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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Rede de apoio durante o pré-natal dá segurança à parturiente

Parto normal na atualidade: com anestesia e indução de contrações uterinas ou sem intervenção, conforme escolha da mãe, o parto pode ser facilitado e permitir que a mulher e o bebê obtenham todos os benefícios da técnica


Conforme explica a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, o desejs da mulher deve ser respeitado e o esclarecimento sobre a hora do parto deve ocorrer durante todo o pré-natal, para que a mãe fique confiante para este momento. A adoção de fisioterapia específica para o parto normal facilita todo o processo e mesmo mulheres que passaram por uma cesariana podem ter o segundo filho pela via vaginal

 

Dra.  Mariana Rosario  -  ginecologista, obstetra e mastologista

Divulgação

O parto vaginal (também chamado de normal) é a melhor opção para mães e bebês. Essa é a opinião da Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, que já realizou mais de 5 mil partos em sua carreira. “Além da recuperação da mulher ser mais rápida, o bebê ganha muito com o parto normal. São benefícios que a cesárea infelizmente não traz e todas as mulheres sem impedimentos médicos deveriam tentar ter seus filhos pela via vaginal”, diz a médica.

Ela conta que as mulheres que chegam ao seu consultório geralmente sentem medo das dores do parto vaginal. Atualmente, porém, esse não é um impedimento para a realização do parto normal. “Como existe a possibilidade de usarmos anestesia e indução de contrações, as dores não são mais um problema”, diz a médica.

Entenda o procedimento, atualmente

Dra. Mariana Rosario explica que existem dois tipos de parto: o vaginal (também chamado de natural ou normal) e o cirúrgico (a cesariana/cesárea). Os partos vaginais podem ser cirúrgicos – aqueles realizados com intervenção médica, como anestesia e aplicação de ocitocina, um hormônio para induzir as contrações uterinas – e naturais, quase sem intervenções ou apenas com algumas, necessárias.

O parto normal independe da posição. A mulher pode escolhê-la, conforme se sentir mais preparada e confortável: deitada, de cócoras, na banheira, cadeira de parto... Quanto ao local, também dependerá da escolha materna e das condições de saúde da mulher e do bebê, avaliadas previamente pelo obstetra. “Um parto domiciliar precisa ser muito bem planejado, com equipe médica, obstetra, anestesista, e aparelhagem, pois não contará com estrutura hospitalar. Nesse caso, a mãe tem que ter passado por uma gestação de baixo risco e o bebê ser a termo, ou seja, entre a 37ª e a 42ª semana”, explica a médica.

Se a opção for uma banheira, ao nascer na água, a transição do bebê do útero para o exterior é mais tranquila, pois a água morna imita o líquido amniótico. E, segundo pesquisadores norte-americanos, os riscos são iguais ao nascer em terra firme.

Como as mulheres devem ser preparadas, durante o pré-natal

O preparo adequado das mulheres para o parto normal nem sempre acontece. “Infelizmente, boa parcela da população não tem acesso a especialistas, que ajudam a mulher a combater o medo, a receber informações que a tranquilizem e a ter o melhor cuidado para o momento do parto, que deve ser o melhor, para ela”, pondera a Dra. Mariana.

Segundo ela, contar com a ajuda de um fisioterapeuta é importante para a saúde da mulher. “A fisioterapia é imprescindível para o parto normal, porque é um trabalho de fortalecimento do assoalho pélvico. Além disso, o fisioterapeuta ensina a mãe a fazer força no momento certo; a respirar corretamente; a relaxar o períneo, de forma que a passagem do bebê seja facilitada e, também, a trabalhar a musculatura necessária para o parto”, explica.

Há mulheres, também, que podem contar com a ajuda de uma enfermeira-obstetra e doula. A enfermeira acompanha a mulher na gestação, dando suporte técnico a ela principalmente no momento do parto e no pós-parto, ajudando-a na amamentação, troca do bebê, banho e cuidados iniciais. Já a doula tem o papel de confortar a gestante emocionalmente, com técnicas de relaxamento e massagens, para que a mãe sinta-se mais segura e amparada na hora do parto. “Quanto melhor é a rede de apoio da mulher, mais confiante ela chega ao parto. De qualquer forma, como todas têm direito ao pré-natal, é importante que confiem no obstetra, ainda que ele seja o único profissional disponível, e que façam a ele todas as perguntas que as levem a esclarecer suas dúvidas e medos, porque o parto normal vale a pena”, completa.


Benefícios para a mulher

No parto normal, a mãe tem participação mais ativa no nascimento do filho e, por não passar por corte cirúrgico e nem instrumentos, tem menor risco de pegar alguma infecção, assim como o seu filho. Outra vantagem é o tempo de recuperação da mãe, que é bem menor, se comparado àquelas que fizeram cesárea. Essa mãe ainda terá toda a produção hormonal mais intensa e muito mais saudável para a relação entre mãe e filho. No pós-parto do parto normal, o tempo para o útero se recuperar e voltar ao antigo tamanho é muito mais rápido, se comparado com a cesárea.


Benefícios para o bebê

Como o próprio nome diz, nascemos por via normal, sem interferência, e isso já é a primeira vantagem para o bebê. Quando a criança passa pelo canal de parto, seu tórax é comprimido e isso ajuda a eliminar o líquido amniótico de seus pulmões. Isso faz com que apenas 3% das crianças nascidas dessa forma sejam enviadas à UTI por desconforto respiratório transitório. E, em casos de trabalho de parto muito longo, o médico consegue avaliar o sofrimento da criança por meio da cardiotocografia basal, um exame realizado no momento do parto.

Os hormônios maternos também se alteram durante o trabalho de parto, causando no bebê uma resposta mais ativa, ao nascer: os sinais vitais são mais fortes e eles conseguem mamar com mais facilidade, já ao nascer.

Outro benefício é em relação à microbiota vaginal: o parto normal reforça o sistema imunológico. É na hora do parto, com a passagem do bebê pela vagina, que o bebê tem contato com a microbiota materna e esse aporte imunológico imprime na genética do filho uma saúde melhor, evitando várias doenças que ele poderia desenvolver na vida, até a fase adulta.

Quando o bebê não nasce em parto normal, não passa pelo canal vaginal e, consequentemente, não tem contato com a microbiota da mãe. Assim, não recebe esse reforço imunológico, ficando mais suscetível a infecções e alergias.

 

 


Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.


Estresse aumenta risco de desenvolver olho seco, mostra estudo

 Doença atinge de 10 a 30% da população 


Como está o seu nível de estresse nessa quarentena? Saiba que altos níveis de tensão podem contribuir para desenvolver a Síndrome do Olho Seco. Essa foi a conclusão de um estudo publicado recentemente no periódico Eye & Contact Lens.

O olho seco é uma doença oftalmológica muito comum, que atinge de 10% a 30% da população em todo o mundo. Segundo a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, trata-se de uma condição multifatorial que afeta o filme lacrimal e causa inflamação na superfície ocular.

“A doença causa prejuízos na produção ou na qualidade da lágrima. Como consequência, há ressecamento da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva. Entre os sintomas mais comuns estão a secura ocular, dor, desconforto, visão embaçada, sensação de corpo estranho, coceira e fotofobia", afirma Dra. Tatiana. 

É uma condição que prejudica a qualidade de vida dos pacientes e incomoda bastante, além de ser potencialmente prejudicial para a córnea.



Estresse pode desencadear o olho seco 


Sabe-se que o estresse afeta muito o sistema imunológico, levando a quadros de inflamação crônica. E foi exatamente essa uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores.

Segundo o estudo, o estresse aumenta a produção das citocinas, moléculas que participam da regulação do sistema imunológico, acelerando o processo inflamatório para combater infecções.

Porém, alguns tipos de citocinas podem levar a um estado inflamatório sistêmico. Essa característica de algumas citocinas pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de várias doenças, incluindo a síndrome do olho seco.



Opinião da especialista


“É interessante sabermos que além dos fatores de risco bem estabelecidos, como o uso prolongado das telas, uso de lentes de contato, doenças sistêmicas que afetam o filme lacrimal, entre outros, o estresse também está relacionado à síndrome, como apontou essa pesquisa”, comenta Dra. Tatiana.

“A maioria da população está com o nível de estresse aumentado devido à pandemia. É importante explicar que a síndrome do olho seco, em sua primeira fase, responde aos estímulos ambientais em pessoas suscetíveis a desenvolver o problema. Por isso, sabendo quais são os fatores de risco, podemos reduzir nossa exposição a eles”, ressalta a oftalmologista.

Além do estresse, nesses cinco meses de confinamento, foi comum o uso prolongado das telas.

“A tecnologia foi essencial para o enfrentamento do isolamento social. Porém, o uso prolongado é prejudicial para a visão. Quando estamos diante da televisão, do tablet, do computador ou do celular, piscamos menos. E isso prejudica o filme lacrimal”, explica Dra. Tatiana.

O tratamento consiste no uso de lubrificantes, além de ser necessário reduzir a exposição aos fatores de risco.
 
Já a prevenção passa pela mudança de hábitos, como reduzir a exposição as telas e gerenciar o estresse. “Como muitas pessoas precisam do computador ou do celular para trabalhar, a recomendação é procurar piscar mais e fazer intervalos a cada 50 minutos”, comenta a médica.

A pausa também pode ajudar a prevenir o desenvolvimento ou o agravamento da miopia. “O uso das telas depende da visão de perto. E dentro de casa também usamos mais a visão de perto do que a de longe. Por isso, é importante a pausa, que deve servir para olharmos para o horizonte, dando um descanso para a visão de perto”, exemplifica Dra. Tatiana.

Por fim, pacientes com a síndrome do olho seco precisam ser acompanhados de forma regular por um oftalmologista, porque a doença pode evoluir e causar lesões na córnea.


Tabagismo e a COVID-19

 

Freepik

29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo

 

A pandemia da COVID-19 mostra diversas facetas que precisam levar a reflexões, entendimentos e atitudes mais condizentes com a realidade da condição humana. A situação tem gerado muito sofrimento em geral, pelas consequências para a saúde, a economia, a educação e o futuro de todos. Na visão do médico pneumologista, professor universitário, integrante da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina e idealizador do Projeto Fumo Zero da Associação Médica do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Corrêa da Silva, nossa fragilidade veio à tona como nunca, pois nos tornamos reféns de um ser invisível, sem vida própria e que deveria ter sido combatido na sua origem.

“A expectativa de ser ou não contaminado assusta qualquer um. A espera da vacina chega a ser uma tortura. Mas onde entra o tabagismo nesta história? Não entra, ele já fazia parte. Um terço da humanidade fumava e agora muitos estão aumentando o consumo. A exacerbação da ansiedade e da depressão, e os desequilíbrios que sempre atormentam o ser humano pioram com todo este estado de insegurança, confinamento e isolamento. Dependentes da nicotina são estimulados ao uso, o que vale também para álcool e outras substâncias, e algumas na forma de medicamentos”, afirma.

As observações confirmam que fumantes têm grande desvantagem na COVID-19: doença mais grave, maior comprometimento pulmonar e mortalidade.

“As empresas e os investidores deste setor agora voltam-se mais ainda para produtos que, ao seu dizer, seriam mais seguros, mesmo que a ciência honestamente diga o contrário. Insistem com tabaco aquecido, cigarros eletrônicos e outros tipos de produtos inaláveis. Fazem uma das mídias mais perversas que se conhece nos tempos atuais para convencer que seus produtos não são danosos ou que causam menos danos que o tabaco tradicional. Obviamente, não têm credibilidade pois lobo nunca muda para cordeiro. Tentam de todas as maneiras convencer os jovens de que devem se iniciar no uso destes substitutos dos cigarros. Da mesma forma que fizeram há quase um século. O Fumo Zero agora tem novos desafios”, alerta o médico pneumologista, Luiz Carlos Corrêa da Silva.

A Aliança de Controle do Tabagismo lançou a segunda fase da campanha Conta do Cigarro. Em seu conteúdo, chama a atenção para o fato de que por ano, o país gasta cerca de R$ 57 bilhões com despesas médicas e de produtividade relacionadas ao cigarro. A indústria do tabaco paga R$ 13 bilhões em tributos. Ou seja, há um rombo de R$ 44 bilhões para o sistema de saúde brasileiro. A campanha pode ser acessada em www.contadocigarro.org.br.

 


Marcelo Matusiak


Esclerose múltipla: sintomas diversos podem confundir diagnóstico


Doença atinge principalmente mulheres adultas, entre 20 e 40 anos


Perda de sensibilidade de frio e calor em uma das pernas e o diagnóstico de estresse. Oito anos depois, um surto que, em menos de duas horas, provocou a paralisação total de metade do corpo e desequilíbrio. Diagnóstico: esclerose múltipla. Essa é a história da terapeuta emocional Paula Budolla, de 48 anos, há 16 anos diagnosticada como portadora de esclerose múltipla, uma doença crônica, autoimune, que afeta o cérebro, olhos e medula espinhal.

A terapeuta se encaixa no perfil predominante para a doença – mulher entre 20 e 40 anos – e retrata o desafio do diagnóstico: sintomas diversificados que podem surgir de forma leve ou grave. “Com a esclerose múltipla, o organismo produz anticorpos que agridem a bainha de mielina (camada de gordura e proteínas que envolve as fibras nervosas do nosso sistema neurológico). Como ela está presente em praticamente todas as células do sistema nervoso, pode ter acometimento em qualquer parte do corpo. Por isso, os sintomas são tão variados”, explica a neurologista do Hospital Marcelino Champagnat, Patrícia Coral. A médica esclarece ainda que, geralmente, a doença atinge o nervo óptico, provoca perda de sensibilidade nos membros e pode chegar ao cerebelo, provocando tontura e alteração do equilíbrio. Os sintomas podem começar lentamente, em formas mais brandas da doença, ou de maneira mais grave, provocando fraqueza ou paralisia parcial dos membros inferiores, com comprometimento das pernas, controle do intestino e bexiga.

As causas da doença também geram incertezas. Ela é multifatorial: pode ser causada por uma predisposição genética, desencadeada por um processo infeccioso ou por um fator ambiental, como a deficiência da vitamina D. A boa notícia é que, embora não tenha cura, é possível tratar a esclerose múltipla e controlar os possíveis surtos e consequentemente, as sequelas. Atualmente os tratamentos são de uso contínuo, mas já existem drogas em estudo para uso em curto prazo.

Quanto antes o diagnóstico for realizado, melhores as condições de tratamento e controle da doença. “O surto que tive em 2004 foi bastante grave. Só voltei a andar dois meses depois e a mexer meu braço, após nove meses. Consegui passar por tudo isso com muito apoio da família, inclusive do meu filho, que na época tinha apenas 2 anos, mas me ajudava a pegar objetos, por exemplo. Hoje, no entanto, sigo meu tratamento corretamente, mudei de profissão para adequar às minhas necessidades e me sinto realizada”, conta Paula. Atualmente ela trabalha como terapeuta emocional e realiza trabalhos voluntários em uma igreja e no Instituto ProBem, que promove apoio a pacientes com esclerose múltipla. 


Doenças neurológicas

A conscientização da população sobre a esclerose múltipla é de extrema importância pois, muitas vezes, é confundida com outras doenças, seja pela denominação ou pelos sintomas. A esclerose lateral amiotrófica (ELA) tornou-se conhecida pela história do físico britânico Stephen Hawking. No entanto, é uma doença mais grave e que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e causa paralisia irreversível.

Já os sintomas como amortecimento dos membros podem ser confundidos com um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Causado por entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, o AVC causa perda de força, fraqueza, formigamento em algum lado do corpo, alterações na fala e na visão. “Quando sentem formigamento ou fraqueza, principalmente, os pacientes acabam procurando um pronto atendimento pensando que pode ser um AVC ou sintomas de estresse, mas em certos casos podem ser sinais de um surto de esclerose múltipla”, revela Patrícia.

O alerta sobre os sintomas, no entanto, vale para que a população não deixe de buscar atendimento médico. “A cada hora perdida de tratamento de um AVC, cerca de 120 milhões de neurônios morrem, o que aumenta a chance de sequelas. E os surtos de esclerose múltipla também precisam de tratamento. O importante é buscar um atendimento em neurologia o mais rápido possível”, comenta a neurologista e coordenadora do serviço de neurologia do Hospital Marcelino Champagnat, Lívia Figueiredo.




Hospital Marcelino Champagnat


Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla chama atenção para a neurorreabilitação em tempos de COVID-19

 Aliado ao tratamento medicamentoso, a reabilitação é fundamental para reduzir a espasticidade, espasmo, fadiga, depressão entre diversos outros sintomas


30 de agosto é o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM), uma doença neurológica, crônica e autoimune que faz com que as células de defesa do organismo ataquem o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares, que causam diversos sintomas debilitantes. No cenário atual, tendo a pandemia do novo coronavírus como pano de fundo, ainda existem dúvidas sobre como proceder com os tratamentos e reabilitações dos pacientes com EM.

De acordo com o Brazilian Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis (BCTRIMS), o risco de pacientes com EM manifestarem a forma mais grave da COVID-19 permanece incerto, assim como se as medicações utilizadas no tratamento podem ou não aumentar o risco de desenvolver os sintomas mais graves. "Cada paciente e seu tratamento são únicos. O mais indicado é sempre manter o contato com o seu médico e entender os riscos e os cuidados. No caso de o tratamento ser feito com imunossupressores, é necessário entender que o seu sistema imunológico está com a atividade ou eficiência diminuída, o que facilita a contaminação. O mais importante é não parar o tratamento, seguir a orientação médica e tomar todos os cuidados necessários para esse momento", explica o médico neurologista Alexandre Kaup, médico do Centro de Bloqueio Neuroquímico do Hospital Albert Einstein.

Os medicamentos para a EM tem como objetivo reduzir as inflamações e os surtos ao longo dos anos, diminuindo o acúmulo de incapacidade durante a vida do paciente e deve ser prescrito pelo neurologista. "Atualmente, o que temos são medicamentos imunomoduladores, imunossupressores, os interferons e o acetato de glatirâmer que são utilizados para redução de surtos e estabilização da doença", complementa o médico que visam diminuir a agressão a mielina e reduzir a atividade do sistema imunológico do paciente. A pulsoterapia com corticoides é utilizada em caso de surtos.

Além do tratamento medicamentoso, parte importante do tratamento são as terapias de apoio complementares e a neurorreabilitação. Esses dois pilares do tratamento da EM são essenciais para a saúde do paciente, pois, enquanto a neurorreabilitação foca na adaptação, recuperação e prevenção dos sintomas e sequelas mais graves da EM, ao longo do tempo, as terapias de apoio promovem o bem-estar físico e emocional do paciente.

Dentre os sintomas mais comuns da EM estão:

• Fadiga: manifesta-se por um cansaço intenso e momentaneamente incapacitante;

• Alteração fonoaudiológicas: alterações ligadas à fala e à deglutição que podem surgir no início da doença ou no decorrer dos anos;

• Problemas de equilíbrio e coordenação: se manifestam com instabilidade ao caminhar, vertigem, náuseas e fraqueza geral;

• Espasticidade: rigidez por aumento da resistência ao movimento, principalmente nos membros inferiores. Pode se associar a sensação de queimação, formigamento e comumente à dor intensa;

• Transtornos emocionais: depressão, ansiedade, transtorno de humor e irritabilidade.

Em um cenário sem COVID-19, as terapias e a reabilitação para esses sintomas são feitas em consultórios e hospitais, mas o "novo normal" exige que algumas concessões sejam feitas. As terapias envolvendo psicologia, arteterapia, fonoaudiologia e até mesmo as fisioterapias ganharam uma ajuda da tecnologia para que os pacientes não fiquem desassistidos nesse momento, com sessões e dicas on-line para que eles continuem progredindo.

A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) oferece, em sua aba de SPAbem no site da associação (http://abem.org.br/), uma lista completa de terapias que podem ser feitas de forma remota e com orientações de profissionais engajados. Em alguns casos específicos, como de pacientes com espasticidade que precisam fazer o uso da toxina botulínica A, não é possível fazer o tratamento de casa ou de forma remota, já que é necessário um profissional de saúde especializado para fazer as aplicações.

"Em linhas gerais, o que queremos deixar claro é que nenhum tratamento deve ser parado devido à pandemia sem orientação médica, principalmente as terapias que auxiliam na qualidade de vida dos pacientes e que mostram mais resultados quando seguidas de forma regular", explica Dr. Alexandre.

A recomendação é que os pacientes não saiam de casa sem necessidade, mas quando o fizerem, que tomem todos os cuidados necessários durante esse período, que inclui:

• Use a máscara durante todo o período fora de casa

• Evite tocar o rosto e os olhos

• Evite receber visitas

• Lave bem as mãos ou utilize álcool gel

• Quando retornar para a casa, tire os sapatos e a roupa e tome banho

• Converse com seu médico em caso de sintomas tanto da COVID-19 ou de um surto da Esclerose Múltipla

 

 

 

Referências

• Thompson AJ et al. 2018. Multiple sclerosis. Lancet; 21;391(10130):1622-1636.

• 3º Comunicado Brazilian Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis: Epidemia do Coronavirus (COVID-19). Informações aos Pacientes. Disponível em [http://abem.org.br/wp-content/uploads/2020/08/BCTRIMS-COVID-19-Pacientes-versa%CC%83o-3.pdf] acesso em agosto de 2020.

• Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. O que é Esclerose Múltipla. Disponível em [http://abem.org.br/esclerose/o-que-e-esclerose-multipla/] acesso em agosto de 2020.

• Dystonia UK. Botulinum toxin injections. Disponível em [http://www.dystonia.org.uk/botulinum-toxin-injections#:~:text=Your%20clinician%20will%20inject%20botulinum,for%20making%20the%20muscle%20contract.] acesso em agosto de 2020.

Ipsen


Banco de Sangue e policiais da ROTA de São Paulo se unem em prol da solidariedade

 

Até o dia 3 de setembro, a Campanha "ROTA da Solidariedade" está mobilizando policiais e familiares dos colaboradores do 1º Batalhão de Polícia de Choque - Rondas Ostensivas Tobias De Aguiar da Polícia Militar para a conscientização sobre a importância da doação de sangue.

A ação é uma parceria do Banco de Sangue de São Paulo e o Batalhão da ROTA com o objetivo de aumentar os estoques sanguíneos, que apresentam queda de 30% neste período. A situação está cada vez mais crítica para os tipos O+, A- e O-. A expectativa é receber cerca de 800 doações ao longo da campanha.

"Neste cenário em que as doações se encontram em baixa, receber esse convite nos trouxe um alívio, pois muitos colaboradores que transitam pelo local certamente serão sensibilizados. Agora, os heróis de farda salvarão vidas também por meio da doação de sangue", diz Bibiana Alves, líder de captação do Banco de Sangue de São Paulo.

As doações de sangue na ROTA acontecem até o dia 3 de setembro, das 8h às 14h, no 1º Batalhão de Polícia de Choque - Tobias De Aguiar, localizado na Avenida Tiradentes, 440, no bairro Luz. As coletas são destinadas aos policiais da unidade e aos familiares.

Requisitos básicos para doação de sangue:

• Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH, etc.) em bom estado de conservação;

• Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação);

• Estar em boas condições de saúde;

• Pesar no mínimo 50 kg;

• Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;

• Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas. Não é necessário estar em jejum;

• Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e língua (12 meses após a retirada);

• Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;

• Não ter tido gripe ou resfriado nos últimos 30 dias;

• Não ter tido Sífilis, Doença de Chagas ou AIDS;

• Não ter diabetes em uso de insulina;

Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.

Critérios específicos para o CORONAVÍRUS:

• Candidatos que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar 30 dias após cessarem os sintomas para realizar doação de sangue;

• Candidatos que viajaram para o exterior devem aguardar 14 dias após a data de retorno para realizar doação de sangue;

• Candidatos à doação de sangue que tiveram contato, nos últimos 30 dias, com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de infecções pelos vírus SARS, MERS e/ou 2019-nCoV, bem como aqueles que tiveram contato com casos suspeitos em avaliação, deverão ser considerados inaptos pelo período de 14 dias após o último contato com essas pessoas;

• Candidatos à doação de sangue que foram infectados pelos SARS, ERS e/ou 2019-nCoV, após diagnóstico clínico e/ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação (assintomáticos e sem sequelas que contraindique a doação).

 

Serviço:

 

Banco de Sangue de São Paulo

Unidade Paraíso

Endereço: Rua Tomas Carvalhal, 711 - Paraíso

Tel.: (11) 3373-2000

Atendimento: Segunda a sexta, das 8h às 17h, e sábado, das 08h às 16h Estacionamento gratuito Hotel Matsubara - Rua Tomas Carvalhal, 480

 

Unidade Hospital Edmundo Vasconcelos

Endereço: Rua Borges Lagoa, 1450 - Vila Clementino

Tel.: (11) 5080-4435

Atendimento: Segunda a sábado, das 8h ao 12h

Estacionamento gratuito.


Tabagismo é fator de risco para doenças da coluna

Fumar aumenta em 30% o risco de dores nas costas


Dia 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data, criada em 1986, visa a conscientização sobre os diversos riscos deste mau hábito para a saúde coletiva. Dentre alguns dos males causados pelo tabagismo, destacam-se aqueles relacionados à coluna vertebral. “Fumar contribui para a degeneração dos discos vertebrais, agravando os casos de hérnias de disco, bem como sobrecarregando as articulações, musculatura e ligamentos da região”, aponta Juliano Fratezi, médico ortopedista especialista em coluna, pós-graduado em Dor pelo IEP- Hospital Sírio Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).  

O especialista explica que as substâncias presentes no cigarro diminuem a quantidade de oxigênio distribuídas nos tecidos do corpo humano. “Essa falta de oxigênio causada pela alta concentração de uma outra substância chamada carboxi-hemoglobina leva à diminuição de nutrientes dos discos, induzindo a essa degeneração”, afirma Fratezi.  

Diversos estudos ao longo dos anos analisam essa relação. Alguns deles apontam que quanto maior a quantidade de cigarros e o tempo de uso, maior o impacto na saúde dos discos. Um exemplo é  a pesquisa publicada em 2012  e que reuniu especialistas de diferentes países, que apontou tanto a degeneração dos discos como a perda óssea nas vértebras provocadas pela exposição ao tabaco. Um outro estudo publicado no Annals of Rheumatic Diseases em 2014  e realizado com 13 mil pessoas concluiu que fumar aumenta em 30% o risco de um indivíduo apresentar dor na costas. “Há, ainda, indícios de que as substâncias encontradas no cigarro alteram a forma como o cérebro do paciente responde aos estímulos de dor, diminuindo esse limiar”, explica o especialista em coluna e dor.  “Estes dados reforçam a preocupação que o paciente e o médico devem ter com o tabagismo enquanto fator de risco para as doenças da coluna”, reforça o médico Juliano Fratezi.

O ortopedista alerta, ainda, para a recuperação dos pacientes quando estes largam o hábito de fumar. “É possível identificar uma melhora no quadro de dor quando comparamos aos que continuam fumando”, revela Fratezi, que ainda aponta alguns dos motivos que podem contribuir para este fator: “Muitas vezes, esses pacientes incluem na sua nova rotina a prática de atividades físicas, elevando ainda mais o nível de substâncias que ativam o prazer e diminuem a dor”, ressalta o especialista. 

 



Juliano Fratezi - médico ortopedista, especialista em coluna e pós-graduado em dor pelo IEP-Hospital Sírio Libanês, especialista em neuromodulação invasiva no tratamento da dor pelo INDOR-DF, membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

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70% dos casos de Doença de Chagas no Brasil se devem à transmissão via oral e açaí contaminado é um dos principais vilões


Estudo avalia 2.470 casos da doença transmitida via oral na América Latina, principalmente na Bacia Amazônica

 

Pela primeira vez, um estudo resume a distribuição geográfica, a fonte de infecção e a letalidade da doença de Chagas aguda transmitida via oral. Todos os 2.470 casos relatados desde 1965 ocorreram na América Latina e foram causados principalmente pela ingestão de açaí contaminado. A taxa de letalidade foi de aproximadamente 1%. O estudo – Case-fatality from orally-transmitted acute Chagas disease: a systematic review and metanalysis – (Letalidade por doença de Chagas aguda transmitida por via oral: uma revisão sistemática e metanálise) foi publicado no dia 9 de agosto na Clinical Infectious Diseases (CID – Doenças Infecciosas Clínicas), revista da Associação Americana de Doenças Infecciosas.

Segundo um dos autores do estudo, Miguel Morita Fernandes Silva, cardiologista da Quanta Diagnóstico por Imagem e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), os resultados oferecem informações para políticas públicas que podem ajudar a reduzir o impacto da doença de Chagas sobre a população. Como sempre, a prevenção é fundamental.

Embora a infecção por vetor (o inseto conhecido como “barbeiro”, que tem o Trypanosoma cruzi, parasita que causa a doença,) já tenha sido a mais comum, atualmente, no Brasil, a transmissão alimentar é responsável por até 70% dos casos. “Nas últimas duas décadas, os casos agudos de doença de Chagas relacionados ao consumo de alimentos contaminados ocorreram com maior frequência na Bacia Amazônica, em áreas com alta produção e consumo de açaí”, explica Dr. Morita. Quase metade dos casos foi diagnosticada no Pará, principal região produtora de açaí do mundo. Há como prevenir a contaminação e há medidas até obrigatórias em alguns estados, como Amapá e Pará, mas, segundo o estudo, nenhum programa de fiscalização por órgãos governamentais foi implementado para controlar a produção. 

Cerca de 10% da produção brasileira de açaí é exportada, o que corresponde a seis mil toneladas de celulose de açaí. Aproximadamente 90% dessa produção são destinados aos Estados Unidos e ao Japão. Até onde se sabe, no entanto, até o momento não há relato de doença de Chagas adquirida por via oral fora da América Latina. 

Outra população sob risco de contaminação, porém, são os viajantes que visitam a América Latina, onde é consumido o suco fresco do açaí com potencial de contaminação: “É importante que os consultores de saúde em viagens aconselhem os visitantes a evitar alimentos que tenham potencial contaminante ou a se certificar da origem e da segurança do alimento”, alerta o autor do estudo. Casos relatados de doença adquirida oralmente na Venezuela, Colômbia, Bolívia e Guiana Francesa não estavam relacionados ao consumo de açaí, mas de produtos mais populares nesses países, como majo, goiaba e manga.

 

Prevenção

Dr. Miguel Morita alerta ainda que o mal de Chagas é considerado uma doença negligenciada e que a transmissão oral da doença pode ser evitada com o controle do processamento de alimentos. Geralmente, o suco de açaí é preparado manualmente, durante a noite, quando os triatomíneos (“barbeiros”) são atraídos pela luz. “A contaminação pode ocorrer pela maceração dos triatomíneos no processamento da fruta ou pela deposição de suas fezes”, conta. Outra fonte de contaminação pode ser a da água usada no processamento da polpa por secreções de marsupiais infectados (os marsupiais são mamíferos que também podem ser contaminados pela doença). 

O governo brasileiro já emitiu um conjunto de regulamentos para prevenir a contaminação de alimentos com T. cruzi. Por exemplo, o "branqueamento", que consiste em submeter os frutos do açaí e do bacaba a uma temperatura de 80°C por 10 segundos e depois resfriá-los à temperatura ambiente. Outra ação preventiva é a pasteurização da bebida processada e posterior resfriamento. Infelizmente, segundo o estudo, não há programas de fiscalização por órgãos governamentais para controlar a produção de açaí. 

A doença de Chagas atinge 6 milhões de pessoas em todo o mundo e custa mais de 7 bilhões de dólares por ano para os sistemas de saúde. Embora seja há muito reconhecida como uma doença endêmica, restrita a países em desenvolvimento, a doença alcançou outras regiões do mundo nas últimas duas décadas, afetando imigrantes na Europa e nos Estados Unidos. Na América Latina, a doença causa cerca de 10 mil mortes por ano. Como nenhum tratamento específico se mostrou eficaz na prevenção de cardiopatias na doença de Chagas crônica, a detecção precoce e o tratamento na fase aguda são essenciais para reduzir seu impacto. Quando detectada e tratada adequadamente, na fase aguda a doença pode se resolver em 50-80% dos casos. No entanto, muitas vezes a doença não é detectada na fase aguda, o que resulta em altas taxas de letalidade, conforme relatado em alguns surtos no Brasil. 

As principais causas de morte entre pacientes com doença de Chagas aguda são miocardite e encefalite. Na manifestação crônica da doença, 20-30% das pessoas infectadas desenvolvem complicações cardíacas, como a insuficiência cardíaca, e a morte súbita é responsável por 55-60% das mortes e fenômenos tromboembólicos por 10-15%.

 

 



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Imunoterapia é aprovada no Brasil para tratamento de câncer de fígado, um dos mais letais

 A combinação de atezolizumabe e bevacizumabe reduziu o risco de morte em 42% na comparação com o tratamento-padrão


Dois meses depois da FDA, a agência regulatória americana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o uso da imunoterapia atezolizumabe associada ao antiangiogênico bevacizumabe, ambos da Roche, para a primeira linha de tratamento do carcinoma hepatocelular (câncer de fígado) metastático, irresecável ou sem tratamento prévio. O Global Cancer Observatory estima 700 mil mortes ao ano causadas pela doença, sendo o quarto tipo de câncer mais letal no mundo. Atualmente, a American Cancer Society aponta que somente 18% dos pacientes diagnosticados com câncer de fígado estarão vivos em cinco anos. No Brasil, foram 9.711 mortes em 2015, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

O estudo de fase III IMbrave150, publicado em maio no periódico The New England Journal of Medicine, demonstrou que a combinação de atezolizumabe com bevacizumabe foi capaz de proporcionar um ganho significativo de sobrevida global e sobrevida livre de progressão, reduzindo o risco de morte em 42% comparado ao sorafenibe, terapia-alvo aprovada em 2009. O perfil de segurança da combinação foi consistente com os dos medicamentos em monoterapia e novos efeitos adversos ou inesperados não foram identificados.

De acordo com o oncologista Gustavo Fernandes, diretor do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, a quimioterapia convencional não tem benefício para esses pacientes. Já a terapia-alvo trouxe benefícios por muitos anos, mas foi superada pela combinação de imunoterapia e antiangiogênico largamente, com taxa de resposta muito superior, além de ganho de sobrevida global em um ano. Assim como em outras doenças em que a imunoterapia foi ativa, é real a possibilidade de que uma proporção dos pacientes esteja bem e com doença controlada em longo prazo, por anos. "É uma forte evidência de novo padrão de tratamento com potencial de transformar a história natural da doença", considera.

"É um grande progresso a aprovação de uma nova terapia sistêmica para o carcinoma hepatocelular avançado, associada a desfechos ainda melhores do que aqueles observados previamente com outros medicamentos", avalia Paulo Lisboa Bittencourt, coordenador da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Português-Bahia e presidente do Instituto Brasileiro do Fígado.

O hepatologista explica que a doença acomete principalmente pessoas com cirrose (98% dos casos, segundo um estudo brasileiro de 2009), causada por hepatites virais B e C, gordura no fígado (esteatose) ou consumo abusivo de álcool. Bittencourt acrescenta que a cirrose e o câncer de fígado não apresentam sintomas nos estágios iniciais. Levantamento recente do Datasus revela que 62% dos brasileiros com carcinoma hepatocelular tiveram diagnóstico tardio. A maioria deles nem sabia ser portador de cirrose.

"Quem tem carcinoma hepatocelular não tem apenas um tumor, mas duas doenças: câncer e cirrose. A depender do seu estágio, o tratamento pode incluir cirurgia, transplante de fígado, radiologia intervencionista e terapia sistêmica. No estágio avançado, apenas a terapia sistêmica tem evidência de benefício", completa o médico.

Atezolizumabe em combinação com bevacizumabe é o primeiro e único regime de imunoterapia aprovado para o câncer de fígado. "Hoje mais de 50% dos diferentes tipos de câncer podem ser tratados com imunoterapia e esse percentual aumentará ainda mais nos próximos anos", acredita o oncologista Gustavo Fernandes.

A Roche possui um programa de desenvolvimento para o atezolizumabe, incluindo estudos de fase III em andamento, em diferentes tipos de câncer de pulmão, geniturinário, pele, mama, gastrintestinal, ginecológico e de cabeça e pescoço. Esses estudos avaliam o atezolizumabe isoladamente ou em combinação com outros medicamentos.



Roche

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Incontinência Urinária, um problema que tem solução

Incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Segundo a Sociedade Internacional de Incontinência (ICS), o fenômeno acomete tanto os homens como as mulheres; porém, é muito mais comum no sexo feminino e torna-se mais frequente com o envelhecimento. A perda urinária determina, além do constrangimento, uma piora significativa na qualidade de vida em razão de promover o isolamento social, restrição ao trabalho, ao lazer e alteração do humor.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, 35% das mulheres na pós-menopausa apresentam incontinência urinária de esforço. Entre as pessoas acima de 65 anos, esse número pode chegar a mais de 60%.

Segundo a Sociedade Americana de Urologia, aproximadamente um terço das mulheres adultas nos Estados Unidos relatam perdas urinárias, porém acredita-se que este número seja bem mais elevado, porque muitas pessoas não contam a ninguém sobre seus sintomas. Elas ficam envergonhadas ou pensam que nada pode ser feito, sofrendo em silêncio.

Vários são os fatores de risco para incontinência urinária:

Raça: mulheres brancas têm maior probabilidade de manifestar incontinência urinária de esforço em comparação com mulheres afro-americanas e asiáticas;

Obesidade: o aumento de peso determina uma maior pressão do intestino sobre a bexiga e os músculos do períneo;

• Algumas Doenças: Neurológicas (esclerose múltipla, doença de Parkinson, Acidente Vascular Cerebral, tumor cerebral ou uma lesão na coluna vertebral), Diabetes;

• Hábitos Alimentares que envolvam excesso de bebidas e/ou alimentos ricos em cafeína (chás, mates, refrigerantes, energéticos, pimentas, cítricos, chocolates, condimentos, etc);

• Uso de medicamentos para o controle de doenças cardíacas e pressão arterial, além de sedativos e relaxantes musculares;

• Doenças Transitórias: Infecção do trato urinário ou vagina, obstipação intestinal e estresse emocional;

Condição pré-existente ou antecedente que possa ter gerado um dano anatômico ou neurológico: gestações, partos, traumas, acidente vascular cerebral, doenças renais ou cardiovasculares, apneia do sono, envelhecimento, menopausa, histerectomia (cirurgia para retirar o útero/ovários), etc.

Os principais tipos de incontinência urinária nas mulheres, a saber, são:

• Incontinência Urinária de Esforço: A Incontinência Urinária de Esforço (IUE) é definida, segundo a ICS, como a perda involuntária da urina pelo meato uretral, secundária ao aumento da pressão abdominal, na ausência de contração do detrusor (músculo da bexiga), como por exemplo: ao tossir, espirrar, pular, andar, mudar de posição e rir intensamente. É o tipo mais comum de Incontinência Urinária e pode alcançar mais de 50 % das mulheres ao longo da vida. A perda urinária é resultado da falência da musculatura perineal e esfincteriana (estruturas musculares que atuam em conter a urina entre os intervalos miccionais).

 

Incontinência Urinária de Urgência: A Incontinência Urinária de Urgência é a perda de urina involuntária, precedida de súbito desejo miccional (bexiga hiperativa), sem relação com o esforço físico, geralmente associada a aumento da frequência miccional diurna e noturna. Estima-se que a incontinência urinária de urgência pura esteja presente em até um quarto das mulheres incontinentes. As pacientes normalmente relatam que percebem o desejo e não conseguem chegar ao banheiro, molhando a roupa.

• Incontinência Urinária Mista: A Incontinência Urinária Mista é a associação de sinais e sintomas da Incontinência de Esforço e de Urgência.

O diagnóstico da incontinência e seu tipo é realizado por uma análise detalhada do histórico clínico, somado a um exame físico dos genitais e solicitação de exames de urina, imagem - como ultrassonografia - e, em alguns casos, indica-se o exame endoscópico da bexiga (cistoscopia) e/ou o Exame Urodinâmico (exame que mostra se a bexiga consegue cumprir sua função: armazenar urina sob baixa pressão e proporcionar adequado esvaziamento). Recomenda-se também a elaboração de um diário miccional pelo paciente, que fará o relato da quantidade de líquidos ingeridos, volume urinado e seus respectivos horários por um determinado período.

O tratamento adequado será instituído após firmado o tipo de incontinência e pode envolver uma ou mais medidas terapêuticas, como:

• Mudanças comportamentais do estilo de vida e de hábitos alimentares;

• Controle da ingesta hídrica (horários e volumes);

• Programar horários para micções a cada 2-3 horas;

• Instituir fisioterapia para fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico e esfincteriana;

• Tratar infecções urinárias e vaginais;

• Melhora das condições do epitélio vaginal, com reposição hormonal, caso não tenha contraindicação ginecológica;

• Controle de doenças associadas (Neurológicas, Diabetes, Hipertensão, entre outras);

• Uso de medicações específicas: existem várias medicações de via oral e a toxina botulínica (Botox) para injeção intravesical em ambiente hospitalar;

• Tratamento Cirúrgico: existem várias técnicas, desde minimamente invasivas até a correção, dos defeitos anatômicos encontrados ("bexiga caída");

• Neuroestimuladores, aparelho (implantado cirurgicamente) que estimula nervos próximos à coluna, através de impulsos elétricos e que tem o objetivo de controlar a bexiga.

Não tenha vergonha de abordar o tema com seu médico. Ele saberá lhe orientar e tratar da melhor forma. Lembre-se: Incontinência Urinária tem tratamento.



 

Dr. Marco Aurélio Lipay - Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Membro Correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia e Autor do Livro "Genética Oncológica Aplicada à Urologia".


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