Pesquisar no Blog

terça-feira, 24 de julho de 2018

7 Mitos e verdades do sarampo


Contaminação do vírus pode ser evitada com vacinação disponível gratuitamente em postos de saúde

Cidades como o Rio de Janeiro e Manaus já enfrentam a ameça de ressurgimento do sarampo, vírus erradicado do Brasil há quase 20 anos. Entre os motivos, está à diminuição de adesão da vacina, disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde espalhados no Brasil. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre a doença que é mais comum em crianças, mas que também acomete adultos, e se não tratada, pode levar o paciente à morte. E qualquer dúvida sobre a vacina contra o sarampo e outras, não hesite em consultar os médicos de família e comunidade que atuam nas Unidades Básicas de Saúde de todo o país e podem esclarecer todos os questionamentos.
“Quando criança, a aplicação da vacina Tríplice Viral protege contra doenças que apesar de parecerem inofensivas, em alguns pacientes se dá em formas graves e que se não diagnosticadas em tempo hábil, causam danos irreversíveis à saúde. Vacinar crianças e adultos é uma causa de saúde pública, não só individual, mas também de toda a população que hoje está livre de doenças pelas diversas campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde”, explica Denize Ornelas, médica de família e comunidade, diretora da SBMFC. 
O sarampo pode ser prevenido com três tipos de vacinas diferentes: a Dupla Viral (SR), com proteção contra o sarampo e a rubéola; a tríplice-viral (SCR), que protege contra sarampo, caxumba e rubéola e a tetraviral que protege contra essas três, mais a varicela, conhecida como catapora (SCR-V).
Denize ainda ressalta que houve mudanças no calendário vacinal do Brasil. “Sobre sarampo, caxumba e rubéola, o calendário e o período de vacinação sofreram alterações desde o inicio das campanhas de vacinação na década de 70. Então, de acordo com a faixa de idade, hoje se recomendam diferentes esquemas de proteção com vacinas. Uma parte dos adolescentes de hoje já tomou a vacina contra sarampo em duas doses quando crianças (uma dose com 12 meses e a segunda com quatro anos). Atualmente, muitas pessoas entre 20 e 29 anos, ainda tomaram uma dose única do esquema anterior e é preciso completar a vacinação com a segunda dose. Em pessoas com mais de 30 anos, é frequente os que não receberam nenhuma dose da vacina, devendo tomar as duas doses com intervalo mínimo de 30 dias”. 

Todas as informações devem estar na carteira de vacinação que deve ser levada a UBS para conferência e indicação da melhor forma de completar a imunização. A carteira de vacinas é um documento extremamente importante e precisa ser conservado a vida toda.


Confira mitos e verdades do sarampo:

1. A vacina provoca Autismo. MITO. A vacina é segura e não apresenta riscos de desenvolvimento de autismo, conforme notícias falsas estão propagando pela internet. Entre os efeitos colaterais mais comuns da tetraviral (SRC-V), está a febre que acontece em até 15% dos vacinados, mas é reação considerada normal até 12 dias após a aplicação.

2. A vacina previne só o indivíduo. MITO. A vacinação é a única forma de prevenção para evitar surtos e epidemias pois quanto mais indivíduos vacinados, menos chance de circulação entre os humanos o vírus tem. Por ser uma doença transmitida pelas gotículas da saliva por tosse e também espirros, crianças e pessoas não vacinadas estão suscetíveis.  

3. Ambientes fechados são mais propícios para contaminação. VERDADE. Em temperaturas baixas, é comum a população deixar lugares fechados, mesmo com fluxo alto de pessoas, como ônibus, igrejas, lojas, escolas e hospitais. Porém, é imprescindível deixar janelas e portas abertas para circulação de ar e evitar outras doenças, além do sarampo, como a caxumba.

4. O esquema de proteção vacinal é feito apenas em clínicas particulares. MITO. Todas as vacinas estão disponíveis pelo Ministério da Saúde gratuitamente e podem ser adquiridas nas Unidades Básicas de Saúde. Quando criança, a vacina deve ser aplicada em duas doses: a primeira dose é feita aos 12 meses de idade com a vacina da Tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola e a segunda, dos 15 meses até aos 12 anos. No Brasil, a segunda dose é feita com a tetraviral, que também incluía a proteção contra varicela.
Quando não realizada na infância, a segunda dose pode ser aplicada na adolescência e na vida adulta com a mesma tríplice viral SCR. O ideal verificar a necessidade de se vacinar, independentemente da idade.

5. O vírus está livre do sarampo e não existe risco de epidemias. MITO. A partir da década de 90, com a efetividade da distribuição da vacina em todo o território nacional, o país ficou livre da doença. Porém, com a chegada de imigrantes não vacinados, a queda de cobertura vacinal entre os brasileiros por falta de vacina e aumento dos grupos de pais resistentes ao procedimento, temos muitas crianças e adolescentes que podem desenvolver a doença e o vírus passa a circular, provocando alguns surtos isolados. Se os surtos não são bloqueados a tempo com a vacinação, podem provocar uma epidemia mais grave, pelo vírus ser altamente contagioso. Além disso, é possível que nem todas as Unidades Básicas tenham a vacina disponível aumentando o risco de surto.

6. Grupos de risco devem ser prioritariamente vacinados. VERDADE. As populações mais vulneráveis ao sarampo são aquelas que vivem e atuam profissionalmente em locais de grande circulação de pessoas em fase migratória, como portos e aeroportos, pois nem todos os países garantem um sistema e controle vacinal como o Brasil, que tem um dos melhores calendários e esquemas de distribuição vacinal do mundo. Os profissionais de saúde também devem manter sua vacinação em dia.

7. Os sintomas iniciais podem ser confundidos com a gripe. VERDADE. Entre os sintomas mais comuns estão febre, tosse, mal estar e corrimento nasal, que são seguidos de manchas vermelhas no corpo, que duram aproximadamente três dias. Essas manchas são os principais indícios de contaminação do vírus. Em casos mais graves, a criança ou pessoa pode ter infecção nos ouvidos e desenvolver pneumonia. Convulsão também pode acontecer.






Casos de sarampo e febre amarela têm colocado Brasil em alerta


Baixa cobertura vacinal é motivo de preocupação e especialista defende que serviços sejam mais acessíveis à população


Somente neste ano três doenças consideradas erradicadas voltaram a assombrar os brasileiros: a febre amarela, o sarampo e a poliomielite, que teve um caso registrado na Venezuela este mês. A situação é preocupante porque o país vive a mais baixa cobertura vacinal dos últimos dez anos.

No início do ano, houve um alarde em relação ao número de casos de febre amarela. Foram registrados, entre julho de 2017 e abril deste ano, 1.127 casos da doença, quase o dobro que o mesmo período no ano anterior. O aumento dos casos ampliou a procura e chegou a faltar a vacina em algumas regiões, tanto na rede pública quanto na rede privada. Para sanar a crise, o governo passou a adotar a dose fracionada do medicamento e reduziu a imunização a uma única dose.

Desde janeiro, já foram registrados 677 casos de sarampo. Amazônia e Roraima têm os maiores índices da doença. Os casos, segundo as autoridades, estão relacionados ao fluxo migratório da Venezuela. Também vem do país vizinho a informação de um caso de poliomielite. A América Latina foi considerada zona livre da doença em 1994. No Brasil, o último caso ocorreu em 1989.

Para Alexandre Alberto Freire Jorge, enfermeiro coordenador do curso de Enfermagem do Centro Universitário IESB, a ocorrência de casos recentes é um dos fatores da baixa imunização. "Os pais não conviveram com pessoas que tiveram essas doenças e, portanto, relaxam com a imunização, achando que ela não é mais necessária", explica.

O fato de não haver doenças no país não pode ser, segundo o coordenador, motivos para reduzir a vacinação e é indispensável o mapeamento da trajetória destes vírus, além da promoção de campanhas de vacinação, para evitar óbitos.
Freire defende que o sistema público de saúde amplie o atendimento à população. "É preciso que todos os postos tenham sala de vacinação e eles estejam abertos na hora em que a população precisa. Não é possível que os pais levem a criança ao posto e ela não possa ser vacinada por indisponibilidade de atendimento, o que vemos ocorrer com muita frequência".

Há, também, um movimento de pais que são contrários à vacinação por acreditar que elas fazem mal. "A Fiocruz, que é quem produz vacinas para a Rede Pública de Saúde, já fez vários estudos e todos comprovam que a vacina não traz riscos consideráveis à saúde. As reações adversas ocorrem com raridade", conta Jorge.

Vacina não é só coisa de crianças. Há várias doenças que exigem doses periódicas para imunização, como o caso da antitetânica. Para quem vai para outros países também é indispensável conferir se a carteira de vacinação está em dia. Em Brasília, o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), mantém o ambulatório do viajante. "Lá eles têm controle de quais são as vacinas necessárias de acordo com o país para onde você vai e qual a dose necessária", explica o coordenador.


Cerca de 30% das crianças apresentam insônia comportamental


Mamãe, estou com fome! Mamãe estou com sede! Mamãe estou com calor! Caso você seja mãe ou pai de uma criança que costuma fazer essas afirmações quando você tenta fazê-la dormir, atenção!

Isso pode ser um distúrbio do sono chamado insônia comportamental. Este tipo de insônia é caracterizado pela dificuldade da criança em iniciar e manter o sono. O resultado? Sono inadequado e diversos impactos negativos para a criança e, claro, para os pais que também não conseguem ter uma boa qualidade e nem quantidade de sono.

Segundo a neuropediatra Dra. Andrea Weinmann, dentre todos os distúrbios do sono, a insônia comportamental é mais prevalente, afetando de 20 a 30% das crianças.

“Muitos pais desconhecem, mas alguns hábitos nos primeiros meses de vida podem, futuramente, induzir à insônia comportamental. Um exemplo é aquele bebê que só dorme embalado no colo ou dentro do carro em movimento. No desespero para fazer o bebê dormir, os pais podem adotar estratégias que irão impactar na dificuldade dessa criança pegar no sono sozinha quando ela crescer”, explica Dra. Andrea.

Em crianças maiores, há estratégias mais elaboradas, como solicitar aos pais alimentos, água, ou ainda precisar da presença de um deles para adormecer. Elas se recusam, literalmente, em ir para a cama.

“Além deste aspecto da dificuldade para iniciar o sono de forma independente, pode haver associação com frequentes despertares noturnos. Assim, além da criança ter uma enorme dificuldade em dormir, ela acorda várias vezes durante a noite”, completa a neuropediatra. 


O impacto da insônia no desenvolvimento infantil

É inegável a importância do sono para o desenvolvimento infantil e ao longo da vida. Entretanto, uma criança que tem insônia tem um risco maior de ter sérias consequências negativas na saúde física, nas emoções e na cognição.

“Há estudos mostrando que a insônia, em um cérebro ainda em desenvolvimento, pode acarretar em uma maior probabilidade de desenvolver problemas como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), problemas de aprendizado, de comportamento, depressão, ansiedade, entre outros.


O que fazer?

Como a insônia está ligada ao sistema nervoso, o ideal é que os pais procurem um neuropediatra. “Na consulta iremos fazer uma entrevista criteriosa com os pais para entender como é a rotina da criança e da família na hora do sono. Regularidade, duração do sono, resistência na hora de dormir, dificuldade de iniciar o sono e despertares noturnos frequentes podem ser indícios importantes para fechar o diagnóstico, assim como sonolência diurna”, comenta Dra. Andrea.

O neuropediatra irá descartar outras possíveis causas, como problemas respiratórios e outros distúrbios do sono. Também irá entender o impacto dos problemas do sono na criança e família para propor estratégias e recursos que possam ajudar a gerenciar o problema.


Como é tratada?

"O tratamento da insônia comportamental não envolve medicamentos, mesmo porque não há nenhum fármaco aprovado pelos órgãos reguladores para tratar insônia em crianças. Assim, é preciso usar os recursos de intervenção de comportamento para gerenciar a insônia", comenta Dra. Andrea. 

Uma revisão de 52 estudos mostrou que as intervenções comportamentais têm efeitos clinicamente significativos, levando a melhorias no sono das crianças, no comportamento delas e no bem-estar da família.


Veja algumas dicas por faixa etária


0-6 meses: Como os despertares são adequados para a idade, o diagnóstico da insônia comportamental não é considerado antes dos 6 meses. Por isso, nessa fase, o mais importante é que os pais estabeleçam uma rotina do sono adequada. Aproveite as consultas como o pediatra para aprender a como fazer a higiene do sono.

O que os pais não devem fazer: não acostume o bebê a dormir no peito, balançando no colo, como o carro em movimento, chacoalhando o carrinho, etc. Estes hábitos podem induzir à dificuldade de iniciar o sono de forma independente mais tarde.


6 a 24 meses: Nessa fase alguns despertares ainda podem acontecer. Os cochilos diurnos diminuem. A necessidade da presença dos pais para dormir e a dificuldade para se acalmar ou relaxar podem sugerir a insônia comportamental. Também é comum ter dificuldade para iniciar o sono.

O que os pais não devem fazer: reforçar os comportamentos para chamar a atenção, ou seja, os pais não devem responder às tentativas de fornecer o que a criança está pedindo, seja alimento, água, colo, peito, mamadeira. Pode ser difícil ignorar, mas o reforço positivo nestes casos irá piorar a situação. Se for o caso, um dos pais pode deitar-se ao lado da cama da criança até que ela adormeça e depois sair. Caso ela acorde, leve-a de volta para a cama dela. 


2 a 6 anos: O despertar noturno e os cochilos durante o dia se tornam menos frequentes nessa fase. Como é uma etapa marcada pelo desenvolvimento da independência, os problemas com o sono são mais frequentes nessas crianças. Elas testam os limites para exercer sua autonomia. Nesta faixa etária é comum que a criança use diversas estratégias, como chorar, protestar, atrasar o horário de dormir, pedir comida, água, entre outros recursos.

O que os pais não devem fazer: Novamente é preciso que os pais sejam rígidos com os horários e não atendam aos pedidos da criança. Os pais devem estabelecer os limites e fazer a adequada higiene do sono.



Posts mais acessados