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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Doença pulmonar mata mais que infarto



Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica provoca complicações cardiorrespiratórias, que, em períodos de 1 a 7 anos são responsáveis por mais mortes do que ataques cardíacos

Neste mês é comemorado o Dia Mundial da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), data designada para conscientização da população sobre a importância do diagnóstico e tratamento da doença. Causada principalmente pelo tabagismo, a doença pode causar tosse, chiado no peito, falta de energia, falta de ar e dificuldade para realizar atividades diárias[i]. Estudos mostram que as complicações da DPOC são responsáveis por mais mortes do que infarto agudo do miocárdio (ou IAM). Enquanto que 23% dos pacientes acima de 50 anos que apresentavam uma crise grave de DPOC faleceram dentro de 1 ano, menos de 20% dos pacientes da mesma faixa etária que infartaram vieram a óbito nesse período[ii]-[iii]. Os dados são ainda mais expressivos quando observados no intervalo de 7 anos. Analisou-se que 31% dos homens e 47% das mulheres que sofreram um infarto chegaram a falecer, enquanto 70% dos pacientes que apresentaram uma crise grave da DPOC faleceramv-[iv].
De acordo com dados da OMS, a DPOC atinge mais de 65 milhões de pessoas no mundo[v], e dados do Ministério da Saúde estimam que a enfermidade afete mais de 7 milhões de pessoas no Brasil[vi]. A doença é responsável pela morte de 3 milhões de pessoas no mundo por ano[vii], sendo 40 mil brasileiros[viii]. O Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, explica porque isso acontece: “A DPOC é uma doença grave que, quando não recebe o tratamento adequado, pode trazer diversas complicações pulmonares e até mesmo cardiovasculares. Dessa forma, além de riscos de crises respiratórias, como pneumonia e exacerbações, os pacientes estão sujeitos à problemas cardíacos como infartos, arritmias e hipertensão”. Atualmente, a DPOC é a quinta causa de morte no mundo, e a previsão é que esse cenário piore, tornando-se a terceira da lista até 2030i
A DPOC é o termo usado para denominar o conjunto de duas doenças que causam a obstrução crônica das vias aéreas dentro dos pulmões: a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. A bronquite é a inflamação dos brônquios e bronquíolos, e causa a constante produção de muco, falta de ar, chiado e tosse crônica com expectoração. Já o enfisema se caracteriza pela destruição do pulmão e surgimento de bolhas, com aprisionamento de ar nas cavidades, o que dificulta a respiração e leva ao cansaço ou falta de ar. A DPOC é diagnosticada quando o paciente apresenta a sobreposição das duas doenças. 
Dr. Mauro explica que uma das dificuldades no diagnóstico da DPOC é que as pessoas negligenciam um dos principais sintomas: “Muitas vezes, quando perguntamos se o paciente tem falta de ar ele responde que não. Porém, ao perguntarmos se ele apresenta cansaço ao subir um ou mais lances de escadas, é comum responderem que sim. Há uma confusão quanto à diferença entre cansaço e a falta de ar, quando em essência, elas são a mesma coisa. As pessoas costumam achar que se sentem cansadas devido à idade, ao sobrepeso, ao tabagismo ou ao sedentarismo, quando na verdade esse pode ser um sinal de doença pulmonar”. 
O diagnóstico é realizado por um pneumologista por meio de um exame simples chamado espirometria, também conhecido como "teste do sopro”. O exame que mede a quantidade de ar e a velocidade com a qual ele entra e sai dos pulmões, identificando valores alterados quando o paciente apresenta DPOC. 
Foi assim que Abel Nunes foi diagnosticado com DPOC há 7 anos. O contador conta que teve complicações pulmonares devido à doença: “Já faz 18 anos que eu parei, mas fui fumante por mais de 40 anos e, apesar de saber dos malefícios causados pelo cigarro, nunca imaginei que poderia desenvolver uma doença crônica. O diagnóstico da DPOC veio após ser internado diversas vezes com pneumonia em curtos períodos de tempo. Faço o tratamento adequado desde então e percebo que a doença está sob controle, por isso não sinto muitas limitações no meu dia a dia ”, pontua. 
Apesar de ser uma doença grave e sem cura, existem medicamentos que são capazes de controlar os sintomas, aumentando a qualidade de vida dos pacientes. Além de tratamento medicamentoso com broncodilatadores inalatórios, que contribuem para a suavização dos sintomas e das crises de exacerbação, procedimentos não farmacológicos também são importantes para garantir uma melhor qualidade de vida, como a prática de atividade física regular com o acompanhamento médico, vacinação e, quando necessário, o uso de suplementação de oxigênio.

Sobre a DPOC
A OMS projeta que em 2030 a DPOC será a terceira causa de morte no mundoi. A DPOC atinge 65 milhões de pessoas no mundoi. Apesar disso, um em cada dois brasileiros nunca ouviu falar da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), enfermidade que atinge 7 milhões de pessoas no paísii e é a 5ª causa de morte no mundoi. Causada principalmente pelo tabagismo, a DPOC leva à dificuldade de respirar e ao cansaço progressivo e constante, impossibilitando uma série de atividades de rotina. Todos os anos, a DPOC leva a óbito cerca de 40 mil brasileiros, o equivalente a quatro pacientes por hora, segundo dados do Ministério da Saúdeiii. A doença custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões por anoii.
Segundo o Gold – Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – um programa mundial que atua com objetivo de sistematizar, padronizar e orientar o diagnóstico e tratamento da DPOCviii, existem cinco perguntas básicas que ajudam o profissional de saúde a identificar pacientes que podem ter a doença:
·         Possui mais de 40 anos
·         Fumante ou ex-fumante
·         Tosse frequente
·         Expectoração ou “catarro” constante
·         Cansaço ou dificuldade para respirar, como subir escadas ou caminhar



[i] Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global Strategy for the Diagnosis, Management and Prevention of COPD [Internet] 2015. [Acesso em 07/Abri/2016] Disponível em: www.goldcopd.org/guidelines-global-strategy-for-diagnosis-management.html


[ii] McManus et al. Am J Med 20111;124:40-47

[iii] Smolina et al. Cir Cardiovasc Qual Outcomes 2012;5:532-40

[iv] Suissa et al. Thorax 2012;67:957-63

[v] World Health Organization. Chronic of respiratory disease. Burden of COPD. [Internet]. [Acesso em 24/out/2016] Disponível em: www.who.int/respiratory/copd/burden/en/index.html

[vi] Ministério da Saúde do Brasil. [Internet]. [Acesso em 13/Abril/2016] Disponível em: www2.datasus. gov.br/DATASUS/index.php?area=02033

[vii] World Health Organization. Chronic of respiratory disease. Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) FACT SHEET. [Internet]. [Acesso em 24/out/2016] http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs315/en/

[viii] Bronquite crônica causa 40 mil mortes a cada ano, revela dados do DATASUS. [Acesso em 09/ago/2016] Disponível em: www.datasus.saude.gov.br/noticias/atualizacoes/564-bronquite-cronica-causa-40-mil-mortes-a-cada-ano-revela-dados-do-datasus



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Mitos e verdades da pílula do dia seguinte



Entenda como funciona a pílula no organismo

Em situações emergenciais, quando ocorre uma relação sexual desprotegida, como quando a camisinha estoura ou é esquecida, assim como também esquecer de ingerir a pílula anticoncepcional, uma maneira de evitar a gravidez indesejada é a anticoncepção de emergência, popularmente chamada de “pílula do dia seguinte”. 

Porém, muitas dúvidas cercam o uso do medicamento. Por isso, o ginecologista e obstetra de São Paulo, Dr. Gustavo de Paula Pereira, comentou alguns mitos e verdades sobre esse assunto. Confira: 

1. O uso de antibióticos corta o efeito da pílula do dia seguinte.  

EM PARTE. 
Alguns medicamentos, tais como alguns antibióticos, podem reduzir a eficácia dos anticoncepcionais, logo a pílula do dia seguinte também pode ser afetada pelo uso de outras medicações.

2. Devo parar com o anticoncepcional se tomar a pílula do dia seguinte. 

MITO. 
Se a mulher já faz uso regular do anticoncepcional e tomou a pílula do dia seguinte, deve continuar a cartela em uso e contatar o seu médico para que ele avalie a necessidade de interrupção ou não do anticoncepcional. 

3. Se tomar a pílula muitas vezes em um curto período de tempo, o medicamento não faz mais efeito.  

MITO.  
Entretanto, ela não deve ser usada como método anticoncepcional de rotina, apenas em situações emergenciais, pois pode causar efeitos colaterais, como irregularidade menstrual, náuseas, dores abdominais e cefaleia. 

4. A pílula pode atrasar a menstruação. 

VERDADE
A menstruação pode ocorrer até 10 dias antes ou depois da data esperada, após o uso da contracepção de emergência. Porém, geralmente ocorre em até 3 dias da data esperada; caso não ocorra a menstruação nesse período, deve-se realizar um teste de gravidez. 

5. Quanto mais tarde tomar a pílula, mais chances tenho de engravidar

VERDADE
A anticoncepção de emergência deve ser usada o mais cedo possível após uma relação sexual desprotegida. Sua eficácia vai diminuindo progressivamente à medida que o tempo passa, após 72 horas da relação sexual, seu efeito já deixa de ser satisfatório. 

6.  A pílula do dia seguinte é abortiva. 

MITO.  
Os estudos mostram que a medicação age antes da ocorrência da gravidez, logo não aborta. “Se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo. Se ocorrer gestação, sua tomada não causará danos para o embrião”, finaliza Dr. Gustavo. 


  
Dr. Gustavo de Paula Pereira - médico Tocoginecologista; Graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - FCM/UNICAMP. Fez residência Médica em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - FCM/UNICAMP. Tem especialização em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - FCM/UNICAMP; Mestrado em Ciências na área de Obstetrícia e Ginecologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP.




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