente no futuro de todos", conclui a pediatra.

 

 


Dra. Flavia Oliveira Pediatra e Neonatologista

Clínica MEDPRIMUS

http://www.medprimus.com.br


Cerca de 60% dos adultos têm nódulos de tireoide

Nódulos acima de um centímetro devem ser puncionados

Centro Integrado agiliza processo do diagnóstico

 

Os dados brasileiros se assemelham à literatura internacional e apontam que 60% dos adultos têm um ou mais nódulos de tireoide e 5% desses são malignos. Para a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato a incidência não está aumentando, é o diagnóstico que está mais preciso devido aos exames e tecnologia avançados na área da Endocrinologia.

Outro estudo mostra que entre os nódulos encontrados nesses 60% de adultos apenas 1% é palpável, sendo que o restante - 59% - só podem ser localizados com exames como a ultrassonografia de tireoide.


Punção e malignidade – A Dra. Lorena explica que, além do tamanho, existem características específicas que só podem ser vistas por ultrassonografia e que indicam se ele deve ser puncionado ou não. Em geral, nódulos maiores que 1 cm devem ser puncionados para avaliar se há risco de malignidade.

“O nódulo não se torna maligno, ele já surge com as características de malignidade. Caso tenhamos um nódulo inicialmente diagnosticado como benigno, há 5% de chance de tratar-se de um falso negativo, e com o seguimento percebermos que o nódulo tinha natureza maligna, por isso, mesmo nódulo benignos devem continuar sendo acompanhados”, enfatiza a especialista. A médica endocrinologista também comenta que em nódulos muito grandes há o risco maior de ocorrer o que se chama de falso negativo: o resultado da punção mostrar que é benigno quando, na verdade, é maligno.

Existem indicações precisas para cirurgia, e mesmo os nódulos benignos, em geral, quando maiores que 4 centímetros, devem ser abordados cirurgicamente.


Diagnóstico Precoce – Já é possível passar por consulta com endocrinologista, realizar os exames indicados pelo especialista e até mesmo fazer punção e radioabalação dos nódulos tireoidianos (intervenção minimamente invasiva, que pode ser feita em nódulos funcionantes, mas que estão com tamanho aumentado) em um único dia, o que possibilita um diagnóstico precoce e agilidade nas atitudes necessárias para uma rápida intervenção. “É uma tendência, tendo em vista que as pessoas têm uma vida dinâmica e, muitas vezes, vão ao médico, mas esquecem ou desistem de agendar exames por causa da falta de tempo”, conta Dra. Lorena, que é uma das diretoras do Centro Integrado de Tireoide e Paratireoide.

Para os casos de diagnóstico de câncer, o Centro Integrado de Tireoide e Paratireoide, localizado no Instituto de Medicina Avançada Amato Hospital Dia, encaminha a cirurgia para ser realizada em outros hospitais, por serem necessários mais dias de internação.

 



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.

https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/


Uso de capacete de ventilação no tratamento da covid-19 apresenta resultados positivos


Equipamento, o único produzido 100% no Brasil e aprovado pela Anvisa, está sendo utilizado em mais de 100 pacientes no país e os resultados são sólidos. Em São Paulo, um paciente internado por 39 dias apresentou melhora do quadro após usar o aparelho e com o tratamento finalizado, ficou por mais cinco dias no hospital e recebeu alta médica. Mais de 12 hospitais no Brasil já dispõem do uso da tecnologia. O aparelho ajuda a reduzir a inflamação pulmonar, melhora a oxigenação, previne a intubação e evita a ventilação mecânica invasiva.

 

Um dispositivo com ares de ficção científica se tornou um grande auxiliar na recuperação de centenas de pacientes internados com sintomas graves da Covid-19 em todo o Brasil. Batizado de Bolha de Respiração Individual Controlada (BRIC), o instrumento é uma bolha impermeável e transparente, individual, descartável, com conexões respiratórias, e que serve de interface entre o paciente e o ventilador mecânico. O equipamento já vinha sendo utilizado na Europa e nos Estados Unidos, e agora passou a ser desenvolvido e produzido em solo nacional pela empresa de tecnologia Roboris e lançado sob a marca LifeTech Engenharia. A BRIC é atualmente o único capacete nacional com aprovação Anvisa e já foram comercializadas 269 unidades para hospitais brasileiros, que estão sendo utilizado em mais de 100 pacientes internados e apresentando bons resultados. 

 

O uso da BRIC pode reduzir a inflamação pulmonar, melhorando a oxigenação e o esforço do paciente, prevenindo a intubação e evitando a ventilação mecânica invasiva com alto risco. Além disso, por ser um dispositivo estanque (vedado), diminui drasticamente as chances de contaminação dos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à doença. muito tempo estávamos buscando implementar esta tecnologia em nosso país. A aceleração da manufatura deste dispositivo em resposta à pandemia poderá trazer um grande benefício de longo prazo para as UTIs brasileiras. Ponto para o Brasil e para a indústria nacional”, afirma o médico pneumologista Marcelo Amato, professor livre-docente da Universidade de São Paulo (USP).

 

O pneumologista, que também é supervisor científico da UTI Respiratória do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), testou o uso do capacete em três pacientes que, por conta da covid-19, apresentavam fibrose pulmonar em estado avançado. Ou seja, quando o tecido pulmonar é danificado pela infecção no pulmão, causando desconforto na respiração. Ele garante que foi possível reverter o quadro clínico desses pacientes com a utilização da BRIC. O uso do capacete nesta condição pode contribuir para remodelar a fibrose pulmonar que ainda não é definitiva, diminuindo o estresse mecânico sobre o pulmão, reduzindo a inflamação, e permitindo uma maior reabsorção de colágeno. Reduzimos assim a fibrose e nenhum paciente precisou ser intubado, eles voltaram a ficar independentes, sem uso de oxigênio suplementar, salienta.

 

A utilização da BRIC foi estendida a pacientes internados com quadros graves de covid-19 em hospitais de diversas localidades brasileiras. Mais de 100 pacientes já receberam o tratamento, aplicado em 10 hospitais diferentes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Piauí.

 

 

Distribuição garantida a hospitais  

 

De acordo com o CEO da Roboris, o engenheiro Guilherme Thiago de Souza, a fase de testes compulsórios (quando os pacientes assinam um documento dando ciência de que o teste do equipamento é feito por vontade e responsabilidade deles) se encerrou com sucesso. “O capacete recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que o torna oficialmente um equipamento médico para uso em tratamentos, disponível para a aplicação em medicina de caráter irrestrito, podendo ser comercializado de forma legal”.

 

Assim, nos próximos dias, receberão unidades da BRIC, hospitais em Maceió (AL); hospitais públicos regionais de Itanhaém, Caraguatatuba e Registro (litoral de SP); São José dos Campos (interior de SP); em São Paulo; em Ponte Nova (MG) e em Mogi das Cruzes (SP). Além do Brasil, os executivos da Roboris e da LifeTech já se preparam para atender a demandas de hospitais no Chile.

 

“Com a liberação da Anvisa, a LifeTech agora atua com um parceiro que já é fabricante de equipamentos hospitalares, para que a fabricação da BRIC, assim como todo o processo de distribuição, ocorra em acordo com a regulamentação do órgão”, explica o CEO da Roboris. “Com isso, reforçamos o posicionamento profissional da LifeTech, de forma a trazer ao mercado de produtos hospitalares um equipamento profissional efetivo no combate à pandemia desenvolvido, fabricado e homologado em tempo recorde no país”.

 

A taxa de mortalidade para pacientes intubados com Covid-19 é de 70% a 86%. Estudos da Universidade de Chicago sobre a tecnologia de ventilação baseada em capacetes demonstram que, com a utilização da BRIC, de 20% a 35% de pacientes com Covid-19 não necessitaram de intubação. Os estudos também revelam que o uso do capacete evita a intubação em 54% de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).

 

“A BRIC se torna uma aliada no combate à COVID-19, e também pode ser utilizada no tratamento de outras doenças respiratórias como influenza (H1N1), gripe aviária, gripe suína, SARS, etc.”, afirma Guilherme Thiago de Souza da Roboris, ressaltando que a solução veio para ficar.

 

Alívio e esperança na recuperação

 

O médico Artur Raoul, 55 anos, cirurgião cardiovascular no Hospital Vila Nova Star da Rede D`Or São Luiz, ficou hospitalizado por 39 dias após ter contraído a covid-19. Ao longo desse período, seu quadro de saúde se agravava a cada dia, com baixos índices de oxigênio e aumento dos danos pulmonares. Foi quando o pneumologista Marcelo Amato decidiu realizar uma avaliação respiratória em Artur e conversou com o infectologista responsável e equipe sobre a conduta médica a adotar nesse caso. Ele então optou por testar a BRIC em Artur. Seu quadro apresentou melhora muito rapidamente e após cinco dias de uso do dispositivo e com o tratamento finalizado, ele ficou por mais cinco dias no hospital e recebeu alta médica.

 

Após a alta hospitalar e se recuperando em casa, o cirurgião cardiovascular Artur Raoul se lembra do momento em que o pneumologista tomou a decisão que salvaria a sua vida. “Ele (Amato) me falou sobre a possibilidade do uso da BRIC”, comenta o cirurgião, que assinou um termo de consentimento para utilizar o equipamento. Como médico, eu já sabia algo sobre o uso do helmet (capaceteem inglês) na Itália. No hospital, sabiam da existência do dispositivo, mas não usavam. E foi a cereja do bolo: após cinco dias de tratamento com a BRIC, tive uma melhora significativa, enfatiza.

 

O sucesso do tratamento do paciente se deu pelo uso de uma nova técnica, desenvolvida pelo pneumologista Marcelo Amato. Ela consiste na utilização de um cateter de alto fluxo acoplado à BRIC, que permite manter uma Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP). Ou seja, a técnica permite que o capacete exerça uma pressão positiva controlada dentro dos alvéolos pulmonares ao final da expiração, com o objetivo de reduzir o esforço respiratório do paciente.

 

A técnica faz uso de dois mecanismos para aumentar o grau de proteção pulmonar. O primeiro é o cateter nasal de alto fluxo, que injeta um fluxo constante de ar umidificado a 100% e aquecido a 37°, em vias aéreas superiores (através das narinas), que resulta na lavagem do espaço morto do pulmão e remove as moléculas de gás carbônico a cada expiração”, explica o pneumologista. “Assim, o paciente consegue oxigenar e eliminar o gás carbônico do sangue com um volume corrente menor, gerando alívio da sensação de dispneia e diminuição do trabalho dos músculos inspiratórios. O segundo mecanismo se processa quando conectamos o capacete a um ventilador mecânico, no modo CPAP (Continuous Positive Airway Pressure” ou, em português, Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas). Isso é capaz de prover a PEEP sem muito incômodo, resultando numa pressão constante em vias aéreas superiores, chegando até os alvéolos e, assim, o paciente consegue respirar melhor, com menos força, e sente menos falta de ar. Isso (o dispositivo) era tudo o que precisávamos para estabilizar o paciente, afirma o médico.

 

Em casa, aliviado e esperançoso, Raoul já não precisa mais do auxílio de cilindros de oxigênio. Ele faz caminhadas no condomínio em que reside, realiza medições periódicas da saturação de oxigênio, além de seguir o tratamento com uso de medicamentos. Ainda sinto um pouco de falta de ar, mas perto do que era, estou bem melhor. De acordo com as expectativas médicas, vai demorar seis meses para me recuperar totalmente”.

 

O engenheiro Guilherme Thiago de Souza comemora os efeitos da combinação de elementos para o êxito do método utilizado. Em conjunto com outros protocolos de tratamento da Covid-19 para uma melhora inédita do quadro clínico do paciente, a técnica trouxe resultados bem expressivos. A recompensa é a gratidão de constatar que o projeto realmente salva vidas e justifica todo o esforço, investimento e energia aplicados”, conclui o CEO da Roboris.

 

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