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| Divulgação |
Com mais de 700 mil visitantes esperados para a Oktoberfest de Blumenau em 2025 e mais de 5 milhões de turistas projetados para circular pelas cidades-sede da Copa do Mundo de 2026, a segurança se torna uma operação complexa, estratégica e cada vez mais digital. Nos bastidores, a inteligência artificial já atua como aliada silenciosa para prever riscos, evitar aglomerações perigosas, identificar comportamentos suspeitos e proteger o público antes mesmo que algo aconteça.
Na edição de 2024 da Oktoberfest, o uso de câmeras
inteligentes e patrulhas robotizadas resultou na redução de furtos de celulares
e melhoria da resposta a incidentes. Já nos preparativos para a Copa do Mundo,
estádios e centros urbanos se tornam laboratórios de tecnologias de IA
embarcada, drones de vigilância, análise de fluxo em tempo real e integração de
dados de múltiplas fontes.
O que une esses dois eventos, tão distintos em
natureza e escala, é a urgência de um novo modelo de segurança: preditivo,
conectado e automatizado.
O fim da vigilância apenas
reativa
Tradicionalmente, a segurança em eventos se baseava
em monitoramento manual por câmeras, agentes posicionados em locais
estratégicos e uma lógica reativa. A IA mudou esse paradigma. Hoje, sistemas
inteligentes são capazes de:
- Detectar
movimentações fora do padrão;
- Identificar
objetos abandonados em áreas sensíveis;
- Prever
zonas de colapso de fluxo com base em densidade e velocidade de
circulação;
- Emitir
alertas automatizados em tempo real para as equipes de segurança.
Com aprendizado contínuo e dados históricos, esses
sistemas reconhecem padrões típicos do evento e sinalizam desvios com precisão.
O resultado é uma resposta mais rápida, direcionada e eficiente, otimizando
inclusive o uso de recursos humanos no campo.
Da festa à final: o que
eventos de massa têm a ensinar
Blumenau vem se destacando como campo de testes
para essas tecnologias. Em 2024, os visitantes já vivenciaram a presença de
robôs patrulheiros e câmeras com algoritmos de IA no parque da Vila Germânica.
Para 2025, o plano é ampliar essa rede, integrando todos os dados em uma
central inteligente de comando.
Essa experiência, embora local, oferece
aprendizados preciosos para eventos como a Copa do Mundo, em que a
interoperabilidade entre sistemas, a análise preditiva e a coordenação entre
segurança pública, privada e emergencial serão determinantes. Estádios, zonas
de transporte, hospedagem e fan fests precisam dialogar tecnologicamente, e é a
IA que permitirá isso.
Lembrem-se: o desafio está na
implementação, não mais na tecnologia
A pergunta, hoje, já não é mais se a inteligência
artificial será usada para garantir segurança em grandes eventos. Ela já está
sendo usada e com bons resultados. A questão central agora é como essas
soluções serão implementadas com responsabilidade, respeitando privacidade,
auditabilidade dos algoritmos, ética no uso de dados e clareza sobre sua
função.
A experiência brasileira em eventos de massa pode, e deve, servir de modelo. O que vem sendo desenvolvido em Blumenau, por exemplo, tem potencial de escalar, inspirar e até exportar boas práticas. A IA na segurança não substitui o fator humano, ela o potencializa. Quando bem aplicada, transforma a gestão de risco em ação antecipada. Resta saber se organizadores e autoridades estarão dispostos a levar essa transformação a sério.
Gustavo Napomuceno - arquiteto de soluções da Mouts TI.


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