Muitos podem desdenhar da
inovação em suas empresas. Isso porque a maioria está acostumada a ver mudanças
sendo feitas “da boca para fora”, mas não na realidade. Apesar disso, quando
realmente implementada, a inovação pode mesmo mudar uma empresa para melhor. A
pesquisa Desenvolve SP, inclusive, mostrou que mais da metade dos empresários
paulistas pretende investir em algum tipo de inovação até 2020.
Vale muito a pena buscar
inovar, porém é preciso ter a ferramenta correta para isso, garantindo que a
inovação não seja apenas mais uma palavra bonita em um discurso de vendas. Para
garantir isso surgiu a ISO 56.002, uma norma internacional que criar uma
política capaz de suportar a organização diante de tantas transformações,
usando regras para cultivar a inovação nos processos cotidianos.
Ao contrário do que possa
parecer, a ideia não é engessar a inovação, mas sim organizá-la de forma a
trazer ainda mais benefícios. Por isso, listo abaixo os principais motivos para
investir nessa nova certificação, e consequentemente, na inovação.
Gestão de Insights: com a
implementação da norma, a empresa passa a ter uma política de gestão para novas
ideias. Quando um colaborador tem um insight de melhoria, independentemente de
ser em um processo, produto, serviço ou atendimento ao cliente, existe um
protocolo claro de como tratar essa ideia, de como testá-la e fazê-la seguir
adiante para ser implementada.
Domínio das incertezas: com a
inovação, é possível fazer uma análise diferente sobre os riscos diários e, a
partir disso, dominar os cenários e as incertezas. A norma usa a inovação para
achar métodos e processos diferentes para lidar com os problemas.
Cultura adaptativa:
resiliência e flexibilidade são habilidades cada dia mais exigidas pelo
mercado. Quando analisamos essa norma, talvez a cultura adaptativa seja um dos
maiores benefícios apresentados. Trata-se de criar dentro da empresa um
comportamento de adaptabilidade, onde é possível identificar as demandas do
mercado, olhar as tendências e as oportunidade. A partir daí é que são criados
novos produtos, serviços e formas de capitalização.
Espírito colaborativo:
trata-se de um hábito onde as pessoas possam falar abertamente e também
aprendem a ouvir. Criar esse canal aberto de diálogo é indispensável para fazer
florescer a inovação. Um ambiente onde os colaboradores se sentem à vontade
para dar feedback positivo e negativo para a gestão acaba sendo também um
espaço de colaboração.
Liderança visionária e
inspiradora: quando a liderança tem o mindset voltado para inovação, ela é
capaz de direcionar as pessoas e criar processos que viabilizem esse futuro
emergente. Os líderes precisam estar focados e motivados com o futuro,
antenados sobre inovação. A norma prevê, portanto, a criação de um processo que
treine as pessoas dentro desse pensando visionário.
Propósito Massivo
Transformador: a norma propõe que a empresa desenvolva um propósito, ou missão,
que vá além de ser a maior de seu segmento ou lucrar mais. A ideia é que todas
as decisões sejam tomadas em prol dessa missão, para que a empresa cumpra esse
propósito, que deve buscar alterar o mundo de forma positiva.
Alexandre Pierro - fundador da Palas, consultoria em gestão da
qualidade e inovação, engenheiro mecânico pelo Instituto Mauá de Tecnologia e
bacharel em física nuclear aplicada pela USP. Passou por empresas nacionais e
multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de
gestão. É certificado na metodologia Six Sigma/ Black Belt, especialista e
auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO. É membro de grupos de
estudos da ABNT, incluindo riscos, qualidade, ambiental e inovação. Atualmente,
cursa MBA em inovação.