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terça-feira, 5 de junho de 2018

O DESAFIO DO ALEITAMENTO MATERNO ENTRE ADOLESCENTES


A despeito da redução em 32% da taxa de gravidezes em adolescentes observada nos últimos anos no estado de São Paulo, o mesmo fenômeno não tem sido observado em estatísticas que englobam o Brasil como um todo

É sabido que o recém-nascido de uma mãe adolescente tem chance aumentada de ser prematuro ou de baixo peso, motivos suficientes para aumentar sua morbiletalidade neonatal e pós-neonatal.

Por outro lado, o aleitamento materno (AM) reduz a morbidade e a mortalidade infantis pela proteção que oferece à criança contra uma série de enfermidades potencialmente letais, como as doenças respiratórias, a desnutrição e as diarreias.

Estudos mostram prevalência menor de aleitamento exclusivo entre adolescentes, quando comparadas com mães adultas. A literatura aponta a adolescência entre os fatores de risco para o desmame precoce.

Autores relatam risco relativo entre 1,38 e 1,48 para a cessação do aleitamento exclusivo antes dos seis meses de vida, conforme preconizado pela OMS e pelo Ministério da Saúde.             

Vários são os motivos descritos para essa menor disposição da mãe adolescente em amamentar, a iniciar pela própria pouca experiência e pelo conhecimento reduzido a respeito da amamentação. Além disso, o medo da dor, da dificuldade com o ato de amamentar e do embaraço diante de uma possível exposição pública também pode se constituir em barreira a influenciar negativamente a decisão da adolescente sobre o AM. Há, ainda, referência à própria vida conjugal, atividade fora do lar e dificuldade para amamentar nos primeiros dias, como fatores associados ao desmame em adolescentes.

Estudo clássico norte-americano mostra que pouco mais da metade das puérperas adolescentes optou espontaneamente pelo AM. Esta decisão independeu do tipo de parto, índice de Apgar, peso ao nascer, idade gestacional ou sexo do bebê. Os autores observaram, ainda, que 83% das adolescentes haviam tomado a decisão sobre amamentação antes do terceiro trimestre da gestação, o que mostra a importância fundamental da educação pré-natal precoce. Além disso, praticamente um terço delas já havia se decidido antes da gravidez, sugerindo que os programas de educação em aleitamento materno deveriam começar antes mesmo do pré-natal, idealmente, durante o ensino fundamental.
 
Experiência no Reino Unido mostrou o impacto positivo de uma clínica de assistência pré-natal dedicada exclusivamente a gestantes adolescentes sobre os resultados obstétricos e neonatais. A avaliação feita doze meses após o início das atividades mostrou melhora em uma série de parâmetros, como aumento na taxa de partos vaginais, aumento da média de peso ao nascer, redução das admissões em unidade neonatal de cuidados especiais, aumento da prática de contracepção e prolongamento do tempo de aleitamento materno.

Frente ao exposto, é importante que o profissional de saúde esteja atento a todas as oportunidades que lhe são oferecidas, seja como orientador ou cuidador, para contribuir positivamente no sentido de aumentar a prática da amamentação entre as adolescentes, especialmente aquelas que se encontram grávidas pela primeira vez. Neste aspecto, é fundamental manter um diálogo não inquisidor, mas encorajador, desde o início do pré-natal, transmitindo confiança e procurando detectar os conceitos da jovem sobre a amamentação, quais os seus medos e eventuais tabus sobre o assunto e, principalmente, se ela já se decidiu a respeito.

A existência de grupos de discussão pré ou pós-consulta facilita um esclarecimento mais detalhado. No ambulatório de pré-natal do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, todas as grávidas adolescentes são convidadas a participar desses grupos. Os temas discutidos incluem vantagens do AM, consequências do desmame precoce, fisiologia da lactação, extração manual e conservação do leite humano, cuidados com as mamas, alimentação da gestante e da nutriz, amamentação em sala de parto, importância do alojamento conjunto, uso de drogas e contracepção durante o AM, técnicas de amamentação, dificuldades mais frequentes e legislação a respeito.

A educação pré-natal é particularmente importante para as adolescentes que vivem em locais onde é fácil adquirir mamadeiras e fórmulas infantis, bem como, em locais onde a alta hospitalar pós-parto seja muito precoce.
 
De qualquer modo, o profissional de saúde deve estar preparado para desestimular a grávida adolescente de qualquer prática que já se demonstrou ser totalmente inútil durante a gestação, como massagens nas mamas, exercícios para as papilas, expressão do colostro e aplicação de pomadas ou cremes nas papilas. 
 
O sucesso do aleitamento materno também dependerá de procedimentos que ajudem a adolescente por ocasião do parto, como presença de acompanhante de sua escolha, parcimônia com analgésicos e sedativos que possam interferir no comportamento do recém-nascido e, especialmente, o estímulo ao parto normal.
Mais que a adulta, a mãe adolescente necessita de bastante atenção e apoio para amamentar com sucesso nos primeiros dias após o parto. Por isso, o incentivo ao sistema de alojamento conjunto, a assistência profissional quanto ao posicionamento correto do bebê para uma sucção adequada, a amamentação por livre demanda quanto ao horário e à duração das mamadas são fatores fundamentais para o estabelecimento do aleitamento materno exclusivo.
 
Após a alta hospitalar, é muito interessante o envolvimento de familiares, como a própria mãe ou outra parenta próxima, para transmitir a confiança necessária à jovem nutriz, além da ajuda, sempre que possível, do seu marido. O importante é que ela acredite que é capaz de amamentar, que a sua criança não necessita de nada além do seu leite e que suas mamas, seja do tamanho que forem, produzirão leite adequado e em quantidade suficiente.

Além disso, o encaminhamento da mãe adolescente a grupos de apoio é essencial na prevenção das principais causas de desmame, como a “insuficiência de leite”, os traumatismos papilares, o ingurgitamento mamário e a possível mastite puerperal.  
 
Todas as evidências científicas apontam que a forma mais eficaz de ajudar as puérperas adolescentes a estabelecer e manter o aleitamento materno é o suporte pessoal contínuo por uma pessoa com conhecimentos adequados sobre a amamentação.  

Em suma, cada qual tem sua parcela de responsabilidade diante do desafio de aumentar os índices de amamentação entre as adolescentes, seja profissional de saúde, gestor, autoridade governamental, político, ou mesmo, simples cidadão ou cidadã.





Corintio Mariani Neto - Comissão de Aleitamento Materno da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO

 

"Doação Legal" acumula mais de 600 campanhas eleitorais


Em apenas 15 dias, site de financiamento coletivo para arrecadações de pré-candidatos alcança um terço da meta prevista até o final do período de campanha


Duas semanas após o início das arrecadações de campanhas eleitorais pela internet, o Doação Legal, plataforma de financiamento coletivo para campanhas eleitorais do Vakinha, líder no segmento de crowdfunding no Brasil, em parceria com a OkPago, empresa especializada em meios de pagamento,  acumula mais de 600 campanhas ativas de arrecadação, alcançando em 15 dias mais de um terço dos 1.500 candidatos esperados até o final do período eleitoral.

O Doação Legal, que de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, detém 66% das campanhas, entre elas a de três pré-candidatos a presidente, registrou R$ 330 mil em doações até o dia 31 de maio.

Para Cristiano Meditsch, diretor de marketing do Vakinha, o bom desempenho da plataforma se deve às taxas competitivas da plataforma e a credibilidade da empresa que é pioneira no mercado de financiamento coletivo no Brasil, com quase uma década de atuação.

"Também vemos de forma muito positiva o avanço dessas campanhas do ponto de vista do exercício de cidadania. Isso pode demonstrar que o brasileiro está atento a mudança de paradigma que a arrecadação via pessoa física pode representar para o Brasil", afirma Meditsch.

"O rápido engajamento dos eleitores chegou a surpreender até os candidatos", contou Luciano Antunes, CEO da Okpago, que é focado no gerenciamento e relacionamento com os clientes do Doação Legal.

De acordo com a legislação, os pré-candidatos podem arrecadar por meio de vaquinhas online, mas não são autorizados a usar o dinheiro até o início da campanha eleitoral, em 15 de agosto. Se a candidatura não for confirmada, o dinheiro deverá ser devolvido ao doador.


Sobre: 

Doação Legal - Criada a partir da parceria entre as fintechs Vakinha e OKPago, a plataforma é uma ferramenta exclusiva de arrecadação de recursos para as eleições brasileiras, homologada pelo TSE e 100% de acordo com a Lei Eleitoral. Saiba mais: www.doacaolegal.com.br


Vakinha - Fundado em 2009 por empreendedores gaúchos, o Vakinha é a primeira fintech brasileira de crowdfunding. Em 2015 a arrecadação do site foi de R$ 8 milhões, indo para R$ 18 milhões em 2016, fechando 2017 com R$ 37 milhões. O Vakinha foi apontado como uma empresas de crowdfunding para se ter no radar dos investidores na América Latina pelo estudo "Empreendimento Fintech na América Latina", feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Finnovista, organização que fomenta o desenvolvimento de fintechs. O estudo identificou 703 empreendimentos em 15 países, com uma oferta de soluções que inclui todos os segmentos e tecnologias observados a nível global. Acesse: www.vakinha.com.br


OKPago - É uma fintech de meios de pagamento focada no desenvolvimento de produtos e serviços que ofereçam, de fato, redução de custos bancários e maior incremento nos recebimentos. Com soluções seguras, simples e ágeis, atende empresas e organizações que necessitam aumentar o engajamento de clientes e doadores. Tendo como suporte a estrutura do Banco Paulista, garante total transparência e segurança nas transações financeiras. Acesse: www.okpago.com.br


Imagem Doação Legal


Fim da era pós-colonial (percepção e busca de saídas)


1- A era colonial no Brasil morreu depois de trezentos anos (início de 1500 a início de 1800). Daí emergiu nossa independência (1822). Foram três séculos de estagnação política, parasitismo e conservadorismo obstinado, ou seja, três séculos de regresso social, de ignorância do povo, de exploração escravagista cruel, de Inquisição e de religiosidade fanática. Inovar era proibido. Pensar não era permitido. Romper o monopólio comercial da metrópole era vedado. A corrupção fazia parte da estrutura político-econômica.

2 - A degeneração ibérica (de Espanha e Portugal) tornou-se, consequentemente, uma realidade. Morreu a moralidade e a inteligência (presente nas descobertas ultramarinas) resultou atrofiada. A Europa culta abandonou a ciência e foi se degradando dia a dia. A alma desses tempos foi se aniquilado em razão da ignorância, da opressão, da miséria e da roubalheira geral instituída. As instituições econômicas, políticas, jurídicas e sociais se desenvolveram para a espoliação e exclusão da população. A colônia se acabou. Espanha e Portugal se exauriram em suas nulidades. Eram donas do mundo nos séculos XV-XVI. Demoraram para admitir a evolução tecnológica da 1ª Revolução Industrial (1777). Se tornaram nanicas, desimportantes, dependentes e marginalizadas.

3 - Depois de quase 200 anos de Brasil pós-colonial (1822-2018), a sensação difusa é de (novo) aniquilamento das suas estruturas. Se tornou um país obsoleto, analfabeto funcional e bastante alheio às inovações tecnológicas (ressalvadas algumas ilhas de progresso). A percepção dessa degeneração já se generalizou (desde 2013, seguramente). O velho modelo de sociedade gritantemente injusta morreu, mas o novo ainda não nasceu. Já estamos vivendo um novo período de transição.

4 - A Constituição de 1988, dentro dessa era, trouxe o derradeiro alento pró-mudanças, trocando (no papel) mais um dos nossos passados ditatoriais por um projeto de emancipação política e democrática. O Brasil melhorou, mas não deixou de ser subdesenvolvido. A violência não acabou, as crises política e econômica não cessaram e a desigualdade e a miséria só cresceram nos últimos quatro anos. Os grupos privilegiados lutam pela preservação “de tudo que está aí”. As engrenagens autoritárias e discriminatórias não desapareceram.

5 – Todo tipo de governo já testamos: o Brasil já foi colônia, império, regência, monarquia, parlamentarismo, ditadura e, atualmente, nossa Constituição diz que somos uma República Democrática. Assim o Estado é brasileiro é apresentado oficialmente. No mundo real, de forma oculta (tanto quanto possível), perpassa por todas as redes de poder condensadas no Estado uma monstruosidade chamada cleptocracia (cleptos = ladrão; cracia = poder, governo). Esse grupo de ladrões e saqueadores, que fez do Brasil uma República Democrática Cleptocrata, é a causa central do nosso atraso.

6 – A questão crucial é a seguinte: a roubalheira impune, a apropriação indevida do dinheiro público sem maiores consequências, faz parte do jeito de governar o Brasil (e praticamente toda América Latina). Somos governados sobretudo por ladrões e/ou saqueadores. Esse é o nó do problema.

7 - Há muita gente séria no comando do País (gente que pensa no bem comum), mas o Brasil somente é o que é (um país condenado ao subdesenvolvimento, que se transformou no último patamar possível da sua evolução) porque o poder preponderante (dentre todos os que perambulam pelas estruturas do Estado) é o daqueles que acessam o Estado para roubar, parasitar, rapinar, espoliar, saquear, extorquir, corromper, escravizar, queimar, devastar, aniquilar, esquartejar, apropriar e pilhar.  

8 – Qual é a saída? A tarefa inadiável de todos os brasileiros que querem um país melhor é eliminar da nossa vida socioeconômica e política o clube dos donos corruptos do poder (clube de ladrões e/ou saqueadores parasitas, que vivem da bandidagem fora da lei ou, às vezes, conforme a lei fabricada por políticos comprados por eles), que canalizam para seu patrimônio (de forma aberrantemente ilegal ou injusta) a quase totalidade das riquezas da nação. Todas as instituições econômicas, políticas, jurídicas e sociais são programadas para isso.

9 - A Lava Jato, com as correções necessárias, não pode parar. Ela é um dos sinais do Brasil civilizado que queremos. Sozinha, no entanto, não terá energia para promover mudanças culturais. Estas dependem de um ensino de qualidade para todos, federalizado, em período integral. Império da lei, excelente escolarização, ética e cidadania é tudo que se espera do Brasil na nova era que se avizinha.

10 - As eleições de 2018 são decisivas. É a oportunidade dos espoliados revoltados (com a política e com os políticos) aniquilarem a forma perversa de dominação do país. O clube dos donos corruptos do poder (a cleptocracia), que vive à sombra do poder oficial, tem que ser eliminado de dentro do Estado brasileiro. Como? “Derrubar pelo voto a maioria dos picaretas, eleger gente nova e empurrá-la para uma aliança com alguns sobreviventes, para que a inexperiência não venha a pesar tanto nas suas decisões” (Gabeira). A eliminação de um ou vários corruptos do poder é um grande serviço que todo brasileiro pode fazer pelo seu país.





LUIZ FLÁVIO GOMES - jurista. Criador do movimento Quero Um BrasilÉtico. Estou no f/luizflaviogomesoficial


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