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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Insônia: saiba o que fazer para evitar o problema



 Esse transtorno do sono reduz a qualidade de vida e atrapalha o dia a dia de muitos brasileiros 


O dia só começa bem após uma boa noite de sono. Infelizmente, muitas pessoas sentem dificuldade para adormecer à noite, despertam muito cedo ou não se sentem descansadas após dormir. “A insônia é um transtorno do sono que reduz a qualidade de vida e pode causar problemas de saúde como mudanças de humor, redução do desempenho no trabalho, assim como acidentes”, explica o Dr. Rafael Brandes Lourenço, psiquiatra do Hospital Estadual Mário Covas e especialista em medicina do sono e psicogeriatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

De acordo com o Instituto do Sono, estima-se que o problema atinja entre 30% a 50% da população e em 10% de forma crônica. As mulheres e idosos são os mais afetados, porém qualquer pessoa pode apresentar um quadro de insônia ocasionalmente. “Quem tem algum tipo de transtorno cerebral, como depressão, ansiedade ou transtorno de estresse pós-traumático ou está exposto ao estresse fica mais propenso a apresentar insônia. Além disso, quem trabalha à noite ou não tem um horário fixo para dormir também é afetado”, diz Lourenço.

As causas para o problema podem variar. Os maus hábitos de sono acarretam insônia. Sendo assim, quem apresenta horários irregulares para dormir, dormindo e acordando em horários diferentes todos os dias, realiza atividades estimulantes antes de deitar ou dorme em ambientes inapropriados e desconfortáveis, como em um lugar muito iluminado, costuma dormir mal. Alguns medicamentos, cafeína e álcool também podem desencadear o transtorno.  “Existe uma diferença entre uma pessoa que não dorme porque o ambiente é inadequado, e aquela que não dorme bem em qualquer situação.

Este último é o caso da insônia. Quem sofre de insônia e está sendo prejudicado nas atividades diárias precisa procurar um especialista para saber o que está causando o problema e buscar uma forma de tratamento”, ressalta Lourenço.

O diagnóstico é realizado após um exame físico e de sangue para checar como está a saúde. Em casos específicos, solicita-se que o paciente vá até um centro especializado onde é feito o monitoramento das atividades corporais enquanto a pessoa dorme, incluindo as ondas cerebrais, respiração, batimentos cardíacos e movimentos dos olhos e do corpo, conhecido como polissonografia. 

Para voltar a ter um sono saudável, uma mudança de hábitos pode ser sugerida. Se não funcionar, o especialista pode prescrever medicamentos para ajudar a iniciar e manter o sono. “Lembrando que apenas um médico pode indicar o medicamento mais adequado, assim como a dosagem e duração do tratamento. A pessoa não deve se automedicar, pois pode prejudicar a saúde. Cada pessoa tem necessidades de sono diferentes. O ideal é dormir de 7 a 8 horas por noite”, afirma o psiquiatra Dr. Rafael Brandes Lourenço.  

Confira algumas dicas para evitar a insônia e ganhar qualidade de vida: 

- torne seu quarto um ambiente confortável e próprio para o sono;

- torne o período antes de dormir um ritual, e faça atividades relaxantes;

- evite dormir com luzes acesas ou televisão ligada; notebooks, celulares e computadores contém luz azul que podem inibir a melatonina e atrapalhar o início do sono;

- estabeleça um horário fixo para dormir e acordar e tente utilizar a cama apenas para dormir e atividade sexual;

- evite ou diminua o consumo de cafeína e álcool;

- atividade física promove uma boa noite de sono, desde que realizada longe do horário de dormir.





Dr. Rafael Brandes Lourenço  psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Psicogeriatra e médico do sono pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.



Câncer não é questão de sorte



Prevenção ainda é a melhor saída para combater a doença, que atinge 20 milhões de pessoas anualmente, no mundo

No dia 8 de abril, é celebrado o Dia Mundial do Combate ao Câncer. A doença atinge, por ano, cerca de 20 milhões de pessoas no mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só no Brasil, são aproximadamente 600 mil novos casos anuais. Recentemente, um estudo americano publicado na revista Science revelou que 66% dos casos são conseqüências de mutações genéticas, 29% são decorrentes de fatores ambientais e, ainda, 5% têm causa hereditária. Para Leonardo Pimentel, radio-oncologista da Radiocare, apesar de em um primeiro momento essas estatísticas passarem a impressão de que a doença é fruto do acaso, não é bem assim.
“Não é como se não houvesse nada a fazer além de esperar. Ao contrário, precisamos fazer nossa parte, cerca de um terço dos casos podem ser evitados pela prevenção”, frisa. Além disso, segundo dados da Cancer Research UK – órgão britânico que pesquisa o câncer, 42% dos diagnósticos identificados precocemente chegam à cura.
Pode parecer contraditório, mas, na prática, ocorrem causas multifatoriais para o surgimento de tumores. “Grande parte dos quadros diagnosticados são resultado de mutações genéticas, porém, elas também podem ser desencadeadas por fatores ambientais. Isso porque para que exista um tumor são necessárias duas ou mais alterações”, explica Pimentel. Por isso, o médico recomenda a todos um estilo de vida saudável que, segundo ele, é primordial para a prevenção.
O radio-oncologista listou uma série de fatores que aumentam as chances de ter a doença e podem ser evitados:

Alimentação inadequada – a ingestão em excesso de determinados alimentos como carnes processadas e embutidos, e carnes vermelhas, no geral, aumenta o risco da doença. “Ainda não é comprovado que uma dieta rica em gorduras tenha relação direta com câncer, no entanto, é sabido que o excesso de peso e a obesidade estão associados a um aumento do risco de vários  tipos de câncer, incluindo mama, cólon, útero, rim e esôfago”, afirma. 

Sol em excesso - A radiação ultravioleta (principalmente os raios UVB) originada do sol é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer de pele. “Os efeitos do sol em nosso corpo são cumulativos e, por isso, é preciso se proteger durante toda a vida”. Leonardo ressalta a importância de se usar protetor solar e evitar exposição direta ao sol nos períodos do dia em que o sol é mais forte. “Bloqueadores físicos, como chapéus e roupas com fator de proteção, também são bem vindos”, pontua.

Fumo - O consumo de tabaco é uma das principais causas do câncer e o mais simples de ser evitado. “O fumo ativo e passivo está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento deste grupo de doenças e responde pela maioria dos casos de câncer de pulmão, cabeça e pescoço, bexiga e esôfago”, afirma o radio-oncologista. 

Álcool - O consumo regular de álcool está associado a um maior risco de vários tipos de câncer como os de: faringe, esôfago, laringe, reto, fígado e mama. Indiretamente também pode aumentar o risco do câncer do fígado, pois a cirrose hepática é um importante fator de risco.

Sedentarismo – Há índicos de que o sedentarismo seja responsável por alguns tipos de câncer, mesmo em pacientes com peso corporal adequado. Além disso, como dito anteriormente, o excesso de peso é fator de risco para o surgimento de câncer. “O contrário também acontece, há estudos que apontam a atividade física regular como boa forma para redução de cânceres de fígado, cólon, pâncreas, mama e estômago”. 

 

DEPRESSÃO: HORA DE QUEBRAR UM SILÊNCIO SINTOMÁTICO E PERIGOSO, ALERTA ESPECIALISTA



OMS marca o Dia Mundial da Saúde, hoje (7/4), com a campanha ‘Vamos Conversar’ para estimular a quebra de estigma da doença


O silêncio não é receita quando o assunto é depressão. Ao contrário, é hora de pôr fim a essa barreira e falar sobre a doença, a mais comum dentre todas no campo da psiquiatria. A Organização Mundial da Saúde decidiu marcar a passagem do Dia Mundial da Saúde, hoje (7/4), com sua campanha “Vamos Conversar” com o objetivo de expurgar o estigma de pacientes, identificar sintomas, formas de prevenção e de tratamento a um transtorno que pode levar a consequências graves sem os devidos cuidados.

- Além de falar mais abertamente sobre a depressão, é preciso atentar para o silêncio intrínseco ao próprio paciente. Quando nesse estado, a pessoa fala pouco, se isola e na maior parte das vezes não busca ajuda – alerta a psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e diretora do Espaço Clif.

Segundo a especialista, falar sobre o tema ajudará a diminuir a distância entre quem tem a doença e o seu meio social, inclusive junto a profissionais de saúde, que poderão identificar melhor os sinais e encaminhar pacientes ao tratamento psiquiátrico adequado. Analice aplaude a campanha ‘Vamos Conversar’, da OMS, destacando que a quebra de preconceito é aliada importante para a cura.

- As pessoas com depressão ainda sofrem bastante em seu meio social. Quem está à volta muitas vezes provoca com frases como ‘isso é uma tristeza passageira’, ‘preguiçoso’, ‘você pode sair dessa sozinho’, o que leva o indivíduo a evitar a busca de tratamento – diz a psiquiatra.


Como identificar sintomas da depressão – O paciente com depressão definitivamente não está sozinho em sua angústia, que necessita de medicação. Atualmente, mais de 320 milhões de pessoas sofrem da doença e até 2020 será a enfermidade mais incapacitante no mundo. É fundamental que as pessoas próximas ajudem na identificação do transtorno a partir de sinais e sintomas.

- Importante observar se a pessoa está deprimida ou triste a maior parte do dia e quase todos os dias; se perde o interesse e prazer nas tarefas; se sua autoestima está baixa; se sente muito inseguro; perde apetite ou peso; apresenta sonolência ou insônia constantes e excessivas. Em casos mais graves, é preciso atentar para a demonstração de exagerado sentimento de culpa e ideias de morte e procurar a ajuda de um psiquiatra – afirma Analice.


Uma doença de todas as idades – A depressão, ressalta a OMS, afeta pessoas de todas as idades, condições sociais e de todos os países. A doença traz grande sofrimento mental e afeta a capacidade para realizar até mesmo as mais simples tarefas diárias. A depressão pode levar ao suicídio, que atualmente é a segunda principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos de idade. A entidade chama a atenção para três grupos especialmente afetados: jovens, mulheres em idade fértil (especialmente após o nascimento de uma criança) e idosos.

- Os jovens sofrem de depressão e podem cometer suicídios, até mesmo crianças podem se matar. Falar sobre o assunto abertamente é muito importante para aumentar a conscientização, mostrar suas causas e possíveis tratamentos. Além disso, as pessoas podem se reconhecer na doença e assim buscar ajuda profissional”, destaca Analice, para quem o apoio de parentes e amigos é essencial ao tratamento.

No Brasil, ano passado, em torno 77 mil pessoas foram afastadas do trabalho com diagnóstico de depressão, parte deles atribuída à crise econômica: o gatilho é por conta de não conseguirem atender a crescente pressão no trabalho ou por estarem desempregados. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a União Europeia gasta 3% do PIB com a saúde dos trabalhadores acometidos pela doença e, nos Estados Unidos, são gastos cerca de US$ 40 bilhões ao ano em tratamentos.





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