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quinta-feira, 14 de março de 2019

Insônia na infância pode ser sintoma de TDAH


56% das crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) apresentam problemas de sono


No próximo dia 15 de março é o Dia Mundial do Sono. A data serve para alertar a população sobre a importância do descanso para uma boa saúde física e emocional. O sono é importante para qualquer pessoa, mas dormir bem é ainda mais essencial para crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH.

Segundo a neuropsicóloga Thaís Quaranta, Coordenadora do Curso de Pós-Graduação de Psicopatologia da Infância e Adolescência da APAE-SP, a insônia infantil é um sintoma muito importante e os pais precisam procurar ajuda assim que perceberem que a criança ou o adolescente está enfrentando dificuldades para dormir ou até mesmo para a acordar.

“É muito típico nos pacientes com TDAH as dificuldades com o sono. Os distúrbios do sono se apresentam de diferentes formas. Muitas crianças não conseguem entrar em relaxamento para iniciar o sono devido à hiperatividade ou à agitação. Outras não dormem bem e acabam sofrendo muito para acordar, principalmente muito cedo. A sensação de acordar cansado é relatada pela maioria dos pacientes com TDAH”, ressalta Thaís.

 

Falta de sono aumenta estresse familiar

Além dos danos para a saúde física e mental das crianças e adolescentes que dormem mal, no caso específico do TDAH, há ainda um outro aspecto. “Muitos pais chegam ao consultório com níveis altos de estresse, pois precisam lidar com todas as dificuldades da condição, além da questão do sono. O maior desafio dos pais é tirar a criança cedo da cama”, comenta a neuropsicóloga.

E não é só a família que sofre. A privação do sono de forma contínua aumenta a irritabilidade, a impulsividade e, claro, a desatenção.“O sono é primordial para a memória, para o processo de aprendizagem, para a retenção das informações e para a concentração. Portanto, quando há problemas para dormir é preciso de uma intervenção tanto medicamentosa, quanto mudanças de comportamentos e hábitos de toda a família”, reforça Thaís.


Afinal, qual a relação do sono com o TDAH?
 
Há diversas hipóteses e estudos que mostram que as alterações nos neurotransmissores, como a dopamina e noradrenalina, assim como as alterações no córtex pré-frontal, são encontradas em pacientes com TDAH, assim como em determinados distúrbios do sono.

“Isso nos leva a acreditar cada vez mais que há uma ligação muito estreita entre a insônia e o TDAH, embora os distúrbios do sono não sejam critério para o diagnóstico do TDAH”, explica Thaís.

As evidências científicas mostram que há algumas características em comum nas crianças com TDAH em relação ao sono. “Há um comprometimento global da eficácia do sono e a duração é menor. Ou seja, crianças e adolescentes com TDAH dormem menos e têm dificuldades para iniciar o processo de dormir, o que chamamos de latência do sono”, comenta a especialista.

Também há aumento da atividade motora e redução da fase REM do sono. Por fim, estudos realizados por meio da eletroencefalografia apontam que há alterações perceptíveis na macroestrutura do sono, com maior número de despertares noturnos, dificuldades para acordar pela manhã e insônia durante a noite.


O que fazer?
 
O diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) só pode ser fechado quando a criança completa seis anos de idade. Antes disso, é possível avaliar possíveis traços da condição.

“A insônia é um importante sintoma e deve ser investigado, independente da suspeita ou não de TDAH, tanto em crianças, quanto em adolescentes. Isto porque é preciso reforçar que os distúrbios do sono também podem estar associados a outros diagnósticos, como depressão, epilepsia, autismo. Assim, crianças que não dormem ou apresentam alterações importantes no sono precisam ser avaliadas precocemente”, encerra Thaís.


INCONTINÊNCIA URINÁRIA ATINGE 45% DAS MULHERES e 15% DOS HOMENS ACIMA DOS 40 ANOS NO BRASIL


  • Dia Mundial da Incontinência Urinária marca período de conscientização da população sobre sintomas e tratamentos da disfunção

O Dia Mundial da Incontinência Urinária, 14 de março, foi criado para ajudar na disseminação dos sinais e as consequências. "O Brasil ainda está engatinhando na divulgação da data, mas podemos dizer que ela representa um acréscimo para quem tem e passa a ter consciência disso", explica o Dr. Sebastião Westphal, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). "O importante é mostrar que as pessoas podem e devem ser curadas", complementa.

Caracterizada pela perda involuntária de urina, ela está entre as doenças do trato urinário mais comuns no Brasil. Os índices de incontinência urinária chegam a 15% em homens e 45% em mulheres[i]. É importante frisar que essa patologia não é apenas natural do envelhecimento. "Existe o estigma que a disfunção é coisa de idoso e isso leva a não procura de tratamentos adequados", comenta Westphal.

São três os tipos de incontinência urinária. A de esforço é caracterizada pela perda de urina ao realizar algum tipo de estímulo físico, como tossir, rir, fazer exercícios entre outros. Já a de urgência é quando ocorre a vontade súbita de urinar em meio as atividades diárias e acontece um escape antes de chegar ao banheiro. Por fim, a mista é a junção dos dois tipos sendo que o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a micção pela uretra[ii]

"Os impactos na vida da pessoa que convive com esse tipo de distúrbios são indiscutíveis, principalmente por afetar, em sua maioria, mulheres jovens na faixa dos 40 e 50 anos. E isso é preocupante", acrescenta o especialista. É sabido que os que sofrem com problemas do trato urinário podem ter que fazer mudanças nos comportamentos e hábitos sociais, além da perda de produtividade. 

A qualidade de vida é afetada por diversos fatores, como físicos (limitações ou interrupções de atividades físicas), psicológicos (baixa autoestima, depressão, medo do odor da urina), sociais (redução da interação social, necessidade de planejar viagens e limitação no deslocamento distante de banheiros), domésticos (roupas íntimas especializadas, precauções com roupas), sexuais (fuga do contato sexual e intimidade) e ocupacionais (absenteísmo e redução de produtividade). 

Por isso é muito importante que a doença seja investigada corretamente e tratada. Para o diagnóstico correto, é necessário que o paciente tenha um histórico da característica e da frequência da perda urinária, como um diário. Os tratamentos variam de acordo com o tipo e cada caso.




Referências

[i] Estudo epidemiológico sobre prevalência dos sintomas urinários na população brasileira (Astellas Farma Brasil). Pesquisa conduzida pela Astellas Farma Brasil, com o apoio de cinco investigadores externos, com a participação de mais de 5 mil pessoas, entre homens e mulheres com 40 anos no mínimo, representantes de todas as regiões do país.
[ii] Portal da Sociedade Brasileira de Urologia.

Saúde alerta para prevenção e diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica


No Dia Mundial do Rim, 14 de março, o Ministério da Saúde chama a atenção da população, gestores e profissionais de saúde para a Doença Renal Crônica (DRC), que é silenciosa e sua prevenção está relacionada a estilos e condições de vida


O Ministério da Saúde alerta, no Dia Mundial do Rim, celebrado este ano no dia 14 de março, a população, os profissionais de saúde e os gestores públicos de saúde para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da Doença Crônica Renal (DCR). A doença renal é silenciosa, não apresenta sintomas e tem registrado crescente prevalência, alta mortalidade e elevados custos para os sistemas de saúde no mundo. No Brasil, o envelhecimento populacional aliado às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), a exemplo da hipertensão e a diabetes, se apresentam como importantes fatores de risco.

A principal função do rim é remover os resíduos e o excesso de água do organismo. A Doença Crônica Renal leva a uma redução dessa capacidade, por pelo menos três meses, e é classificada em seis estágios, conforme a perda renal. Na maior parte do tempo de sua evolução, é assintomática, fazendo com que o diagnóstico seja feito tardiamente precisando passar pelo procedimento de hemodiálise. Para prevenção e tratamento da Doença Renal Crônica, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, na Atenção Básica e Especializada, com a relização de transplantes.

Para os pacientes com Doença Crônica Renal, o SUS oferta duas modalidades de Terapia Renal Substitutiva (TRS), tratamentos que substituem a função dos rins: a hemodiálise, que bombeia o sangue através de uma máquina e um dialisador, para remover as toxinas do organismo. O tratamento da doença renal acontece em clínica especializada três vezes por semana; e a diálise peritoneal feita diariamente na casa do paciente; e a diálise peritoneal, que é feita por meio da inserção de um cateter flexível no abdome do paciente e é feita diariamente na casa do paciente, normalmente no período noturno.

De acordo com o estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde, as pessoas em diálise, entre 65 e 74 anos, apresentaram, em 2017, a maior taxa de realização de Terapia Renal Substitutiva (TRS) por 100 mil da população (782), em relação às demais faixas etárias. A maior predominância foi no sexo masculino com taxa de crescimento anual de 2,2% e, de 2% para o sexo feminino. A raça/cor predominante é a branca (39,6%) em relação às raças/cor amarela (1,2%), indígena (0,1%), parda (36,1%) e preta (11,4%).

A maior taxa regional de pessoas em alguma modalidade de TRS foi na Região Sudeste, com 236 pessoas a cada 100 mil, seguido pela Região Centro-Oeste (229 por 100 mil da população) e Região Sul, com 208 por 100 mil da população. As taxas de realização da Terapia Renal Substitutiva aumentaram em todas as regiões do país, sendo o aumento de 3,9% no Norte; 3,3% no Nordeste; 3,2% no Centro-Oeste; 1,7% no Sudeste; e 0,6% no Sul.

O Saúde Brasil ainda mostra que a hemodiálise foi a modalidade de TRS mais frequente entre os pacientes com doença renal, com média de 93,2% em relação à diálise peritoneal com 6,8%, entre 2010 a 2017. Nesse período, o valor repassado pelo Ministério da Saúde para a realização da TRS e a oferta de medicamentos especializados foi de R$ 19,7 bilhões e de R$ 1,2 bilhão para o transplante renal e medicamentos relacionados. 


PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL

Tratar e controlar os fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo são as principais formas de prevenir a doença renal. Essas doenças são classificadas como Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que respondem por cerca de 36 milhões, ou 63% das mortes no mundo, com destaque para as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica. No Brasil, corresponderam a 68,9% de todas as mortes, no ano de 2016. A ocorrência é muito influenciada pelos estilos e condições de vida.

O tratamento de fatores de risco das Doenças Crônicas Renais faz parte das estratégias lideradas pelo governo federal, previstas no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT no Brasil para 2011-2022. Entre as metas propostas no Plano, destacam-se aquelas que possuem associação entre fatores de risco e o desenvolvimento da DRC, como reduzir a taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DRC em 2% ao ano; deter o crescimento da obesidade em adultos; aumentar a prevalência de atividade física no lazer; aumentar o consumo de frutas e hortaliças; e reduzir o consumo médio de sal. 

No geral, dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostra redução anual de 2,6% da mortalidade prematura por doenças crônicas entre adultos (30 a 69 anos). Com isso, o país já cumpre a meta para reduzir mortalidade por doenças crônicas. O objetivo inicial era de reduzir as taxas de mortalidade prematuras em 2% ao ano até 2022.

A expansão da Atenção Básica é uma das principais ações para prevenir as DCNT. Atualmente são 42,9 mil Unidades Básicas de Saúde em funcionamento; 42,6 mil equipes de Saúde da Família que cobrem 64,6% da população; e 263,4 mil Agentes Comunitários de Saúde em todo o país.

O Ministério da Saúde também tem implementado ações de promoção à saúde, com o repasse de recursos para os municípios para para implantar o programa Academia da Saúde. Atualmente, o programa conta com mais 3.800 polos habilitados. A pasta tem pactuado com a indústria para a redução de açúcar e sal nos alimentos. Para o tratamento, o Governo Federal disponibiliza no SUS medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes, entre outros. 


INVESTIMENTOS

O Ministério da Saúde tem garantido recursos crescentes para o custeio da nefrologia no Brasil. Foram R$ 1,8 bilhão aplicado em 2010, sendo que em 2018 foram 2,69 bilhões (até novembro). Com isso, houve a expansão de 45% da rede de serviços habilitados no SUS para a assistência dos doentes renais crônicos no período: passou de 488 para 707. São feitos ainda reajustes regulares na tabela SUS voltada a esse atendimento. Em 2018 foram realizados 13.614.946 procedimentos de hemodiálise no Brasil. Atualmente, no SUS, estão em uso 26.676 equipamentos para hemodiálise, distribuídos nos serviços de diálise com a capacidade instalada de atender até 160.056 pacientes.

Os repasses para custeio dos procedimentos de nefrologia são enviados mensalmente pelo Ministério da Saúde, por meio do Teto de Média e Alta Complexidade (Teto Mac), para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde. O financiamento, bem como a gestão, é compartilhado entre a União, que estabelece as diretrizes das políticas de saúde, e os estados e municípios, responsáveis pela execução dos serviços e organização da rede de assistência à saúde da população.




Nicole Beraldo
Agência Saúde


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