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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Instituto oferece procedimento gratuito para tratamento de síndrome rara




IFF é pioneiro no tratamento de síndrome de transfusão feto-fetal (STFF).
 A gravidez é um momento mágico e de grande mudança na vida da mulher, ainda mais quando se descobre que está grávida de gêmeos. No entanto, este momento de alegria pode virar preocupação quando os bebês são diagnosticados com a síndrome de transfusão feto-fetal (STFF), uma condição rara, presente em gestações gemelares que possuem uma única placenta para nutrir dois fetos em bolsas amnióticas distintas. Para tratar este e alguns casos de crescimento intrauterinos restrito, específicos desse tipo de gestação gemelar, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), oferece um procedimento chamado coagulação a laser por fetoscopia das anastomoses vasculares, sendo pioneiro no Rio de Janeiro a tratar dessa síndrome.
 O procedimento, que tem duração média de meia hora, consiste na introdução de um pequeno instrumento de vídeolaparoscopia, chamado fetoscópio, que foi especificamente criado para esse fim. “Através do fetoscópio o cirurgião fetal identifica as anastomoses vasculares causadoras da STFF e faz a coagulação das mesmas através de um laser intersticial, técnica que utiliza a luz laser permitindo resultados terapêuticos significativamente melhores, acoplado ao fetoscópio”, explicou o especialista em medicina fetal do IFF, Paulo Nassar. A coagulação a laser por fetoscopia das anastomoses vasculares visa impedir o maior desequilíbrio alimentar na circulação de ambos os fetos.
O procedimento promove a mudança completa do prognóstico da gestação acometida por essas síndromes. “A mortalidade de ambos os fetos é de 90% se nenhum tratamento for feito, no entanto, se a mãe se submeter a ele a chance de sobrevivência de ambos os fetos é de 65% e de 75% para pelo menos um dos fetos”, esclareceu o especialista. Mas como todo procedimento invasivo, este oferece alguns riscos para mãe e filhos. “Como há a colocação de material dentro do ambiente uterino, existe o risco potencial de infecção, perda da gestação e ruptura prematura das membranas, que é a rotura das bolsas de líquido amniótico”, disse Paulo Nassar.
Mesmo com todos os benefícios promovidos pelo procedimento, até o momento apenas doze cirurgias foram realizadas, o que é muito pouco, pois, apesar de ser uma patologia de difícil estimativa, considera-se que a incidência da STFF seja de aproximadamente um para 4.000 partos. “Para que as pacientes acometidas pela STFF consigam chegar aos centros de referência a tempo de realizar o tratamento, é de suma importância a conscientização dos profissionais de saúde e da população em geral”, finaliza Paulo Nassar.
Sobre o serviço
O Ambulatório de Medicina Fetal realiza exames de confirmação diagnóstica de malformações fetais e de acompanhamento deste quadro.
Atendimentos:
- Consultas de primeira vez: o agendamento é realizado pela rede do sistema Sisreg (SUS), através da unidade de saúde em que realiza o pré-natal.
- O agendamento da consulta de primeira vez no Ambulatório de Medicina Fetal funciona de 8h às 16h pelo número 2554-1893, e com o encaminhamento médico do pré-natal de origem.
- Se for confirmado o diagnóstico de malformação fetal, a gestante será avaliada quanto aos critérios de admissão no pré-natal do IFF.

Problemas psicológicos também afetam saúde do coração




 A descarga de adrenalina causada por fortes emoções pode aumentar as chances de infarto e AVC

A hipertensão, diabete e o colesterol alto são problemas que, como já se sabe, comprometem o sistema cardiovascular. No entanto, existem algumas outras doenças de fundo psicológico que também podem afetar o bom funcionamento do coração.
Segundo o cirurgião cardíaco do hospital Beneficência Portuguesa, Marcelo Sobral, quando se torna frequente e exagerado, o estresse pode resultar em arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e até o infarto do miocárdio. Isso porque fortes emoções podem fazer com que o corpo sofra uma descarga de adrenalina que acelera os batimentos cardíacos e aumenta a pressão arterial.
Já a depressãodoença que causa insônia, tristeza profunda e irritabilidade também pode contribuir para o desenvolvimento de problemas cardíacos, pois o depressivo pode sofrer alterações endócrinas e imunológicas que, em alguns casos, aumenta os níveis de colesterol e triglicerídeos. Além disso, ela está associada a prática de hábitos ruins com a saúde, como a falta de ânimo para atividades físicas e para se alimentar corretamente, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e cigarro que aumentam as chances de ocorrências de AVC (acidente vascular cerebral) e infarto.
 “A saúde física e mental estão interligadas, por isso é muito importante controlar as emoções, se alimentar adequadamente, evitar o uso de drogas e praticar atividade física que auxilia na liberação da endorfina, conhecida popularmente como hormônio da alegria, pois promove a sensação de bem-estar e euforia e também da dopamina que proporciona efeito tranquilizante e analgésico. Em casos mais graves, o indicado é procurar um especialista que junto com o cardiologista conduzirá o paciente para o melhor tratamento”, finaliza Sobral.

Doutor Marcelo Luiz Peixoto Sobral - membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular pela AMB, Membro Habilitado e Especialista do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA). MBA Executivo em Saúde pela FGV. Cirurgião Cardiovascular da Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo com mais de 4.000 cirurgias realizadas.

Saúde lança protocolo para uso de medicamentos em situações de exposição de risco ao HIV



PREVENÇÃO

Documento simplifica prescrição para tratamento de PEP nos serviços de saúde e reduz tempo de acompanhamento de seis para três meses
A profilaxia pós-exposição (PEP) do HIV unificada no Sistema Único de Saúde (SUS) passa a valer na rede pública ainda este mês. O novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV – publicado nesta quinta-feira (23) no Diário Oficial da União – integra os três tipos de PEP existentes: acidente ocupacional, violência sexual e relação sexual consentida. O documento recomenda também a redução do tempo de acompanhamento do tratamento de seis para três meses.

O protocolo recomenda que os medicamentos utilizados para o tratamento sejam ministrados até 72 horas após a exposição ao vírus. O ideal é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após a exposição ao risco. Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir + lamivudina + atazanavir + ritonavir). Em 2014, foram ofertados 22 mil tratamentos em todo o país. A rede de assistência conta atualmente com 517 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE) e 777 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM).

“A grande vantagem desse protocolo é a simplificação e unificação da PEP em um esquema único de medicamentos. Com isso, não será preciso um especialista em aids para dispensar a PEP. Isso não só irá ampliar o acesso à população de forma geral, mas também facilitar o procedimentos para os profissionais de saúde como um todo”, explicou o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.

Para 2014, a PEP contou com investimento de R$ 3,6 milhões, ou seja, 0,4% do total de R$ 864 milhões investidos com antirretrovirais no ano passado. Disponível desde a década de 1990 no SUS, o procedimento foi implantado, inicialmente, para os profissionais de saúde, como prevenção, em casos de acidentes de trabalho, com materiais contaminados ou possivelmente contaminados. Ainda em 1998, a PEP foi estendida para vítimas de violência sexual. Em 2011, o tratamento passou a incluir qualquer exposição sexual de risco, como o não uso ou o rompimento do preservativo.

Sendo assim, desde 2010 foram dispensados 87.891 tratamentos e a oferta da terapia quase dobrou de 2010 para 2014 – passando de 12 mil tratamentos para 22 mil. Antes da aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec), o novo protocolo ficou à disposição de profissionais de saúde e público em geral para consulta pública durante um mês.

O total de brasileiros com acesso ao tratamento com antirretrovirais no país mais do que dobrou entre 2005 e 2014, passando de 165 mil pacientes (2005) para 400 mil (2014). Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 12 são produzidos no Brasil.

CENÁRIO DA EPIDEMIA – Desde os anos 1980, foram notificados 757 mil casos de aids no Brasil. A epidemia no país está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil novos casos de aids ao ano. O coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,4 casos de mortes por 100 mil habitantes (2003) para 5,7 casos (2013).  De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2014,  o público jovem é o que apresentou maior taxa de detecção da doença – passando de 9,6 por 100 mil habitantes (2004) para 12,7 por 100 mil pessoas (2013).


Nivaldo Coelho
Agência Saúde 

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