Iniciativa do Movimento Floripa Sustentável e da Associação Catarinense de Medicina traz depoimentos de médicos sobre o que fazer diante dos primeiros sintomas da Covid-19
O
atendimento logo aos primeiros sintomas da Covid-19 pode salvar muitas vidas,
especialmente neste momento de crescimento exponencial no
número de casos e de óbitos em Santa Catarina.
Por isso, com o objetivo de informar a população sobre as novas
orientações do Ministério da Saúde, o Movimento Floripa Sustentável e a
Associação Catarinense de Medicina (ACM) lançaram, nesta segunda-feira
(27), uma campanha nos veículos de comunicação, com depoimentos de médicos
sobre a importância do imediato acolhimento do paciente que apresente os sinais
do novo coronavírus.
A
campanha traz gravações com os médicos Antônio Cesar Cavallazzi
(pneumologista), João Ghizzo (ex-secretário da Saúde de SC), Luiz Alberto
Silveira (ex-secretário da Saúde de Florianópolis) e Anastácio Kotzias Neto
(conselheiro titular por SC no Conselho Federal de Medicina).
“Queremos
contribuir na defesa da vida, levando à sociedade e autoridades
informações essenciais sobre como enfrentar o grave quadro da pandemia em Santa
Catarina e por que, diante da realidade dos números, é urgente aplicarmos de
fato a mudança nas orientações frente aos primeiros sintomas,
devendo ser recomendado o acolhimento precoce. O
alerta é feito por entidades e centenas de profissionais da saúde”, explicou Zena
Becker, presidente do Movimento Floripa Sustentável, formado por 44 entidades
da sociedade civil.
Para
o presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Jr., o combate à pandemia
precisa ser feito sobre três pilares: assistência médica, inteligência de dados
e comunicação. “A assistência médica é a atenção à saúde, com toda a estrutura
necessária, como equipamentos, equipes preparadas, leitos, testes, entre outras
coisas essenciais; com os dados, podemos analisar cada momento e planejar as
ações; com a comunicação, devemos ter um discurso unificado, que garanta às
pessoas o direito a serem bem informadas, atendidas e saberem sobre os
tratamentos. Com isso, passaremos mais segurança à sociedade”, defendeu.
Criada pela agência Doc.Sync Floripa, a campanha foi realizada com a participação da ZIG Filmes, TumDum e DOT, em um trabalho totalmente voluntário. Destinada à TV, rádio, jornal, frontlight e mídias sociais, conta ainda com o apoio das empresas de comunicação que veiculam as peças educativas.
PROJEÇÕES
Levantamento
do Social Good Brasil (SGB), que apoia o Governo do Estado, Ministério Público
e Tribunal de Justiça de forma voluntária e gratuita para o desenho e
construção de oito produtos de inteligência de dados, incluindo o banco
de dados dos casos de Covid-19, mostra que no dia 18 de julho o número de casos
confirmados em Santa Catarina foi de 52.531. Em 26 de julho, foi de 68.730, o que
significou um aumento de 16.199 casos, com crescimento de 30,83% em nove dias.
No mesmo período, também houve um aumento expressivo no número de óbitos
registrados por Covid-19. O número de óbitos até 18 de julho foi de 662 e, em
26 de julho, 907, representando um aumento de 245, com crescimento de 37,00% em
nove dias.
No
teste do modelo epidemiológico em 21 de julho, no cenário de Rt (taxa de
transmissibilidade) de 1,36, a projeção de óbitos para 26 de julho era de 913 e
o número de óbitos registrados foi de 907, ou seja, estima-se que Santa
Catarina esteja com Rt aproximado de 1,36. Caso siga este cenário, é possível
que ocorram mais 1.222 óbitos em três semanas, chegando a 2.129 em 16 de
agosto.
Veja
mais aqui: https://socialgoodbrasil.org.br/modelo-epidemiologico/
O
QUE É O ACOLHIMENTO PRECOCE?
Envolve
a recepção, o atendimento, a proteção, o amparo e, sobretudo, o diagnóstico
logo nos primeiros sinais e sintomas da doença. O protocolo de atendimento deve
prever a realização de exames laboratoriais e, se necessário, tomografia
computadorizada, com o monitoramento e o acompanhamento da evolução da
doença.
No
lugar de encaminhar o paciente para casa e recomendar o isolamento, precisa
haver o monitoramento e o acompanhamento da evolução da doença pelas
Secretarias de Saúde. Conforme o Ministério da Saúde, que modificou suas
orientações em no dia 9 de julho, as pessoas devem buscar atendimento médico
aos primeiros sintomas.
O
Conselho Federal de Medicina, o Conselho Regional de Medicina/SC e a Associação
Catarinense de Medicina já conferiram autonomia ao médico para logo no início
dos primeiros sinais e sintomas da doença iniciar o tratamento, evitando que o
quadro se agrave. Sempre com a decisão do paciente e com a autonomia do médico.
QUAIS
OS DIREITOS DA PESSOA COM SINTOMAS DE COVID-19?
1)
Atendimento médico ambulatorial.
2)
Realização dos exames laboratoriais indicados para avaliação do quanto a
Covid-19 pode estar comprometendo sua saúde, além de tomografia computadorizada
e exames complementares, se for o caso.
2)
Ser informada sobre as opções de tratamento disponíveis, mesmo que ainda
não tenham estudos padrão ouro de comprovação de eficácia. O médico e o
paciente podem decidir mediante avaliação dos riscos.
3)
Ser informada que o tratamento tem que ser personalizado de acordo com a
condição de saúde do paciente, prescrito e acompanhado por um médico.
4)
Receber os medicamentos prescritos pelo médico para seu caso.
5)
Ao monitoramento e o acompanhamento da evolução da doença.
SINAIS E SINTOMAS LEVES
Anosmia: Perda do olfato,
impossibilidade de sentir cheiros.
Ageusia: Perda do sentido do paladar,
do gosto.
Coriza.
Diarreia.
Dor
abdominal.
Febre.
Mialgia:
Dor muscular
Tosse.
Fadiga:
Cansaço, canseira.
Cefaleia:
Dor de cabeça.
SINAIS
E SINTOMAS MODERADOS
Tosse
e febre persistente diária; ou tosse persistente e piora progressiva de outro sintoma
relacionado à Covid-19 - adinamia, prostração, hiporexia (diminuição do
apetite), diarreia -; ou pelo menos um dos sintomas acima e presença de fator
de risco.
SINAIS
DE GRAVIDADE
Síndrome
respiratória aguda grave – síndrome gripal que apresente
dispneia/desconforto respiratório; ou pressão persistente no tórax; ou
saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente; ou coloração azulada de lábios ou
rosto.
Ficha
técnica da campanha
Criação:
Doc.Sync Floripa
Diretor
de criação: Daniel Kfouri
Redação:
Barbara Bergamasco
Direção
de arte: Eduardo Carranque
Atendimento:
Manuela Feltrin
Aprovação:
Zena Becker
Direção
dos filmes: Fernando Klepzig
Direção
de fotografia: Rogerio Xavier
Direção
e edição de áudio: Murilo Valente
Trilha
sonora: Renato Casca
Locução:
Marcello Trigo
Produtora
de áudio: TumDum
Produtora
de vídeo: ZIG Filmes
Produtora
digital: DOT
Coordenação
geral: Roberto Costa