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terça-feira, 28 de julho de 2020

Como acontece a contratação de temporários para a sua empresa


A contratação de trabalhadores temporários sempre foi uma excelente alternativa para as empresas. E não é para menos!  Os temporários atendem de forma rápida e sem burocracias as demandas  complementares de serviços em diversas épocas do ano, como na Páscoa (que foi a última grande mobilização que tivemos) e o Natal (que já está se aquecendo nos bastidores), além de demandas extraordinárias não programadas que gerem a necessidade do aumento de produção. 


Para entender bem a força deste tipo de contratação diretamente no mercado, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estimou que a oferta de vagas temporárias para o Natal em 2019 foi a maior em 6 anos, ultrapassando os 91 mil trabalhadores temporários para atender ao aumento sazonal das vendas - número 4% maior do que o registrado em 2018, que foi de 87,5 mil. As expectativas para 2020, mesmo com a pandemia, é que a utilização de mão de obra temporária continue a crescer e que se torne cada vez mais um recurso importante para geração de empregos.


Mas como é feita a seleção de trabalho temporário?


Engana-se quem pensa que encontrar esta mão de obra é um trabalho simples. O processo exige um  recrutamento técnico, sério e responsável e segue padrões que merecem ser destacados.


Ozeias Silva Jardim,  Gerente de Negócios da RH NOSSA, agência de recrutamento e seleção, explica:
“É um garimpo de talentos que vem ao encontro do que cada empresa precisa. A seleção segue critérios pensados para entregar a mão de obra perfeita para cada necessidade. Nós temos um banco de currículos digital, que usa inteligência artificial com mais de um milhão de currículos e possibilidade de buscas pontuais através de nossos canais como site e redes sociais ” explica o Gerente. 



Confira os 06 passos para a contratação de temporários


Abertura da Vaga

No primeiro contato é feito o levantamento das necessidades de cada empresa, o perfil da vaga necessária e a posterior  assinatura do contrato, pronto,  a vaga está efetivamente aberta.


Alinhamento e divulgação da vaga


A partir desta etapa a equipe de recrutadores entra em ação. Os perfis são alinhados com cada cliente e as vagas criadas são divulgadas para atrair e captar os candidatos mais aderentes, além de uma busca por inteligência artificial no banco de dados. Além disso, a divulgação acontece nos maiores bancos de currículos do Brasil e pelas redes sociais.


Triagem com inteligência artificial 


Se antes cada currículo era analisado um por um, agora a RH NOSSA se vale da tecnologia de ponta para encontrar os candidatos dentre os milhares de candidatos nos bancos de talentos. É a forma mais rápida de chegar aos resultados, ou seja, candidatos com perfil mais aderente à cultura da empresa. 


Entrevistas finais

Após encontrar os possíveis perfis, é hora das entrevistas que podem ser individuais ou coletivas. 


Fechamento da vaga e documentação

Após essa maratona, é feita a escolha do candidato aprovado e, é neste momento que aparece uma das melhores vantagens do trabalho temporário. A empresa não precisa cuidar dos trâmites de contratação. Quem cuida de toda a parte burocrática é quem realizou o processo de recrutamento e seleção. A empresa só recebe os funcionários para a execução do trabalho. Toda a parte administrativa - entrega de documentos, exames admissionais com elaboração de PPRA e PCMSO, assinatura de contrato digital e entrega de toda a documentação do funcionário para o cliente através de um dossiê digital - está nas mãos de quem realizou todo o processo.


Gestão do contrato

Outra dor de cabeça a menos para a empresa que não precisa se preocupar com a gestão dos benefícios, do ponto (digital biométrico ou cartão-ponto), com dúvidas sobre o contrato de trabalho e nem com a documentação e explicação para o candidato ao final do contrato. 

Para deixar o processo mais ágil e dentro do cenário atual de distanciamento social, todos os documentos ficam disponibilizados em plataforma digital.

 

 



Fonte: KAKOI Comunicação 

www.kakoi.com.br


Pesquisa da UFSCar avalia efeitos da artrose na base do dedo polegar


Estudo sobre a rizoartrose pode auxiliar no tratamento de pessoas que sofrem com a doença

 

Uma pesquisa de iniciação científica desenvolvida no curso de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem por objetivo analisar os efeitos da rizoartrose - osteoartrite na base do dedo polegar - considerando a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) de atividade e participação e comparando com sujeitos saudáveis. O estudo é da graduanda Gabriela Sardeli, sob orientação de Paula da Silva Serrão, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade.


De acordo com a estudante, a funcionalidade da mão, sobretudo do polegar, é muito importante para a realização de tarefas no dia a dia das pessoas e seu comprometimento pode ter grande interferência nas atividades e na participação social dos indivíduos. A doença acomete mais as mulheres e idosos e não tem cura. 


Também segundo Sardeli, a expectativa do estudo é, justamente, verificar o quanto a rizoartrose afeta nas atividades diárias e na participação social dos sujeitos e, com isso, incrementar os protocolos de tratamento que facilitem a reabilitação do indivíduo de forma global.


Para realizar a pesquisa, estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, com diagnóstico de rizoartrose, que não tenham fraturado ou passado por cirurgia no punho, mão ou dedos e nem feito infiltração na articulação nos últimos seis meses. Os participantes responderão a um questionário online (https://bit.ly/3fAVOCs) e, posteriormente, a pesquisadora entrará em contato para aplicar um segundo questionário. O prazo para resposta vai até 31 de julho. 


O trabalho é desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Reumatologia e Reabilitação da Mão (Laprem) do DFisio e está integrado a um estudo de doutorado sobre a mesma temática. Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail gabrielasardeli@gmail.com. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 02932818.8.0000.5504).

  

Corruptovírus já recebeu mais de 57 denúncias de desvios relativos à Covid, de 20 estados diferentes


O Corrputovírus é uma ferramenta de denúncia, com foco em casos vinculados a Covid-19.  Essa iniciativa é uma parceria do Instituto Não Aceito Corrupção com mais de vinte entidades, entre associações de classe, organizações da sociedade civil e movimentos sociais, como por exemplo a Transparência Brasil, Contas Abertas, Transparência Partidária, Ministério Público Democrático, entre outras (confira a lista completa ao final do release).

A plataforma, que foi lançada em 28 de maio e está disponível no site do Instituto, recebe queixas dos cidadãos brasileiros relativas à pandemia do novo coronavírus. Ao todo, já foram registradas 57 denúncias, que estão sendo apuradas para serem encaminhadas para o Ministério Público. Cidadãos de 20 estados diferentes já utilizaram a ferramenta, das cinco regiões do país. São Paulo é o estado com mais denúncias, seguido por Pernambuco e Bahia.

“A ideia do Corruptovírus é empoderar as pessoas que, nesse momento de isolamento social, se sentem incapazes de agir quando veem desvios, crimes contra a saúde ou ao patrimônio público”, conta Roberto Livianu, Procurador de Justiça no Estado de São Paulo e Presidente do Instituto.


COMO FUNCIONA

As denúncias apresentadas no Corruptovírus são enviadas para o Ministério Público, para abertura de inquérito civil ou policial. Antes, porém, passaram por uma triagem técnica interna. Trata-se de uma tríade de membros do MP, que por meio de uma parceria com o INAC faz uma primeira análise sobre a consistência mínima das denúncias.

“O Corruptovírus nasce a partir do momento que observamos a quantidade de casos de desvios, fraudes e suspeitas de crimes durante essa, que é a maior crise sanitária, econômica e social dos últimos cem anos”, conta Livianu. “Entendemos que, como Instituto que combate a corrupção há pelo menos cinco anos, neste país, precisávamos fazer algo pela sociedade civil”, complementa o Procurador. 

Para fazer a denúncia é só entrar aqui e relatar o fato que será encaminhado para o Ministério Público competente, e, dependendo da natureza do fato, para o MP especializado (criminal, saúde pública etc.). O acompanhamento da denúncia deve ser feito no próprio site do Instituto.


QUEM APOIA O PROJETO
 

MAS (Movimento Acorda Sociedade)

PSAG (Public Sector Accounting & Governance) 

Indústria Nacional Design

Transparência Partidária

APMP (Associação Paulista do Ministério Público)

Ouvidor Digital

MPD (Movimento do Ministério Público Democrático)

Ética Saúde

Eseni (Escola Superior de Ética Corporativa, Negócios e Inovação)

Contas Abertas

Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público)

Cloud Suite

CNSP (Confederação Nacional dos Servidores Públicos)

CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial)

Instituto ARC

Apamagis (Associação Paulista dos Magistrados)

ANTC (Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil)

AMPCON (Associação Nacional do Ministério Público de Contas)

IBDEE (Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial)

AUDTCU (Associação da Auditoria de Controle Externo do TCU)

CNPGC(Conselho Nacional dos Procuradores Gerais de Contas)

Conacate (Confederação Nacional das Carreiras e Atividades Típicas do Estado)

ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República)

FECC (Frente Ética contra a Corrupção)

Transparência Brasil

Pacto Global da ONU

 

Instituto Não Aceito Corrupção (INAC)

O Instituto Não Aceito Corrupção é uma associação civil, nacional e apartidária, sem fins econômicos, criada em 2015. Fundada e presidida pelo Promotor de justiça Dr. Roberto Livianu, a entidade conta com a participação ativa de seus membros. A associação concentra esforços no combate estratégico da corrupção, lutando para que a ética e a transparência passem a vigorar no país.



GSK lança novo tratamento para DPOC no Brasil

 

GSK lança novo medicamento para o tratamento da DPOC no Brasil  Trelegy já está disponível para comercialização no país e é indicado para o tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que na próxima década poderá ser a terceira principal causa de morte em todo o mundo7                

No Brasil, estima-se que 6 milhões de pessoas vivam com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)1,2, caracterizada pela obstrução do fluxo de ar nos pulmões, que costuma ser provocada por fumaça de cigarro ou de outros compostos nocivos. A cada ano, a DPOC tira a vida de mais de 40 mil pessoas no país, ou seja, são 4 óbitos por hora.9 A partir de agora, esse grande grupo de pacientes passa a contar com uma opção inovadora de tratamento, que pode impactar positivamente na qualidade de vida dos acometidos pela DPOC: o Trelegy, principal lançamento da GSK na área respiratória nos últimos 20 anos. A nova terapia traz como principal diferencial uma combinação inovadora de três moléculas - furoato de fluticasona, umeclidínio e vilanterol - juntas em um único inalador, utilizado apenas uma vez ao dia3.

A eficácia de Trelegy foi comprovada a partir de um estudo denomidado IMPACT, que contou com a participação de mais de 10 mil pacientes de diferentes nacionalidades, incluindo centros de estudo no Brasil, tornando-se um dos maiores trabalhos já realizados em DPOC no mundo.10 O IMPACT avaliou a eficácia e segurança de Trelegy com a associação de dois broncodilatadores (umeclidínio/vilanterol) e com a combinação de um broncodilatador mais corticoide inalatório (vilaterol/furoato de fluticasona). Quando comparado com dois broncodilatadores, o estudo mostrou que Trelegy diminuiu a taxa anual de exacerbações (episódios de agravamento do quadro de sintomas) em 25% e a taxa de hospitalizações em 34%, além de uma redução de 42,1% de mortalidade relativa por todas as causas4 .

"Todo ano, portadores de DPOC, além de sofrerem com a própria doença, podem apresentar episódios de piora nos sintomas, aumentando o risco de mortalidade. Por isso, a DPOC exige um tipo de opção terapêutica que o indivíduo consiga manter a doença controlada. Trelegy é inovador porque associa três moléculas em um único dispositivo, utilizado apenas uma vez ao dia, melhorando a adesão do paciente ao tratamento e tornando a rotina dessas pessoas mais confortável. Além disso, reduzindo a taxa de crises e hospitalizações, é possível otimizar o elevado custo econômico e social que hoje existe para o tratamento da doença", afirma Franco Martins, Gerente Médico da GSK.

Além do estudo IMPACT, foi realizado também o FULFIL, em 159 centros de pesquisa no mundo, com 1.810 pacientes5, para comparar a eficácia do medicamento a uma terapia comumente utilizada para o tratamento de DPOC, em outro dispositivo e com outras moléculas. Os resultados também mostraram a superioridade de Trelegy na melhora da função pulmonar e na qualidade de vida dos pacientes, além da redução de episódios de exacerbações.

"A chegada de Trelegy reforça a tradição da GSK de mais de 110 anos no Brasil e os nossos 50 anos de história e liderança na área respiratória. Nos últimos cinco anos, lançamos quatro medicamentos inovadores, melhorando a qualidade de vida de milhares de pessoas que vivem com doenças respiratórias no Brasil ", afirma o presidente da GSK no Brasil, José Carlos Felner.

 Trelegy já está disponível nas principais farmácias do país. Para mais informações sobre o medicamento, procure seu médico.

 

 Sobre DPOC

A DPOC é caracterizada por obstrução do fluxo de ar nos pulmões e costuma ser provocada por fumaça do cigarro ou de outros compostos nocivos. A doença não tem cura, mas é prevenível e tratável. A condição é comumente confundida com os sinais do processo de envelhecimento e do tabagismo, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento6.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente 64 milhões de pessoas vivem com a doença no mundo, enquanto 3 milhões já foram a óbito por conta da enfermidade7. A OMS também prevê que, até 2030, a DPOC será a terceira principal causa de morte no mundo. No Brasil, 61% das pessoas afetadas relataram visitas frequentes à emergência por exacerbação, um fator que aumenta o risco de mortalidade. Além disso, 25% precisaram de hospitalização pelo mesmo motivo6,8.

 

 

GSK

http://www.gsk.com.br

 

 

 

Referências bibliográficas:

 • Perez-Padilla, R. et al. Reliability of FEV1/FEV6 to Diagnose Airflow Obstruction Compared with FEV1/FVC: The PLATINO Longitudinal Study. PLOS ONE, 8 (8): e67960, 2013.

• BRASIL. IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação.


Pesquisadores registram ao vivo a formação de coágulos em vasos sanguíneos de pacientes com COVID-19


 Estudo feito com 13 doentes submetidos à ventilação mecânica reforça a teoria de que distúrbios de coagulação sanguínea resultantes de uma resposta inflamatória exacerbada ao SARS-CoV-2 estariam na base dos sintomas mais severos da doença (a imagem 1 mostra a microcirculação normal; as imagens 2 e 3 registram sinais de problemas na circulação e, a imagem 4, capta a obstrução tromboembólica aguda; imagens: Carlos Henrique Miranda/USP)


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto conseguiram registrar em pacientes internados com a forma grave da COVID-19 a formação de coágulos em pequenos vasos existentes embaixo da língua. O achado, divulgado na plataforma medRxiv, reforça a teoria de que distúrbios de coagulação sanguínea resultantes de uma resposta inflamatória exacerbada ao SARS-CoV-2 estariam na base dos sintomas mais severos da doença – entre eles insuficiência respiratória e fibrose pulmonar.

Essa hipótese começou a ganhar força em abril, quando pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo encontraram, durante a autópsia de pessoas que morreram em decorrência da COVID-19, microtrombos nos vasos mais finos que irrigam o pulmão (leia mais em: agencia.fapesp.br/32882).

“Ainda havia uma certa dúvida se esses distúrbios de coagulação seriam uma consequência do longo período de internação em UTI [unidade de terapia intensiva] ou se de fato eram causados pela resposta inflamatória induzida pelo vírus. Mas nós conseguimos observar a formação dos microtrombos já no primeiro dia de internação”, conta à Agência FAPESP Carlos Henrique Miranda, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).

O artigo, ainda em versão preprint (não revisado por pares), descreve a análise feita na microcirculação sublingual de 13 pacientes que precisaram ser intubados e submetidos à ventilação mecânica. As imagens foram obtidas por meio de um microscópio equipado com uma câmera e uma luz polarizada capaz de destacar as hemácias e os vasos sanguíneos. O estudo foi apoiado pela FAPESP. 

“Nossa proposta original era usar o microscópio para estudar problemas de coagulação sanguínea em pacientes com sepse [inflamação sistêmica geralmente desencadeada por uma infecção bacteriana localizada]. Mas a pesquisa foi paralisada por causa da pandemia e tivemos dificuldade até para importar o equipamento. Conseguimos graças à ajuda da Gerência de Importação da FAPESP e decidimos voltar nossa atenção aos pacientes com COVID-19”, diz Miranda.

A região sublingual foi escolhida por ser uma área de mucosa possível de ser acessada de forma não invasiva. “Observamos nesses pequenos vasos múltiplas falhas de enchimento, ou seja, trechos sem nenhuma hemácia. Inferimos que nessas regiões existem trombos obstruindo o fluxo sanguíneo. Em alguns dos pacientes conseguimos ver o vaso trombosando bem na nossa frente”, relata o pesquisador.

De acordo com Miranda, o distúrbio de coagulação causado pelo SARS-CoV-2 parece ter um “caráter predominantemente trombótico e muito intenso”, diferente do que se observa na sepse bacteriana.

No caso da COVID-19, o problema está associado ao que se chama de tempestade de interleucinas (proteínas que atuam como sinalizadores imunes), que ativa um processo conhecido como cascata de coagulação. As plaquetas presentes na circulação começam a se agregar, os trombos formados obstruem os pequenos vasos do pulmão e causam microinfartos. As regiões do tecido que morrem por falta de irrigação dão lugar a tecido cicatricial – processo conhecido como fibrose. Além disso, os microtrombos que se formam na interface do alvéolo pulmonar com os vasos sanguíneos impedem a passagem do oxigênio para as pequenas artérias, prejudicando a oxigenação do sangue (leia mais em: agencia.fapesp.br/33175).

“Esses fatores inflamatórios que levam à formação dos microtrombos são sistêmicos e, portanto, não afetam apenas o pulmão. Pode haver prejuízos em diversos órgãos. Nós conseguimos registrar os efeitos na região da língua”, explica Miranda.

Atualmente, o pesquisador coordena um estudo clínico com heparina, um dos medicamentos anticoagulantes mais usados no mundo. O objetivo é ver se o tratamento ajuda a melhorar a oxigenação do sangue de pacientes com insuficiência respiratória causada pelo novo coronavírus.

“Pretendíamos registrar com o microscópio o efeito do tratamento na microcirculação sublingual, mas a epidemia estourou aqui na região de Ribeirão Preto e a prioridade agora é atender os doentes”, diz o pesquisador.

O artigo In vivo demonstration of microvascular thrombosis in severe Covid-19 pode ser lido em: www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.07.09.20149971v1.

 

 



Karina Toledo

Agência FAPESP

http://agencia.fapesp.br/pesquisadores-registram-ao-vivo-a-formacao-de-coagulos-em-vasos-sanguineos-de-pacientes-com-covid-19/33728/



Pesquisa mapeia o perfil do paciente com Esclerose Múltipla no Brasil

Estudo da HSR Health revela demora no diagnóstico da doença, a presença de dois surtos por ano em 41% dos pacientes, além do impacto da Covid-19 no tratamento

A Esclerose Múltipla (EM) afeta 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, estimam-se, 15 casos para cada 100 mil habitantes. Apesar dessa prevalência e da gravidade da doença, há uma busca constando na evolução dos cuidados aos pacientes. Em 65% dos casos estudados, o diagnóstico da EM levou mais de seis meses para ser confirmado, após a aparecimento dos primeiros sintomas. Além disso, 42% das pessoas que sofrem com a doença, não estão satisfeitas com o tratamento. As constatações são da pesquisa Esclerose Múltipla - Perfil do Paciente, realizado pela HSR Health, empresa da holding HSR Specialist Researchers. O objetivo do estudo foi mapear o perfil de pacientes brasileiros, além de aspectos relacionados aos tratamentos, gerando um importante conjunto de dados para o Agosto Laranja, mês de conscientização sobre a EM.

A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune, crônica e não contagiosa, que atinge o sistema nervoso central. No Brasil, em média, o estudo mostra que os pacientes têm 41 anos, sendo 74% mulheres e 26% homens. Ainda segundo o levantamento, entre pessoas que receberam o diagnóstico, 71% têm Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR); 14%, Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP); 10%, Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP); e ainda 5% não sabe o tipo da própria doença. A maioria recebeu o diagnóstico há oito anos.

A pesquisa mostrou o sentimento dos pacientes em relação à convivência e à perspectiva com a EM. No total, para 57% das pessoas, a doença causa um sentimento de preocupação constante. Já 54% sentem-se triste; 34%, tensos; e 28% se dizem bravos por estarem nas condições atuais, principalmente por se tratar de uma doença autoimune, degenerativa e ainda sem cura.

No que tange o tratamento, as injeções são utilizadas em 59% dos casos e 41% tomam comprimidos. O acesso ao tratamento se dá sobretudo pelas redes públicas. O Sistema Único de Saúde (SUS) responde por 60%. Já 21% dos entrevistados recorrem aos convênios e 19% pagam o tratamento do próprio bolso. Entretanto, apenas 42% dos pacientes estão satisfeitos com o tratamento atual, enquanto 37% estão insatisfeitos e 21% se dizem indiferentes.

Outro dado aponta que 41% das pessoas tiveram surtos da doença no último ano, com média de duas ocorrências. Em sua forma mais comum, a remitente-recorrente, se manifesta por meio de surtos esporádicos cujos sinais dependem da área acometida: cria dificuldades para caminhar, problemas na visão e desequilíbrio. Os efeitos colaterais do tratamento mais relatados são dor de cabeça, perda de cabelo, sintomas gripais, problemas no local da injeção e ganho de peso.

Covid-19 - Como em todos os segmentos, especialmente no da Medicina, a pandemia causada pelo novo coronavírus está afetando o dia a dia dos portadores de EM. Segundo o recente estudo, 29% acreditam que a evolução da doença aumentou nesse período. Além disso, 53% sofreram impacto no tratamento, com a ausência de fisioterapia (47%), falta de medicamento (35%) e ausência de consultas (35%). No período de isolamento social, 12% dos pacientes tiveram surto.

"Ao ouvir todos pacientes, entendemos que ter um rápido diagnóstico da doença e acesso ao tratamento são fatores que podem retardar a evolução da doença de forma significativa. A rede pública é onde a maior parte das pessoas busca acesso ao tratamento, mesmo com a demora na aprovação e que nesse intervalo tenha de pagar do próprio bolso. Os sentimentos relacionados à doença precisam ser lapidados e vigiados para a melhor convivência dos reflexos causados pela EM. Para quem acabou de ser diagnosticado, ouça e respeite seu médico neurologista, bem como faça todos os exames pedidos. Também é especialmente importante procurar um hospital com grupos para EM, para se cercar de pessoas que conhecem a doença a fundo ou convivem com ela, demonstrando superação", conclui Bruno Mattos, diretor da HSR Health e responsável pela pesquisa.

Metodologia - Para realizar a pesquisa Esclerose Múltipla - Perfil do Paciente, a HSR Health entrevistou, em junho, por meio de painel online, 80 pacientes de Esclerose Múltipla. A amostra inclui homens e mulheres de todo o Brasil. "Considerando a amostra composta apenas por pessoas com diagnóstico de EM, conseguimos uma amostra robusta para gerar dados relevantes e confiáveis, de acordo com os critérios para pesquisa na área da saúde", conclui Bruno Mattos.




HSR Health

HSR Specialist Researchers


Inverno aumenta casos de doenças respiratórias. Saiba como prevenir

Segundo dados do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 5,9% das internações de pessoas com plano de saúde foram ocasionadas por doenças respiratórias em 2019


No inverno é comum aumentar a ocorrência de doenças respiratórias. As baixas temperaturas e o ar seco favorecem o ressecamento das vias aéreas, diminuindo a capacidade de defesa e aumentando a suscetibilidade para proliferação de vírus e bactérias. Além disso, a maior incidência da poluição ambiental neste período agride o epitélio respiratório.

De acordo com o pneumologista Dr. Roberto Rodrigues Junior, professor da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), como normalmente as pessoas ficam muito tempo em ambientes fechados e sem ventilação durante a estação, isso contribui para uma disseminação viral. "Vários micro-organismos são transmitidos por gotículas expelidas por meio da fala, espirro ou tosse, atingindo pessoas próximas", afirma Junior.

Entre as doenças mais comuns no inverno estão as infecções de vias aéreas superiores, tais como resfriados e gripes, e a pneumonia que, em alguns casos, se não tratada corretamente, pode levar a complicações, principalmente nos casos de crianças e idosos.

"Quem tem doenças respiratórias, como asma, fica mais propenso a desenvolver crises caracterizadas por falta de ar, chiado no peito e tosse seca. Pessoas com outras doenças alérgicas, como, por exemplo, rinite (sintomas de espirros frequentes, coceira nasal e coriza clara), também costumam apresentar piora no inverno", explica o pneumologista.


Prevenção e tratamento

Embora não exista uma receita, algumas medidas são vitais para quem deseja evitar o acometimento de quaisquer tipos de doenças respiratórias. Dentre elas destacam-se:

• Evitar aglomerações, o que ficou mais evidente inclusive pela pandemia;

• Não fumar quaisquer tipos de cigarros, narguilé, charuto etc., pois substâncias encontradas na fumaça são responsáveis pela paralisia do epitélio ciliar de defesa respiratória;

• Adotar medidas clássicas de preservação à saúde, tais como alimentação adequada, prática de atividades físicas regularmente (ao ar livre preferencialmente), se hidratar e cuidados com higiene pessoal, além de se vacinar anualmente (no caso da gripe).

Segundo explica o pneumologista, mesmo com as medidas de precaução, caso a pessoa apresente um quadro de doença respiratória leve, nos casos de resfriados e gripes, os medicamentos sintomáticos são suficientes para a melhora clínica. Já para pacientes que apresentam doenças respiratórias crônicas, tais como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e rinite, o especialista destaca que é fundamental manter os medicamentos já prescritos, de maneira contínua, mesmo durante a época de pandemia. "Desta forma será reduzido o risco de piora da doença. Obviamente evitar ambientes inóspitos e com fumaça de cigarro são medidas de grande valia também".


Coronavírus e as doenças respiratórias

Embora, até o momento, a ciência não tenha encontrado nenhum indício de que pessoas com doenças respiratórias têm maior risco de contrair o novo coronavírus (Covid-19), artigos científicos recentes mostram que pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, popularmente conhecida como enfisema pulmonar, além dos tabagistas, ao contraírem o vírus, tendem a evoluir para formas mais graves, devido ao dano estrutural pulmonar previamente existente.

Considerando este cenário e com o objetivo que se evite alarmismo ou mesmo a desatenção que pode ocasionar na falta do diagnóstico da Covid-19, segundo explica o pneumologista, o importante é saber diferenciar o vírus com disseminação pandêmica dos casos de gripes e resfriados.

"Gripes e resfriados têm quadros mais curtos, com coriza nasal e febre passageira, entre três a quatro dias. Na Covid-19 os sintomas são mais prolongados, não exuberantes inicialmente, e pioram entre cinco a sete dias. Em casos mais graves o paciente tem falta de ar progressiva e febre alta. A doença também chama a atenção pela perda do olfato (anosmia) e do paladar (ageusia), além de diarreia no início, em alguns casos".


Contribuição

Para auxiliar os pacientes na melhoria da qualidade de vida, a Prati-Donaduzzi cumpre seu compromisso em cuidar da saúde da população ofertando possibilidades de tratamentos, através de medicamentos para doenças respiratórias e outras enfermidades, como diabetes, hipertensão, Alzheimer, Parkinson, depressão, entre outras.

Atualmente, os medicamentos da empresa estão presentes em mais de 55 mil farmácias e 36 mil Unidades Básicas de Saúde espalhadas por todo o Brasil. Além de medicamentos genéricos e de marcas, compõem o portfólio da empresa os nutracêuticos, fitoterápicos e o produto à base de Cannabis, o Canabidiol Prati-Donaduzzi. São 131 produtos que representam 413 apresentações ativas e em comercialização.

Ultrapassando as fronteiras brasileiras, a Prati-Donaduzzi conquistou a certificação da National Sanitation Foundation (NSF) e exporta desde 2018 uma ampla linha de alimentos funcionais para o mercado americano.

 

Quando não formos capazes de mudar uma situação, devemos mudar a nós mesmos


Em tempos difíceis e incertos como o que estamos vivendo, num período desafiador para todos, com perdas de muitas naturezas, o legado do psicanalista Viktor Frankl deve ser relembrado para nos fazer refletir sobre como estamos nos comportando durante essa pandemia. Psiquiatra austríaco, conhecido como o pai da logoterapia - que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência, Frankl foi muito importante na construção de inúmeras bases da psicologia moderna. Ele já era psiquiatra quando foi capturado na Segunda Guerra Mundial, ficou três anos confinado, passou por quatro campos de concentração e viu sua família - mãe, pai, irmãos e esposa - ser morta durante a guerra.

Sua obra máxima é "Em busca de sentido", escrita para descrever sua própria experiência. Quando Frankl foi levado para o campo de concentração, ele já se interessava por esse tema do sentido da vida e da maneira como esse sentido poderia impactar no crescimento das pessoas e sua maneira de viver. Esse livro traz uma mensagem muito importante, poderosa: ali, Frankl afirma que sobrevive ao campo de concentração não aquele que é mais forte, nem aquele que tem as melhores condições de saúde, mas aquele que tem um motivo para lutar. O profissional destaca que não é o frio que mata, nem a fome, nem a doença, mas sim não ter um sentido, uma razão pela qual lutar, uma visão de um futuro em que se queira viver.

A pergunta que fica para todos que lêem a obra de Frankl é: como foi possível para este homem - depois de perder toda a sua família, vendo todos os seus valores serem destruídos, sofrendo com a fome, o frio, a violência, e sabendo que poderia ser o próximo a morrer - conseguiu encontrar um sentido na vida que o permitisse enxergar que valia a pena continuar vivendo? Mesmo tendo vivido as piores experiências e passado por episódios inimagináveis, Frankl defende que o espírito do homem pode se elevar acima das piores circunstâncias. Em um dos trechos do livro, ele diz: "O que faz necessário aqui é uma reviravolta em toda a colocação da pergunta pelo sentido da vida. Precisamos ensinar às pessoas em desespero que, a rigor, nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim, exclusivamente, o que vida espera de nós". Ou seja, quando não formos capazes de mudar uma situação, devemos mudar a nós mesmos. 

Aos seus pacientes, Frankl insistia sempre com a pergunta: qual é a razão da sua existência que pode fazer esse problema que você enfrenta se tornar menor para você? E o que isso tudo nos ensina nesse momento de pandemia? Estamos todos aprisionados,  vivendo um momento muito difícil, que nos paralisa. Pensar na obra e vida de Viktor Frankl nos leva a refletir: o que queremos para nossas vidas e como queremos estar quando essa pandemia acabar? Como estamos usando nosso tempo nesse período? É um momento para nos conectarmos com amigos, colegas, familiares distantes. Um momento para reconstruirmos as bases das nossas necessidades humanas mais profundas, para nos prepararmos, estudando, fazendo cursos e nos aprofundando em temas que nos interessem. Essa pandemia vai acabar e quando ela passar, o ideal é que tenhamos usado esse tempo, não apenas para sobreviver, mas também para sermos melhores do que éramos antes.

 



David Forli Inocente - diretor geral de Pós-Graduação e Educação Continuada da Universidade Positivo.


A Reforma de um tributo. Só?


Amplamente divulgada na imprensa nesta semana, a visita do Ministro Paulo Guedes ao Congresso Nacional tem o propósito de dar o pontapé inicial na decantada reforma tributária.

Do que se pode depreender das informações iniciais, o Governo Federal propõe a criação da CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços) mediante a unificação das Contribuições ao PIS e à COFINS, que atualmente incidem sobre a mesma base de cálculo: as receitas auferidas mensalmente pelas pessoas jurídicas.

De fato, PIS e COFINS merecem ser reunidas, pois já vêm sendo tratadas pela legislação de forma similar (quase idêntica) há muitos anos e implicam em uma complexidade enorme quanto às suas apurações quando se fala na modalidade “não-cumulativa”. Ademais, essas contribuições comportam outras modalidades de apuração (ex.: cumulativa, monofásica, substitutiva da cadeia tributária, na importação etc.), que mudam conforme as atividades exercidas pelas pessoas jurídicas e a natureza das receitas por elas auferidas.

Diante desse complexo cenário, que implica no quantum a ser arrecada pela União Federal, essas contribuições deram causa a um imenso contencioso administrativo e judicial, que atolam os escaninhos da administração pública e do Poder Judiciário. 

Portanto, no sentido de simplificação, a adoção de alíquota linear (12%) para quase todas as pessoas jurídicas (exceção ao setor financeiro com alíquota menor, 5,8%) e apuração em sistemática de valor agregado (o tributo pago na etapa anterior da cadeia operacional será descontado para a apuração da incidência subsequente), a ideia parece ser boa.

Contudo, o elogio para por aqui, pois está se vendendo a ideia de Reforma Tributária em um país que tem uma carga tributária que gira em torno de 33% do PIB, com um baixíssimo índice de retorno social, sendo que além dos PIS e da COFINS há em torno de mais de 60 outros tributos, impostos, taxas e contribuições (muitos deles altamente complexos) em plena vigência no Brasil.

Nesse contexto, importa destacar que antes dessa proposta apresentada pelo Governo já existiam duas outras tramitando no Congresso Nacional (PEC 45/2019 na Câmara de Deputados e PEC 110/2019 no Senado Federal), as quais dispõem sobre a simplificação tributária sob uma ótica mais abrangente, com a reunião de mais tributos (ex.: IPI, II, Contribuições Sociais, etc.), inclusive os de competência dos Estados (ICMS) e dos Municípios (ISS).

Com efeito, ainda que também sejam objeto de críticas, pois não tratam de outros vetores importantíssimos e custosos aos contribuintes brasileiros, como as incidências sobre a folha salarial, sobre o patrimônio (ex.; ITBI, ITCMD, IPTU, ITR, IPVA) e sobre a renda (imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido das empresas), são propostas bem estudadas, que buscam diminuir a complexidade do sistema tributário e criar um ambiente mais neutro em termos de tributação, de forma a assegurar melhor distribuição da carga tributária frente a todos aqueles que demonstrem capacidade contributiva.

Assim, considerando-se que até pouco tempo atrás nenhuma proposta havia sido divulgada pelo Governo Federal, tendo inclusive sido aventada mais uma vez a criação de uma CPMF (tributo regressivo, que impacta o custo de todos os bens e serviços), nos parece que essa reunião do PIS e da COFINS “na correria” se afigura como mais um remendo e não de uma efetiva reforma tributária, a qual teria o objetivo de sanear o sistema tributário para as próximas décadas, promovendo o desenvolvimento do Brasil.

Diante dessa crítica isso, seria possível lançar argumento contrário no sentido de que já é um começo e que o Governo Federal tem a intenção de puxar a fila para que outras fases de reforma sejam lançadas, com a inclusão de outros tributos federais, estaduais e municipais.

Se assim o fosse, caberia ao Governo Federal apresentar claramente as demais fases da reforma e não apenas mencionar de forma pouco clara que pretende isentar de tributação de imóveis residenciais, e modular a tributação sobre a renda e sobre a folha de salários.

Do que já se sabe, mantendo-se os demais tributos vigentes, a unificação do PIS e da COFINS com a alíquota linear de 12% acarretará um aumento da carga tributária brasileira. E como esses tributos são tratados como custos pelas pessoas jurídicas, certamente serão repassados aos preços praticados ao consumidor final. Portanto, quem vai pagar essa conta será, mais uma vez, o povo.

Ademais, quanto ao setor de serviços, responsável por aproximadamente 70% do total da mão de obra contratada regularmente no Brasil, a carga tributária será ainda mais gravosa, pois a contratação de pessoas não gerará direito a deduções da CBS, o que poderá impactar na redução das contratações.

Mesmo as empresas do Simples Nacional, que possuem uma carga de tributos reduzida, serão prejudicadas, pois uma empresa não é aberta para operar com limitação de receitas e se enquadrar no Simples Nacional. O empreendedor quer desenvolver suas atividades, ver o seu negócio crescer. Do modo em que concebida essa proposta, assim que o pequeno empresário conseguir se tornar uma empresa de médio porte, passará a ser tributado pesadamente, o que certamente impactará no seu desenvolvimento.

Em tempos de grandes mudanças de paradigmas sociais e econômicos em nível mundial, fruto das novas tecnologias, mas também dos efeitos do mau uso dos recursos naturais, nosso país precisa fazer bem a lição de casa, sob pena de se manter atrasado e consequentemente aumentar a desigualdade social que se faz há muito presente.

Posto isso, importante que se tenha em mente que uma Reforma Tributária não pode ser representada pela unificação de apenas dois tributos, e com aumento significativo de alíquota, pois a visão tem que ser prospectiva, de modo a aproveitarmos a oportunidade para lançarmos as bases de um ambiente tributário saudável, mais simples, neutro, abrangente e, consequentemente, possível. Portanto, na modesta opinião deste estudioso do tema com base nas informações preliminares divulgadas até o momento, essa primeira fase não pode ainda alcançar o foro de uma verdadeira reforma tributária, mas da criação de um novo tributo.

Nas próximas semanas, pelo que divulgado no Portal do Senado Federal, o senador Roberto Rocha promoverá audiências públicas sobre o tema. Assim, espera-se que os setores produtivos do país (v.g., indústria, comércio, agronegócio, construção civil, exportação, energia e setor terciário, principalmente o de serviços) participem ativamente do debate sobre a Reforma Tributária, propugnando que seja algo mais abrangente e consistente.

 



Eduardo Gonzaga Oliveira de Natal - Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP e advogado; Membro da Academia Brasileira de Direito Tributário (ABDT) e da International Bar Association (IBA). Autor do livro “A Dinâmica das Retenções Tributárias”.


O distanciamento social e as novas maneiras de olhar e cuidar da saúde física e mental

 

Muito tem se falado sobre o impacto da pandemia e do distanciamento social na vida das pessoas. Com isso, o novo normal, o novo consumidor, o novo mundo passam a fazer parte da nova realidade. Acredito que muitas dessas previsões são verdadeiras, obviamente o período de quarentena transformará hábitos, mas é importante entendermos que muitas dessas mudanças serão internas e a longo prazo. 

Quando entramos na questão da saúde, essas modificações se tornam ainda mais claras. Já houve um aumento de 226% de instalações não-orgânicas - ou seja, aquelas que tiveram investimento em publicidade e anúncios pagos - de aplicativos voltados para exercícios físicos, de acordo com estudo divulgado pela AppsFlyer. Outro dado bastante interessante é que a venda de itens para exercícios em casa, como colchonetes e cordas, cresceu quase 10 vezes, segundo o site Netshoes.

Acredito que a preocupação com a saúde se tornará algo mais profundo. Estamos vivendo uma crise de saúde pública que afeta o mundo inteiro de maneira drástica. Muitas pessoas perderam ou estão perdendo familiares e amigos, outras estão passando por momentos complicados relacionados a crises de depressão ou ansiedade, por exemplo. A questão da empatia, a preocupação com o próximo e o cuidado com a saúde mental estão se tornando debates cada vez mais comuns - ainda bem!

Saúde mental é um tema que já vinha ganhando visibilidade nos últimos tempos, mas isso vem crescendo rapidamente durante o distanciamento social. O que todos os médicos especialistas concordam é que, sem sombra de dúvidas, o primeiro passo para cuidar da saúde mental é cuidar da saúde física. 

Exercícios físicos são a forma mais natural de estimular a endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina no corpo - hormônios responsáveis pelas sensações de prazer e bem-estar, além de aliviar dores e relaxar o organismo. Quando se pratica atividades, todos esses hormônios são potencializados no corpo humano, trazendo uma sensação de prazer e motivação para superar limites e momentos difíceis.

Existem estudos que afirmam que esses hormônios são benéficos no combate de possíveis patologias, como o estresse e a ansiedade, doenças cada vez mais comuns nos dias de hoje e que ganham destaque pelo crescimento exacerbado na sociedade moderna. Por terem enorme poder na melhora do humor, aliviam, inclusive, casos de depressão. 

Como afirmei no início deste artigo, a palavra novo vem sendo cada vez mais utilizada desde o início do período de distanciamento social. Mas será que, mais do que falar sobre o novo, não é a hora de começarmos a trabalhar com essa nova realidade e transformar a nossa rotina? 

O que quero dizer com tudo isso é que, mesmo que você tenha sido sedentário boa parte da vida, ou que a correria do dia a dia deixasse os cuidados com a saúde em penúltimo ou até mesmo último plano, ainda é possível transformar essa realidade. Que tal aproveitar o tempo em casa para começar a praticar exercícios físicos? Existem muitas opções e isso, com certeza, transformará a sua vida, trazendo mais qualidade em todos os aspectos da sua rotina. 

A crise de saúde pública que estamos vivenciando, o aumento de casos de estresse e ansiedade, a atenção com a saúde mental entre amigos, familiares e até mesmo dentro das empresas, devem ser um sinal de alerta para todos. Será que todos esses fatores, que muitas vezes eram esquecidos, não precisam ganhar mais atenção da nossa parte a partir de agora? Vamos aproveitar esse momento, olhar para dentro de nós e entender onde podemos evoluir. Assim, quando tudo isso passar - e vai passar -, estaremos prontos para sermos pessoas melhores, transformando o mundo em um lugar melhor. 

Faça parte dessa mudança!




Fabio De Lucca - gestor de expansão do YUp!, app que oferece mais de oito mil horas de exercícios para serem praticados em casa

 

Imunidade alta e check-up em dia: armas para fortalecer a saúde

Especialistas dão dicas para cuidar da saúde em tempos de pandemia


A palavra imunidade nunca esteve tão presente nas conversas em família, nos questionamentos com os médicos e na mídia. Ainda sem vacina para a COVID-19, manter a imunidade alta é uma importante arma para se proteger contra a doença, além, é claro, dos cuidados essenciais como uso de máscara, higiene frequente das mãos e distanciamento social. 

O sistema imunológico envolve células de defesa e moléculas que reconhecem um antígeno e promovem a interação entre essas células e tecidos para agirem na destruição ou inativação do agente agressor e também promover a cicatrização. Segundo a cardiologista e coordenadora do serviço de check-up do Hospital Marcelino Champagnat, Aline Alexandra Ianoni Moraes, a imunidade começa pelo epitélio. “Assim como nossa pele muda ao longo da vida, nosso sistema imune é igualmente mais frágil em determinadas fases. No recém-nascido a pele não é tão bem desenvolvida. Já no idoso é mais sensível”, comenta a médica. Gestantes também têm redução na atividade imune, como em uma tentativa da natureza evitar que o corpo da mãe reaja contra o feto.

Outros fatores também colaboram para baixar a imunidade. Hábitos como tabagismo, consumo de drogas e álcool são alguns deles, mas podem ser evitados. Já a quimioterapia e medicamentos como corticoides tratam doenças, porém deixam o organismo suscetível a infecções. Sono inadequado e estresse também pioram a imunidade, por isso terapias são grandes aliadas da saúde mental e física também.

O clima frio, vilão para doenças que vão desde resfriados até infartos, também afeta a imunidade. O aumento da concentração de partículas poluentes no ar e a maior circulação de vírus aliados à dificuldade das vias aéreas em mobilizar secreções ajudam a desencadear alergias, crises de asma e tornam o organismo mais vulnerável.

“Hábitos saudáveis são a melhor forma de manter a imunidade adequada”, comenta a endocrinologista do Hospital Marcelino Champagnat, Maria Fernanda Ozorio de Almeida. Atividade física moderada e alimentação rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais fortalecem o organismo, mas vale o alerta: “É importante ficar atento às receitas caseiras que circulam entre familiares e redes sociais. Não é uma colher de mel com alho ou suco de limão com própolis que, isoladamente, vai garantir a saúde ou prevenir determinada doença”.

O uso de vitamina D também ganhou destaque como forma de prevenir doenças, inclusive sendo indicada por muitas pessoas como segredo para combater o novo coronavírus. No entanto, o ideal é dosar os níveis de vitamina D no sangue antes de iniciar a suplementação, que deve ser sempre guiada por um médico ou nutricionista. Níveis elevados de vitamina D podem causar intoxicação, aumentando o nível de cálcio no sangue, levando ao mau funcionamento dos rins e colocando a saúde do paciente em risco. Zinco, selênio e vitaminas A, B e C também podem ser suplementadas, desde que com indicação médica.

Ter ciência do seu estado geral de saúde também é uma forma de prevenir e tratar precocemente eventuais doenças. Realizar um check-up periodicamente, preferencialmente com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, pode melhorar significativamente a saúde geral do paciente. “Com as opções de check-ups oferecidas no Hospital, é possível fazer uma avaliação minuciosa da saúde em apenas algumas horas de consultas e exames e sair com uma orientação completa”, comenta a cardiologista. Durante a avaliação, são realizados exames de sangue, de imagem e cardíacos e o paciente passa por consultas com médicos generalistas, especialistas, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, de acordo com seu perfil.


Vacina contra o COVID-19: Existe probabilidade de dar certo a imunização em massa no curto tempo?.

Dr. Fábio Zanatta, idealizador do Portal Descomplicando a Medicina, fala sobre quais são as possibilidades da eficácia ou não da vacina.


Estamos passando por um dos maiores desafios mundiais, quando o assunto é saúde, por conta da chegada do novo coronavírus. No Brasil, claro que não está sendo diferente, atualmente ultrapassa os 2 milhões e 400 mil casos da doença, com mais de 87 mil mortes e o número de recuperados vai além de 1 milhão e 600 mil. Na última semana, depois do anúncio de resultados positivos da vacina de Oxford, que forneceu 5 mil doses a voluntários brasileiros, e o início das aplicações da chinesa CoronaVac no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou mais um ensaio clínico para verificar a eficácia de duas novas vacinas contra o vírus.

“A esperança da efetividade da vacina gera uma ansiedade da população pela cura, porém precisamos analisar os resultados com muita calma e clareza para testar sua real efetividade e os efeitos colaterais que possam ocorrer”, comenta o médico Fábio Zanatta.

Já nos Estados Unidos (E.U.A.) a vacina candidata é da empresa Moderna, que já entrando na fase 3 de testes clínicos e segundo informações. Foi dito que uma segunda vacina contra a doença deve entrar na fase 3 nos próximos dias, com a possibilidade de uma vacina descoberta até dezembro.

Aqui no Brasil, o Governo Federal, sinalizou a intenção de um acordo para fornecimento de 30 milhões de doses da vacinas prontas para a aplicação, até o final do ano. É sabido que o Brasil não possui a tecnologia para produzir nacionalmente toda a demanda, mas o esperado é que a parceria totalize o fornecimento de 100 milhões de doses.

Segundo publicações, nas últimas semanas, a CoronaVac vêm sendo testada na Capital Paulista e a primeira voluntária é uma clínica geral, funcionária do Hospital das Clinicas (HC). Outros 12 centros localizados em seis unidades federativas, recebem também os testes da chinesa.

Qual a probabilidade da imunização em massa dar certo, no curto tempo que está sendo idealizado?

O anestesiologista e idealizador do Portal Descomplicando a Medicina, Doutor  Zanatta, ressalta: “Para se chegar ao resultado final, enormes esforços estão sendo feito a nível global e muito dinheiro aplicado nas pesquisas para chegar a uma vacina protetora contra o covid-19. Nesse caminho, testes com a imunização estão sendo feitos e precisamos analisar esses resultados com parcimônia”.

Com base nos estudos e na corrida para o combate do vírus, que desestabilizou o mundo inteiro, nos cabe agora é “Esperançar”, acreditar nos processos dos desenvolvimentos e passos seguintes, confiando que logo vamos retornar ao “novo normal”.


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